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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS, EXATAS E DA SAÚDE DO PIAUÍ INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO VALE DO PARNAÍBA TICS – PROF ABELLE MARIANA PIMENTEL MENESES COMENTÁRIO SOBRE AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS VASCULITES DE ACORDO COM O TAMANHO DO CALIBRE DO FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS, EXATAS E DA SAÚDE DO PIAUÍ INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO VALE DO PARNAÍBA (FAHESP-IESVAP) MEDICINA – 3º PERÍODO PROFª ANA RACHEL OLIVEIRA DE ANDRADE ABELLE MARIANA PIMENTEL MENESES RE AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS VASCULITES DE ACORDO COM O TAMANHO DO CALIBRE DO VASO ACOMETIDO PARNAÍBA-PI 2021 FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS, EXATAS E DA SAÚDE DO PIAUÍ - INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO VALE DO PARNAÍBA – ANA RACHEL OLIVEIRA DE ANDRADE RE AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS VASCULITES VASO ACOMETIDO A vasculite é um termo utilizado para designar a inflamação de vasos sanguíneos, na qual sua parede torna-se invadida por células do sistema imunológico (deposição de imunocomplexos, anticorpos anticitoplasma de neutrófilos, anticorpos anticélulas endoteliais e células T autorreativas), podendo ser consideradas infecciosas (invasão vascular direta por agentes infecciosos) ou não infecciosas (inflamações imunomediadas). Desse modo, o quadro clínico das vasculites depende diretamente do leito vascular afetado (grande, médio ou pequenos vasos – possuindo preferência por grandes vasos, embora afete principalmente pequenos vasos), apresentando ainda, sinais e sintomas de inflamação sistêmica, como febre, artralgia, mialgia e mal-estar. Ainda assim, as vasculites podem ser divididas em primárias e secundárias, no qual a primeira, é definida como doenças raras que ocorrem quando o vaso sanguíneo é o alvo principal da patologia. As vasculites primárias são ainda subdivididas em dois subgrupos, sendo o primeiro caracterizado como ocorrendo de forma isolada em apenas um órgão ou tecido. Já no segundo subgrupo, as vasculites acometem simultaneamente ou sequencialmente vários órgãos ou sistemas (vasculites sistêmicas). Ademais, as vasculites secundárias são aquelas que se observam o acometimento dos vasos em decorrência de uma doença base. Dessa forma, com relação às vasculites em grandes vasos, podemos observar a Arterite de Takayasu, atinge preferencialmente a aorta e seus maiores ramos (carótida, subclávia e renal) além da artéria pulmonar, no qual seu quadro clínico apresenta febre, astralgias, astenia, fadiga, mialgias e perda de peso, tendo em vista que posteriormente, alguns pacientes podem apresentar sopros múltiplos, claudicação de extremidades (principalmente em membros superiores). Além disso, apresenta também insuficiência aórtica e síncope (caracterizando o acometimento carotídeo), hipertensão arterial (em decorrência da estenose da artéria renal), redução do pulso e da pressão arterial em um ou ambos os MMSS (pelo acometimento de uma ou ambas as artérias subclávias), déficits neurológicos e distúrbios oculares (defeitos no campo visual, hemorragias da retina e cegueira total). A Arterite de Células Gigantes (Temporais), podem afetar grandes e pequenos vasos, sendo caracterizada por inflamação crônica, tipicamente granulomatosa, que acomete artérias principalmente da região da cabeça (em especial nas artérias temporais). Apresenta febre (baixa), fadiga, perda de peso, anorexia, dor facial ou cefaleia (dolorosa a palpação mais intensa ao longo da artéria temporal superficial), podendo ser unilateral, temporal ou frontotemporoocciptal, sintomas oculares (variam de diplopia a perda completa da visão). Além disso, nota-se claudicação de mandíbula e acometimento do arco aórtico. Quanto às vasculites em vasos de médio porte, observa-se a Doença de Kawasaki, apresentando quadro clínico de febre (38º a 40º) contínua por mais de cinco dias presente na maioria dos pacientes acometidos, linfadenopatia cervical, congestão ocular bilateral, alteração dos lábios e cavidade oral com presença de ressecamento, fissuras, descamação, sangramento labial e hiperemia com proeminência das papilas gustativas, eritema e edema palmo plantar. Também é observado exantema polimorfo acometendo o tronco e posteriormente nas extremidades. E por fim, vesiculação na mucosa conjuntiva e oral. Já a Poliarterite Nodosa Clássica (PAN), acomete vasos de médio e pequeno calibre, diferenciando-se das outras vasculites por poupar arteríolas, capilares e vênulas, não causando glomerulonefrite e nem capilarite pulmonar. Comumente apresenta febre, perda ponderal, mialgias, poliartralgias, lesões cultâneas (púrpuras, úlceras, livedo reticular e nódulos subcultâneos), polineuropatia, vasculite renal, vasculite mesentérica e mais raramente, orquite. Pode ser associada a hepatite B (observado em 30% dos pacientes inclusos no estudo realizado). Em vasculites de pequenos vasos, evidencia-se a Síndrome de Churg-Strauss, classicamente associada à asma, rinite alérgica, infiltrado pulmonar, eosinofilia periférica, granulomas necrosantes vasculares e a marcante infiltração dos vasos e tecido perivascular por eosinofilia. Além disso, pode apresentar acometimento cultâneo (com púrpuras palpáveis), hemorragia gastrointestinal e doença renal (principalmente como glomeruloesclerose focal e segmentar), no qual são as principais manifestações dessa síndrome. Os infiltrados eosinófilos no miocárdio produzem citotoxidade que favorece a miocardiopatia (ocorrendo em cerca de 60% das vezes). Dessa forma, observa-se também a Tromboangiite Obliterante (Doença de Buerger), caracterizado como uma inflamação aguda e crônica focal das pequenas e médias artérias, especialmente a tibial e a radial, associadas a trombose e, ocasionalmente a extensão secundária para as veias e nervos adjacentes. As manifestações clínicas iniciais são fenômeno de Raynaud induzido pelo frio, dor no peito do pé induzida pelo exercício (claudicação do peito do pé) e flebite nodular superficial (inflamação venosa). A insuficiência vascular dessa doença tende a ser acompanhada por dor severa — mesmo em repouso — relacionada com o acometimento neural. Úlceras crônicas das extremidades podem se desenvolver e, com o passar do tempo (às vezes precipitadamente), resultar em gangrena característica. A abstinência do cigarro nos estágios iniciaisda doença costuma amenizar outros ataques; no entanto, caso haja lesões vasculares presentes, essa resposta não pode ser amenizada. Por fim, vale salientar que existem várias outras vasculites, como Poliangiíte Microscópica (PAM), Granulomatose Eosinófílica com Poliangiíte (GEPA), dentre outas. REFERÊNCIA: 1. BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo - Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Gen, Guanabara Koogan, 2016. 2. ROBBINS, S. L.; KUMAR, V. (ed.); ABBAS, A.K. (ed.); FAUSTO, N. (ed.). Patologia: Bases Patológicas das doenças. 9ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 3. GONÇALVES, Mellina Silva. Vasculites: Desafio diagnóstico e terapêutico. Arquivos Catarinenses de Medicina, vol. 48, número 4, p. 174-190, out-dez, 2019. 4. VASCULITES. Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2019. Disponível em < https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/vasculites/ > Acesso em 05/04/2021.
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