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Gerenciamento e Planejamento Tributário

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Página inicial 
GERENCIAMENTO E 
PLANEJAMENTO 
TRIBUTÁRIO 
Professor (a) : 
Me. Jovi Barboza 
Objetivos de aprendizagem 
• Entender o processo legislativo brasileiro, compreendendo as Casas Legislativas. 
• Estudar e entender o Sistema Tributário Nacional. 
• Estudar os conceitos de Tributo e suas espécies. 
• Ter uma visão dos principais princípios tributários constitucionais. 
• Tomar conhecimento da carga tributária nacional. 
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Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Processo legislativo e direito tributário 
• Sistema Tributário Nacional 
• Conceito de tributo e suas espécies 
• Principais tributos para as empresas 
• Carga tributária brasileira 
Introdução 
Você sabia que a Carga Tributária no Brasil é muito elevada devido à existência de um Sistema Constitucional Tributário que 
acabou por ampliar, e muito, o poder do Estado de tributar? Pois é, essa Carga Tributária é, hoje, quase o dobro do que foi na Era 
Colonial, quando os Colonos brasileiros eram obrigados a pagar 20% (vinte por cento) do ouro garimpado para o Reino de 
Portugal. É! Era equivalente a 1/5 (um quinto) do produto, entregue in natura, isto é, o pagador do tributo mandava o próprio ouro 
produzido para o Reino. Por causa dessa contribuição (imposto), nasceu a expressão “o quinto dos infernos”, expressão oriunda da 
revolta dos Colonos que não se demonstravam satisfeitos com aquela cobrança, contra a qual se insurgiu e muito reclamou 
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, liderando diversos grupos na conhecida “Inconfidência Mineira”. O destino de 
Tiradentes todos nós conhecemos. Mas, no Brasil de hoje, já pagamos quase “dois quintos” em diversos tributos espalhados na 
“seara” tributária nacional. 
Saiba você que o Contador é o principal personagem empresarial no mundo dos impostos. É o Contador quem afere o valor dos 
impostos gerados e pagos pelas empresas nas compras de mercadorias e matérias-primas, sujeitos à recuperação pelo empresário 
ou não, e, também, os impostos que são gerados pelas vendas e que deverão ser recolhidos ao erário, descontados os recuperáveis. 
Eu espero que você goste de estudar esse assunto e, assim, contribuir para uma melhor formação crítica sobre a carga tributária do 
país. 
Pare e pense na importância do profissional da Contabilidade que deve preparar-se, ao menos, entendendo os meandros 
constitucionais do direito tributário, o instituto da prescrição, o da decadência e alguns aspectos do processo judicial tributário, 
regido pela Lei das Execuções Fiscais. Veja como tais aspectos aumentam muito a obrigação do Contador no exercício de sua 
profissão. E é com esse intuito de lhe alertar para essa necessidade de conhecimento da matéria que o presente livro traz este 
estudo dedicado à introdução ao Direito Tributário, pois, sem uma rápida visão do Processo Legislativo e do Sistema Tributário, 
não é possível entender com propriedade os meandros tributários brasileiros. 
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Convido você a, por meio deste estudo, fazer uma singela análise superficial e se introduzir no caminho do entendimento das 
normas jurídicas atinentes ao sistema arrecadatório de tributos, ainda que não se trate de um Curso de Direito. Para melhor atraí- 
lo, a linguagem utilizada será acessível para o iniciante, pois quando houver necessidade de se mencionar um instituto um pouco 
mais complexo, por exemplo, a decadência e a prescrição, o trabalho buscará esclarecer os conceitos e até exemplificá-los, por 
meio dos casos práticos, o que, certamente, contribuirá para uma melhor construção do conhecimento proposta pelo Curso. 
Espero que você aproveite bastante o material e procure esclarecer as dúvidas, pois, quando elas surgem, é sinal de que houve uma 
dedicação e vontade de aprender, além de demonstrar que o conhecimento já começa a aflorar, ainda que incipiente, uma vez que, 
quando não há dúvidas, pode ser um sinal de que o estudante ainda não tem conhecimento suficiente para questionar. 
Desde já, registro minha grande satisfação em poder participar desse pro- 
cesso de aprendizagem com você. Mãos à obra e bom estudo! 
Avançar 
DOWNLOAD PDF 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
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Página inicial 
PROCESSO LEGISLATIVO E DIREITO 
TRIBUTÁRIO 
Você, certamente, já observou que a cada dois anos temos eleições em nosso país. O país é constituído de três poderes por força da 
Constituição Federal, a saber: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. Saiba que, com exceção do Poder Judiciário, 
os outros dois poderes são formados por membros eleitos pelo povo. A Constituição é a maior Lei do país e foi editada por meio de 
uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita pelo povo no ano de 1986, a qual funcionou até a promulgação da Constituição e, a 
partir daí, os parlamentares voltaram a exercer exclusivamente seus cargos legislativos. Portanto, o povo participa da organização 
do Estado. 
A Constituição Federal é a Lei Maior e nenhuma lei pode ser criada desobedecendo seus preceitos. Dessa 
forma, nem mesmo o Congresso Nacional pode criar legislação contrária à Constituição. Sendo assim, toda 
legislação criada pelos Estados e pelos Municípios deve, também, obedecer à Constituição. Caso isso não 
ocorra, o Poder Judiciário poderá entrar em ação (se provocado) e revogar a lei inconstitucional. Por esse 
motivo, se torna importante conhecer o processo legislativo quando se estuda a questão tributária. 
A Constituição organiza o Estado, ordena o seu funcionamento e estabelece os Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O 
primeiro é representado pelo Presidente da República, pelos Governadores e pelos Prefeitos. O Judiciário é composto pelos 
Tribunais, com seus juízes, desembargadores e ministros. E o Poder Legislativo, que é o que nos interessa neste estudo, tem 
representação nos âmbitos municipal, estadual e federal. 
As Casas Legislativas são legalizadas e legitimadas pela Constituição Federal, a saber: 
• Municipais: 
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Câmara dos Vereadores . O art. 29, da Constituição Federal, em seu inciso IV, estabelece a quantidade de vereadores para cada 
município do país, conforme o número de habitantes, comprovando-se essa população por meio de estudos do IBGE – Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística. Porém, cada município pode estabelecer número menor do que o máximo permitido, 
justificando-se a economia de gastos com gabinetes, em razão da necessidade do município, e obedecendo-se a Lei Orgânica. 
• Estaduais: 
Assembleias Legislativas . É no art. 27 da Constituição Federal que encontramos o estabelecimento do número de Deputados 
Estaduais. Conforme o disposto, esse número se vincula à representação que o respectivo Estado, ou o Distrito Federal, tem na 
Câmara dos Deputados (âmbito federal). Essa representação é determinada pela população do Estado (ou DF), conforme os 
estudos do IBGE, no ano anterior à respectiva eleição. A Assembleia poderá ter três vezes esse número de representantes 
federais, até atingir a quantidade de trinta e seis deputados. A partir daí, é acrescida nessa representação, em paridade, um para 
cada excedente a doze representantes. 
• Federais:https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade1/p�gina-inicial/unidade-1
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A Casa Legislativa Federal é o Congresso Nacional , que, na verdade, é a união de duas outras casas legislativas federais: o Senado 
Federal e a Câmara dos Deputados . A Constituição (art. 46) prevê que o Senado possua três Senadores para cada Estado e o 
Distrito Federal, no total, portanto, de oitenta e um senadores. Já a Câmara Federal, cuja representatividade não é igualitária para 
os Estados, mas, sim, proporcional, pode ter, no máximo, quinhentos e treze deputados, considerando-se que nenhum Estado 
tenha menos de oito e mais de setenta membros representativos. 
Qualquer tributo criado pelo processo legislativo é repassado ao consumidor final (pessoa física), que é 
quem paga verdadeiramente a conta tributária do país, já que as empresas repassam aos seus produtos 
todo e qualquer custo oriundo da tributação. No final, toda a carga tributária é suportada pela população 
(pessoa física). 
A Desejo que você se interesse pelo assunto, pois devemos considerar esse panorama das Casas Legislativas, conforme previsto 
em nosso plano de estudo, para entender o processo legislativo e, especialmente, o que tange ao Direito Tributário. 
As leis municipais são aprovadas pelas Câmaras de Vereadores , estes somente podem legislar no âmbito da competência do 
município. Essa competência, além do território, pode ser em razão da matéria. Assim, o município não pode legislar sobre 
questões federais, por exemplo, direito penal e direito do trabalho, entre outros. No caso do Direito Tributário, o art. 30 dispõe: 
“ Compete aos Municípios: ... III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da 
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei ”; assim, veremos ainda quais os tributos que estão 
delineados sob a competência da legislação municipal. As leis municipais, editadas pela Câmara dos Vereadores entram em vigor 
após a sanção do Prefeito Municipal. 
Você deve estar atento! O processo legislativo acima estudado é amplo. O trabalho dá ênfase ao aspecto 
tributário em cumprimento ao programa e objetivos do curso, mas é importante verificar que as leis criadas 
versam sobre os mais diversos assuntos, além de tributos. 
