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Karolina S Lima Infecções Congênitas e Perinatais A infecções neonatais são responsáveis por 25% das mortes no período neonatal (0-28 dias) >>> Classificações: Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) em Neonatologia: IRAS precoce de provável origem materna: corresponde aqueles em que o diagnóstico ocorreu nas primeiras 48 horas de vida com fator de risco materno (ex: bolsa rota por mais de 18 hrs, trabalho de parto prematuro (<35 semanas), procedimento de medicina fetal há <72hrs, febre materna nas últimas 48h, corioamnionite, colonização pelo EGB sem profilaxia intraparto. IRAS de provável origem hospitalar: corresponde aquelas em que a evidência diagnóstica ocorreu nas primeiras 48 horas de vida sem fator de risco materno e submetido a procedimentos invasivos IRAS tardia de origem hospitalar: corresponde aquelas cujo diagnóstico se deu após as 48 horas de vida. IRAS transplacentária: corresponde àquelas adquiridas por via transplacentária: herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis, hepatite b, vírus HIV. (Devem ser avaliadas separadamente das IRAS precoce ou tardia notificadas. Infecções Congênitas e Adquiridas TORCHS: Toxoplasmose Outros (varicela, hepatite B e C, HIV, estreptococo B) Rubéola Citomegalovirose Herpes Sífilis Karolina S Lima Características das TORCHS ● Infecções adquiridas pelo feto: 10% nascidos vivos; ● Vírus, bactéria, protozoário e fungos; ● Possuem difícil diagnóstico; ● Podem ser inaparente; ● A infecção materna na maioria das vezes é assintomática; ● Possui sinais clínicos inespecíficos ● Principais manifestações intra uterinas -- crescimento e desenvolvimento anormais do feto. Características mais comuns de serem encontradas nas TORCHS ● Rash cutâneo ● Petéquias ● Microcefalia ● Déficit de audição ● Hepatoesplenomegalia e anomalias cardíacas Fatores de risco para o desenvolvimento de infecções congênitas: - Práticas sexuais (múltiplos parceiros, ausência de proteção camisinha → ISTs); - Uso de drogas - Nível socioeconômico (condições de habitação e saneamento, acesso à saúde e informações relacionadas à prevenção das infecções congênitas. - Imunização materna (rubéola congênita) - Hábitos de higiene e alimentares (toxoplasmose) - Atividade profissional materna (creches, abrigos, escolas) - varicela, hepatite A e B, enterovírus Via transplacentária Fatores relacionados: ● Imunidade materna ● Características do agente etiológico ● Defesa placentária -- permeabilidade da placenta ○ maior defesa, quanto mais tardia for a gestação (idade gestacional) ● Possibilidade e consequências da infecção: ○ IG 20-25 semanas -> resposta imunológica do feto específica ao agente ○ imunidade passiva humoral → IgG materno (segunda metade da gestação) Karolina S Lima ● Repercussões das infecções intrauterinas: ○ 1º trimestre da gestação ■ maior chance de morte do embrião; ■ infecção sintomática fetal ■ piores desfechos ○ 2º metade da gestação ou próximo ao termo ■ infecção costuma ser inaparente ou latente Desfechos: ● Reabsorção do embrião; ● Aborto; ● Natimorto; ● Anomalias no desenvolvimento; ● Prematuridade; ● Doença aguda aparente ao nascimento ou no período neonatal ● Infecção assintomática; ○ pode ter sequelas ou não ○ 95% CMV ○ 65% Rubéola ○ 100% HIV Fatores de risco maternos ● Bolsa rota por mais de 18 hrs; ● Trabalho de parto prematuro; ● Procedimento de medicina fetal nas últimas 72 horas; ● ITU materna sem tratamento ou em tratamento em menos de 72 horas; ● Febre maternas últimas 48 horas antes do parto; ● Corioamnionite; ● Colonização pelo estreptococo B em gestante, sem profilaxia intraparto. Infecções Perinatais ● Aquelas adquiridas durante o parto e até 3 semanas após o parto ● Vias: ○ Transfusão materno-fetal ○ Microrganismos na cavidade amniótica ■ Comprometimento das membranas amnióticas, cordão umbilical ou placenta ○ Aspiração de líquido amniótico contaminado Karolina S Lima ○ Contato de pele e mucosas com secreções vaginais, sangue ou fezes ○ Leite materno ■ hepatite