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LEI DE REGISTRO EMPRESARIAL Direito de Empresa REGISTRO EMPRESARIAL Efeitos Jurídicos do Registro Art. 967 do Código Civil “obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade”. Contudo a não inscrição traz impedimentos ao exercício de sua atividade, acarretando-lhe a pecha de irregular e impondo-lhe inúmeras restrições previstas na legislação administrativa, processual e mercantil. Vejamos REGISTRO EMPRESARIAL � O registro não é requisito para a caracterização do empresário e sua consequente submissão ao regime jurídico empresarial. � Ao empresário não registrado é vedado requerer a falência de outro e, ainda, pleitear sua própria recuperação judicial. Art. 1.181, do Código Civil: Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis. Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios. � A autenticação de livros empresariais somente é possível ao empresário regularmente inscrito no órgão de Registro de Empresa, conforme dispõe o parágrafo único do REGISTRO EMPRESARIAL Obs.: A nova lei falimentar prevê a condenação do empresário que “deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios” a penas de 1 a 2 anos de detenção (Lei n. 11.101/2005, art. 178). art. 3º da Lei Complementar n. 123: Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. � A ausência de registro impossibilita, ainda, a faculdade de obter o enquadramento de microempresa, conforme decorre do art. 3º da Lei Complementar n. 123, acima citado. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966 REGISTRO EMPRESARIAL � A falta do arquivamento impede o empresário interessado em participar de licitações públicas (art. 28, II e III, da Lei n. 8.666/93) � Também efetuar seu registro nos cadastros de contribuintes fiscais (CNPJ) e da seguridade social, acarretando, neste último caso, a impossibilidade de contratar com o Poder Público (art. 195, III, § 3º, da Constituição Federal). REGISTRO EMPRESARIAL Efeitos do Registro � dar publicidade aos atos jurídicos mercantis, � faz nascê-las no mundo jurídico como pessoas jurídicas. Desde o registro, por concessão da lei, as empresas individuais de responsabilidade limitada e as sociedades adquirem personalidade jurídica, conforme dispõe o art. 45 do Código Civil de 2002: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”. As sociedades empresárias estão arroladas como pessoas jurídicas de direito privado (art. 44, II, do Código Civil de 2002). REGISTRO EMPRESARIAL Para fazer a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, realizado pela Junta Comercial, o empresário individual terá de obedecer às formalidades legais previstas no art. 968 do Código Civil, ou seja, fazer requerimento que contenha:“I – o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; II – a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; III – o capital; IV – o objeto e a sede da empresa”. Tratando-se, por outro lado, de sociedade empresária, deve-se levar a registro o ato constitutivo (contrato social ou estatuto social), que conterá todas as informações necessárias. https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/como-se-tornar-um-microe mpreendedor-individual-mei,b66180656e7f0510VgnVCM1000004c00210aRCRD#:~:t ext=as%20duas%20atividades%3B-,Como%20se%20inscrever,DAS%2C%20declara% C3%A7%C3%A3o%20anual%20ou%20baixa. https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/como-se-tornar-um-microempreendedor-individual-mei,b66180656e7f0510VgnVCM1000004c00210aRCRD#:~:text=as%20duas%20atividades%3B-,Como%20se%20inscrever,DAS%2C%20declara%C3%A7%C3%A3o%20anual%20ou%20baixa. https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/como-se-tornar-um-microempreendedor-individual-mei,b66180656e7f0510VgnVCM1000004c00210aRCRD#:~:text=as%20duas%20atividades%3B-,Como%20se%20inscrever,DAS%2C%20declara%C3%A7%C3%A3o%20anual%20ou%20baixa. https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/como-se-tornar-um-microempreendedor-individual-mei,b66180656e7f0510VgnVCM1000004c00210aRCRD#:~:text=as%20duas%20atividades%3B-,Como%20se%20inscrever,DAS%2C%20declara%C3%A7%C3%A3o%20anual%20ou%20baixa. https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/como-se-tornar-um-microempreendedor-individual-mei,b66180656e7f0510VgnVCM1000004c00210aRCRD#:~:text=as%20duas%20atividades%3B-,Como%20se%20inscrever,DAS%2C%20declara%C3%A7%C3%A3o%20anual%20ou%20baixa. REGISTRO EMPRESARIAL A Lei nº 8.934/1994 “dispõe sobre o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências”. No seu art. 1.°, a referida lei estabelece as finalidades do registro de empresa: I – dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei; II – cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes; III – proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento”. REGISTRO EMPRESARIAL O art. 3.