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Observe que no âmbito estadual não é diferente, quanto ao processo legislativo. A Assembleia Legislativa tem a competência para 
legislar apenas no âmbito estadual (territorial e em razão da matéria – CF, art. 25). No que tange ao Direito Tributário, veremos a 
seguir quais os tributos de competência estadual, bem como do Distrito Federal, que, por força do art. 32 da CF, têm competência 
para as questões municipais e estaduais: “ art. 32 ... § 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos 
Estados e Municípios ”. Assim, o processo legislativo é simples, tal qual o processo legislativo municipal. Do mesmo modo que no 
processo legislativo municipal, a lei editada pela Assembleia Legislativa entra em vigor após a sanção do Governador. 
O Município de Maringá-PR é um caso-exemplo de casa legislativa com menor quantidade de Vereadores 
do que o número que a Constituição permite. O Município contava com cerca de trezentos e sessenta mil 
habitantes no ano de 2012, ano da eleição dos Vereadores. Mas a legislatura que estava saindo da Casa foi 
pressionada pela “opinião popular”, por meio da imprensa e comparecimento de setores da sociedade civil 
organizada (entidades, sindicatos etc.), o que fez com que uma Lei Municipal diminuísse a quantidade de 
Vereadores para a legislatura seguinte. Em consequência, a Câmara passou a contar com quinze 
Vereadores, quando, em razão do número de habitantes, a Constituição Federal permite vinte e três. As 
entidades comemoram e anunciam um exemplo nacional, mas os Partidos Políticos reclamam sob a alegação 
de que essa circunstância diminui a representatividade. 
Observe que, quanto ao processo legislativo federal, encontramos um pouco de complexidade, pois algumas competências são 
tangenciadas pelo exercício do Poder Executivo do direito de legislar por meio de Medidas Provisórias, como estabelece o art. 62 
da Constituição Federal. As casas legislativas federais atuam separadamente, porém suas decisões legislativas são direcionadas à 
outra para aprovação. Essa combinação entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal é que torna legítimo o Congresso 
Nacional . O processo legislativo é, portanto, diferente dos dois anteriores, pois a Lei aprovada unicamente por uma das casas 
(Câmara ou Senado) não pode seguir para a sanção da Presidência da República sem que seja apreciada pela outra casa. 
Em 2005, o Instituto de Planejamento Tributário (IPT) fez um estudo sobre a emissão de Medidas 
Provisórias, comparando os governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. O quadro 
apresentado surpreendeu a todos, pois o Presidente Lula, que tanto criticava FHC pela emissão de MPs, 
acabou se entusiasmando com a ideia de legislar e, em um período mais curto de governo, editou quase a 
mesma quantidade de MPs por mês que o seu antecessor, conforme podemos conferir no quadro abaixo: 
Fonte: <h ttp://www.portaltributario.com.br >. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade1/p�gina-inicial/unidade-1
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http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.portaltributario.com.br&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEjiXl6nrwLm_0CPzyyLKVJNIImLQ
Quando a Presidência exerce o seu poder de legislar, por meio da edição de Medidas Provisórias, estas são submetidas às Casas 
Legislativas, que têm um prazo de sessenta dias (prorrogável por igual período, apenas uma vez) para transformá-las em lei, sob 
pena de perder a validade. Em consequência disso, quando uma MP chega às vésperas de perder sua validade, a pauta da Câmara 
Federal ou do Senado é trancada e não se pode legislar outra matéria, enquanto não for resolvida a medida provisória pendente. 
No tocante ao Direito Tributário, veremos na aula seguinte a competência federal que trata do Sistema Tributário Nacional, mas, 
pode-se adiantar que a Medida Provisória não pode instituir ou majorar tributos, exceto os impostos considerados reguladores da 
economia (IPI, Importação, Exportação e IOF), pois a Constituição Federal permite que o Executivo Federal maneje esses impostos 
como verdadeiros instrumentos reguladores da economia do país. 
A medida provisória é, portanto, uma ferramenta importante de governabilidade, principalmente se 
entendermos o mecanismo de uso dos impostos reguladores da economia. Recentemente, o governo 
federal fez uso dessa prerrogativa de utilização de impostos reguladores da economia, aumentando a 
alíquota de cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para pagamentos com cartões de 
créditos no exterior, tentando diminuir os gastos dos brasileiros em viagens. Da mesma forma, diminuiu ou 
“zerou” a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para alguns produtos da chamada “linha 
branca” (geladeiras, fogões, máquinas de lavar etc.), de materiais de construção e de automóveis, 
proporcionando, assim, uma maior movimentação da economia do país, pois o objetivo era tentar diminuir o 
possível impacto de uma crise econômica mundial em nossa economia. 
O processo legislativo brasileiro está distribuído em Casas Legislativas de âmbitos municipal, estadual e 
federal. O Município tem suas leis criadas pela Câmara dos Vereadores; o Estado e o Distrito Federal, 
pela Assembleia Legislativa; e a União, pelo Congresso Nacional, que é a composição de duas outras 
casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. 
No caso do Congresso Nacional, sua legitimidade está estampada no sistema estabelecido pela 
Constituição Federal, que obriga uma das Casas (Câmara ouSenado) a apreciar a lei criada pela outra 
antes que a lei siga para aprovação (sanção) ou reprovação (veto) da Presidência da República. 
As Casas Legislativas têm seus membros eleitos por eleições “proporcionais”, isto é, os partidos políticos 
ocupam as cadeiras das casas conforme a representatividade, e não pelo candidato mais votado, exceto o 
Senado Federal que, como o cargo de Prefeito, Governador e Presidente da República, tem eleição pelo 
sistema “majoritário”, isto é, elege-se o mais votado, independentemente da proporcionalidade de 
representação do seu partido no sistema eleitoral. 
A Medida Provisória é instrumento de legislação do cargo de Presidente da República. Contudo, não 
pode ser utilizada para instituir ou majorar tributos, exceto nos casos dos tributos reguladores da 
economia (IPI, II, IE e IOF); 
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SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
Quero introduzir a você, agora, ao Sistema Tributário Nacional. Para isso, entenda como é escrita a Constituição Federal. A Carta 
Magna é dividida em Títulos . Cada título é dividido em Capítulos . O Título VI trata “Da Tributação e do Orçamento”. O Capítulo I 
desse Título é denominado SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL. Assim, enquanto o leigo pode, eventualmente, confundir a palavra 
Sistema como uma organização do funcionamento arrecadatório, a análise epistemológica nos leva a concluir que se trata, em 
verdade, de um “sistema” legal, isto é, um conjunto de normas que, em si, encerram o campo definidor de tudo que é possível para o 
Estado em termos de tributação. 
Uma vez formalizado de maneira definitiva, o crédito tributário será levado à inscrição na dívida ativa, 
extraindo-se daí a respectiva certidão, conferindo, em decorrência, executoriedade ao crédito tributário, 
que, assim, na sequência, torna-se passível da cobrança judicial. 
Essa certidão da dívida ativa preenche, portanto, por completo os requisitos da certeza e da liquidez, sob 
pena de, assim não o sendo, resultar inabilitada para a respectiva executoriedade instrumental. 
Nesse sentido, aliás, importa destacar que a Lei n. 6.830/80, que dispõe sobre a cobrança judicial da dívida 
ativa, mais especificamente em seu art. 2°, § 5° e ss., minudenciou os requisitos necessários para a referida 
inscrição (CASTRO, et al., 2010, p. 370-371). 
Entenda que essa legalidade é que faz com que o Estado se legitime a impor o Tributo ao cidadão, pois, se a arrecadação não for 
suficiente para garantir a execução do Orçamento, o Estado pode valer-se de empréstimos públicos autorizados pela casa de lei 
correspondente, visando fazer frente às despesas necessárias (SEIXAS FILHO, 2011, p. 16). Entender o Sistema Tributário 
Nacional não é tarefa difícil e, também, não é das mais fáceis, quando alguns conceitos teóricos se embrenham no campo do estudo 
tributário, cujas riquezas de conceitos transformam-se, também, em pobreza literária, devido ao massacrante estudo tributário 
que já se vem fazendo de longas datas (BORGES, 2012, p. 83-85). 
Como você pode notar, o Sistema Constitucional, em si, é facilmente entendido como o englobamento dos seguintes tópicos, que o 
Capítulo I, do Título VI, da CF chama de seção : 
Princípios Gerais (arts. 145 a 149-A) – seção I. 
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Limitações do Poder de Tributar (arts. 150 a 152) – seção II. 
Impostos da União (arts. 153 a 154) – seção III. 
Impostos dos Estados e do Distrito Federal (art. 155) – seção IV. 
Impostos dos Municípios (art. 156) – seção V. 
Repartição das Receitas Tributárias (arts. 157 a 162) – seção VI. 
E veja você que o art. 145, da Constituição, nos traz uma ideia de que existem três espécies de tributos: 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
I - impostos; 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços 
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
Mas o art. 146, em seu inciso III e alíneas, remete-nos à Lei Complementar como sendo dela a responsabilidade para “definir 
tributos e suas espécies”, além de outras atribuições explícitas. Observe: 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
... 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta 
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de 
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das 
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003). 
