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BULLET BRIEF A DISCIPLINA se desenvolve ao redor do uso de bullet brief, um tipo de nota que informa e prepara documentadamente uma fala no contexto de apreciação e tomada de decisão de políticas públicas, adaptando práticas “da era do papel” do Parlamento Britânico. ❧ 1. Tão cedo quanto possível, realizar a leitura inspecional de todos os textos propostos e confeccionar uma tabela de notas inspecionais. Isso permite saber o que se tem em cada um dos textos e dispor de um panorama informado de seu conjunto. | Cada nota inspecional registra pelo menos as respostas das duas primeiras perguntas da leitura ativa e o interesse de quem lê sobre o que cada texto apresenta. Trata-se de articular o entendimento do que cada texto contém com a primeira impressão do que esse conteúdo suscita. Para formas de leitura (ativa, inspecional, analítica, sintópica), usar Adler & van Doren 1972/2002 (cf. Adler 1941 para marcas). Quem ainda não teve contato com Adler & van Doren 1972/2002 tem a ocasião de fazê-lo. Atente para os tipos de leitura, sua integração e os diferentes tipos de marcas e notas. ❧ 2. Pelo menos duas semanas antes da aula, realizar a leitura analítica com marcas dos textos. | Quem ainda não teve ocasião de refinar seu sistema de marcas para digital tem a oportunidade de fazê-lo. Há dois aspectos num sistema de marcas para digital que o diferenciam de um sistema de marcas para papel: (i.) tem-se que considerar qual software se usa e o que ele permite e (ii.) tem-se que escolher entre a prática de marginalia (recuperação voltando ao original marcado) ou de marcas-de- processo (recuperação por software).❧ 3. Ao menos uma semana antes da aula, coligir notas e elaborar um bullet brief para cada um dos segmentos de cada aula (ver detalhamento). | Um bullet brief documenta uma comunicação registrando a informação e entendimento que a sustenta. Deve obedecer a uma dada estrutura e estar contido em “uma única página” (ver anexo). | A primeira coluna tem o texto da fala pronto para ser lido. Essa fala pode (i.) enunciar um contexto e formular uma pergunta, (ii.) expressar uma posição e demandar uma resposta ou (ii.) comunicar uma proposta e aguardar crítica. O texto é organizado em respirações, formatado para uma leitura confortável “na mão” ou “na mesa” (com quem fala em pé). No momento de falar, usualmente se dobra o papel de maneira a só ter visível a primeira coluna. à Cada estudante deve ter aqui o que irá dizer – sua fala será uma leitura (cf. Adler 1983/2013). | A segunda coluna detalha suficientemente o que sustenta, explica ou justifica a fala. Usualmente isso é feito na forma de bullets (daí o nome). Esse texto serve como aide-mémoire para quem fala, apresentando “tudo que se precisa saber” em “até 500 palavras” que “deveriam caber certinho” (should just fit) em fonte 10. Hoje, usa-se Caslon e Frutiger em homenagem às fontes históricas do Parlamento. O que se tem nas bullets admite variedade. Podem expressar o que se deseja suscitar, emular os termos de argumento substantivo, apreciar a composição retórica do que vai ser lido, situar a fala no contexto do debate, entre outras possibilidades. à Cada estudante deve ter aqui o raciocínio que levou à fala, explicitando se o que fala é o alentar de lampejo oriundo da leitura analítica ou o tecer de vínculo articulado por leitura sintópica. | A terceira coluna apresenta o UM (01) exemplo que motiva ou sustenta a pergunta/posição. O que se fala necessariamente se liga ao exemplo, mas não inclui sua apresentação plena. Esta está disponível para ser lida just in case. O que se tem nessa coluna é a atribuição completa e comentada que defende o mérito, oportunidade e propriedade do exemplo como respaldo ou motivação para a fala. à Cada estudante deve ter aqui a passagem do texto ou o vínculo onde se teve o lampejo que levou à fala. ❧ Domício PROENÇA JÚNIOR. Maio 2018. (872 palavras) BIBLIOGRAFIA ADLER, MJ. 1941. “How to Mark a Book”, The Saturday Review of Literature, July 6, 1941. ADLER, MJ. & VAN DOREN, C. 1972, How to read a book. Touchstone. // 2002. Como Ler Livros. São Paulo: É Realizações. [só se aceita essa tradução] ADLER, MJ. 1983. How to Speak, How to Listen. Touchstone. // 2013. Como Falar, Como Ouvir. São Paulo: É Realizações. [só se aceita essa tradução]
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