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APG - Crises convulsivas febris

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SOI V – APG Duda Campos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Distúrbio neurológico mais comum na infância 
• Ocorrem tipicamente entre 6 meses e 5 anos de 
idade em associação com febre superior 38C que 
não tem evidência de causa intracraniana, como 
infecção, traumatismo craniano e epilepsia ou 
outra causa de convulsão, como desequilíbrio 
eletrolítico, hipoglicemia, uso de drogas ou 
abstinência de drogas ou uma história de 
convulsão afebril 
EPIDEMIOLOGIA 
• Distúrbio neurológico mais comum na faixa 
etária pediátrica, afetando 2 a 5 % das crianças 
entre 6 meses e 5 anos de idade 
• Pico de incidência entre 12 e 18 meses 
• Mais frequente na população asiática 
• Mais comum em crianças pertencentes a um 
nível socioeconômico mais baixo 
ETIOLOGIA E PATOGÊNESE 
• A causa das crises febris é multifatorial 
• Resultam de uma vulnerabilidade do SNC em 
desenvolvimento aos efeitos da febre 
• Predisposição genética subjacente 
• Fatores ambientais 
• Resposta dependente da idade do cérebro 
imaturo à febre 
• Durante o processo de maturação, ocorre um 
aumento da excitabilidade neuronal que 
predispõe a criança a crises febris 
• Fatores genéticos desempenham um papel 
importante – o risco é maior quando irmãos ou 
pais tiveram crise febril 
• A altura da temperatura, e não a rapidez do 
aumento da temperatura, é o fator de risco mais 
significativo para o desenvolvimento de uma 
crise febril 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O risco de convulsões febris aumenta 
temporariamente por alguns dias após a 
administração de certas vacinas 
• Crianças nascidas prematuramente são 
suscetíveis a convulsões febris e o tratamento 
pós-natal com corticosteroides aumenta ainda 
mais os riscos 
• Risco aumentado por conta da exposição pré-
natal à nicotina e/ou álcool está associado 
• O estresse pré-natal ou perinatal pode ter efeitos 
de programação no cérebro em 
desenvolvimento que aumentam a 
excitabilidade neuronal, resultando em um 
limiar de convulsão mais baixo 
• A exposição residencial ao ruído do tráfego e à 
poluição do ar são outros fatores de risco 
• A anemia ferropriva pode predispor a 
convulsões febris, pois o ferro é essencial para o 
funcionamento de certos neurotransmissores, 
como a monoamina oxidase e o aldeído oxidase 
• A deficiência de zinco está implicada como um 
fator de risco para convulsões febris. 
• Vários estudos mostraram que as deficiências de 
vitamina B12, ácido fólico, selênio, cálcio e 
magnésio aumentam o risco de convulsões 
febris 
• Outros fatores de risco incluem história 
pregressa de convulsão febril, convulsão febril 
em um parente de primeiro grau, retardo de 
crescimento intrauterino, permanência em 
berçário neonatal> 28 dias, atraso no 
desenvolvimento neurológico e frequência à 
creche 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Na maioria dos casos, as convulsões febris 
ocorrem no primeiro dia após a febre 
• Convulsões ocorrendo com mais ou igual a 3 
dias após o início da febre devem ser suspeitas 
Crises convulsivas 
febris 
SOI V – APG Duda Campos 
• No momento da convulsão, a maioria das 
crianças apresenta temperatura maior ou igual a 
39C 
• As crises febris podem ser classificadas como 
simples ou complexas com base na duração, 
características físicas e padrões de recorrência 
• As convulsões febris simples são responsáveis 
por 80% das convulsões febris 
• Ocorre perda de consciência 
• Pode ocorrer espuma na boca, dificuldade para 
respirar, palidez ou cianose 
• Envolvimento dos músculos faciais ou 
respiratórios 
CRISE FEBRIL SIMPLES 
• Normalmente uma crise febril simples é 
generalizada e associada a movimentos tônico-