Quero lhe assegurar que, apesar de o texto constitucional praticamente impor essa regra, o fato é que o Código Tributário 
Nacional (Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966) continua em vigor. É essa lei, esse Código, que define atualmente o “tributo” e 
suas “espécies”. Por isso, caro(a) aluno(a), a doutrina tem entendido com propriedade que o Código Tributário Nacional é o 
instrumento legítimo regulador do Sistema Tributário Nacional (CASTRO et al., 2010, p. 15), com alguns doutrinadores incluindo-o 
nesse sistema. Castro et al. (2010, p. 15) bem observam que a Lei n. 5.172, denominada Código Tributário Nacional - CTN, apesar 
de não revogada, encontrando-se em pleno vigor, foi promulgada sob a égide da Constituição de 1946 , posto que se trata de uma lei 
de outubro de 1966. Naquela Constituição, não existia a figura da Lei Complementar . Assim, a doutrina considera o Código Tributário 
Nacional uma “lei ordinária”, e não uma Lei complementar. Mas, por força do art. 146, da atual Constituição Federal, é possível 
afirmar que o CTN foi elevado à categoria de Lei Complementar (CASTRO et al., 2010, p. 15). 
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A Constituição Federal, o Código Tributário Nacional, a Lei de Execuções Fiscais, as Leis Complementares 
federais, estaduais e municipais em matéria tributária, dentro de sua competência, constituem o SISTEMA 
TRIBUTÁRIO NACIONAL, que se caracteriza como um regramento, um panorama jurídico que impõe 
limites ao Estado quanto ao Poder de Tributar e, ao mesmo tempo, lhe dá poderes para, por exemplo, 
executar uma dívida tributária vencida, criando o título executivo, por meio da CDA – Certidão de Dívida 
Ativa, unilateralmente. 
Ora, diante desse panorama, é claramente aceitável dizer que o Código Tributário Nacional faz parte, também, do Sistema 
Tributário Nacional - STN, além, é claro, da Constituição, como já vimos. Assim, também, outras leis, principalmente as 
Complementares, vêm integrar o STN, como é o caso da Lei Complementar n°. 123, de 14 de dezembro de 2006, que instituiu o 
Sistema Simplificado de Arrecadação de Tributos, popularmente conhecido como SIMPLES NACIONAL. É a Lei Complementar, 
portanto, que comanda as alterações legislativas na esfera tributária, por exemplo, as alterações sucessivas da lei do Simples 
Nacional, que foram realizadas com o emprego da Lei Complementar (LC 127/2007, LC 128/2008, LC 133/2009 e LC 139/2011). 
Note que o mesmo ocorre com a Lei Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003, que “ Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de 
Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outrasprovidências ”. 
O Sistema Tributário Nacional não contempla o Poder de legislar do Presidente da República, por meio de 
Medida Provisória, pois esse poder está previsto no art. 62, que, apesar de se encontrar em uma seção que 
trata das leis, desqualifica a Medida Provisória como lei e estabelece que, para poder aumentar ou criar 
tributos, ela deverá ser transformada em lei, dentro do exercício em que foi editada. 
Contudo, como toda regra tem exceção, com relação aos impostos chamados “reguladores” da economia 
(IPI, II, IE e IOF), a Presidência da República pode editar Medidas Provisórias com força de lei e fazer vigorar 
de imediato, já que, no caso, o Sistema prevê que se trata de assunto de relevância e urgência, que são os 
dois atributos constitucionais da Medida Provisória. 
A importância do estudo e da compreensão do processo legislativo e do STN é comprovada na medida em que uma Lei 
Complementar não pode ser alterada por uma Lei Ordinária. Nesse diapasão, compreender e aceitar que o CTN é uma Lei 
Complementar leva um encargo para o Poder Legislativo, que somente pode alterá-lo mediante o uso de uma lei complementar 
(CF art. 146). 
Mas não se para por aí. Você vai verificar que, quando o tributo devido não é pago pelo contribuinte, o Estado pode fazer a 
execução da dívida por meio da “execução fiscal”. Essa execução é diferente de cobrança, pois a cobrança pressupõe a necessidade 
de se obter um título executivo. No caso do tributo em inadimplência, o Estado “faz” o título unilateralmente, com a expedição de 
um documento denominado CDA – Certidão de Dívida Ativa e, assim, pode “executar”, ao invés de “cobrar”. A execução, no 
entanto, é feita por meio do comando legal estabelecido pela Lei de Execuções Fiscais - LEF, Lei n. 6.830, de 22 de setembro de 
1980, com a subsidiariedade do Código de Processo Civil (FERNANDES et al., 2012, p. 45). 
Observe que há um rito especial para que se possa efetuar a cobrança do Tributo, por meio da execução Fiscal. É necessário que a 
execução esteja aparelhada com a CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVA, que faz com que a dívida tenha presunção de certeza, 
exigibilidade e liquidez (art. 3° da LEF). A regra básica encontra-se estampada no art. 1° da LEF (Lei n. 6.830, de 22 de setembro de 
1980): “ Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas 
autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil ”. 
Para desfecho desse raciocínio, podemos dizer que a Constituição Federal abre o STN e, para ele, imigra uma enxurrada de leis 
complementares federais, estaduais e municipais, além da lei de execuções fiscais, que, como o próprio art. 1° apresenta, é 
aplicável nos três âmbitos de governo: municipal, estadual e federal. Ao abrir o Sistema Tributário, a CF impõe alguns princípios, 
que não podem ser deixados de lado por quem estuda esta disciplina, como você. Os principais desses princípios são os seguintes: 
Princípio da Legalidade 
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Pelo princípio da legalidade, é estabelecido que “nenhum tributo” poderá ser criado ou mesmo cobrado sem que haja uma 
lei que o estabeleça. Esse princípio extrai-se da própria definição de tributo que está estampada no art. 3º do Código 
Tributário Nacional, como veremos a seguir, quando tratarmos das definições (DIFINI, 2006, p. 72). 
Princípio da Limitação do Poder de Tributar 
Esse princípio encontra-se estabelecido no art. 150 da Constituição Federal, o qual se desdobra em outros, derivados, 
por exemplo, o princípio da legalidade, o da anterioridade da lei, da imunidade e o da noventena. 
Princípio da Anterioridade da Lei 
O Estado, seja no nível Federal, Estadual ou Municipal, quando estabelecer a criação ou majoração de tributos, deve 
esperar o exercício seguinte àquele em que foi editada a lei para poder cobrar efetivamente o tributo. Portanto, uma vez 
criado ou majorado o tributo, se não estiver nas exceções do art. 154 da Constituição Federal, somente poderá cobrá-lo 
efetivamente no ano seguinte ao da sua majoração ou criação, sob pena de devolução da quantia arrecadada, quando 
acionado pelo Contribuinte perante o Poder Judiciário. 
Princípio da Noventena 
Além de observar o princípio da anterioridade da lei, significando que a lei que criou o tributo ou o majorou deve ter sido 
editada no ano anterior à cobrança, o Estado deve observar, também, o princípio da noventena, que estabelece o prazo de 
90 (noventa) dias para poder entrar em vigor a lei tributária. Portanto, ainda que tenha sido criada no exercício anterior, 
se não houver transcorrido noventa dias da publicação da lei, o tributo não pode ser cobrado. 
Princípio da Isonomia 
Esse princípio é baseado no dispositivo constitucional trazido com o inciso II, do art. 150 da Constituição Federal, que 
proíbe distinção de qualquer natureza entre contribuintes de mesma classe. Por esse princípio, é vedado tratamento 
desigual entre contribuintes que possuam a mesma situação fiscal. A base desse princípio está estampada no art. 5º da 
Constituição Federal, que prevê que “todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”. 
Princípio da Imunidade 
A Constituição Federal traz em seu art. 150 o princípio da limitação do poder de tributar. Dentro desse princípio, 
podemos encontrar um outro muito importante, que é o da “imunidade”. Isso quer dizer que determinadas coisas e 
pessoas não são afetadas pelo tributo, por imposição constitucional, isto é, constitui-se de uma condição que não pode 
ser modifica por qualquer administrador público, pois nem mesmo uma alteração na Constituição poderia ser feita para 
mudar essa condição. É diferente, por exemplo, da isenção, pois esta pode cair a qualquer tempo, segundo a vontade do 
legislador local. A imunidade é constitucional, ou seja, uma condição maior, que vale, por exemplo, para os templos, o 
livro, os partidos políticos etc. (DIFINI, 2006, p. 99-100). 
Por fim, repare que a CF define quais são os impostos de competência de cada esfera governamental: União, Estados e Distrito 
Federal e Municípios (arts. 153 a 156), além de estabelecer a partilha das receitas tributária. 
O imposto somente pode ser cobrado se instituído por lei: “princípio da legalidade”. A Medida Provisória 
não é lei (apesar de ter força de lei), mas pode instituir ou aumentar um tributo. Contudo, se não for 
transformada em lei pelo Congresso Nacional dentro do exercício em que foi editada, perde o poder de criar 
(ou aumentar) tributos, pois, pelo princípio da anterioridade da lei, o imposto somente pode ser cobrado se 
houver lei que o criou no exercício anterior, como veremos a seguir. 