B, HIV, herpes simples, CMV, estreptococo B Desfechos no neonato: ● Sistema nervoso central -> meningites ● Pele e tecidos moles: impetigo (stafilococos aureus e epidermidis) ● Onfalites (infecção do coto umbilical) ● Infecções fúngicas (candidíase) ● Oftalmológicas (conjuntivites) → impetigo → impetigo Candidíase oral Karolina S Lima 5 Momentos de Higienização das Mãos na Neonatologia para a Prevenção de Infecções 1. Antes de contato com o paciente 2. Antes da realização de procedimentos assépticos 3. Após a exposição a fluidos corporais 4. Após o contato com o paciente 5. Após contato com o ambiente próximo ao paciente SEPSE NO PERÍODO NEONATAL Trata-se de uma resposta de caráter sistêmico a uma infecção, sendo caracterizada por evidência clínica do processo infeccioso e também pela presença dos sinais abaixo: ● Hipotermia ou hipertermia ● Taquicardia ● Taquipneia ● Alterações no HMG e PCR Sinais Inespecíficos: ● gemência ● taquipneia ● distensão abdominal ● letargia ● recusa alimentar ● icterícia ● hipotermia e má perfusão periférica ● hipotensão arterial --- manifestação clínica inicial em 25% dos casos Diagnóstico ● Reações sorológicas ● Resposta imunológica humoral específica materna Karolina S Lima ● Escore Infeccioso ● Calculadoras de Risco Manifestações Clínicas: ● Doenças Clínicas ○ Necessidade de ofertar O2, drogas vasoativas ○ apgar 5 min <5 ● Suspeito: persistente alteração fisiológica (menor ou igual 4 hrs) de forma intermitente ○ taquicardia (fc> ou igual a 160 bpm) ○ taquipneia (fr > ou igual a 60 mrpm) ○ instabilidade térmica ( maior ou igual a 38ºC ou menor que 36,4ºC) ○ desconforto respiratório (retração intercostal, batimento de asa do nariz) ○ Sem sinais >> Toxoplasmose ● Intrauterino ● transmissão: alimentação e higiene inadequadas, contatos com fezes de gato Karolina S Lima >> Sífilis ● intrauterino ● bactéria: treponema pallidum ● transmitido ao feto por mãe portadora de infecção ativa (1º e 2º estágio) ● transmissão: contato sexual ● sífilis congênita: placenta, cordão umbilical, membranas, fluídos amniótico e lesão genital *o ato de amamentar pode transmitir por meio das lesões mamilares Diagnóstico materno Testes não treponêmicos (reagínicos) - RPR- Rapid Plasma Reagin - VDRL - Venereal Diseases Research Laboratory - 1º trimestre da gestação - início do 3º trimestre (28º semana) - parto ou aborto Testes treponêmicos ● Detectam anticorpos específicos ○ TPHA (Treponema pallidum Hemaglutination) ○ FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody - Absorption) ○ ELISA (Enzyme-lynked Immunosorbent Assay) Diagnóstico RN ● Líquor ( contagem de células, VDRL e proteínas) ● Hemograma ● Função hepática ● Radiografia de ossos longos (pouco usual) ● Avaliação oftalmológica ● Raio x de tórax >> CMV ● intrauterino ou perinatal ● transmissão: contato íntimo, secreções Karolina S Lima >> Hepatite B ● intrauterino ou perinatal ● trasmissão: contato sexual, sangue, secreções ● A infecção crônica é inversamente proporcional a idade de exposição/quanto menor a idade maior o risco de infecção crônica ● Profilaxia: vacinação do RN: 0,5mL por via intramuscular (primeiras 12 horas) e posteriormente as outras duas doses ○ Prematuro e peso inferior a 2000g ■ Primeira dose: 1 mês de vida. Esquema de 4 doses ■ Filho de mãe AgHBs positiva: ● IgG específica e ser vacinado nas primeiras 12 horas de vida ( 4 doses) >> Rubéola ● intrauterino ● transmissão: vias aéreas, secreções ● Rubéola congênita raro e geralmente incompatíveis com a vida ● Síndrome da Rubéola Congênita: as manifestações podem ser transitórias e englobam: púrpura, trombocitopenia, hepatoesplenomegalia, icterícia, meningoencefalite, osteopatia radioluscente; permanentes: deficiência auditiva, malformações cardíacas, catarata, glaucoma, retinopatia pigmentar ou tardias: retardo do desenvolvimento, diabetes mellitus. >> HIV ● intrauterino ou perinatal ● transmissão: sangue, secreções (leite materno) >> Estrepto ● Perinatalou via ascendente ● Secreções
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