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Livro Texto - Unidade II

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TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA
Unidade II
5 ESPECIFICIDADES DA PESQUISA CIENTÍFICA EM ECONOMIA
5.1 Campos da pesquisa econômica
Campo é a área em que se desenvolve determinada atividade, tema e debate sobre algo. Assim, para 
definirmos os campos da pesquisa econômica, devemos discutir os seus desenvolvimentos em termos de 
forma e de conteúdo, ou seja, refletir sobre as Ciências Econômicas como conjunto que reúne a teoria 
econômica, as suas aplicações e as disciplinas que formam seu conteúdo.
Bresser‑Pereira (2009) define como principais objetos da Economia os sistemas econômicos e a 
produção e distribuição de bens e serviços. Dentro de sistemas econômicos, há um universo de campos 
de pesquisa em Economia, o que não facilita a tarefa de classificá‑los de forma simples. Bourdieu (2005), 
em seu texto sobre o campo econômico, coloca as próprias Ciências Econômicas como produto de um 
campo altamente diversificado de temas e com capacidade de buscar elementos em outras ciências para 
responder às suas próprias questões.
 Saiba mais
Leia o artigo a seguir e perceba o quão rica, fértil e complexa é a 
tentativa de definição desse campo de pesquisa:
BOURDIEU, P. O campo econômico. Política & Sociedade, Florianópolis, 
v. 4, n. 6, p. 15‑57, abr. 2005. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/
index.php/politica/article/download/1930/1697>. Acesso em: 8 ago. 2016.
A respeito dos desenvolvimentos e da diversificação das Ciências Econômicas em diferentes campos, 
é importante lembrar que:
[...] os campos em que se desenvolvem as pesquisas econômicas são 
praticamente tão vastos quanto os próprios campos da Economia. 
Qualquer tentativa de enumeração e de classificação desses campos será, 
naturalmente, incompleta e arbitrária. Entretanto, é possível proceder‑se à 
identificação de certo número de campos que possibilitem a construção de 
um sistema capaz de abranger a grande maioria das pesquisas econômicas 
(GIL, 1990, p. 40).
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As contribuições de Adam Smith e David Ricardo foram absorvidas pelos economistas marginalistas, 
cujos avanços e problemas foram formando novas agendas de pesquisas e os conteúdos da microeconomia 
e da macroeconomia modernas. Aqui, não há o interesse em discutir se há uma fronteira do conhecimento 
em Ciências Econômicas, tampouco de levantar questões relativas a soft science e hard science; afinal, 
quando as teorias recentes apresentam anomalias e problemas de predições, há um retorno aos estudos 
dos economistas clássicos para superar os problemas teóricos vigentes. Nosso objetivo, de forma específica, 
é definir a esfera de atuação e o domínio, isto é, os assuntos e temas das Ciências Econômicas.
Portanto, o desenvolvimento das ciências econômicas pode ser percebido por meio dos estudos 
teóricos, históricos e empíricos, e por meio das duas abordagens que essa ciência utiliza em seu campo de 
atuação: a teoria econômica e a economia aplicada. Nos estudos vigentes, isto é, no caso dos cientistas 
econômicos e das suas atuais agendas de pesquisas, fica claro que o arcabouço teórico utilizado em suas 
publicações segue por meio da microeconomia, da macroeconomia e da economia marxista; no que diz 
respeito à Economia Aplicada, tem‑se a contabilidade social.
As diferentes disciplinas que compõem os cursos de graduação e pós‑graduação em ciências 
econômicas se constituem em campos econômicos de pesquisas e fazem parte do processo de 
desenvolvimento dessa ciência. Cada disciplina trata de conteúdos, problemas econômicos e sociais 
específicos, em que os cientistas econômicos se especializam em cada temática em função da necessidade 
de apresentar respostas a esses problemas por meio da abstração teórica e aproximação empírica.
Um bom exercício para definir os campos da pesquisa econômica é refletir sobre os programas de 
estudos que constituem as disciplinas de Microeconomia, Macroeconomia e Economia Marxista, em 
Teoria Econômica, bem como a de Contabilidade Social, em Economia Aplicada.
