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Unidade I Introdução à Administração de Materiais

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Administração 
de Materiais
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Brena Bezerra da Silva
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Santos
Introdução à Administração de Materiais
• Introdução à Administração de Materiais;
• Evolução da Administração de Materiais;
• Gestão de Materiais;
• Gestão de Materiais e Outras Áreas da Produção.
 · Apresentar as definições, delimitações e importância estratégica so-
bre a administração de materiais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Introdução à Administração de Materiais
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Introdução à Administração de Materiais
Contextualização
Como as revoluções industriais contribuíram com a Administração de Materiais? Por que 
algumas fábricas decidem administrar seus estoques em centros de distribuição espalhados? Ex
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or
Para responder a essas perguntas, precisamos entender o gerenciamento da 
administração de materiais. Seremos capazes de respondê-las com o nosso estudo 
desta apostila.
Na indústria ou no setor de serviços, há a necessidade de controlar adequada-
mente os materiais que fazem parte da empresa para minimizar os custos. Por bens 
materiais, podemos entender todos os materiais tangíveis da empresa.
Introdução à Administração de Materiais
A Administração de Materiais compreende o agrupamento dos materiais, de vá-
rias origens, e a coordenação dessa atividade com a demanda de produtos ou servi-
ços da empresa. Desse modo, soma esforços de vários setores, que, naturalmente, 
apresentam visões diferentes. Mesmo assim, pode-se concluir que uma empresa 
englobaria todas as atividades relativas aos materiais, exceto as diretamente vincu-
ladas ao projeto, ou a manutenção dos dispositivos, equipamentos e ferramentas. 
Em outras palavras, a Administração de Materiais inclui a maioria ou a totalida-
de das atividades realizadas dos seguintes departamentos: compras, recebimento, 
planejamento e controle da produção, expedição, transportes e estoques. A mo-
vimentação dos produtos acabados ou semiacabados de uma unidade fabril para 
outra ou da empresa para seu cliente também exige a coordenação entre demanda 
e suprimento; esta coordenação constitui a distribuição física. Pode ser definido 
como o transporte eficiente de produtos acabados do final da linha de produção até 
o consumidor, incluindo em alguns casos também o transporte de matéria-prima 
da fonte de suprimento ao início da linha de produção. Esse conjunto de atividades 
engloba o transporte de carga, armazenagem, movimentação física de materiais, 
embalagem, controle de estoque, seleção de locais para o armazém, processamen-
to de pedidos e atendimento ao cliente (DIAS, 2010).
Assim, segundo Dias (2010), a administração de materiais compreende as ati-
vidades de:
 · Compras;
 · Controle de estoque de matérias-primas;
 · Controle de estoque de componentes;
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 · Armazenagem de matérias-primas;
 · Armazenagem de componentes;
 · Controle de estoque nos centros de distribuição;
 · Administração dos centros de distribuição; 
 · Planejamento dos centros de distribuição.
Slack, Chambers e Johnston (2009) complementam que o conceito de gestão 
de materiais envolve a função compras, expedição, gestão de estoques, gestão de 
armazenagem, planejamento e controle de produção e gestão de distribuição física. 
Uma boa administração de materiais pode estar relacionada com boas condi-
ções financeiras em uma empresa. Segundo Francischini e Gurgel (2002), uma 
administração de materiais deficiente utiliza mal os recursos financeiros escassos, 
muitas vezes sem resultado na área produtiva ou, como é mais grave, no nível de 
atendimento ao cliente. Quando se elabora um programa para a implantação de 
administração de materiais, estabelecem-se objetivos financeiros e administrativos 
bem definidos, conforme exemplificado por Francischini e Gurgel (2002):
 · Eliminar totalmente itens sem movimentação, pela erradicação defi nitiva 
das causas da existência de itens em estoque sem utilidade à produção ou 
para a venda;
 · Reduzir em 50% os investimentos em estoques, sem prejuízo da produção 
e do atendimento aos clientes;
 · Reduzir drasticamente as perdas de materiais na logística pela utilização de 
técnicas de movimentação e acondicionamento;
 · Obter um nível de serviço próximo de 100% no atendimento aos pedidos 
dos clientes;
 · Eliminar 50% do custo das embalagens dos materiais pela utilização de 
novos sistemas de movimentação e abastecimento.
Assim, a administração de materiais eficiente é, sem dúvida, uma das condições 
fundamentais para o equilíbrio econômico financeiro de uma empresa. Tratar ade-
quadamente do abastecimento, do planejamento e do reaproveitamento de mate-
riais contribui para a melhoria do resultado de qualquer organização.
