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ANEMIA CARENCIAL – TBL 7 DANIELA FRANCO FONTES ALIMENTARES Conhecer as fontes alimentares de ferro, ácido fólico e vitamina B12, bem como seu processo de absorção pelo trato gastrointestinal. • Vitamina B12: As principais fontes de vitamina B12 são produtos de origem animal, como carnes, peixes, lácteos e ovos. Absorvida na última parte do intestino delgado (íleo), que se comunica com o intestino grosso. No entanto, para ser absorvida, essa vitamina tem que ser combinada com o fator intrínseco, a proteína produzida pelo estômago. • Ácido fólico: é encontrado praticamente em todos os tipos de alimentos: hortaliças, lácteos, aves, carne bovina, frutos-do-mar, frutas, grãos, cereais e oleaginosas (noz, avel). Absorvido por transporte ativo no duodeno ou jejuno. O ácido fólico, quando proveniente de fontes lácteas, apresenta-se conjugado a uma proteína, o que aumenta sua biodisponibilidade e absorção pelo íleo A função mais importe da vitamina B12 e do ácido fólico é a participação na síntese do DNA. • Ferro Existem 2 tipos de ferro, o ferro heme: presente na carne vermelha, e o ferro não-heme presente nos vegetais. O ferro presente nas carnes é melhor absorvido, enquanto que o ferro dos vegetais precisa do consumo de uma fonte de vitamina C para ter uma melhor absorção (depende de pH). Espinafre, Leguminosas, Semente de abóbora, Quinoa, Brócolis, Tofu, Chocolate amargo, Amaranto. Absorção: Absorção principalmente na porção final do duodeno. A disponibilização do ferro absorvido na mucosa intestinal para transporte plasmático depende da ação ferroportina, uma proteína que exporta para o plasma o ferro contínuo no enterócito. Uma vez no plasma, o transporte do ferro é realizado pela transferrina, proteína produzida pelo fígado, cuja síntese é inversamente proporcional ao estoque de ferro. A proteína DMT-1 é envolvida na transferência do ferro do lúmen intestinal pelas microvilosidades. A ferroportina na superfície basolateral do enterócito controla a saída de ferro da célula para o plasma da circulação portal. As necessidades do organismo alteram a expressão de DMT-1. Tem uma enzima na superfície dos enterócitos a ferrirredutase que converte Fe3+ em Fe2+ para ligação com a transferrina. A transferrina conduz o ferro e entrega para células que tem receptores, principalmente hemoglobina que incorpora o ferro. DISTRIBUIÇÃO CORPORAL: em condições normais, a quantidade de ferro presente no corpo humano é em torno de 40 a 50 mg por kg de peso, sendo que a maior parte esta incorporado à hemoglobina. O ferro que não esta incorporado hemoglobina encontra-se armazenado nas proteínas de estoque – FERRITINA E HEMOSSIDERINA – presente em células do fígado, baço e medula óssea. IMPORTANCIA DO FE, ÁC. FÓLICO E B12 Explicar como o ferro, o ácido fólico e a vitamina B12 auxiliam na hematopoiese e também sua importância para outros tecidos. A deficiência de ferro prejudica a eritropoiese, resultando na produção de eritrócitos com menor quantidade de hemoglobina em seu interior, portanto de menor volume e mais pálido. A contagem de reticulócitos encontram-se diminuídas. Ferro: principal função é integrar o grupo heme juntamente com as globinas, participando assim ativamente na síntese da hemoglobina e no processo maturativo da linhagem eitroide. O acido fólico e a vitamina b12 tambem participam da proliferação e maturação das linhagens granuloicitica e megacariocitica. Além disso a vitamina b12 e o acido fólico também participam da síntese de DNA e portanto do processo de divisão celular. Eles produzem precursores purínicos de DNA. Os folatos são necessários em varias reações bioquímicas envolvendo transferência de unidades de um carbono em interconversao de homocisteina em metionina e na de serina em glicina, bem como na síntese de precursores