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Convulsão Febril em Pediatria

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08/03/2021 
Crise Convulsiva Febril 
• Identificar e estudar a crise convulsiva febril e observar sua relação com epilepsia 
 
• Definição de convulsão: é uma alteração cerebral caracterizada por uma descarga excessiva e 
síncrona de um grupo de neurônios. 
A manifestação clinica é bem variável (pode ser só um olhar parado, movimentos mastigatórios ou 
sintomatologia mista-motora) e quando a sintomatologia motora, ela é denominada ‘’convulsiva’’ 
• Saber o que ta ocorrendo, a causa, explicar a mãe: aumenta a adesão ao tratamento, aumenta a 
confiabilidade 
• Crise de ausência: olhar parado, sem atenção e daqui a pouco ele retorna 
• Na infância o cérebro é imaturo: fontanela aberta porque o cérebro cresce muito no 1 e 2 ano de vida; 
pela imaturidade cerebral as crianças são mais propensas a desenvolver as crise, o córtex cerebral está 
em desenvolvimento e as descargas elétricas se propagam rápida e bilateralmente e isso tudo 
favorece a ocorrência de crises 
• A convulsão febril precisa obrigatoriamente estar acompanhada de febre maior ou igual a 38°C 
(independe da forma como foi medido, temperatura axilar, retal, oral, ouvido, etc). Tem crianças que 
já começam a convulsionar com 37,8°C e é uma característica própria dessas crianças. 
• Faixa etária mais propensa: em crianças entre 6m a 60 meses de idade (5 anos) 
• Não pode haver evidencia de infecção ou inflamação do sist. nervoso central (não pode estar 
associada a meningite ou encefalite para caracterizar a confusão febril), alteração metabólica 
(hipoglicemia, por ex., glicose baixa pode causar crise convulsiva por isso fazer hgt quando chega no 
hospital) e nem hist. previa de crise convulsiva sem febre. 
A crise convulsiva febril: 
• Compromete de 2-5% dos pacientes pediátricos 
• Pico de incidência 18m (1 ano e meio) 
• Sem causar danos neurológicos na maioria dos casos (comportamento benigno) – não deixa o pac 
hemiparetico, ou com diminuição de força, por ex. 
• Excluir casos de convulsão afebril previamente 
• Deve ser distinguida da epilepsia, que se caracteriza por convulsão não febris recorrentes (perguntar 
se a criança já teve convulsão, se teve febre durante essa convulsão) 
• Qual é o momento da crise em relação ao quadro febril? 
Qualquer momento!!! 
Chance de ocorrer convulsão em 21% na 1ª hora de febre, 57% entre 1-24h e 22% após 24h de febre 
• Tonico (hipertonia de membros)-clonico (tremores)-generalizada (TCG – tonicoclonicageneralizada). 
Ocorre perda de consciência. 
• Tipo de crise: 
o Variado 
o TCG de curta duração (membros inf e sup) 
o Seguida de letargia ou sonolência pos-ictal 
o Outras: movimento da língua, olhar parado, desvio conjugado do olhar para cima, hipertonia, 
hipotonia, abalos clonicos 
Tipo de crise: 
o Simples (80% dos casos): convulsão generalizada (TCG) de curta duração (de até 15 min), sem 
recorrência em 24h, na vigência de doença aguda febril, não resultante de infecção do SNC, 
não há meningite associada!!! 
o Complexa: convulsão focal (apenas membro inferior esquerdo ou superior direito, por ex) ou 
generalizada, duração de mais de 15 minutos, recorrência em menos de 24 horas, podendo 
associar-se a anormalidades neurológicas pós-ictais (Paralisia de Todd, que seria uma 
diminuição de movimentos naquele período pós-ictal, se recupera depois). 
 
• Etiopatogenia 
o Associada a qualquer infecção 
o Mais comum de VAS (vias aéreas superiores): amigdalite e otite media aguda 
o 86% dos quadros tem etiologias virais 
o Exantema súbito: criança que tem febre 38-40 graus, de 3 a 5 dias, E.F. hiperemia de 
orofaringe e depois que a febre passa ocorre o exantema, também chamada de roséola 
infantum, e é causada pelo herpes vírus 6 
o Maior risco no dia DTP (difteria, coqueluche e tétano) e 14 dias após MMR (rubéola, sarampo 
e cachumba - tríplice viral) 
 
• Genética: 
o História familiar, em pais e irmãos 
 
• Fatores associados a recorrência da crise convulsiva febril: 
o Idade precoce da primeira crise (considerada menor que 18 meses) 
o Sexo masculino é mais propenso a CF 
o Antecedentes familiares de CF ou epilepsia 
o Anormalidade do desenvolvimento neuro psico motor (como uma criança que sofreu algum 
grau de anoxia no período neonatal, apgar baixo) 
 
• O diagnóstico das crises febris é clinico, através da anamnese e exame físico cuidadosos, devendo 
sempre classificar a crise em simples ou complexa e identificar o possível foco da febre. Saber o tempo 
de ocorrência da convulsão e descobrir, monitorar e tratar essa causa/foco da febre. 
• Importante: detalhes da crise, pesquisar de imediato a presença de sinais meníngeos (irritação 
meníngeo-radicular), realização o exame da fontanela visando descartar acometimento do SNC (se 
está abaulada ou não – meningite). 
 