Evolução da Administração de Materiais
A evolução de materiais passou por diversas fases. Primeiramente, devemos 
entender que a administração de materiais faz parte da Gestão de Cadeia de 
Suprimentos e Logística.
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UNIDADE Introdução à Administração de Materiais
Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz 
de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto 
de consumo dos produtos/serviços com o propósito de atender às necessidades dos clientes 
(BALLOU, 2006).
Já a Gestão de Cadeia de Suprimentos, ou, em inglês, Supply Chain Management, é um termo 
que capta a essência da logística integrada, é a coordenação estratégica e sistemática das 
tradicionais funções de negócios e das táticas ao longo dessas funções de negócios no 
âmbito de uma determinada empresa (BALLOU, 2006).
Ex
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Segundo Dias (2010), a Logística é dividida em Administração de Materiais e 
Transporte e Distribuição Física. Dessa forma, a Administração de Materiais é um 
subsistema da Logística. 
Assim, para compreendermos a evolução da Administração de Materiais, pode-
mos entender a evolução da Logística. 
Segundo Machine (2011), o transporte dos materiais – matérias-primas, produ-
tos em fabricação e produtos acabados – sempre mereceu atenção por parte dos 
responsáveis pela gestão industrial, por ser assunto estreitamente ligado ao layout e 
à estruturafísica do prédio e por ter implicações na produtividade, na qualidade, na 
segurança no local de trabalho e nos custos da operação. Em vista dos imperativos 
operacionais e dos custos envolvidos, o transporte das matérias-primas, dos com-
ponentes e dos demais insumos, desde suas fontes até a fábrica, sempre foi tópico 
essencial da administração da produção e constituiu um dos fatores mais relevantes 
para a localização da indústria. Pelas mesmas razões, o escoamento dos produtos 
acabados até os centros de consumo (distribuição) também exigiam, numa conside-
ração de máxima importância, a escolha da localização da empresa.
A escala crescente das operações nas décadas do pós-guerra, de 1945 adiante, 
o advento de novos equipamentos e tecnologias de transporte, tais como a empi-
lhadeira de garfos, o transelevador, a paletização, as correias transportadoras, o 
contêiner e os graus crescentes de mecanização e automação exigiam que se desse 
um nível de atenção sempre maior ao transporte, tanto de entrada (input) quanto 
interno e de saída (output). A engenharia de produção e a engenharia econômica, 
que analisam os equipamentos e permitem determinar os mais adequados de for-
ma técnica e econômica, encontravam, na área de transporte, um fértil campo de 
aplicações (MACHINE, 2011).
Nos Estados Unidos, na década de 1960, uma nova visão gerencial estava 
alterando a percepção anteriormente dominante acerca da área de transporte. 
Notava-se que a tarefa de entregar o produto na quantidade certa, no local certo, 
na hora certa, incluía mais do que o transporte em si. A integração da gestão dos 
estoques, do armazenamento, das compras, da produção, da comunicação e da 
informação seria necessária para abastecer corretamente, ao mínimo custo possí-
vel. Em vez da única variável transporte, a equação do abastecimento necessitava 
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da introdução de mais variáveis. Os militares utilizavam o termo ‘logística’ para 
designar o suprimento de munições e provisões às tropas nos campos de batalha. 
Os resultados da logística militar, que havia contribuído decisivamente para a vitória 
dos aliados na Segunda Guerra Mundial, incitavam as empresas a adotar seus en-
sinamentos. Também influiu na aceitação da nova visão logística a divulgação das 
técnicas de pesquisa operacional. Essa área propunha a quantificação da gestão, 
por meio da criação de modelos matemáticos para solução dos problemas adminis-
trativos complexos, como, em especial, os de transporte. Um problema típico era, 
por exemplo: que fábricas ou que filiais deveriam abastecer quais mercados, para 
minimizar os custos totais da operação? (MACHINE, 2011).
Dessa forma, surgiram diversas pesquisas sobre o transporte de mercadorias, 
mas adicionado a isso o conceito de logística foi ampliado para a administração de 
materiais, englobando assim, as dimensões de compras, gestão de estoques, arma-
zenamento, comunicação, informação e administração. Somada a essa ampliação, 
as pesquisas e as empresas passaram a envolver diversas áreas empresariais e de-
cisões estratégicas voltadas para a logística, assim também uma nova concepção, 
chamada cadeia de suprimentos (supply chain), surgiu na comunidade empresarial 
e veio enriquecer o ponto de vista logístico.