Ao observar o programa de Microeconomia, percebe‑se que há vários campos de pesquisa econômica 
que vão do comportamento do consumidor ao impacto da tecnologia na produção, às formas de estrutura 
e à regulação desses mercados. Portanto, as pesquisas nesse campo da Microeconomia estudam as relações 
entre indivíduos, firmas e indústria, e a organização industrial, conhecida como economia industrial.
Quadro 1 – Programa de estudos em Microeconomia
Conceitos básicos 
Conceitos de microeconomia
Os princípios de oferta e demanda
Teoria do comportamento do consumidor 
Comportamento do consumidor
Demanda individual e demanda de mercado
Escolha sob incerteza
Escolha intertemporal e equação de Slutsky
Teoria da empresa e mercado competitivo 
Tecnologia da produção
Custo de produção
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TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA
Maximização de lucros e oferta competitiva
Análise do mercado competitivo
Mercado dos fatores de produção e equilíbrio geral 
Mercado de fatores de produção
Equilíbrio geral e eficiência econômica
A Análise microeconômica da violação da concorrência perfeita
Maximização de lucros sob oferta competitiva
Eficiência econômica e políticas públicas
Estruturas de mercado de concorrência imperfeita
Concorrência monopolista
Monopólio
Discriminação de preços e poder de mercado
Mercado de fatores em concorrência imperfeita: monopólio e monopsônio
Estratégias empresariais em mercados imperfeitos
Competição oligopolística – concorrência via quantidades
Competição oligopolística – concorrência de preços
Introdução à teoria dos jogos
Informação, falhas de mercado e o papel do governo
Equilíbrio geral e eficiência econômica
Mercados com informações assimétricas
Externalidades e bens públicos
Interação estratégica – teoria dos jogos
Modelagem de um jogo e estratégia competitiva
Aplicação de equilíbrio de Nash em modelos de concorrência em oligopólio: Cournot e Bertrand
Analisando jogos sequenciais: modelos de liderança
Prevenção estratégica à entrada: cartel e as múltiplas possibilidades de cooperação
Introdução ao antitruste
Introdução ao antitruste
Coalizão e coordenação oligopolística de preços
Índices de Concentração Industrial
Medidas de estrutura e estratégias de contenção
Monopolização, fusões, preços predatórios e discriminação de preços
Técnicas e análises de preços
Relações verticais e custos de transação
Concentrações horizontais e formação de cartel
Propaganda
Patentes e inovação tecnológica
Princípios de regulação econômica
Falhas estruturais, contestabilidade e princípios de regulação
O programa de Macroeconomia abrange os campos da economia monetária, políticas econômicas 
monetária, fiscal, cambial e de crédito, balanço de pagamentos, exportação e importação, fluxos de 
capitais, escolas e correntes de pensamento econômico, entre outros.
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Quadro 2 – Programa de estudos em Macroeconomia
Sistema monetário e a oferta e demanda
Moeda: conceito e funções
A oferta de moeda
A demanda por moeda
Economia no longo prazo: o modelo clássico
Oferta agregada clássica
Demanda agregada clássica
Poupança, investimento e o papel da taxa de juros no modelo clássico
Governo e a política fiscal no modelo clássico
Economia no curto prazo: o modelo keynesiano simples de determinação da renda (lado real)
Princípio da demanda efetiva
Modelo keynesiano simples (o lado real)
Modelo keynesiano com consumo e investimento e o multiplicador de gastos
Ciclo de estoques
Determinação da renda com o governo
Política econômica em uma economia fechada através da síntese neoclássica: 
o modelo is‑lm e interligação entre o lado real eo lado monetário
Curva IS e o equilíbrio no mercado de bens
Curva LM e o equilíbrio no mercado monetário
Equilíbrio simultâneo no mercado de bens e de ativos
Impacto das políticas econômicas no modelo IS‑LM
Efeitos decorrentes da variação de preços no modelo IS‑LM
Relações internacionais
Principais conceitos
Balanço de pagamentos e taxas de câmbio
Balanço de pagamentos e fluxos de capital
Políticas monetária e fiscal em economia aberta
O modelo Mundell‑Fleming ou modelo IS‑LM‑BP
O caso da mobilidade perfeita de capitais
O caso da mobilidade imperfeita de capitais
A abertura dos mercados de bens e financeiros
