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1 Isabela Slongo e Davi Cruz l Tut 16 Imunologia | Teórica | Caso 1 O sistema imunológico, sistema imune ou imunitário é um conjunto de elementos existentes no corpo humano. Esses elementos interagem entre si e têm como objetivo defender o corpo. Composto por células e moléculas solúveis que são responsáveis pela imunidade/proteção. A resposta coletiva e coordenada à introdução de substâncias estranhas é chamada de Resposta Imunológica. CONCEITOS IMPORTANTES Imunidade: resposta desencadeada pela presença de “partículas estranhas” • Microrganismos, toxinas, alérgenos... • Sejam patogênicas ou não; • A apoptose desregulada das células de nosso organismo também podem causar uma resposta imune • Substâncias não patogênicas podem ocasionar uma enfermidade Antígeno: Molécula capaz de ativar a resposta imune • Vírus, bactérias, parasitas, fungos, células (Que serão o foco das aulas práticas) Imunologia: Estuda o sistema imunológico e as condições que podem afetá-lo, ou seja, que podem tira- lo da sua condição de homeostasia. CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES A resposta imune específica clássica é contra os patógenos, que vão desde as moléculas microbianas até as macromoléculas e vermes como Ascaris e outros visíveis a olho nu. • Nesse caso, causam a resposta imune não somente por serem invasoras, mas também pelo seu potencial patogênico. Existe também a resposta imune contra os alérgenos, tanto respiratórios como alimentares Processos celulares fisiológicos desregulados são também reconhecidos como estranhos pelo nosso organismo, como no caso das células cancerígenas • A resposta imune contra essas células transformadas não pode ser considerada do tipo autoimune por conta das diversas mutações que alteraram seu fenótipo, seus componentes de superfície e etc, a descaracterizando como própria do organismo. Todos esses processos serão melhor abordados ao decorrer das aulas. REALIZAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE 1. Reconhecimento pelos receptores celulares da “substância estranha”, gerando uma “ativação celular” 2. Combate imediato iniciado por certas células (RESPOSTA INATA) 3. Desenvolvimento de resposta específica mais tardiamente que irá de fato erradicar as substâncias reconhecidas como estranhas pelo corpo que desencadearam uma doença. (RESPOSTA ADAPTATIVA) O sistema imune atua em 2 fases: IMUNIDADE INATA/NATURAL É a defesa contra a lesão, mediada por reações imediatas que preexistem à esta lesão. Defesa de baixa especificidade pois consegue distinguir alguns grupos microbianos, contudo, não chega à nível de espécie ou gênero. É incorreto afirmar que a imunidade inata é inespecífica. O que ocorre é uma baixa especificidade! Reconhece por exemplo: A flagelina presente no flagelo das bactérias; O LPS nas bactérias Gram negativas, mas não discerne dentro desses grupos. É muito importante, já que, sendo preexistente, ela consegue reconhecer muito rapidamente o invasor e na mesma velocidade organizar uma resposta contra ele. Realizada por células residentes naquele tecido; Não lida bem com infecções “mais importantes”; Introdução à imunologia Sistema imunológico ÍNDICE Sistema Imunológico Atuação de forma temporal Imunidade ativa x Imunidade passiva Identificação celular Atuação de forma temporal 2 Isabela Slongo e Davi Cruz l Tut 16 Imunologia | Teórica | Caso 1 Evita o crescimento microbiano; Restringe a infecção para novas células; Impede disseminação sanguínea. Macrófagos, células NK, eosinófilos, basófilos, mastócitos, sistema complemento e as células dendríticas são alguns meios pelos quais essa imunidade se dá. IMUNIDADE ADAPTATIVA/ADQUIRIDA É a resposta imunológica que é formada pela exposição à agentes infecciosos, ou seja, não preexiste. Altamente especifica e especializada, exclusiva para cada patógeno. Mediada por linfócitos Mais tardia e é dividida em: IMUNIDADE CELULAR: TH1 Mediada por células, denominadas Linfócitos T e que podem ser de duas classes: • Linf. T helper/auxiliar: Convoca células inatas para matar o invasor Th1: Ativa macrófagos Th17: Convoca neutrófilos • Linf. T citotóxico/killer: Mata diretamente por citotoxidade, através de grânulos que fazem poros nas células infectadas, levando à lise celular e é muito eficiente para combater tumores e patógenos intracelulares O Padrão Th1 age com Linf. T killer e com Th1 ativando Macrófago O Padrão Th17 age com Linf. T killer e com Th17 convocando neutrófilos Os dois padrões podem coexistir para a eliminação de um patógeno A resposta TH1 é muito mais inflamatória do que a TH2. IMUNIDADE HUMORAL: TH2 O termo humoral vem do latim humor, que quer dizer fluido ou líquido corporal) Mediada por anticorpos produzidos pelos Linfócitos B • Agem à nível extracelular, com anticorpos. • Destroem