Francischini e Gurgel (2002) complementam que com o surgimento da mecani-
zação, da busca pela produção mais eficiente e a automação, o excedente da linha 
de produção se torna cada vez mais uma preocupação, e com isso a Administração 
de Materiais se torna uma ferramenta fundamental para que exista o equilíbrio dos 
estoques, para que não falte a matéria-prima, porém, não haja excedentes. Pode-
-se dizer ainda que a administração de materiais tem o objetivo de harmonizar os 
interesses entre as necessidades de suprimentos e a melhoria dos recursos financei-
ros e operacionais das empresas.
Assuntos tradicionalmente ensinados sob os nomes de gestão de materiais, ar-
mazenamento, administração de almoxarifados, transportes também são engloba-
dos sob a denominação genérica de logística, ou cadeias de suprimento. 
Gestão de Materiais
Do ponto de vista de gestão de materiais, os materiais constituem os insumos 
básicos para que o processo produtivo possa transformar em produtos acabados. 
Assim, representam a base fundamental do processo produtivo das empresas 
industriais e o elemento básico de transformação.
O material parado ou estocado é material inutilizado, ao menos temporariamen-
te. Isso representa um custo adicional: o custo de apenas ter os materiais disponí-
veis sem utilização. O fluxo de materiais significa trânsito que todo material per-
corre, desde transformar em produto acabado no depósito de produtos acabados.
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UNIDADE Introdução à Administração de Materiais
Aspectos do Fluxo de Materiais
Segundo Chiavenato (2014), o fluxo de materiais, tráfego interno ou transporte 
interno de materiais representa toda e qualquer movimentação de materiais, desde 
a aquisição de matérias-primas até a chegada do produto acabado em um plano lo-
gístico. A movimentação de materiais deve atender aos seguintes aspectos básicos:
1. Repor continuamente as matérias-primas nas linhas ou células de produ-
ção da fábrica.
2. Transportar o material em processamento pelos diversos postos de traba-
lho ao longo da empresa.
3. Encaixotar e armazenar materiais em função de limitações, como espaço 
e tempo.
4. Utilizar uma abordagem integrada de sistemas que esteja ou não automa-
tizada, já que tem conexões com várias e diferentes áreas da produção.
5. Atender a procedimentos de segurança, seja para as pessoas envolvidas, 
seja para os materiais, ou ainda para a própria continuidade da produção.
6. Levar em conta o aspecto econômico, pois a entrega de materiais e maté-
rias-primas no lugar certo e no tempo certo é indispensável para a eficácia 
do sistema e para a garantia de baixo custo.
O fluxo de materiais interno e externo em uma empresa é representado na 
Figura 1.
Figura 1 – Fluxo de materiais externo
Fonte: Chiavenato, 2014
Todo o processo produtivo envolve um fluxo de materiais. Quase sempre, o 
fluxo envolve algumas paradas, ou passa por alguns gargalos da produção, nos 
quais o material fica estacionado durante muito tempo. 
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Gargalo de produção é o ponto em que a produção é mais demorada, fazendo com que o 
material fi que parado por mais tempo.Ex
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O fluxo de materiais internamente é apresentado na Figura 2.
Figura 2 – Apresentação do fl uxo de materiais na fábrica
Fonte: Chiavenato, 2014
Classifi cação dos Materiais
O fluxo de materiais faz com que os materiais se modifiquem gradativamente 
ao longo do processo produtivo. À medida que os materiais seguem o fluxo, eles 
podem ser classificados em diferentes categorias. Assim, de acordo com Chiavenato 
(2014), os materiais se classificam em:
1. Matérias-primas;
2. Materiais em processamento e materiais semiacabados;
3. Materiais acabados ou componentes; 
4. Produtos acabados;
A seguir, veremos cada um dos tipos de materiais separadamente.
Matérias-Primas
As matérias-primas são os insumos e materiais básicos que ingressam no processo 
produtivo da empresa. Constituem todos os itens para o processamento da produção. 
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UNIDADE Introdução à Administração de Materiais
As matérias-primas variam de acordo com o tipo de produto a ser produzido, cada 
setor da economia e cada tipo de indústria precisa estudar o melhor negócio na com-
pra de matéria-prima, analisando principalmente questões como: preço, condições 
de entrega, qualidade, prazos e flexibilidade (CHIAVENATO, 2014).
A Figura 3 apresenta alguns tipos de matérias-primas para diferentes indústrias.