purínicos. HEMATOPOIESE: A eritropoietina estimula a eritropoese, aumentando o número de células progenitoras. Sua produção é estimulada pela tensão de o2 nos rins. A hipóxia induz fatores (HIF2 ALFA E BETA) que estimula a produção de eritropoietina, neoformação vascular, síntese de receptores de transferina e aumenta a absorção de ferro. Quando a hemoglobina é incapaz de liberar o2 aumenta na anemia para tentar produzir mais. Se tem muito o2 no tecido irá diminuir a formação de eritropoietina. A principal função dos eritrócitos é o transporte de o2 aos tecidos e retorno de dióxido de carbono para os pulmões. Para executar esse troca os eritrócitos contem a hemoglobina (cerca de 640 milhoes dela por eritrócito). Cada molécula de HbA no adulto dura cerca de 3-6 meses. O ferro participa da formação da heme, sem o ferro não forma hemoglobina, não terá captação de o2. Se faltar b12 ou folato acarretará na não síntese de DNA que esta no núcleo. Deficiência grave de B12 geralmente decorre de anemia perniciosa, má absorção, mutação genética no receptor. FERROPENIA Conhecer as principais causas de ferropenia, com foco na perda sanguínea em homens (TGI – AINE, erosões, ulceras, hemorroidas, câncer) e mulheres (perda menstrual). Quando a deficiência de ferro está se desenvolvendo só ocorre anemia quando há depleção completa dos depósitos reticuloendoteliais de hemossiderina e ferritina. CAUSAS DE DEFICIÊNCIA DE FERRO: a causa dominante é a perda crônica de sangue, sobretudo uterina e no trato gastrointestinal, e a deficiência dietética raramente é a causa única ou predominante. Em lactantes, adolescente, gestação (aumento da massa eritroide materna) e lactação são fases que necessitam mais de ferro e é comum ter anemia. A enteropatia induzida por glúten, gastrectomia parcial ou total (bariátrica) e a gastrite atrófica (H. Pylori) podem levar a deficiência de ferro. Nas mulheres a principal causa de deficiência de ferro é o aumento do volume menstrual, enquanto doenças do trato gastrointestinal acometem mais os homens. ANEMIA Definida como diminuição da concentração de hemoglobina do sangue abaixo dos valores de referência para idade e sexo. Valores típicos para anemias seriam abaixo de 13,5g/dl em homens adultos e abaixo de 11,5 g/dl em mulheres adultas. As anemias são divididas em hipocromicas (anemia ferropriva, anemia sideroblastica e anemia de doença crônica), macrocitica (megaloblásticas, perniciosa entre outras). A diminuição da hemoglobina geralmente é acompanhada por baixa contagem de eritrócitos e do hematócrito, mas tais valores podem ser normais em alguns pacientes. Alterações no volume total do plasma e da massa total de hemoglobina circulante é que determinam a concentração de hemoglobina. Diminuição do volume plasmatico como na desidratação pode mascarar anemia e até causar pseudopoliglobulia. QUADRO CLÍNICO: As principais adaptações a anemia ocorrem no sistema cardiovascular com o aumento do volume sistólico e taquicardia e na curva de dissociação de o2 da hemoglobina. Presença ou a ausência de sinais clínicos podem ser consideradas de acordo com quatro fatores: Velocidade da instalação da anemia (as rapidamente progressivas causas mais sintomas do que as de instalação lenta porque tem menos tempo do SCV se adaptar), intensidade da anemia (anemia leve não causa sinais e sintomas mesmo as severas podem causas sintomas discretos), idade (o idoso tolera menos a anemia do que o jovem devido o efeito da falta de oxigênio nos órgãos quando a compensação do SVC está diminuída), curva de dissociação de o2 da hemoglobina. SINAIS E SINTOMAS: Dispneia, fraqueza, letargia, palpitação, cefaleia. Em idosos pode surgir insuficiência cardíaca, angina de peite, claudicação intermitente e confusão mental. Distúrbios visuais devido a hemorragia da retina podem complicas anemias muito