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EQUIPE CIRURGICA

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AULA 3 – EQUIPE CIRÚRGICA 
DANIELA FRANCO 
1. METODIZAÇÃO CIRÚRGICA 
a. Definição: conjunto de regras e disposições que devem 
presidir o ato cirúrgico, às quais cada um deve manter-se fiel, 
para que se consiga a mais elevada eficiência técnica. 
Evitam-se movimentos inúteis e perda de tempo. Favorece 
rapidez e precisão. 
 
b. Componentes: 
i. Técnica (padronização): depende da habilidade e do 
treinamento 
ii. Tática (melhor para cada paciente): depende do 
conhecimento 
 
2. PRINCÍPIOS GERAIS DA CIR URGIA METODIZADA 
a. Silêncio: princípio fundamental para que não se 
estabeleça confusão e desordem e para que se poupe o 
psicológico do doente nas vezes que em a anestesia é loco-
regional ou raquidiana. As palavras devem ser reduzidas ao 
mínimo imprescindível 
 
b. Autonomia: princípio básico para que cada um seja 
respeitado pelo seu trabalho e acatada sua atuação, 
evitando que um profissional interfira na ação do outro, o 
que poderia gerar desarmonia e falta de ordem. Garante os 
direitos de cada um, como retribuição as suas funções e 
obrigações 
 
c. Respeito e compreensão mútuos: princípio que preconiza 
que não existem funções subalternas, pois todos se 
equivalem em suas respectivas atribuições, nas quais são 
autônomos e respeitados 
 
d. Evitar movimentos sem finalidade: esses movimentos 
levam a perda de tempo e tiram a beleza do ato operatório. 
O movimento durante a cirurgia deve ser medido e exato 
para as funções a quais são destinadas e deve ocorrer de 
forma harmônica com participação de toda a equipe 
3. HISTÓRIA 
a. Ephraim McDowell: cirurgia na era moderna - ressecção 
TU ovário em 1809. “pai da ginecologia”. Fez a primeira 
ovariectomia (extração dos ovários) inicialmente, apenas em 
casos de problemas como cistos. 
 
b. William T. G. Morton: dentista - 1846 - anestesia 
inalatória. “pai da anestesia” foi um dentista americano 
responsável pela primeira demonstração pública com 
sucesso, de uma droga anestésica por inalação 
 
c. Billroth: pai da cirurgia abdominal. Primeira gastrectomia 
bem-sucedida ao câncer gástrico 
4. ELEMENTOS DO ATO CIRÚRGICO 
a. Cirurgião: O cirurgião é o responsável integral do ato 
operatório. Ele deve manter o controle, a ordem e a 
harmonia na cirurgia, bem como a notificação dos 
procedimentos realizados durante a cirurgia 
- Cabe ao cirurgião escolher a equipe e coordenar o trabalho 
da mesma 
- Principal executor e responsável pela intervenção cirúrgica 
- Secciona estruturas, faz hemostasia e promove a síntese 
dos tecidos 
- Precisa ter raciocínio rápido, decisões prontas, destreza 
manual e equilíbrio emocional 
 
b. Anestesista: O anestesista deve procurar a melhor via e 
forma para realizar a anestesia do paciente. Além disso, o 
anestesista deve estar atento a todas as intercorrências que 
interfiram no estado geral do paciente durante a aplicação, 
a ação e após efeito do anestésico. 
- A este cabe a escolha do pré-anestésico e da anestesia mais 
adequada 
- Autoriza o início da cirurgia 
- Pode solicitar a suspensão ou interrupção da cirurgia, na 
vigência do risco de vida ao paciente 
- É responsável pela vigilância constante do paciente, 
aferindo e corrigindo as variações homestáticas 
- Ao término da cirurgia, é responsável por fiscalizar e 
orientar a recuperação anestésica, até que o operado tenha 
condição de manter os reflexos vitais 
 
c. Cirurgião Auxiliar: O auxiliar do cirurgião pode colaborar 
ao facilitar o proceder cirúrgico, como: cortar fios, segurar e 
enxugar estruturas, dissecar acessos, fazer preparação pré e 
peri-operatório, orientar a posição correta do paciente para 
a cirurgia e colaborar com o instrumentador e o circulante. 
- É responsável por posicionar o paciente na mesa 
operatória, preparar o campo cirúrgico, organizar a mesa 
apropriada com o seu instrumental (pinça dente de rato, 
pinça anatômica, tesoura, afastadores e válvulas para 
exposição do campo operatório) 
- Auxilia o cirurgião nas manobras de hemostasia e afasta 
estruturas de maneira adequada 
- Dependendo da complexidade da cirurgia, podem haver 
dois auxiliares, que dividem as tarefas entre si 
 
