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Proença Jr 2018 só Bullet Brief PPED Final

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BULLET BRIEF 
A DISCIPLINA se 
desenvolve ao redor do 
uso de bullet brief, um 
tipo de nota que 
informa e prepara 
documentadamente uma 
fala no contexto de 
apreciação e tomada de 
decisão de políticas públicas, adaptando práticas 
“da era do papel” do Parlamento Britânico. ❧ 
1. Tão cedo quanto possível, realizar a leitura 
inspecional de todos os textos propostos e 
confeccionar uma tabela de notas inspecionais. Isso 
permite saber o que se tem em cada um dos textos e 
dispor de um panorama informado de seu conjunto. 
| Cada nota inspecional registra pelo menos as 
respostas das duas primeiras perguntas da leitura 
ativa e o interesse de quem lê sobre o que cada texto 
apresenta. Trata-se de articular o entendimento do 
que cada texto contém com a primeira impressão do 
que esse conteúdo suscita. Para formas de leitura 
(ativa, inspecional, analítica, sintópica), usar Adler 
& van Doren 1972/2002 (cf. Adler 1941 para 
marcas). Quem ainda não teve contato com Adler & 
van Doren 1972/2002 tem a ocasião de fazê-lo. 
Atente para os tipos de leitura, sua integração e os 
diferentes tipos de marcas e notas. ❧ 
2. Pelo menos duas semanas antes da aula, 
realizar a leitura analítica com marcas dos textos. 
| Quem ainda não teve ocasião de refinar seu 
sistema de marcas para digital tem a oportunidade 
de fazê-lo. Há dois aspectos num sistema de marcas 
para digital que o diferenciam de um sistema de 
marcas para papel: (i.) tem-se que considerar qual 
software se usa e o que ele permite e (ii.) tem-se que 
escolher entre a prática de marginalia (recuperação 
voltando ao original marcado) ou de marcas-de-
processo (recuperação por software).❧ 
3. Ao menos uma semana antes da aula, 
coligir notas e elaborar um bullet brief para cada 
um dos segmentos de cada aula (ver detalhamento). 
| Um bullet brief documenta uma comunicação 
registrando a informação e entendimento que a 
sustenta. Deve obedecer a uma dada estrutura e 
estar contido em “uma única página” (ver anexo). 
| A primeira coluna tem o texto da fala pronto para 
ser lido. Essa fala pode (i.) enunciar um contexto e 
formular uma pergunta, (ii.) expressar uma posição 
e demandar uma resposta ou (ii.) comunicar uma 
proposta e aguardar crítica. O texto é organizado em 
respirações, formatado para uma leitura 
confortável “na mão” ou “na mesa” (com quem fala 
em pé). No momento de falar, usualmente se dobra 
o papel de maneira a só ter visível a primeira coluna. 
à Cada estudante deve ter aqui o que irá dizer – sua 
fala será uma leitura (cf. Adler 1983/2013). 
| A segunda coluna detalha suficientemente o que 
sustenta, explica ou justifica a fala. Usualmente isso 
é feito na forma de bullets (daí o nome). Esse texto 
serve como aide-mémoire para quem fala, 
apresentando “tudo que se precisa saber” em “até 
500 palavras” que “deveriam caber certinho” 
(should just fit) em fonte 10. Hoje, usa-se Caslon e 
Frutiger em homenagem às fontes históricas do 
Parlamento. O que se tem nas bullets admite 
variedade. Podem expressar o que se deseja suscitar, 
emular os termos de argumento substantivo, 
apreciar a composição retórica do que vai ser lido, 
situar a fala no contexto do debate, entre outras 
possibilidades. à Cada estudante deve ter aqui o 
raciocínio que levou à fala, explicitando se o que fala 
é o alentar de lampejo oriundo da leitura analítica 
ou o tecer de vínculo articulado por leitura sintópica. 
| A terceira coluna apresenta o UM (01) exemplo que 
motiva ou sustenta a pergunta/posição. O que se 
fala necessariamente se liga ao exemplo, mas não 
inclui sua apresentação plena. Esta está disponível 
para ser lida just in case. O que se tem nessa coluna é 
a atribuição completa e comentada que defende o 
mérito, oportunidade e propriedade do exemplo 
como respaldo ou motivação para a fala. à Cada 
estudante deve ter aqui a passagem do texto ou o 
vínculo onde se teve o lampejo que levou à fala. ❧ 
Domício PROENÇA JÚNIOR. 
Maio 2018. (872 palavras) 
BIBLIOGRAFIA 
ADLER, MJ. 1941. “How to Mark a Book”, The Saturday 
Review of Literature, July 6, 1941. 
ADLER, MJ. & VAN DOREN, C. 1972, How to read a book. 
Touchstone. // 2002. Como Ler Livros. São Paulo: É 
Realizações. [só se aceita essa tradução] 
ADLER, MJ. 1983. How to Speak, How to Listen. 
Touchstone. // 2013. Como Falar, Como Ouvir. São Paulo: 
É Realizações. [só se aceita essa tradução]

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