Figura 3 – Exemplos de matérias-primas
Fonte: Chiavenato, 2014
As empresas que vendem matérias-primas para as empresas que processam são 
chamadas de fornecedores. Segundo Chiavenato (2014), quando a própria empre-
sa resolve produzir suas matérias-primas, ela passa a ser seu próprio fornecedor 
interno. A isso se dá o nome de verticalização,que significa a inclusão de mais de 
um estágio do processo produtivo, que antes era externo e agora passa a ser exe-
cutado pela própria empresa.
Materiais em Processamento
Os materiais em processamento são aqueles que estão sendo processados ao 
longo do processo produtivo. Podem ser chamados também de materiais em pro-
cessamento. Uma vez que as matérias-primas passam pela primeira operação, 
são chamadas de materiais em processamento até o término das operações. 
Após as operações serem concluídas, os materiais em processamento irão 
para o depósito e passam a ser materiais semiacabados ou materiais acabados 
(CHIAVENATO, 2014).
Exemplos de produtos em processamento podem ser vistos na Figura 4.
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Figura 4 – Exemplos de materiais em processamento
Fonte: Chiavenato (2014)
Há também a classificação de materiais em processamento quando estes estão 
em estágio final do processo, que são os materiais semiacabados. Os materiais 
semiacabados são materiais parcialmente acabados, diferem dos materiais em pro-
cessamento, pois se encontram quase acabados, faltando apenas algumas etapas 
do processo produtivo para se transformarem em materiais acabados, ou em pro-
dutos acabados (CHIAVENATO, 2014).
Materiais Acabados ou Componentes
Os materiais acabados são também denominados de componentes, porque 
constituem peças isoladas ou componentes já acabados e prontos para serem mon-
tados ao produto. Na realidade, são partes prontas ou pré-montadas que, quando 
juntadas ou integradas, constituirão o produto acabado (CHIAVENATO, 2014).
Figura 5 – Exemplos de materiais acabados
Fonte: Chiavenato, 2014
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UNIDADE Introdução à Administração de Materiais
Produtos Acabados
Os produtos acabados são os produtos já prontos e cujo processamento foi 
completado inteiramente. Constituem os produtos em estoque final para serem 
despachados ou disponíveis para clientes.
Então, os produtos acabados são aqueles materiais que passaram por todos os 
estágios do processo produtivo, conforme mostra a Figura 6. Dessa forma, pode-
mos classificar os materiais na fábrica conforme seus estágios.
Figura 6 – Classificação dos materiais conforme os estágios de produção
Fonte: Chiavenato, 2014
A classificação dos materiais é importante uma vez que facilita a gestão dos ma-
teriais. Assim, o gestor poderá planejar adequadamente a quantidade necessária de 
estoques para cada fase do fluxo dos materiais ao longo dos estágios de produção 
e também os requisitos de acomodação para esses materiais, conforme apresenta 
a Figura 7.
Figura 7 – Gestão dos materiais
 Fonte: Chiavenato, 2014
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A influência dos equipamentos e sistemas para a armazenagem na produtividade 
industrial pode ser observada em todas as suas frentes. Um método adequado para 
estocar matéria-prima, peças em processamento e produtos acabados permite di-
minuir os custos de operação, melhorar a qualidade dos produtos e acelerar o ritmo 
dos trabalhos. Além disso, provoca redução nos acidentes de trabalho, redução no 
desgaste dos equipamentos de movimentação e menor número de problemas de 
administração (DIAS, 2010). 
Gestão de Materiais e
Outras Áreas da Produção
A gestão de materiais engloba o fluxo de informações com outras áreas da 
produção como o Planejamento e Controle da Produção (PCP), gestão financeira 
da empresa, relacionamento com clientes e fornecedores e logística e entre outras. 