A repartição da receita tributária é aplicável em diversos outros tipos de estudos. Assim, encerraremos este conteúdo apenas 
relacionando os impostos conforme a competência das esferas de governo, para que você possa ter melhor compreensão. 
Observe: 
Impostos da União (art. 153): 
1. Imposto de Importação de produtos estrangeiros. 
2. Imposto de exportação de produtos nacionais ou nacionalizados. 
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3. Imposto de renda e proventos de qualquer natureza. 
4. Imposto sobre Produtos Industrializados. 
5. Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. 
6. Imposto territorial rural. 
7. Imposto sobre grandes fortunas. 
Impostos dos Estados e do Distrito Federal (art. 155): 
1. Imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993). 
2. Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestaçõesse iniciem no exterior; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). 
3. Imposto sobre a propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). 
Impostos dos Municípios (art. 156): 
1. Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana. 
2. Imposto sobre a transmissão “ inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão 
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. 
3. Imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). 
Entre os impostos acima, encontramos o imposto sobre grandes fortunas que, embora previsto pela Constituição, ainda depende 
de uma Lei Complementar para o instituir efetivamente, circunstância que serve para muitos comentários doutrinários, alguns 
entendendo ser difícil definir os parâmetros mensuradores de grandes fortunas e outros que deduzem haver uma certa influência 
política daqueles que possuem essas “tais” grandes fortunas, impedindo que a lei seja editada. 
As décadas de 1970 e 1980 foram marcadas pela chamada “guerra fiscal”, que consistia em uma tentativa 
dos Estados e dos Municípios de atraírem empresas novas para seu território, com o objetivo de aumentar a 
geração de empregos e o índice de qualidade de vida da população, diminuindo a arrecadação em primeiro 
momento. Muita discussão foi gerada entre os principais governos estaduais e os parlamentares federais, 
havendo participação ativa do Senado Federal que, por meio de suas Resoluções, diminuiu, e muito, as 
possibilidades de favorecimento às empresas, com diminuição de arrecadação, para atrair novos negócios. 
Observe o seguinte caso: temos uma “ementa” de um “acórdão”, que é o resultado de um julgamento. Para 
melhor entendimento, necessário dizer que se trata de um processo de execução fiscal (tributária), em que 
ocorreu uma “penhora”. Isto é, o juiz determinou a apreensão de bens (ou direitos). No caso, “debêntures” da 
Vale S.A. A pessoa que teve os “direitos” apreendidos não concordou e manejou um recurso chamado 
“embargos de declaração”, que teve negado provimento, ou seja, não foi aceito. Vejamos: 
EMENTA PROCESSO CIVIL – TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – ART. 11, INCISO VIII, LEI N. 6.830/80 
– PENHORA – DEBÊNTURES DA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE – ADMISSIBILIDADE COMO 
GARANTIA DE EXECUÇÃO FISCAL – ALEGADA OMISSÃO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – AUSÊNCIA 
DE VÍCIO NO JULGADO – INCONFORMAÇÃO COM A TESE ADOTADA PELA SEGUNDA TURMA – 
CABIMENTO DE EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. (STJ, EDCL NO AGRG NO RE 1.039.722, RS, 
(2008/0056058-6), BRASÍLIA, DF, REL. MIN. HUMBERTO MARTINS). – (CASTRO et al., 2010, p. 379). 
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O que nos ajuda a identificar que o recurso “não foi aceito”, isto é, não teve provimento, é a frase: “ausência 
de vício no julgado”. Com essa assertiva, o tribunal confirma a decisão anterior, por não encontrar nenhum 
vício nela, validando, assim, a “penhora” das debêntures. 
O Sistema Tributário Nacional é composto pela Constituição Federal, pelo Código Tributário Nacional, 
pela Lei de Execuções Fiscais e pelas Leis Complementares federais, estaduais e municipais em matéria 
tributária, dentro de sua competência. 
O art. 146 da Constituição estabelece que a Lei Complementar é quem deve definir tributos e suas 
espécies e legislar sobre diversos aspectos tributários, atualmente vigentes no país pelo Código 
Tributário Nacional, que, apesar de ter sido editado como lei ordinária, ganha status de Lei 
Complementar. 
Não se pode deixar de lado os Princípios constitucionais tributários, que, por força da Constituição 
Federal, fazem parte do Sistema Tributário Nacional. 
O STN garante ao Estado o Poder de cobrar (até executar) a dívida tributária, ao mesmo tempo em que 
estabelece limitações ao Poder de Tributar do Estado. 
CONCEITOS DE TRIBUTO E SUAS 
ESPÉCIES 
Olá! Que bom que já nos sentimos introduzidos no Direito Tributário, não? Espero, sinceramente, que você esteja gostando dessa 
jornada que estamos iniciando. Agora, vamos estudar os conceitos. Saiba que à lei não cabe a tarefa de definir ou conceituar os 
objetos legislados. Contudo, em alguns casos, o legislador tem encaminhado a redação legal para esse fim. É o que ocorre com o 
Código Tributário Nacional, que define o que é tributo em seu art. 3°, e no art. 5° traz o elenco das espécies de tributos. 
Segundo a própria Constituição Federal, como estudamos anteriormente, as espécies de tributos são três: os impostos , as taxas e 
as contribuições de melhoria . Mas existem tributos que não se encaixam nas definições dessas três espécies. São criados como 
contribuições e alguns até como taxa. Não é demais lembrar, também, o empréstimo compulsório , autorizado pelo art. 148 da 
constituição, sob competência da União, para atender a certos casos específicos: calamidade pública , guerra externa etc. 
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Cada espécie de tributo encontra-se distribuída por meio do Código Tributário, cabendo ao art. 16 a definição de imposto , ao art. 
77, não propriamente uma definição, um conceito, mas uma explicação (especificidade) de como se origina a taxa , tendo como base 
conceitual o fato gerador. No art. 81, encontramos a explicação (o fundamento) da instituição das contribuições de melhorias . 
Veja se você consegue entender a definição de tributo que, como já dito, está estampada no art. 3°, do CTN, mas com uma 
linguagem bem antiga: “Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, 
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. 
Note que se trata de uma linguagem pouco popular para os dias de hoje, tendo em conta que se trata de uma legislação muito 
antiga, já que é uma lei promulgada no ano de 1966. Assim, venha comigo em uma modesta tentativa de interpretação dos dizeres 
legais desse dispositivo. Você concorda que poderíamos modificar os dizeres para o seguinte texto? 
Art. 3º Tributo é todo pagamento monetário obrigatório , em moeda ou “ i n natura”, com expressão do valor , 
que não constitua penalidade de ato ilegal, criada por lei e cobrada mediante atividade administrativa 
vinculada à lei (texto livre do autor). 
Acho que assim ficou melhor, você não acha? Pois é. O que se pode comentar a respeito é que a definição de tributo agrega todos 
os valores pagos aos cofres públicos, desde que não sejam originados por “punição”, como as multas (de trânsito, ou por atraso no 
recolhimento do próprio tributo), por exemplo. Assim, todo valor que é recolhido obrigatoriamente ao erário é tributo , desde que 
não seja multa . Além disso, a cobrança deve ser feita por “atividade administrativa”, que significa a “administração pública” 
(Governos municipal, estadual e federal). A assertiva final “plenamente vinculada”, significando “vinculada à lei”, conclui que não 
pode o administrador “dispensar” do pagamento qualquer devedor, seja por qual motivo for, da mesma forma em que não pode 
“procrastinar”, isto é, negligenciar, deixar de proceder a cobrança propositalmente. 
Já o art. 16, do CTN, traz a definição de imposto : “Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. 
Como você pode ver, extrai-se da própria definição de imposto , esse tributo é gerado em uma circunstância (negociação, 
transação) qualquer, sem que o Estado esteja participando ou entregando uma contrapartida ao contribuinte. O que se entende é 
que o valor arrecadado com o imposto é aplicado em retorno à sociedade,sem direcionar correspondentemente àquele que 
pagou. Ou seja, a geração do imposto se dá por força da lei, na transação especificada por ela, e sem haver qualquer contrapartida 
do Estado para aquele fato, em relação ao contribuinte. 
Apesar de algumas leis mitigarem a obrigação das empresas menores no tocante aos “registros” contábeis, 
algumas até dispensando ou tornando mais simples a escrituração, é importante que se entenda que a Lei 
de Falências, Lei n° 11.101/2005, não distingue a empresa grande da empresa pequena, quando se trata de 
comprovação dos atos praticados pela entidade. Assim, a Contabilidade pode se transformar em grande 
aliada do empresário que se envolver em uma falência, evitando eventual classificação ou tipificação de 
“crimes falimentares”. Portanto, além de ser obrigatória a escrituração contábil para todas as empresas, 
conforme as normas brasileiras de contabilidade e os princípios e postulados contábeis, é recomendável 
que se mantenha uma boa contabilidade, para que, além de se utilizar como ferramenta administrativa e de 
gestão numa eventual falência, possa comprovar a isenção dos sócios (empresários) quanto a crimes 
previstos pela lei falimentar. 
