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Parasitologia Geral Luanny Santos @eu.lusantos 1 Licença Atribuída à Luanny de Souza Santos – luannysantos19@gmail.com Ectoparasitas e Animais Peçonhentos Dermatobia hominis • Vetor mecânico • Causa a miíase • Larva biontófaga • Emergência da mosca adulta após 4-11 dias. • A Berne é intradérmica, já as moscas varejeiras ocorrem sobre a pele. Moscas varejeiras: • Cochliomya hominivorax (biontófaga) - o ovoposição somente em seres vivos. • Cochliomya macellaria (necrobiontófaga) - ovoposição em tecidos necrosados. Só em tecidos necrosados, ou seja, feridas. Patogenia: • Larvas secretam enzimas proteolíticas (aumenta a ferida). • Decomposição do material no ferimento. • Atrai moscas, miíases secundárias. Tratamento: • Limpar o ferimento. • Remoção dos vermes. • Aplicação de antibiótico local. • Retirar o tecido necrosado. Controle: • Zoonose: tratar os animais. • Manipulação de gado (castração/descorna) no inverno. • Tratamento do gado com ivermectina/doramectina pra diminuir a densidade populacional das moscas. Miíase - ação terapêutica • Vantagem em caso de resistência a antibióticos. • Remoção de tecidos necrosados. Pediculose e Ftiríase • Pediculose e Ftiríase (pubiana). • Inseto: Anoplura o Pediculus capitis: cabeça o P. Humanus: na roupa. o Pthirus púbis: região pubiana. • Os ovos são depositados no pelo e após 10 dias a larva eclode. P. Humanus: • Coloca os ovos na roupa ou nos pelos do corpo. • Fica agarrado nas fibras da roupa. • Transmite um tipo de tifo. • Sensível às mudanças de temperatura e umidade. • Abandona o hospedeiro quando ele está com febre ou morre. • Tratamento: Permetrina, usar pente especial e Ivermectina oral. Ácaros • Classe dos aracnídeos • Vivem na poeira doméstica e em locais quentes e úmidos. • Carregam alérgicos em seus corpos, secreções e desejos. • Em algumas pessoas provoca alergia respiratórias ou dermatológicas. • Tratamento: Higiene ambiental e desumidificarão. Sarcoptes scabiei • Escabiose ou sarna • Cosmopolita e democrático • 300 milhões de casos. Parasitologia Geral Luanny Santos @eu.lusantos 2 Licença Atribuída à Luanny de Souza Santos – luannysantos19@gmail.com • Parasitas de seres humanos e outros mamíferos. • Infecção por contato pessoa-pessoa ou por objetos contaminados. • Migram na epiderme, depositam ovos, as Larvas eclodem depois de 3-4 dias e se desenvolvem para ninfas que ficam adultos em 4 dias. • Fêmea: 3-4 ovos por dia. • Sítio preferencial: interdigital, pernas. Patologia: • Influxo de células T mononucleose e reações alérgicas. • Prurido, causa ferimentos secundários na pele e infecção bacteriana. • Em HIV + ou imunossuprimidos, ocorre dermatite generalizada com grandes áreas de pele comprometidas. • Tratamento: Creme com permethrina 5%, Lindan 1% e Ferver as roupas ou estocar por 5 dias. Animais Peçonhentos Animais venenosos: são aqueles que possuem veneno, mas desprovidas de aparelho inoculador, ou seja, precisa comer ou tocar no animal. Ex: sapo e borboletas. Animais peçonhentos: animais capazes de inocular o veneno na vítima. Ex. Cobras e escorpiões. Serpentes • Corpo alongado coberto por escamas. • Sem membro locomotor e sem ouvido. • Língua bífida que encaminham substâncias do ar para o órgão de Jacobson. • Olhos sem pálpebras. • Ectodérmicos. Ex. Os locais de acidentes têm muito a ver com a questão ectodérmica (ou seja, é comum que durante a tarde estejam em locais com sombra e pela manhã em locais mais iluminados). Diferenças entre Serpentes Peçonhentas e não peçonhentas: • Fosseta Loreal: presente na jararaca, cascavel e surucucu. Esse permite a regulação térmica (As cobras corais verdadeiras não possuem essa fosseta). • Escama em forma de quilha. • Cabeças com escadas pequenas. • Cabeça pontiaguda. Figura a: Retirada do Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ª ed. • Dentição áglifa: serpentes que não possuem dentes inoculadores, nem glândulas secretoras de veneno. Jiboia, sucuri, boipeba. • Dentição opistóglifa: dentes inoculadores fixos na região posterior, contem sulco por onde Parasitologia Geral Luanny Santos @eu.lusantos 3 Licença Atribuída à Luanny de Souza Santos – luannysantos19@gmail.com escorre a substância secretada pelas glândulas do veneno. O veneno está mais associado ao ato de mastigar. Falsas corais, muçuranas e cobras-cipós. • Dentição proteróglifas: possui os dentes inoculadores fixos, localizados na região anterior da boca. Coral