patógenos no meio extracelular, como helmintos, por exemplo. • O Th17 apesar de ser da imunidade celular também é útil para patógenos intracelulares (Será melhor explicado nas próximas aulas) A resposta TH2 é mais regulatória. Também promove inflamação, mas num grau bem menor. BALANÇO TH1 X TH2 • As respostas TH1 e TH2, num organismo em homeostase, também estão perfeitamente equilibradas. A depender do tipo de infecção, uma dessas repostas vai predominar sobre a outra. Lembrando que é apenas predominância, não exclusividade. • Um bom exemplo é a vacina, que erroneamente é associada apenas à produção de anticorpos, mas que produz tanto resposta TH1 como TH2, a depender do patógeno a ser combatido. • Para exemplificar, podemos pensar numa infecção viral. Os anticorpos produzidos pela resposta Th2 seriam uteis numa infecção viral para neutralizar o vírus antes de ele entrar na célula, ou seja, na fase de replicação celular. Esse mecanismo é rápido pois ocorre logo no início da infecção, quando o vírus acabou de se estabelecer no organismo humano. • Ou seja, nesse caso, ainda que a resposta celular seja mais competente, a humoral também é atuante no combate à doença. Resumindo: A resposta Th1 e Th2 são opostas, uma inibe a outra, porém, as duas irão existir, com uma predominando em relação a outra em cada situação. Já o Th17 não é antagônico nem à Th1 nem à Th2, podendo estar elevado junto com cada um deles. RESISTÊNCIA E SUSCEPTIBILIDADE Com cada patógeno, em sendo ele intra ou extracelular, é necessário que Th1 ou Th2 predomine para lidar melhor com a infecção, caracterizando o caso como uma situação de resistência ou susceptilidade. • Exemplo 1: Na infecção por Covid-19, tratando-se de um vírus, logo, de um parasito intracelular obrigatório, é necessário que o Th1 seja predominante (lembrando que o Th2 também vai atuar, mas relativamente em menor quantidade) pelo fato desta resposta lidar melhor com patógenos intracelulares; esse caso se caracteriza como uma situação de resistência. Porém, caso predominasse uma reposta Th2, caracterizaria uma situação de susceptibilidade, com maior possibilidade de persistência e agravamento da doença. • Exemplo 2: Para combater um câncer, é necessário que a resposta mais elevada seja a Th1. Se por acaso a Th2 estiver mais alta, haverá a progressão do câncer, podendo acontecer uma metástase. Há patógenos que são capazes de modular a resposta para que o individuo faça a resposta menos competente para os destruir, isto está relacionado ao grau de patogenicidade do patógeno. Comorbidades podem modular a resposta. • Exemplo: Alérgicos são geneticamente polarizados para Th2 quando em contato com o alérgeno. Os alérgicos graves são mais suscetíveis às viroses por não ter uma imunidadecelular tão eficiente para lidar com os vírus, evoluindo para casos mais graves quando comparados aos não alérgicos. 3 Isabela Slongo e Davi Cruz l Tut 16 Imunologia | Teórica | Caso 1 IMUNIDADE ATIVA X IMUNIDADE PASSIVA Na imunidade ativa, temos a ação do próprio organismo para conseguir vencer um agente invasor, ou seja, ela ocorre quando nosso corpo tem contato com um agente estranho e desenvolve uma reação imunológica. • A Imunidade ativa natural ocorre quando ficamos doentes, por exemplo. • A Imunidade ativa artificial é aquela que ocorre como consequência da vacinação. Na imunidade passiva, o corpo não desenvolve uma reação imunológica. O que ocorre, nesse caso, é que o organismo recebe já prontos os produtos dessa reação, como os anticorpos • A Imunidade passiva natural ocorre quando recebemos leite da mãe, onde há uma passagem natural de anticorpos para o bebê. • A imunidade passiva artificial ocorre quando a pessoa recebe anticorpos prontos, sendo muito útil em doenças que necessitam de tratamento rápido, como a doença tetânica. CRONOL OGI A D A R ESPOS TA IMUNE (SP OILER DA PRÓXIMA A ULA) A resposta imune é cronológica, da inata ela progride para a adaptativa IDENTIFICAÇÃO CELULAR Cluster of differentiation (CD) é um marcador de superfície que identifica uma linhagem de diferenciação particular reconhecida por um grupo de anticorpos monoclonais Antígenos CD são moléculas originalmente definidas como sendo presentes na membrana celular de leucócitos e reconhecidas por moléculas especificas de anticorpos, porém agora inclui também algumas moléculas intracelulares e moléculas presentes em outras células que não leucócitos Fisiologicamente, antígenos CD não pertencem à nenhuma classe particular de moléculas Servem para diferenciar tipos celulares Exemplo: Todas as APC expressam CD1 em sua membrana Esses marcadores ajudam também na pesquisa, terapia e diagnóstico, pois com eles se torna possível identificar quais células estão envolvidas em determinada doença.
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