Podemos mencionar, como exemplo direto de imposto, aqueles previstos pela Constituição Federal, os quais foram elencados 
anteriormente, inclusive, classificando-se segundo a esfera de governo (municipal, estadual e federal) competente para sua 
instituição e cobrança. 
É diferente, portanto, o aspecto gerador da taxa , a qual se encontra especificada no art. 77: 
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Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito 
de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a 
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à 
sua disposição. 
Como você vê, facilmente, a taxa é gerada tendo como resposta uma prestação de serviço público, específico e divisível , isto é, é 
possível se definir quem está utilizando o serviço e, por isso mesmo, está pagando por ele. Os exemplos são fartos: taxa para 
emissão de passaporte, carteira de identidade, carteira de motorista, porte de arma etc., são circunstâncias nas quais se paga a “taxa” 
pelo serviço prestado pelo Estado. 
Veja o seguinte texto: 
De acordo com o comentário sobre o artigo publicado na Revista Exame, 6 out 1999, dando conta de que a 
preocupação com a “queda” nos preços das ações comercializadas na Bolsa de Nova Iorque é grande, pois, 
com a crise imobiliária experimentada pelos Estados Unidos, as empresas do setor financeiro poderiam 
registrar em seus Balanços “grandes prejuízos”, o que geraria motivo de descontentamento dos 
investidores, que tenderiam ofertar suas ações por preços bem baixos, na tentativa de evitar maiores 
perdas financeiras. A palavra crash leva à interpretação de um “desarranjo” total das operações da Bolsa, 
com a geração de desconfiança e perda da credibilidade. A principal Bolsa do mundo é a de New York, em 
que empresas de todo o mundo negociam ações. No artigo “Por que Wall Street preocupa tanto”, referindo- 
se à Bolsa de New York, o autor José Fucs diz que uma diminuição substancial nas cotações das ações teria 
efeitos nocivos na economia global. 
" A riqueza da sociedade americana, refletida na exuberância das bolsas, diminuiria proporcionalmente à queda 
das cotações. Consequentemente, ocorreria também uma redução do consumo interno. E a queda do consumo, 
por sua vez, levaria a uma diminuição das importações de outros países. Isso sem falar nos efeitos que o crash 
poderia ter no mercado internacional de capitais, dificultando a captação de recursos pelas empresas, por meio 
de ações ou títulos de renda fixa, para financiar o crescimento de suas operações. " 
Em 2008/9, a economia americana entra em crise em função do mercado imobiliário. O problema atinge 
principalmente as instituições financeiras por causa do calote imobiliário. O grande indicador do sucesso da 
empresa, o lucro, é relatado nas Demonstrações Financeiras. Havendo queda nos lucros e até prejuízos, há 
riscos de crash na Bolsa. 
Fonte: Marion (2009, p. 44). 
No que tange aos conceitos, a doutrina é crítica com referência a certos tributos que são travestidos de “taxas”, mas que 
funcionam, na realidade, como se fossem “impostos”. É o caso, por exemplo, da “ taxa de iluminação pública ” ou a “ taxa de lixo ”. 
Essas taxas são aplicadas a cada munícipe, sem ser possível individualizar, fazendo-se um cálculo qualquer, dividindo-se o total do 
gasto total com a coleta de lixo pela quantidade de casas existentes no município, ou seja, não há uma individualização 
(divisibilidade), como é prevista no art. 77 do CTN (CASTRO et al., 2010, p. 124). 
No Brasil, a fraude contra credores é regulada pelos artigos 158 a 165, Seção VI, do Código Civil. Quando 
verificada sua ocorrência, há uma ação judicial apropriada, denominada “Ação revocatória”, que é apelidada 
de “Ação Pauliana”, a qual proporciona ao credor anular os atos lesivos aos seus direitos, praticados 
fraudulentamente pelo devedor. A correta contabilização dos negócios realizados pelas empresas é uma 
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importante ferramenta jurídica para se evitar o envolvimento com esse tipo de crime, inclusive, quanto ao 
aspecto fiscal, que é o foco do presente estudo. 
Observe o seguinte texto: 
“Depois de consultar estudiosos da administração nas principais universidades americanas – entre eles 
Warren Bennis, o maior especialista em liderança dos Estados Unidos –, a AMA elaborou uma relação das 
decisões que mudaram o mundo dos negócios. A primeira que ganhou destaque foi: 
1. Pierre du Pont percebeu que sua empresa precisava gerir melhor o dinheiro que movimentava. Sob sua 
direção (entre 1902 a 1940), a DuPont desenvolveu a moderna contabilidade empresarial; 
2. (Há uma lista de mais de 100 decisões que mudaram o mundo dos negócios). 
A grande invenção de DuPont é um modelo para Tomada de Decisão. Podemos dizer que a moderna 
Contabilidade Empresarial tem como foco Tomada de Decisão? Você crê que é importante o destaque da 
Moderna Contabilidade Empresarial em primeiro lugar entre mais de uma centena de decisões que 
mudaram o mundo dos negócios?”. 
(MARION, 2009, p. 28). 
O texto demonstra bem a importância dos registros contábeis. 
Não se pode confundir a “taxa” com a “tarifa”, que é diferente, pois esta se refere a serviços públicos concedidos ou permitidos, 
explorados por terceiros, que recebem do Estado o poder de cobrar contraprestação, na forma de “ tarifa ”. É o caso dos transportes 
públicos, energia elétrica etc. 
A outra espécie de tributo que se encontra estabelecida no art. 5° do CTN é a contribuição de melhoria . Esta está enunciada no 
art. 81 do Código. Vejamos: 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos 
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras 
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e com o limite 
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
Nesse caso, encontramos um tributo muito difícil de ser cobrado, mas, em contrapartida, um dos menos questionados 
judicialmente. É que, conforme se infere do art. 81, o ente público (Prefeitura, Estado ou União) pode cobrar pela “melhoria” 
proporcionada ao contribuinte por meio de realização de obras públicas que valorizam os “arredores”, isto é, os imóveis localizados 
nas redondezas daquela obra pública se valorizam em consequência da ação do Estado de melhorar a região. Assim, o Estado tem a 
autorizaçãoconstitucional e legal (CTN) para cobrar uma “contribuição” daqueles que foram beneficiados. De todo modo, é 
importante que você saiba que o sistema não pode desrespeitar o inciso IV, do art. 150, da Constituição Federal, ou seja, é proibido 
utilizar tributos com efeito de confisco . 
A Contribuição de Melhoria é um tributo de difícil aplicação na sua modalidade individual, contando que se 
torna difícil a valoração do imóvel, até porque algumas obras, como viadutos, metrôs etc, podem ocasionar 
que alguns imóveis valorizem em uma determinada região e outros, em outras localidades, até desvalorizem 
em razão da mesma obra (CASTRO, 2010, p. 129-130). 
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Mas, além desses tributos já mencionados, afora a impropriedade da criação de impostos, com nome de taxa, conforme alhures 
mencionado, é de se observar que existem um sem-número de outras contribuições, as quais também se apresentam com suas 
impropriedades: PIS, COFINS, CSLL e outras. Eu sugiro que você consulte o art. 149, da Constituição Federal, no qual encontramos 
a CIDE e outras contribuições de interesse de categorias profissionais (CRC/OAB/CRM, entre outras) (DIFINI, 2006, p. 53), que 
são todas consideradas tributos. Essas contribuições são, sem dúvida nenhuma, tributo (DIFINI, 2006, p. 51), já que se enquadram 
no art. 3°, do CTN, ainda que não se enquadre em nenhuma das definições das espécies de tributo (CTN 5°). A importância de se 
saber se tais contribuições são ou não tributo repousa na aplicação dos princípios mencionados (anterioridade da lei, noventena 
etc.), conforme nos ensina Difini (2006, p. 52). 
Quando um terceiro prejudicado (Consumidor, Fornecedor etc.) alegar eventual fraude em qualquer 
operação da empresa, o registro regular da Contabilidade poderá esclarecer facilmente a questão e, até, 
reverter a questão, proporcionando uma conduta irregular do delator. O Código de Processo Civil brasileiro 
dispõe que o ônus da prova é daquele que alega. De nada adianta alegar a “regularidade” das operações, se 
não for possível demonstrar e comprovar o alegado por meio da boa escrituração contábil. 
Essa avalanche de tributos, emanada de diversas nuances legais, é que movimenta uma Carga Tributária que chega atualmente a 
quase quarenta por cento do PIB – Produto Interno Bruto. 
Privilegiando ainda a segurança jurídica, e com o fito de se evitar a surpresa ao contribuinte, situação odiosa 
no Estado Democrático de Direito, a Emenda Constitucional 42, de 2003, veio para colocar fim à prática 
comum em nosso país de se aumentar ou criar um determinado imposto nos últimos dias de dezembro para 
que esta nova exação já pudesse ser cobrada no primeiro dia de janeiro do ano seguinte. Em tese, havia o 
respeito ao princípio da anterioridade, mas em tempo algum permitia-se ao contribuinte saber de antemão 
por quais tributos seria colhido no ano seguinte (CASTRO et al., 2010, p. 31). 