severas. Palidez de mucosas e leito ungueal quando tem menorque 9-10. Hiperanese circulatória com taquicardia, pulso amplo Cardiomegalia, sopro sistólico. Unha em colher nas por deficiência de ferro; Icterícia nas anemias hemolíticas e Megaloblásticas; Ulceras de perna na anemia falciforme. Deformidade óssea na talassemia maior ANEMIA FERROPRIVA: Dentre os sintomas o paciente apresenta cansaço, fraqueza, estomatite angular (inflamação da mucosa da boca) e apetite por terra, gelo e alimentos crus. Importante lembrar que o ferro é absorvido no duodeno e no jejuno proximal e é facilitado por vitamina C e ácidos orgânicos. Para o ferro ser absorvido ele necessita da acao da ferroportina para transporta-lo da mucosa intestinal para o plasma sanguíneo. A ferroportina é reguladapelo hepdicina (hormônio encontrado no fígado). O ferro no plasma se lia a transferrina para ser transportado aos tecidos e na medula óssea ele é usado para a produção de hemoglobina. Após destruição dos eritrócitos no baço o ferro é recapturado. Sinais e sintomas gerais de anemia e desenvolve uma glossite indolor, estomatite angular, unhas friáveis ou em colher (coiloniquia), disfagia como resultado de membranas faringeas ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Causada pela deficiência de B12 ou ácido fólico, por deficiências de ingestão ou má absorção por gastroctominas ou doenças inflamatórias intestinais. A anemia perniciosa é outra causa comum de anemia megaloblástica, onde tem anticorpos que atacam as células parietais do estomago, causando gastrite atrófica e reduzindo a produção de fator intrínseco importante para absorção da B12. Na deficiência de B12 pode ter manifestações neurológicas (degeneração da bainha de mielina, pode ter fraqueza, parestesia e dificuldade de deambulação). Atraso da maturação do núcleo em relação a do citoplasma. Instalação insidiosa com sintomas e sinais gradativamente progressicos de anemia, O paciente pode ter icterícia leve pelo excesso so catabolismo de hemoglobina devido aumento da eritropoese ineficaz. Glossite, estomatite angular, perda de peso, purpura devido trombocitopenia e hiperpigmentacao generalizada; Pode ter manifestações neurológicas na def de VIT B12 (devido a degeneração da bainha de mielina dos neurônios): parestesias, fraqueza muscular e dificuldade de deambulação. Deficiência severa de VIT B12 pode causar neuropatia progressiva, que afeta os nervos sensitivos periféricos e os cordões posterior e lateral da medula espinal. A neuropatia é simétrica e afeta com mais frequências MMII. Principal mecanismo fisiopatológico nessa doença é a hemólise intramedular, que configura quadro de eritropoiese ineficaz, caracterizada pela presença de medula óssea hipercelular associado à anemia no sangue periférico. Mielograma: medula óssea hipercelular, com hiperplasia de seria vermelha e presença de megaloblastos (eritroblastos com volume muito aumentado), além de metamielócitos e bastonetes gigantes. Hemograma: pancitopenia, anemia é acompanhada de macrocitose de moderada a acentuada intensidade (VCM 110-113), com frequentes macro-ovalócitos, além de anisocitose e poquilocitoe evidentes. Contagem baixa de reticulocitos e plaquetas Tratamento: vitamina B12. ANEMIA POR MÁ ABSORÇÃO Após cirurgia bariátrica, gastrectomia, ressecção intestinal, hérnia de hiato, doenças inflamatórias intestinais. HEMOGRAMA DE ANEMIA CARENCIAL Caracterizar e explicar as principais alterações encontradas no hemograma nas anemias carenciais, bem como os exames laboratoriais confirmatórios para cada situação. No hemograma as alterações típicas são anemia microcítica e hipocromica, RDW elevado e as vezes plaquetose. A morfologia eritrocitária releva presença de leptócitos (eritrócitos alongados e hipocromicos); Nas fases iniciais se houver deficiência de ácido fólico e B12 o VCM e o HCM