verdadeira. • Dentição solenóglifa: maior acidente no Brasil, dentes móveis. Envenenamento botrópico: • Jararaca • Ação proteolítica (bolha, necrose, edema) e hemorrágica • Ação coagulante • Acidente ofídico mais importante no país, cerca de 90% dos casos. Figura: Retirada do Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ª ed. Tratamento: • Soro antibotrópico via intravenosa. • Manter o segmento picado elevado e estendido. • Hidratar o paciente. • Antibioticoterapia (em caso de infecção). Envenenamento Crotálico: • Gênero Crotalus: cascavel • Maior coeficiente de letalidade devido a rápida evolução para insuficiência renal aguda (48 horas). • Efeito neurotóxico (crotoxina inibe a liberação de acetilcolina na fenda pré-sináptica – bloqueio neuromuscular). • Ação miotóxica (rabdomiólise). • Ação coagulante (não reduz o nº de plaquetas, mas afeta a coagulação, hemorragias são raras). • Precoce até 3 horas • Dificuldade de abrir os olhos, visão dupla. • Após 6 a 12 horas. • Escurecimento da urina. • Complicações: insuficiência respiratória e renal aguda. Figura: Retirada do Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ª ed. Acidente Laquético: • 2 variedades (surucucu). • Pouco frequente. • Envenenamento semelhante botrópico. • Inchaço no local da picada, diarreia e hemorragia. • Veneno mais grave do que o da jararaca. • Potencial neurotóxico, proteolíticas e hemorrágico. Acidente Elapídico: • Gênero Micrurus Parasitologia Geral Luanny Santos @eu.lusantos 4 Licença Atribuída à Luanny de Souza Santos – luannysantos19@gmail.com • Provocam os casos mais graves (todo acidente com cobra coral deve ser considerado potencialmente grave). • Ação NTX: o veneno é rapidamente absorvido devido o seu baixo peso molecular, atua competindo com a Ach. • Risco de insuficiência respiratória aguda. • Dificuldade de abrir os olhos, cara de bêbado, falta de ar, dificuldade de engolir e insuficiência respiratória aguda. • Veneno de ação neurotóxica: ação rápida, grande potência e mortal se não houver tratamento a tempo. BJI: jararaca é o tipo de acidente mais frequente. Cuidados imediatos nos acidentes ofídicos: • Hospitalização e soroterapia. • Paciente em repouso. • Não usar garrote, nem torniquete. • Lavar bem o local da picada e ir para a unidade de saúde mais próxima. • Não cortar, furar ou queimar. • Membro afetado posicionado para cima. Prevenção: • Não andar descalço. • Usar luvas de couro. • Não sentar em pedras, tronco de árvore. • Não usar diretamente as mãos ou pés. • Vedar frestas e buracos. • Não depositar ou acumular material e lixo. • Evitar trepadeiras e folhagens. • Procurar controlar o número de roedores. • Não fazer piqueniques às margens de rios e lagos. • Não tocar nas serpentes mesmo mortas. • Não matar emas, seriemas, gaviões e gambas. Aranhas Viúva negra: • Comum em regiões praianas. • Dor intensa. • Tratamento com soros específicos no hospital. Caranguejeira: • Não é peçonhenta e sua picada não causa dor, pode causar complicações como as reaçõesalérgicas, devido os seus pelos. Aranha de jardim: • Possui pouco veneno e sua picada ocasiona apenas dor local, que cede com analgésicos comuns. Armadeiras: • Acidente comum, mas raramente evolui para um caso grave (quadro abaixo). Figura: Retirada do Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ª ed. Escorpiões • Marrom (Tityus bahiensis) • Amarelo (T. Serrulatus) Figura a: Retirada do site da Unifesp. • O veneno causa dor local e efeitos complexos nos canais de sódio, leva a despolarização das Parasitologia Geral Luanny Santos @eu.lusantos 5 Licença Atribuída à Luanny de Souza Santos – luannysantos19@gmail.com terminações nervosas pós-ganglionares, com liberação de catecolaminas e acetilcolina. Sintomas: • Gerais: hipo ou hipertermia e sudorese profusa. • TGI: náuseas, vômitos, sialorreia e, mais raramente, dor abdominal e diarreia. • Cardiovasculares: arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque. • Respiratório: taquipneia, dispneia e edema pulmonar agudo. • Neurológico: agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e tremores. Tratamento: • Soro antiescorpiônico • Tratamento dos sintomas. • Monitoramento dos sinais vitais. Referências: Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ª ed. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2001. 120 1. Zoonose. www.unifesp.br/reitoria/dci/releases/item/4096-acidentes-por- escorpioes
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