d. Instrumentadora: O instrumentador auxilia a cirurgia ao 
dinamizar o processo de instrumentação cirúrgica. Este 
profissional deve ser atento, ágil, organizado, respeitoso e 
perspicaz 
- É responsável pela preparação mesa de instrumentação no 
início da intervenção e participa ativamente do ato cirúrgico 
- É responsável por manter o campo cirúrgico limpo e 
organizado, substituindo compressas, colocando as gazes e 
retirando fios e instrumentos deixados sobre o doente 
5. POSICIONAMENTO NO CAMPO CIRÚRGICO 
- O cirurgião se posiciona de acordo com a cirurgia a ser 
realizada 
- Primeiro auxiliar se posiciona a frente do cirurgião 
- Se houver segundo auxiliar, este se posiciona ao lado do 
cirurgião 
- Instrumentador se posiciona na diagonal do cirurgião 
- Anestesista, geralmente na cabeça do paciente 
 
a. Cirurgia no abdome superior ou supra-umbilica: cirurgião 
a direita do paciente (destro) 
b. Cirurgia no abdome inferior; infra-umbilical; ginecológicas 
ou próstata: cirurgião a esquerda (destro) 
c. Cirurgias lateralizadas (ex: apendicectomia, 
esplenectomia, hérnias laterais...): cirurgião se posiciona do 
lado a ser operado 
 
OBS: se o cirurgião for canhoto, a posição é ao contrário 
 
6. COLOCAÇÃO DOS CAMPOS CIRÚRGICOS 
- Duas pessoas paramentadas, realizam o desdobramento 
dos campos estéreis e os posicionam no paciente de acordo 
com a cirurgia e prende com os Backhaus 
 
ORDEM: degermação – campos cirúrgicos – antissepsia 
CASOS 
 
1. Você, como aluno do 4º ano, começa a frequentar o 
centro cirúrgico de um hospital da cidade, e empolgado 
leva seu smartphone e tira várias fotos. Discuta o fato. 
Discutir que não se deve tirar fotos, a não ser com prévia 
permissão do paciente (se ele estiver no fato) e do hospital 
(se for nas suas dependências). 
 
2. Em outra ocasião entra no centro cirúrgico, e astuto que 
você é, percebe em uma sala que o cirurgião é todo 
educado e usa termos como: “Por favor, um Kelly; muito 
obrigado pelo afastador”, e em outra sala o cirurgião, 
aparentemente ríspido, diz “Kelly”, “Farabeuf”. Discuta as 
formas de comunicação dos dois. 
As palavras devem ser reduzidas ao mínimo imprescindível 
aos pedidos estritamente necessários, e esses mesmos feitos 
sob a forma mais lacônica possível, designando-se apenas o 
nome daquilo que se deseja, orientando todos as fórmulas 
habituais de cortesia ou todo comentário inútil. Estes termos 
estão subtendidos pela própria harmonia e vontade mútua, 
colaboração que preside o trabalho de todos. 
 
3. Você é cirurgião, fez uma gastrectomia por tumor, e na 
checagem final a instrumentadora disse estar tudo certo 
(instrumentos cirúrgicos e compressas conferidos). Cerca 
de 2 anos depois recebe uma intimação a comparecer ao 
fórum. Existe um processo daquele paciente contra você 
por ele ter sido re-operado tempos depois achando 
compressas. Discuta as responsabilidades da cirurgia e o 
caso. 
Responsabilidade é do cirurgião no ato cirúrgico e do 
assistente de anestesia. 
- O cirurgião é o principal responsável por manter o campo 
operatório limpo, evitando o acumulo de gazes e 
compressas 
- O instrumentador apenas lhe entrega as gazes e 
compressas que lhe foram requeridas 
- Deve-se conferir a quantidade que foi utilizada antes e após 
o término da cirurgia e avisar em caso de falta 
- A circulante conta quantas gazes já foram utilizadas 
 
4. Esquematize no quadro a disposição da equipe cirúrgica 
e do anestesista nas seguintes cirurgias: laparotomia 
exploradora, retossigmoidectomia, colecistectomia 
videolaparoscópica e craniotomia. 
Quero com esta questão introduzir a disposição de todos os 
elementos do ato cirúrgico. Que o aluno perceba que a 
instrumentadora deve ficar a frente (diagonal) do cirurgião, 
nunca ao lado. Que antes de iniciar a cirurgia o cirurgiãoauxiliar (ou mesmo o cirurgião) oriente o anestesista a 
disposição do campo cirúrgico. No caso das varizes, a 
instrumentadora ficará nos pés para passar os ferros para os 
dois lados. Na neurocirurgia, os cuidados com o tubo 
orotraqueal e acessos venosos, que tenham conexões longas 
e bons monitores. Muitas vezes cobre-se toda a cabeça. Dar 
enfoque para os cuidados da anestesia.

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