podem estar normais. Quando tem a deficiencia de ferro, primeiro é retiraod do estoque, então a ferritina é o primeiro parâmetro a se alterar. Uma vez esgotado o estoque começa a mobilizar ferro das proteínas de transporte, transferrina, diminuindo a saturação do mesmo pelo ferro. E por ultimo o ferro sérico se altera. Diagnósticos diferenciais: talassemia e doença crônica. AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO FERRO Os principais testes: determinação do ferro sérico, capacidade total de ligação do ferro, saturação da transferrina e da ferritina sérica. • Ferro sérico: pouco sensível, mas importante para o calculo da saturação da transferrina. • Capacidade total de saturação de ferro: é determinado pela capacidade de fixação do ferro não saturado por método colorimétrico. • Saturação da transferrina: indica quantidade de ferro ligada a proteína de transporte transferrina. É calculada pela divisão do ferro sérico pela capacidade toal de saturação do ferro. Apresenta boa relação com as deficiência de ferro. • Ferritina sérica: reflete a quantidade de ferro armazenada dentro das células. Entretanto a ferritina plasmática comporta-se também como proteína de fase aguda da inflamação, sendo secretada em grandes quantidades na vigência de quadros infecciosos, processos inflamatórios, neoplasias e lesão tecidual. TRATAMENTO Explicar os tratamentos disponíveis para cada tipo de anemia carencial, bem como a indicação de cada via de administração. Tratar a causa subjacente. Adm ferro para corrigir a anemia e repor os depósitos. FERRO POR VIA ORAL: Melhor preparação é o sulfato ferroso. 1 graduea de 200 mg tem 67 mg de ferro. De estomago vazio em intervalos de pelo menos 6 horas. Manter até correção da anemia e dos depósitos de ferro. FERRO POR VIA PARENTERAL: Calculado de acordo com o peso e grau de anemia. Usar quando necessidade imediata de ferro (sangramento do TGI, menorragia severa, hemodiálise crônica sob terapia com eritropoietina) ou ferro oral ineficaz ou paciente bariátrico. Sua velocidade de absorção não é superior ao do ferro oral porem repõe depósitos mais rapidamente ANEMIA DE DOENÇAS CRÔNICAS A severidade da anemia esta relacionada a gravidade da doença subjacente. Ferro serido e tibic baixos. Ferritina serica normal ou alta. Despositos normais de ferro na medula óssea mas ferro nos eritroblastos diminuído. Diminuição da liberação de ferro dos macrófagos ao plasma por causa do aumentos dos níveis de hepcidina por diminuição da sobrevida eritrocitasia e por resposta eritropoetinica inadequada a anemia, causada por citoquinas como IL1 e fator de necrose tumoral na eritropoese. Tratar doença de base, não adianta dar ferro. ANEMIA SIDEROBLASTICA Trata-se de uma anemia refrataria, definida pela presença de sideroblastos patológicos em anel na medula óssea. Eles ocorrem quando o ferro não é adequadamente usado para sintetizar a hemoglobina, se acumulando nas mitocôndrias ao redor so núcleo dos eritroblastos. Há ainda hiperplasia eritroide com eritropoese Ineficaz. É diagnosticada quando tem mais de 15% dos eritroblastos da medula são sideroblastos em anel. A causa é defeito na síntese do grupo heme. Nas hereditárias é caracterizda por um quadro hematológico acentruamente hipocromico e microcítico. Em forma primaria adquirida é um subtipo de mielodisplasia. Formas adquiridas reversíveis podem ser decorrente de álcool, chumbo e fármacos. Tratamento: Hereditária- piridoxina+ folato se acido fólico deficiente Forma adquirida primaria- eritropetina Casos graves- trasnfusao de sangue Bibliografia: 1. Fundamentos em hematologia. 6a.ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. Cap. 2, 3 e 5; 2. Doenças que alteram os exames hematológicos. 2ª.ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017. Cap.1.
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