A decisão acima, portanto, proferida pelo Supremo Tribunal Federal no RE (Recurso Extraordinário) 138.284, publicada diversas 
vezes no Diário da Justiça da União, pode ser resumida na seguinte classificação dos tributos:CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS: 
a) - Impostos (CF, arts. 145, I, 153, 154, 155 e 156). 
b) - Taxas (CF, art. 145, II). 
c) - Contribuições, que podem ser assim classificadas: 
c.1. - de melhoria (CF, art. 145, III); 
c.2. - parafiscais (CF, art. 149). Estas se classificam em: 
c.2.1. - sociais: 
c.2.1.1. - de seguridade social (CF, art. 195, I, II e III); 
c.2.1.2. - outras de seguridade social (CF, art. 195, § 4º.); 
c.2.1.3. - sociais gerais (FGTS, salário-educação, CF, art. 212, § 5º., contribuições para o SESI, SENAI, SENAC, CF, art. 
240 ); 
c.3. - especiais: 
c.3.1. - de intervenção no domínio econômico (CF, art. 149); e 
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c.3.2. - corporativas (CF, art. 149). 
d) - empréstimos compulsórios. 
O caso constante da seguinte EMENTA é adequado para entendermos como o Estado deve classificar 
corretamente suas cobranças de tributos. Observe que a questão é resumida no fato de que o Município em 
questão utilizou o valor do imóvel como “base de cálculo” do IPTU e também da “taxa de lixo”. Vejamos: 
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – Taxas de lixo e de combate a sinistros – Exercício de 1998 – 
SINISTROS – Base de cálculo idêntica àquela utilizada para apuração do IPTU – Violação ao art. 145, inciso 
II e § 2° da Constituição Federal e arts. 77 e 79 do Código Tributário Nacional – serviços prestados em 
caráter uti universi – Tributação indevida – LIXO – especialidade atendida – Divisibilidade reconhecida – 
Atendimento aos arts. 77 e 79 do código Tributário Nacional – Princípios da proporcionalidade tributária e 
do dogma da isonomia (art. 145, 2°, da CF) observados – Natureza uti singuli – Multa – Legitimidade – 
Impossibilidade, porém, de sua cobrança – Contribuinte que está em processo /alimentar (Súmulas 192 e 
565 do E. STJ) Incidência de juros – Possibilidade – Embargos parcialmente procedentes – Municipalidade 
que deverá reembolsar metade das custas – Sentença parcialmente reformada – Apelo da Municipalidade 
provido em parte – (TJSP, 15ª. CDPúb., Ap. Sem Ver. 6384675600, Rel. Des. Silva Russo, DJ 31.1.2008). 
(CASTRO, 2010, p. 80). 
Com isso, possibilitou ao contribuinte questionar a classificação dos tributos, o que acabou sendo aceito 
pelo Juiz, que considerou a tal “taxa” indevida. Independentemente da hipótese de se qualificar uma taxa, 
eventualmente, como imposto, o § 2°, do art. 145, da CF, proíbe que as taxas tenham “base de cálculo” 
própria de imposto. Por isso, temos o Tribunal negando a possibilidade de se calcular a taxa de lixo pelo 
valor do imóvel, que é base de cálculo do IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano. 
O conceito de tributo e suas espécies encontram-se dispostos no Código Tributário Nacional, que, por 
força do art. 146, da Constituição Federal, ganha status de Lei Complementar, já que a CF determina que 
somente a LC é que pode definir tributo e suas espécies. 
Em uma tradução modesta, encontramos um conceito de tributo mais popular, dando nova redação ao 
art. 3°, do CTN: “tributo é todo pagamento monetário obrigatório, em moeda ou “in natura”, com 
expressão do valor, que não constitua penalidade de ato ilegal, criada por lei e cobrada mediante 
atividade administrativa vinculada à lei”. 
O imposto é gerado independentemente de qualquer atuação do Estado em relação ao contribuinte, 
enquanto a taxa corresponde a um serviço prestado pelo Estado (ou colocado à sua disposição). 
Além da contribuição de melhoria, prevista no art. 81, do CTN, existem outras contribuições espalhadas 
pelos artigos da Constituição Federal (arts. 146 e 195), que foram classificadas definitivamente como 
tributo pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE 138.284-CE. 
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PRINCIPAIS TRIBUTOS PARA AS 
EMPRESAS 
Como você pôde perceber, a Carga Tributária no Brasil é muito grande! Mas eu sou ousado o suficiente para dizer: “você ainda não 
viu nada!”. O certo é que o encargo de todos os tributos gerados no país é suportado pelo Consumidor, pessoa física, ou seja: “eu, 
você e os demais brasileiros”, já que podemos afirmar com certeza que, na maioria das vezes, todos os impostos pagos pelas 
empresas são repassados para os custos dos produtos ou mercadorias, tendo como destino final o consumidor. Exceto pela 
hipótese de alguma empresa fechar o exercício com “prejuízo”, uma vez apresentando resultado positivo, pode-se, por meio da 
Contabilidade de Custos, comprovar que todos os gastos foram transferidos para os produtos ou mercadorias ou serviços 
vendidos. Assim, o consumidor final desses produtos, mercadorias e serviços é quem “banca” toda a arrecadação.Como já dito alhures, toda a carga tributária brasileira é paga pelas pessoas físicas (Consumidor Final). Mas 
sabemos que é importante para o Estado a arrecadação dos tributos. O que se questiona, então, é a forma 
como é aplicada essa arrecadação tributária, pois os benefícios ofertados à sociedade brasileira deveriam 
ser equivalentes a países de primeiro mundo, mas o que constatamos é a ausência de hospitais equipados, 
segurança nas ruas, estradas bem equipadas, programas sociais de formação humana e não de fomento sem 
contrapartida etc. É dever da sociedade questionar as circunstâncias atuais e cobrar do Estado uma melhor 
aplicação dos recursos arrecadados. 
Por que, então, as empresas se preocupam tanto com o planejamento tributário, com a carga tributária, se quem paga tudo, ao 
final, é o consumidor, pessoa física? A razão é simples: cada vez que se acrescenta o tributo ao custo, o reflexo no preço de venda é 
inevitável. Assim, a empresa mais eficaz na elaboração e condução do planejamento tributário é que se apresenta em melhores 
condições frente à concorrência comercial. O mercado, em geral, não perdoa a má gestão das empresas, porque o reflexo dessa 
circunstância é um preço mais elevado do que a concorrência. Assim, estar atento a todas as possibilidades de redução de custos, 
inclusive com impostos, é dever de todo gestor. 
Para o Planejamento Tributário nas empresas, o tributo mais considerado é o IMPOSTO, uma vez que a Taxa e a Contribuição de 
Melhoria não têm relevância para esse fim. Além dos IMPOSTOS, entretanto, encontramos uma espécie de tributo não definida 
pelo Código Tributário Nacional, mas instituída pela Constituição Federal, o que lhe impõe legitimidade. Trata-se das 
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contribuições . E, como já vimos na aula anterior, as contribuições podem ser divididas em: de melhoria, parafiscais e especiais. 
O regime jurídico-tributário das empresas é escolhido em relação ao imposto de renda , que pode ser lucro 
real, lucro presumido ou arbitrado, existindo, ainda, o regime do simples nacional, que é um regime de 
simplificação da tributação. Mas o regime de lucro arbitrado é, basicamente, um regime de “punição”, 
aplicado às empresas que têm defeitos em suas escriturações. A aplicação desse regime, como veremos 
mais à frente, significa uma majoração (um aumento) na cobrança dos tributos. 
É bom que se mencione que há três elementos que definem a existência do tributo: o fato gerador, a base de cálculo e a alíquota . 
Ou seja, é preciso que se constate um “fato” (um acontecimento) que dê origem ao tributo; nesse “fato”, deve haver uma “base de 
cálculo”, isto é, a operação (fato) deve ter um valor em moeda corrente, para que seja possível se calcular o valor do tributo ; e, 
finalmente, o tributo terá uma alíquota , que se constitui de um “percentual” aplicado sobre a base de cálculo , para que se apure o 
valor a ser pago . 
Nesse diapasão, para fins de Planejamento Tributário, é importante observar os seguintes TRIBUTOS: 
• IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. 
• ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. 
• PIS – Programa de Integração Social. 
• COFINS – Contribuição para a Seguridade Social. 
• INSS – Contribuição da Empresa e do Empregado para o Instituto Nacional do Seguro Social. 
• IRPJ – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas. 
• CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. 
• ISSQN – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza. 