De acordo com Gonçalves (2016), a administração de materiais tem uma grande 
interface com diversos setores da empresa, como:
 · A área fi nanceira, considerando a necessidade de aporte de recursos para 
a aquisição de diversos recursos, incluindo os materiais, que serão neces-
sários para a produção de bens e serviços;
 · A produção propriamente dita e o PCP, responsável pelo fornecimento 
das previsões de utilização dos diversos insumos, matérias-primas e com-
ponentes necessários para a fabricação dos produtos;
 · A área de vendas, por representar o elemento-chave para defi nir o volume 
de fabricação dos produtos e, consequentemente, estabelecer sua corres-
pondência quanto ao suprimento dos diversos itens;
 · A área dos recursos humanos, em face da necessidade de suprir a área 
de administração de materiais com o pessoal devidamente capacitado e 
treinado ao exercício da função;
 · A área de logística e distribuição, objetivando a articulação entre os pro-
cessos de fornecimento de produtos, produção e clientes, atendendo a 
necessidade e expectativas dos clientes;
 · A área de sistemas de informação e tecnologia da empresa, garantindo o 
fl uxo de informações confi áveis sobre a necessidade dos materiais. Com 
a função de apoiar e manter os registros e informações necessárias aos 
diversos órgãos da empresa, envolvendo as várias etapas do fl uxo de su-
primento de bens, tanto destinados à produção quanto ao abastecimento 
do mercado consumidor.
Assim, uma boa gestão de materiais envolve uma relação de confiança com as 
diversas áreas da empresa e produção de modo a garantir a quantidade adequada 
de materiais e no prazo necessário. As previsões de demanda e informações de
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UNIDADE Introdução à Administração de Materiais
softwares de tecnologia e informação, sobre o andamento da produção usados na 
área de PCP, devem ser compartilhadas com o gestor de materiais, a fim de garantir 
o fluxo contínuo de produção e evitar a falta de materiais nos estágios da produção.
Dessa forma, a integração de todas as áreas da empresa pode garantir eficiência 
e eficácia da gestão de materiais, levando a uma vantagem competitiva da empresa 
e redução de custos.
Importante!
Lembra que fizemos duas perguntas no início desta unidade? As revoluções industriais 
contribuíram muito para o desenvolvimento da Administração de Materiais, uma vez que 
ajudaram a desenvolver tecnologias para armazenagem, gestão de estoques e transportes. 
Graças às evoluções da tecnologia, conseguimos comprar itens por um determinado site de lojas 
on line e receber nossos produtos em pequeno intervalo de tempo. A revolução da informática 
também influenciou muito na administração dos materiais. As tecnologias de informação são 
cruciais para o bom atendimento, uma vez que informam a quantidade de itens disponíveis, 
para prometer e atender às necessidades dos clientes. Com o estudo do comportamento 
dos clientes, as fábricas podem investir em diversos centros de distribuição e economizar com 
transportes. Assim, uma fábrica poderá implantar diversos centros de distribuição para atender 
seus clientes e reduzir custos de entrega.
Trocando ideias...
Nas próximas unidades, iremos entender as principais áreas da gestão de mate-
riais e como garantir um bom planejamento de compras e estoques.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Administração de Materiais
LÉLIS, Eliacy Cavalcanti. Administração de materiais. São Paulo: Pearson Educa-
tion Brasil, 2016. (E-book)
Administração da Produção e Operações com Ênfase em Logística
SUZANO, Márcio Alves. Administração da produção e operações com ênfase em 
logística. Rio de Janeiro: Interciência, 2013. (E-book).
From Waste to Sustainable Materials Management: Three Case Studies of the Transition Journey
SILVA, Angie. ROSANO, Micheli. STOCKER, Laura. GORISSEN, Leen. From waste 
to sustainable materials management: Three case studies of the transition journey. 
Waste Management, v. 61, pp. 547-557, 2017.
The Importance of the Administration of Materials in the Receipt and Dispatch of a Small Business Family Company
DOMINGUES, Marco Aurélio Zenardi. GIACAGLIA, Giorgio Eugenio Oscare. The 
importance of the administration of materials in the receipt and dispatch of a small 
business family company. Engineering Research: technical reports, v. 8, n. 6,
pp. 1-16, 2017.
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UNIDADE Introdução à Administração de Materiais
Referências
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. 5. ed. Porto 
Alegre: Bookman, 2006. 616 p.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestãode materiais: uma abordagem introdutória. 3. 
ed. Barueri, SP: Manole, 2014. (E-book).
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 
5. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2010. 537 p.
FRANCISCHINI, Paulino G. GURGEL, Floriano do Amaral. Administração dos 
materiais e patrimônio. São Paulo: Thompson Pioneira, 2002. 309 p.
GONÇALVES, Paulo Sérgio. Administração de materiais. 5. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2016.
MACHINE, Claude. Cinco décadas de logística empresarial e cadeia de suprimentos 
no Brasil. Revista Administração de empresa, v. 51, n. 3, pp. 227 – 231, São 
Paulo, 2011.
SLACK, Nigel. CHAMBERS, Stuart. JOHNSTON, Robert. Administração da 
produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 703 p.
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