clônicos dos membros e movimentos para trás 
dos globos oculares 
• Dura de alguns segundos a no máximo 15 
minutos – geralmente menos de 5 minutos 
• Seguida por um breve período pós-ictal de 
sonolência 
• Não reaparece em 24 horas 
• Os músculos faciais e respiratórios estão 
frequentemente envolvidos 
CRISE FEBRIL COMPLEXA 
• Dura mais de 15 minutos 
• Geralmente é focal – movimento limitado a um 
lado do corpo ou membro 
• Pode ocorrer no mesmo dia 
• Pode ter um período prolongado de sonolência 
pós-ictal ou estar associada a hemiparesia 
transitória pós-ictal (Paralisia de Todd) 
• Geralmente as crianças são mais jovens e têm 
maior probabilidade de apresentar atraso no 
desenvolvimento do que aquelas com crises 
febris simples 
ESTADO FEBRIL EPILÉPTICO 
• Tipo mais grave de convulsão febril complexa 
• Convulsões febris contínuas ou intermitentes 
sem que a consciência seja recuperada no estado 
interictal por mais de 30 minutos 
• Deve-se observar que olhos abertos ou 
desviados persistentemente são características 
da atividade convulsiva em andamento 
• Crianças com estado epiléptico febril têm maior 
probabilidade de apresentar anormalidades 
hipocampais e também apresentam risco 
aumentado de estado epiléptico febril 
subsequente. 
AVALIAÇÃO CLÍNICA 
ANAMNESE 
• Anamnese detalhada para descobrir a causa da 
febre 
• Relação do início da febre e a convulsão 
• Características da febre – pico da temperatura e 
duração 
• Semiologia da convulsão 
• Duração da sonolência pós-ictal 
• História pessoal de convulsão anterior 
• Vacinação recente 
• Se a criança frequente creche ou foi tratada com 
um agente antimicrobiano 
• A febre é comum na faixa etária pediátrica e 
pode ocorrer coincidentemente com uma causa 
subjacente mais séria de convulsão. 
• Investigar exposições potenciais à infecção, 
ingestão de toxinas, traumas do SNC, marcos do 
desenvolvimento, convulsões anteriores e 
história de convulsões febris e afebris em outros 
membros da família 
EXAME FÍSICO 
• Monitorar sinais vitais 
• Exame físico completo para descobrir a causa 
subjacente da febre 
• Pistas sobre a origem da febre: tímpano saliente 
e eritematoso, faringe vermelha e carnuda, 
tonsilas aumentadas e eritematosas, exantema 
• Procurar sinais de meningite, como 
irritabilidade, depressão do sensório, rigidez 
nucal, fontanela protuberante ou tensa, sinal de 
Brudzinski ou Kerning 
• Exame neurológico – nível de consciência, tônus 
e força muscular e reflexos periféricos 
• Exame de fundo de olho para verificar se há 
aumento da pressão intracraniana 
• Pesquisa estigmas neurocutâneos que possam 
sugerir uma causa subjacente da convulsão 
• Uma mancha vinho do porto unilateral sobre a 
área do trigêmeo é sugestiva de síndrome de 
Sturge-Weber; angiofibromas faciais, manchas 
felpudas ou de couro, fibromas periungueais / 
ungueais (tumores de Koenen) e máculas 
hipopigmentadas ('manchas na folha de freixo') 
são sugestivos de esclerose tuberosa; manchas 
café com leite, sardas intertriginosas, 
hamartomas de íris (nódulos de Lisch) e nódulos 
cutâneos / subcutâneos são sugestivos de 
neurofibromatose 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
SOI V – APG Duda Campos 
• Convulsões febris devem ser diferenciadas de 
calafrios (tremores), delírio febril, crise de 
prender a respiração, infecção do SNC, mioclonia 
febril, epilepsia generalizada, estado epiléptico 
refratário e síndrome febril da epilepsia 
relacionada à infecção 
CALAFRIOS 
• Percepção de frio e tremores musculares 
involuntários que persistem por vários minutos 
• Não há perda de consciência 
• Sem envolvimento dos músculos faciais ou 
respiratórios 
DELÍRIO FEBRIL 
• Estado confusional agudo ou transitório com 
febre alta 
• Movimentos tônico-clônicos dos membros e 
rotação dos globos oculares estão 