Esses tributos podem ser classificados como cumulativos e não cumulativos e, ainda, como intrínsecos e extrínsecos , conforme o 
caso e o estudo em andamento . Na verdade, em termos de classificação de tributos, pode haver diferença de tratamento entre os 
regimes jurídico-tributários em que a empresa possa se enquadrar. Por esse motivo, cabe-nos qualificar e especificar os tributos 
acima, conforme a legislação e as atividades das empresas, visando enquadrá-los para fins de planejamento 
tributário. Vejamos: 
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados 
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O Imposto sobre Produtos Industrializados é de competência da União. É previsto no art. 153, IV, por natureza, um imposto 
extrínseco e não cumulativo, incidente sobre os produtos industrializados, como o seu próprio nome indica. O RIPI – Regulamento 
do IPI define as operações consideradas “industrialização” como sendo aquelas que modificam uma “matéria-prima” adquirida em 
sua natureza, isto é, o funcionamento, o acabamento, a embalagem, o acabamento, o tamponamento etc., às vezes, nem mesmo se 
trata de uma industrialização, mas constituem operações equiparadas à industrialização. Matéria-prima é todo material adquirido 
por uma empresa industrial para modificação de sua natureza, resultando em um produto . Assim, o produto de uma empresa 
industrial vendido para outra empresa industrial poderá ser matéria- prima para a empresa adquirente. 
Estão fora desse conceito, isto é, não se constitui “industrialização”: preparo de alimentos não acondicionados em embalagens; 
preparo de refrigerantes, com a utilização de extrato concentrado, no próprio bar ou restaurante, para venda direta ao 
consumidor, com a utilização de máquinas. Esses são apenas exemplos, pois há outras circunstâncias não consideradas 
“industrialização”. 
O fato gerador do IPI, portanto, é a saída de estabelecimento industrial (ou equiparado) de qualquer produto industrializado, isto 
é, que tenha passado pelo processo definido pelo RIPI como processo de industrialização, ou seja, a ele equiparado. Além disso, é 
também fato gerador a importação de produto estrangeiro, no desembaraço desse. 
A base de cálculo do IPI é o valor da operação, isto é, o preço de venda do produto. Finalmente, cabe dizer que a alíquota do IPI é 
determinada pela Tabela do RIPI, conhecida como TIPI (Tabela do IPI), conforme a classe estabelecida, com a nomenclatura do 
produto. 
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 
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O ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços é de competência dos Estados e do Distrito Federal, previsto na 
Constituição Federal, no art. 155, II, com a seguinte redação: “ imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a 
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no 
exterior ”. Esse imposto é, por natureza, “não cumulativo” e “intrínseco”, como veremos mais adiante. 
O fato gerador do ICMS é a saída de estabelecimento comercial ou industrial de mercadorias de qualquer natureza, de produtos 
industrializados de qualquer natureza, de serviços intermunicipais ou interestaduais de transportes de pessoas, mercadorias ou, 
também, de valores, assim como a prestação onerosa de serviços de comunicação de qualquer natureza, isto é, por qualquer meio. 
Inclui-se no fato gerador o fornecimento de mercadorias e a prestação de serviços que não estejam incluídos na competência 
tributária dos Municípios; há, também, outras circunstâncias complementares que são consideradas base de cálculo do Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, como a entrada de mercadoria qualquer importada do exterior e, também, a 
prestação de serviço da mesma origem. 
A base de cálculo do imposto é o valor fiscal da operação, isto é, o preço de venda. 
A alíquota do ICMS varia de produto (e serviço) para produto (e serviço), é instituída por competência do Estado, da mesma forma 
que pode, também, instituir a denominada substituição tributária, que se constitui no sistema pelo qual o estabelecimento 
vendedor é responsável (substituto) pela geração e recolhimento do ICMS do estabelecimento comprador.Essa substituição pode 
ser em relação às operações realizadas antes, concomitante ou subsequentemente, contando-se, também, as operações 
interestaduais. No início, foi um pouco difícil se discernir a utilização desse sistema de cobrança tributária, mas, com o avanço 
considerável da tecnologia da informação, as coisas foram tomando seus rumos e, atualmente, já se considera superada a situação. 
PIS – Programa de Integração Social 
O tributo denominado PIS – Programa de Integração Social foi instituído pela Lei Complementar n°. 07/1970 e tem como 
contribuintes as pessoas jurídicas de direito privado (as de direito público estão sujeitas ao PASEP – Programa de Participação do 
Servidor Público), além das assim equiparadas e, também, aquelas que são prestadoras de serviços, empresas públicas, sociedade 
de economia mista e as empresas enquadradas no Simples Nacional, denominadas Microempresas - ME e Empresas de Pequeno 
Porte – EPP, essas últimas com alíquotas muito diferenciadas, inseridas nas Tabelas dos Anexos da LC 123/2006. 
Esse tributo pode ser cumulativo e não cumulativo, mas será sempre tributo “intrínseco”. As alterações ocorridas quanto à 
classificação se darão em razão da escolha ou da imponibilidade legal do regime tributário à empresa, isso porque, em razão do 
enquadramento em um determinado regime, o tributo pode até ter alíquota maior ou menor, conforme o caso. 
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O fato gerador do PIS é variado, já que, por um lado (no caso do Planejamento Tributário), é estudado tendo como fato gerador o 
faturamento da empresa e, em outras ocasiões, incide sobre a folha de pagamento de empregados e, também, sobre prêmios de 
loterias, por exemplo. 
A base de cálculo do tributo varia conforme o caso e, veremos mais à frente, serão base de cálculo o valor do faturamento da 
empresa , o valor da folha de pagamento e, fora do alcance de nosso estudo, o valor do prêmio a ser pago em concursos de 
prognósticos (loterias). 
A alíquota do tributo, também, varia conforme o caso. Veremos que, no caso do faturamento como base de cálculo, quando o 
tributo for “cumulativo”, sua alíquota será de 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento) e, quando o tributo for “não 
cumulativo”, terá alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento). Enfim, interessante mesmo é estudar o 
tributo dentro da sua classificação, visando um melhor entendimento e conhecimento das bases tributárias a serem aplicadas no 
Planejamento. 
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
O tributo denominado CONFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social foi instituído pela Lei Complementar 
n°. 70/1991 e tem, a exemplo do PIS, como contribuintes as pessoas jurídicas de direito privado e aquelas equiparadas e, também, 
aquelas que são prestadoras de serviços, empresas públicas, sociedade de economia mista e as empresas enquadradas no Simples 
Nacional, denominadas Microempresas - ME e Empresas de Pequeno Porte – EPP, essas últimas com alíquotas muito 
diferenciadas, inseridas nas Tabelas dos Anexos da LC 123/2006. 
Esse tributo pode ser cumulativo e não cumulativo, mas será sempre tributo “intrínseco”. Tal e qual ocorre com o regime do PIS, as 
alterações ocorridas quanto à classificação se darão em razão da escolha ou da imponibilidade legal do regime tributário à 
empresa, isso porque, em razão do enquadramento em um determinado regime, o tributo pode até ter alíquota maior ou menor, 
conforme o caso. 
O fato gerador da COFINS é o faturamento da empresa, assim entendido a totalidade da receita, independentemente de sua 
classificação contábil ou da atividade empresarial. 
A base de cálculo do tributo é o valor do faturamento da empresa, como já dito, assim entendido a totalidade da receita, 
independentemente de sua classificação contábil ou da atividade empresarial. 
A alíquota do tributo varia conforme o caso. Veremos que, no caso de o tributo ter natureza “cumulativa”, sua alíquota será de 
3,00% (três por cento) e, quando o tributo for “não cumulativo”, terá alíquota de 7,60% (sete inteiro e seis décimos por cento). 
Enfim, da mesma forma que o tributo denominado PIS, será interessante mesmo estudar o tributo dentro da sua classificação, 
visando um melhor entendimento e conhecimento das bases tributárias a serem aplicadas no Planejamento. 
Uma empresa pode fazer planejamento tributário com impostos (ou tributos) que nada têm a ver com suas 
operações, como é o caso do ITBI – Imposto sobre a transmissão de bens imóveis “inter vivos”, previsto no 
art. 156, II, da Constituição Federal, de competência dos Municípios, no caso de fusão , cisão ou 
incorporação , pois, conforme o inciso I, do § 2°, desse mesmo dispositivo, tal imposto não incide nesses 
casos. Vejamos: 
Constituição Federal. Art. 156. ... § 2°. O imposto previsto no inciso II: I – não incide sobre a transmissão de 
bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a 
transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, 
salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou 
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil. 
INSS – Contribuição da Empresa e do Empregado para o Instituto Nacional do Seguro Social 
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A Contribuição para a Seguridade Social, pela empresa, denominada pela Lei do SIMPLES NACIONAL como CPP – Contribuição 
Previdenciária Patronal é prevista pela Constituição Federal, em seu art. 195. Sugiro que você dê uma reparada no seu conteúdo. 
A CPP – Contribuição Previdenciária Patronal (denominação da LC 123/2006), que estudamos neste item, é conhecida nos meios 
contábeis como “contribuição para o INSS”, ou simplesmente INSS. É uma despesa da empresa e que se junta aos custos dos 
funcionários. Se a empresa adota regime de contabilidade de custos , o INSS dos empregados na produção vão para o custo dos 
produtos , como veremos mais à frente. 
Sugiro que você dê uma olhadela no art. 194, do Regulamento da Previdência Social, que é quase uma cópia do art. 195 da 
Constituição Federal, diferenciando-se porque este remete à lei a sua regulamentação, enquanto aquele já é o próprio 
regulamento. Você constatará que a Lei 8.212/91 e, também, o Regulamento acima referido falam por si só, fazendo-se 
desnecessários maiores comentários, damos por encerrado o item em estudo. 