• Punção lombar: se o pac 
apresentar sinais meníngeos no 
E.F., se está utilizando atb ou pac 
com menos de 1 ano e meio de 
idade → também fazer punção 
lombrar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Ex.: pac com otite media aguda, não chegou a fazer febre, membrana timpânica abaulada, hiperimiada 
e secreção purulenta, iniciou com atb, apresentou sinais de melhora da oma, não fez febre e evoluiu 
bem até o 3 dia. No 3 dia faz febre e convulsiona, nesse tipo de situação fazer função lombar!!!! Esse 
tipo de paciente necessita de punção lombar (meningite adquirida pela proximidade dos ouvidos as 
meninges) 
• CF: crise convulsiva febril 
• HIC: hipertensão intra craniana → Edema de papila: fazer fundo de olha e ver se tem papilaedema, se 
sim encaminhar pra tomografia 
• EEG: posterior ao quadro que originou a convulsão. 
• Crises complexas (mais de 15 min de duração, recorrência de febre em 24h e com caract focais ou 
generalizadas): recomendação de TC ou RM; 
• EEG tem alto valor no diagn de encefalites virais como meningite erperticas; 
• Punção lombar deve ser considerada se suspeita de infecção no SNC (independente da faixa etária) 
• Crise febril x Eletroencefalograma (EEG) 
o Pode ocorrer alguma anormalidade inespecífica (lenhificação ?) até uma semana após! 
o Indicações restritas: na suspeita de doença cerebral subjacente (encefalites), na presença de 
retardo neuro psico motor, história familiar de epilepsia, crises recorrentes e na presença de 
déficit neurológico. 
• Fatores de risco para recorrência da convulsão: 
o Idade inferior a 18 meses 
o História familiar de CF 
o Duração da febre menor do que uma hora antes da primeira CF 
o Anormalidade do desenvolvimento neuro psico motor 
• Os fatores de risco de recorrência associados as características do evento convulsivo são: 
o Crises focais 
o Duração prolongada 
o Recorrência de crise epiléptica no mesmo episódio de doença desencadeante (criança chega 
com febre, na internação faz crise sem febre, fez convulsão febril primeiro e depois afebril) 
• O tratamento da crise febril engloba fase aguda, profilaxia para não se repetir e orientação aos 
familiares. A maior parte das crises termina antes dos pac chegarem ao PA e o médico na maioria das 
vezes avalia a criança já no período pós-ictal 
• Tratamento da fase aguda: 
Sat abaixo de 93% dar oxigênio 
suplementar e obter o acesso venoso 
Benzodiazepínicos: Diazepam e 
Midazolam 
VR: via retal (utilizado quando não 
consegui achar acesso venoso) – se pega 
uma sonda ng de calibre pequeno e se 
adm remédio e logo depois água 
destilada. 
Antitérmico: Dipirona 0,03ml/kg 
endovenoso 
 
 
 
• Profilaxia 
o Discutível: não é recomendado uso continuo de drogas anticonvalsivantes nas crises febris 
simples 
o Tratar apenas as crianças com fator risco para recorrência 
o Tendencia de nunca trata 1ª crise 
o Profilaxia continua (todos os dias) com Fenobarbital e Valproato NÃO MAIS RECOMENDADA 
o Profilaxia intermitente (não continua) com benzodiazepínicos: na criança que tem risco de 
recorrência ou apresentou pela segunda vez a convulsão febril 
 
Profilaxia continua (todos os dias)não é mais recomendada. Se faz mais a intermitente, pode ser 
Diazepam ou Midazolan. 
 
Fenobarbital (gardenal) não é mais utilizado de rotina: a eficácia é questionável, efeitos colaterais em 
até 60% dos pac: hiperativ, irritabilidade e distúrbio do sono. Risco de decréscimo do QI (quociente 
de inteligente). Todos esses efeitos são reversíveis (quando para a medicação pode voltar ao normal). 
 
Valproato: apresenta risco de hepatite fulminate (irreversível) e pode causar intolerância gástrica, 
ganho de peso e queda de cabelo 
 
Benzodiazepínicos: na literatura é a opção mais aceita ultimamente e a mais prudente para profilaxia 
de convulsões febris com risco de recorrência → Diazepam via oral ou via retal na dose de 0,5 a 
1mg/kg/dia, dividindo-se a dose em 2 a 3 tomadas (0,33 mg/kg 8/8horas). 
 
A profilaxia iniciada a qualquer sinal de adoecimento da criança e mantida por 24h após termino da 
febre 
Via retal é supositório de Diazepam 
 
Midazolam: o midazolam bucal parece ser tão eficaz quanto o Diazepam na redução do tempo da 
crise. No grupo Diazepam, a crise de 60% dos pacientes parou aos 10min enquanto que 87% das 
convulsões pararam no grupo do midazolam intranasal (custo bem elevado em Br) em 10min. 
 
Evitar sempre a recorrência! 
• Prognostico: 
o Idade precoce de início da convulsão febril: maior recorrência 
o Sequelas neurológicas: convulsões febris complexas = morte, estado epiléptico, deficts de 
coordenação motora, retardo mental, dificuldade de aprendizado e de comportamento 
o Risco maior de desenvolver epilepsia (porem a recorrência não é pré-requisito para 
desenvolver epilepsia) 
o Cuidado com o alto potencial de efeitos colaterais com o uso de determinados 
anticonvulsivantes

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