caracteristicamente ausentes 
RETENÇÃO DE RESPIRAÇÃO 
• Episódios de interrupção breve e involuntária da 
respiração que ocorrem em crianças em 
resposta a estímulos como raiva, frustração, dor 
ou medo 
• Existem dois tipos: tipo cianótico e tipo pálido – 
com base na cor da criança durante o episódio 
• Ocorre recuperação espontânea 
• Se o período de apneiafor prolongado, há perda 
de consciência 
• Ausência de febre, movimentos tônico-clônicos 
dos membros e rotação dos globos oculares 
distingue essa condição da convulsão febril 
MIOCLONIA FEBRIL 
• Doença benigna 
• Afeta crianças principalmente de 6 meses a 6 
anos de idade 
• Espasmos mioclônicos, principalmente 
envolvendo os membros superiores durante a 
febre 
• A mioclonia pode ocorrer com pouca frequência 
ou várias vezes por minuto e podem durar de 15 
minutos a várias horas 
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA 
• Geralmente os exames de sangue são 
desnecessários se a história e o exame físico 
forem típicos de uma convulsão febril 
• Hemograma e exames de sangue geralmente não 
são úteis na avaliação de uma criança com 
convulsão febril 
• A avaliação laboratorial básica deve ser 
individualizada, guiada pela história e 
resultados do exame físico 
• Contagem de células sanguíneas deve ser 
considerada em crianças que aparentam estar 
doentes 
• Crianças com bacteremia apresentam uma taxa 
maior de convulsões febris 
• Glicose, eletrólitos, creatinina e nitrogênio da 
ureia – se houver desidratação, vômito, diarreia, 
edema 
• A punção lombar não é necessária na maioria 
das crianças com boa aparência que 
retornaram aos valores basais após a crise 
• A punção lombar deve ser realizada em crianças 
com quaisquer sintomas ou sinais de meningite 
ou estado febril epiléptico ou em crianças que 
apresentam convulsões após o segundo dia de 
febre, com mal estado geral 
• EEG de rotina não é útil e não é recomendado na 
avaliação de uma criança neurologicamente 
saudável com uma convulsão febril simples 
• Radiografia de crânio não é útil 
• RM e TC de crânio não são indicadas em crianças 
com convulsões febris – consideradas em 
pacientes com aumento da pressão 
intracraniana, anormalidade neurológica focal, 
suspeita de defeito estrutural no cérebro, cabeça 
anormalmente grande e TCE grave 
COMPLICAÇÕES 
• Risco de epilepsia futura 
• Encefalopatia – rara complicação das convulsões 
febris 
• Podem aumentar o risco de síndrome de 
Tourette 
PROGNÓSTICO 
• Favorável, pois a condição é benigna e 
autolimitada 
Fatores de risco para recorrências de convulsões febris: 
• Idade de início menor que 15 meses 
• Temperatura relativamente mais baixa no 
momento da primeira convulsão febril 
• Intervalo mais curto (menor que 1 hora) entre o 
início da febre e a convulsão inicial 
• Convulsão febril e epilepsia em um parente de 
primeiro grau 
• Doenças febris frequentes 
• Convulsões febris múltiplas durante a mesma 
doença febril 
• Atraso no desenvolvimento neurológico 
SOI V – APG Duda Campos 
MANEJO 
• O tratamento deve ser iniciado se a convulsão 
ainda estiver em andamento no momento em 
que a criança chega ao centro médico – 
lorazepam ou Diazepam 
• O estado febril epiléptico raramente cessa 
espontaneamente e geralmente requer mais de 
um medicamento antiepiléptico para o controle 
• Monitorar sinais vitais durante a convulsão 
• Tratar a causa da febre 
• Antipiréticos podem ser necessários 
• Tranquilizar os pais sobre a natureza benigna e 
desfecho favorável e rara associação de crises 
febris com epilepsia 
• Educar os pais sobre o que fazer se ocorrerem 
novas convulsões febris 
• Internação hospitalar deve ser considerada para 
os pacientes com suspeita de infecção grave ou 
convulsões prolongadas

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