IRPJ – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas 
O Imposto Sobre a Renda de Pessoas Jurídicas encontra-se estabelecido pela Lei n° 9.249/95, com as alterações trazidas pela Lei 
n° 9.430/96, com amparo no art. 153, III, da Constituição Federal. Esse tributo tem algumas nuanças que se modificam conforme a 
escolha do Regime pela empresa. Esses Regimes Tributários determinam a incidência do Imposto de Renda, com base no 
enquadramento da Pessoa Jurídica, a saber: 
• Regime do SIMPLES NACIONAL . 
• Regime do LUCRO PRESUMIDO . 
• Regime do LUCRO REAL . 
• Regime do LUCRO ARBITRADO . 
Importa salientar que, dos quatro regimes acima previstos, apenas os três primeiros são regimes tributários propriamente ditos, já 
que o último, pode-se dizer, trata-se de um regime de punição , isto é, é aplicado para as empresas que se encontram em situação 
irregular (no tocante à sua escrituração), como melhor veremos adiante. Porém, o Regime de Lucro Arbitrado não deixa de ser um 
Regime Jurídico Tributário, já que tem amparo legal e pode ser aplicado pelo Fisco, mas, também, pode ser escolhido pela empresa, 
a seu critério, em que pese a majoração de tributos quando isso ocorre. 
Então, cabe adiantar que o Imposto de Renda Pessoa Jurídica pode ter como fato gerador uma parte (um percentual) do 
faturamento (quando aopção for o regime do lucro presumido ou do simples) ou o lucro (quando a empresa optar pelo regime do 
lucro real). 
Contudo, observe que a lei fala em base de cálculo como sendo o valor do lucro ( presumido, real ou arbitrado – portanto, o regime 
do Lucro Arbitrado deve ser considerado nessa análise). 
Saiba que, para encontrar o “lucro presumido”, aplica-se um percentual sobre o faturamento da empresa, conforme a atividade da 
empresa. Daí dizer-se que a base de cálculo é uma parte do “faturamento”, e não o lucro. Incidindo sobre uma parte do faturamento 
(um determinado percentual), mesmo que a empresa não tenha lucro (“líquido”), estará pagando o imposto de renda sobre o 
LUCRO , embora este seja, apenas, presumido . 
Para o outro Regime, o lucro pode ser contábil ou real. O Contábil é apurado pela DRE – Demonstração de Resultados do 
Exercício; o Real é apurado pelo LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real, considerando as inclusões e as exclusões de ajustes. 
Esses ajustes visam excluir da contabilidade tanto as receitas “não tributáveis” como as despesas “não dedutíveis” para fins de 
imposto de renda, segundo a legislação. 
A alíquota do imposto é de 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo (lucro real, presumido ou arbitrado). No caso do 
SIMPLES NACIONAL, encontra-se embutido em uma alíquota única para arrecadação de todos os tributos envolvidos no regime. 
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
Essa Contribuição acompanha as regras do Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Como já vimos alhures, está prevista na 
Constituição Federal e se destina ao Financiamento da Previdência Social. Sua instituição se dá por força da Lei n° 7.689/1988 e 
está vinculada ao regime do Imposto de Renda, ou seja, a empresa não pode optar por um determinado regime para o IRPJ e outro 
para a CSLL. Qualquer regime em que a empresa estiver enquadrada será o mesmo para ambos os tributos. 
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Portanto, o fato gerador desse tributo é o lucro (real, presumido ou arbitrado). No caso do Simples Nacional, terá participação na 
alíquota geral daquele regime, conforme a Tabela anexa da Lei n°123/2006, em que estiver enquadrada a empresa. 
A base de cálculo, em consequência, será o valor do lucro (real, presumido ou arbitrado), conforme o caso e o regime em que se 
estiver apurando o valor de recolhimento da contribuição. 
LUCRO PRESUMIDO (a partir de 01.09.2003 – Lei n° 10.684/2003): 
• 12% (doze por cento) para as empresas que operam com atividades comerciais, industriais, empresas de transportes e 
prestadoras de serviços hospitalares. 
• 32% (trinta e dois por cento) para empresas prestadoras de serviços em geral (exceto hospitalares e transportes – alíquota 
anterior), intermediação de negócios, administração, locação de bens imóveis ou móveis e de direitos de qualquer outra 
natureza. 
LUCRO REAL (a partir de 01.09.2003 – Lei n° 10.684/2003): 
• No regime de Lucro Real, a base de cálculo da contribuição é o lucro ( Real , assim entendido o Lucro Líquido Contábil, 
ajustado pelas inclusões e exclusões determinadas pela Lei Fiscal e escrituradas pelo LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real). 
Já quanto à alíquota , ocorreram algumas modificações ao longo do tempo, ou seja: 
• Até 30 de abril de 1999, a alíquota era de 8% (oito por cento). 
• A partir de 1° de maio de 1999, a alíquota foi modificada para 12% (doze por cento). 
• A partir de 01.02.2000 , a alíquota passou a ser de 9% (nove por cento). 
• Obs.: para empresas do ramo financeiro, a alíquota é de 15% (quinze por cento) . 
ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza. 
O Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza, previsto na Constituição Federal, pelo art. 156, III, como sendo de competência 
dos Municípios, é regulado pela Lei Complementar n° 116/2003, a qual apresenta uma relação de serviços que são caracterizados 
como fato gerador do imposto em comento. 
Portanto, o fato gerador é a prestação de serviços de qualquer natureza , exceto aqueles que são fatos geradores do ICMS 
(Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços). 
A base de cálculo do imposto é o valor da prestação de serviços. 
A alíquota pode variar segundo o interesse do Município. Contudo, para evitar a “guerra fiscal” que havia antigamente (quando 
municípios vizinhos cobravam alíquotas com grandes diferenças: 5% e 0,25%, por exemplo), a Emenda Constitucional n°. 37/2002 
instituiu alguns artigos no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, entre os quais o art. 88, que estabeleceu alíquota 
mínima de 2% (dois por cento) para o ISSQN, não mais sendo possível a diferença tão exorbitante entre Municípios, já que a 
alíquota máxima é de 5% (cinco por cento) , essa determinada pela Lei Complementar n° 116/2003. 
PIS, COFINS, CSLL, INSS não são impostos! Não são taxas! E nem Contribuições de Melhoria. São tributos , 
assim entendidos e classificados por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), em julgamento do Recurso 
extraordinário n. 138.284-CE, em 1992, não deixando mais dúvidas e eliminando as que existiam em razão 
da “lacuna” deixada pelo Código Tributário Nacional, que, apesar de recepcionado pela Constituição Federal 
de 1988, trata-se de uma lei de 1966 (lei n. 5.172) e que prevê somente três espécies de tributos em seu art. 
5°: impostos, taxas e contribuições de melhorias . Mas não é só isso. A própria Constituição Federal (1988), 
em seu art. 145, apesar de mais recente que o CTN, o imita e elenca apenas essas três espécies de tributos, 
deixando de mencionar as contribuições sociais que a própria Carta magna prevê em seus arts. 194 e 195, 
entre as quais, as contribuições aqui estudadas (PIS, COFINS, CSLL e INSS). 
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Na década de 1980, era muito comum as empresas prestadoras de serviços instalarem-se em municípios de 
menor potencial econômico, os quais regulavam suas alíquotas de ISSQN em alíquotas muito ínfimas, por 
exemplo, 0,25% (vinte e cinco centésimos por cento), como era o caso de Santana do Parnaíba, no Estado de 
São Paulo, enquanto a Capital cobrava uma alíquota de 5% (cinco por cento), cerca de vinte vezes maior! O 
resultado era um grande número de empresas com endereços fictícios em Santana do Parnaíba, mas sem 
instalações físicas por lá. Essas empresas prestavam serviços na Capital de São Paulo, pois seus titulares 
residiam na Capital e não na cidade do Interior. Com isso, a Capital perdia arrecadação de tributos sobre 
serviços que eram prestados em seu território. Enquanto não havia a regulamentação legal, já que não era 
proibido uma empresa do interior prestar serviços na Capital e nem uma pessoa da Capital constituir uma 
empresa em uma cidade do interior do Estado, estava tudo bem e se considerava até elisão e não 
sonegação . A partir da nova regulamentação, a cobrança de tributos passou a ser feita pelo município em 
que são prestados os serviços, e não mais com base no endereço sede da empresa, dificultando, assim, 
aquela manobra que era conhecida como “planejamento tributário”. 
Os principais tributos que interessam ao planejamento tributário são: 
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. 
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. 
PIS – Programa de Integração Social. 
COFINS – Contribuição para a Seguridade Social. 
INSS – Contribuição da Empresa e do Empregado para o Instituto Nacional do Seguro Social. 
IRPJ – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas. 
CSLL – Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido. 
ISSQN – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza. 
Há três elementos que definem a existência do tributo, isto é, caracterizam-no pela “natureza jurídica”, 
são eles: o fato gerador , a base de cálculo e a alíquota . 
*Para se caracterizar um tributo, é preciso que se constate um “fato” (um acontecimento) que dê

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