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Glomerulonefrites Secundárias

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Glomerulonefrites Secundárias 1
Glomerulonefrites Secundárias
São decorrentes de outras doenças, como lúpus eritematoso sistêmico, GN pós-estreptocócica, síndrome de Goodpasture, 
neoplasias, hepatites B e C e doenças infecciosas. Assim, não têm origem renal.
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Doença autoimune, que acomete mais mulheres jovens (20-40 anos). Para confirmar a doença, a paciente precisa ter FAN+ e pelo menos 3 dos seguintes: eritema 
malar, lesão discóide, fotossensibilidade, úlceras da mucosa oral, artrite, serosite (pleurite, pericardite), doença renal (proteinúria), envolvimento de SNC, 
anemia/leucopenia/plaquetopenia, anti-DNA e anti-Sm. 
Classificação: de acordo com o aspecto histológico
I. Alterações mesangiais mínimas: glomérulos normais à microscopia óptica. Depósitos imunes na região mesangial à imunofluorescência e à microscopia eletrônica. 
Pacientes assintomáticos. 
Tratamento: expectante.
II. GN proliferativa mesangial: Depósitos mesangiais, hipercelularidade mesangial, proteinúria nefrítica < 1g/dia, hematúria microscópica, função renal normal. 
Tratamento: corticoides em doses baixas, antimaláricos
III. GN proliferativa focal: proliferação focal de célular mesangiais, endoteliais, neutrófilos e monócitos, proteinúria nefrótica, hematúria, cilíndros hemáticos, hipertensão 
arterial. Doença mais grave 
Tratamento: fase inicial/indução (6 meses) - corticoides (prednisona VO 1mg/kg/dia) de 6-8 semanas com redução lenta, pulsoterapia mensal de 1g/dia de 
metilprednisolona EV por 3 dias seguidos e pulsoterapia quinzenal de ciclofosfamida 500 mg EV (6 doses)
IV. GN proliferativa difusa: infiltração de neutrófilos, necrose fibrinóide, depósitos subendoteliais, crescentes epiteliais (fa filtração de substâncias inflamatórias provoca 
proliferação de células da cápsula de Bowman), proteinúria nefrótica, hematúria, perda da função renal, GN rapidamente progressiva. Doença mais agressiva. 
Tratamento: fase inicial/indução (6 meses) - corticoides (prednisona VO 1mg/kg/dia) de 6-8 semanas com redução lenta, pulsoterapia mensal de 1g/dia de 
metilprednisolona EV por 3 dias seguidos e pulsoterapia quinzenal de ciclofosfamida 500 mg EV (6 doses)
V. GN membranosa (espessamento da membrana basal): depósitos subepiteliais, membrana basal espessada, síndrome nefrótica, função renal preservada. Doença 
menos grave. 
Tratamento: corticoides (prednisona 30mg/dia), hipotensores, controle da hiperlipidemia (estatinas), IECA e BRA (antiproteinúricos)
VI. GN esclerosante: glomeruloesclerose (sem espaço urinário), cronicidade com HAS e aumento das escórias nitrogenadas.
Diagnóstico: urina I (hematúria e proteinúria), creatinina sérica (aumentada), potássio (aumentado), C3 e C4 (consome complemento, reduzidos), anti-DNA
GN PÓS-ESTREPTOCÓCICA
Mais comum no sexo masculino (7-10 anos), de 7-21 dias após infecção de VAS ou piodermite (estreptococos do grupo A). Raramente deixa sequelas. 
Paciente apresenta síndrome nefrítica, sem espaço urinário no glomérulo (glomerulopatia proliferativa - filtração reduzida). Ocorre aumento da ASLO (anti-estreptosisina 
O) e consumo de complemento (pós infecciosa). A imunofluorescência tem padrão granular. 
Tratamento: inespecífico, com dieta hipossódica, furosemida e hipotensores.
SÍNDROME DE GOODPASTURE
GN proliferativa por resposta cruzada de anticorpos após infecção que agridem a membrana basal. 
Imunofluorescência: padrão linear de IgG e análise histológica com crescentes epiteliais. 
Paciente apresenta hematúria microscópica, insuficiência renal, hemorragia pulmonar (membrana basal do endotélio pulmonar também é agredida - pneumonite). 
Tratamento: plasmaférese (para tentar retirar o anticorpo do plasma), prednisona, ciclofosfamida, pulsoterapia com metilprednisolona.
NEOPLASIAS 
Hodgkin (GN de lesões mínimas), leucemia linfoide crônica, carcinoma broncogênico, neoplasias de cólon/mama/estômago. 
Paciente com GN membranosa (3/4 dos pacientes) e síndrome nefrótica.
HEPATITES
B: acomete mais crianças do sexo masculino. Cronifica em 10% dos casos e gera síndrome nefrótica e GN membranosa.
C: cronifica em 50% dos casos e gera GN membranoproliferativa, com síndrome nefrótica, insuficiência renal moderada, artrite, crioglobulinemia (vírus tem a capacidade 
de mudar a sensibilidade de globulina, que precipita quando diminui a temperatura - vasculite de extremidades, mais frias)
DOENÇAS INFECCIOSAS
Endocardite bacteriana: comum após procedimentos odontológicos. Gera GN proliferativa, consumo de complemento, síndrome nefrítica (hematúria, HA, déficit na 
função renal), febre. 
Tratamento: antibiótico por 40 dias.
Nefropatia associada ao HIV (HIVAN): GESF colapsante (parece que desaba o glomérulo da cápsula de Bowman), GN proliferativa, síndrome nefrótica, déficit de função 
renal. 
Tratamento: antirretroviral e bloqueio duplo (IECA + BRA). É mais raro no brasil, pois o SUS dá antirretroviral
Esquistossomose: GN membranoproliferativa ou GN proliferativa mesangial, hipertensão portal, hepatoesplenomegalia, síndrome nefrótica, insuficiência renal 
Tratamento: antiparasitários.

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