°, da Lei 8.934/1994 cria o SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis), sistema que regula o registro de empresa no Brasil. Esse sistema é composto por dois órgãos: I - o Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (Drei), órgão central do Sinrem; II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais. As Juntas Comerciais são responsáveis pela execução e administração dos atos de registro. São órgãos locais, que integram estrutura administrativa dos Estados-membros. Cada unidade federativa possui uma Junta Comercial, segundo disposição constante do art. 5.° da lei. REGISTRO EMPRESARIAL O Drei, órgão central do SINREM possui as seguintes funções: a) supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, na área técnica; e b) supletiva, na área administrativa; As Juntas Comerciais, como órgãos locais, possui: a) funções executora e administradora dos serviços de registro. Art. 6º As juntas comerciais subordinam-se, administrativamente, ao governo do respectivo ente federativo e, tecnicamente, ao Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, nos termos desta Lei. Por isso a doutrina costuma destacar que as Juntas Comerciais possuem uma subordinação hierárquica híbrida. Da Publicidade Art. 29. Qualquer pessoa, sem necessidade de provar interesse, poderá consultar os assentamentos existentes nas juntas comerciais e obter certidões, mediante pagamento do preço devido. REGISTRO EMPRESARIAL Atos de registro As Juntas Comerciais executam os atos de registro dos empresários individuais, das sociedades empresárias e dos seus auxiliares. Os atos de registro praticados pelas Juntas Comerciais são: I - a matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais; Matrículaé um ato de registro praticado pela Junta que se refere a alguns profissionais específicos, os chamados auxiliares do comércio, como visto acima. Nesse caso, a Junta funciona, grosso modo, como órgão regulador da profissão. II - O arquivamento: a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976; c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; d) das declarações de microempresa; e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas mercantis; arquivamento é o ato de registro que diz respeito, basicamente, aos atos constitutivos da sociedade empresária ou do empresário individual. Deve ser feito o arquivamento na Junta Comercial, segundo o art. 32, inciso II, da Lei 8.934/1994: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404.htm REGISTRO EMPRESARIAL Arquivamento é o ato de registro que diz respeito, basicamente, aos atos constitutivos da sociedade empresária ou do empresário individual. Obs.: Quanto ao arquivamento dos atos constitutivos das cooperativas nas Juntas Comerciais, estabeleceu-se uma interessante polêmica sobre o tema após a entrada do Código Civil de 2002. É que as cooperativas são consideradas sociedades simples por determinação legal (art. 982, parágrafo único, do Código Civil), submetendo-se, em tese, ao registro no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, e não nas Juntas Comerciais (art. 1.150 do Código Civil). Todavia, o art. 18 da Lei 5.764/1971 (Lei do Cooperativismo) e a regra citada preveem que as cooperativas devem ser registradas nas Juntas Comerciais. . No mesmo sentido do Código Civil de 2002 é o Enunciado 69 do Conselho de Justiça Federal (CJF) da 1ª Jornada de Direito Civil: “as sociedades cooperativas são sociedades simples sujeitas à inscrição nas Juntas Comerciais”. REGISTRO EMPRESARIAL III - a autenticação dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria. Por fim, a autenticação é ato de registro que se refere aos instrumentos de escrituração contábil do empresário (livros empresariais) e dos agentes auxiliares do comércio. A autenticação é um requisito extrínseco de regularidade na escrituração. REGISTRO EMPRESARIAL REGISTRO EMPRESARIAL Outras obrigações legais imposta a todo empresário é: Art. 1.179. [O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva,] e [a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.] A obrigação é tão importante que a legislação falimentar considera crime a escrituração irregular, caso a falência do empresário seja decretada (arts. 178 e 180 da Lei 11.101/2005). São tão importantes que os livros comerciais são equiparados a documento público para fins penais, sendo tipificada como crime a falsificação, no todo ou em parte, da escrituração comercial (art. 297, § 2.°, do Código Penal). REGISTRO EMPRESARIAL Os instrumentos de escrituração são: a) livros; b) conjunto de fichas ou folhas soltas; c) conjunto de folhas contínuas; d) microfichas extraídas a partir de microfilmagem por computador. A doutrina aponta que, atualmente, o único livro obrigatório comum a todo e qualquer empresário é o Diário. Sendo facultativos os livros: 1. Caixa, no qual se controlam as entradas e saídas de dinheiro, 2. Estoque, 3. Razão, que classifica o movimento das mercadorias, 4. Borrador, que funciona como um rascunho do diário, e o 5. Conta corrente, que é usado para as contas individualizadas de fornecedores ou clientes. REGISTRO EMPRESARIAL
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