Bens domésticos e importados
Ativos nacionais e estrangeiros
O mercado de bens em uma economia aberta
Curva IS em economias abertas
Produto e balança comercial
Variações de demanda interna e externa
Combinações de políticas fiscal e cambial
A curva J
Poupança, investimento e resultados externos
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TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA
O produto e as taxas de juros e de câmbio
Equilíbrio no mercado de bens
Equilíbrio nos mercados financeiros
Políticas econômicas em economias abertas
Taxas de câmbio fixa e flexível
Taxas de câmbio: ajustamentos, crises e regimes
Ajustamentos da taxa de câmbio real
Crises cambiais
Regimes cambiais: custos e benefícios
Modelo monetarista
Taxa natural de desemprego
Expectativas adaptativas
Curva de oferta agregada de curto e longo prazo
Curva de Phillips (curto e longo prazo)
Recomendações de política
Críticas e evidência empírica
Modelo de expectativas racionais (modelo “novo clássico”)
Incerteza e informação imperfeita
Macroeconomia estocástica e expectativas racionais
Modelo macroeconômico geral com expectativas racionais
Choques antecipados versus não antecipados
Curva de Phillips com expectativas racionais e recomendações de política
O problema da extração de sinais
Modelo de ilhas (oferta) de Lucas
Críticas ao enfoque de expectativas racionais e a evidência empírica
Expectativas racionais e teoria dos jogos
Modelo de ciclos econômicos reais
Introdução e características básicas
Modelo básico de ciclos econômicos reais
Choques reais (positivos e negativos)
Neutralidade e não neutralidade da moeda
Críticas ao enfoque dos ciclos reais
Modelos novos‑keynesianos
Modelos de preço rígido (custos de menu)
Modelos de salário de eficiência
Modelos “Insider‑Outsider” e histerese
Modelos de contratos sobrepostos de Taylor
Modelos de custos de coordenação de transações (Stigliz y Bernanke)
Modelos de ciclos reais com rigidez
Comparação e síntese dos distintos modelos macroeconômicos.
Keynesianos, monetaristas, novos‑clássicos e novos keynesianos: uma leitura pós‑keynesiana.
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O programa de Economia Marxista trabalha com outros conceitos e categorias, mas os campos de 
pesquisas podem ser vistos como estudos do dinheiro ou moeda. Esses trabalhos investigam a natureza 
e as funções desse dinheiro, tais como: o mercado de trabalho, a diferença entre valor, a tendência 
da taxa de lucro, bem como a riqueza fictícia no século XXI e a economia do trabalho com pesquisas 
sobre mão de obra, emprego, força de trabalho, mercado de trabalho, ação sindical, salário médio do 
trabalhador, custo de vida, entre outros.
Quadro 3 – Programa de estudos em Economia Marxista
Mercadoria, valor e fetichismo
Mercadoria: valor de uso e valor de troca
A expressão do valor ou as formas do valor
Complementos sobre a mercadoria e o valor
Sobre o fetichismo
Capital e mais‑valia
O dinheiro: natureza e funções
Sobre o capital e a mais‑valia
O trabalho em Marx
Valor e preço de produção
O paradoxo das desigualdades dos iguais
A lei de tendência decrescente da taxa de lucro
A mais‑valia extra
Oferta e demanda e o valor em Marx
Riqueza fictícia e a grande depressão do século XXI
Sobre a teoria da renda da terra
Do abstrato ao concreto: a transferência de valor e o desenvolvimento do capitalismo em um país
Fonte: Carcanholo (2011). Adaptado.
O programa de Contabilidade Social tem em seu campo de pesquisa o crescimento e desenvolvimento 
econômico, a construção de indicadores e suas tendências, bem como os problemas e as limitações da 
mensuração das variáveis agregadas.
Quadro 4 – Programa de estudos em Contabilidade Social
Definições e desenvolvimento conceitual da contabilidade social
Definições de Contabilidade Social
Princípio das partidas dobradas
Conceitos básicos: produto, renda e despesa
Fluxo circular da renda
Contas nacionais em uma economia fechada e sem governo
Contas nacionais em uma economia aberta e sem governo
Contas nacionais em uma economia aberta e com governo
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TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA
Problemas de mensuração
Dificuldades técnicas
Dificuldades operacionais
Dificuldades conceituais
As contas nacionais no brasil
Sistema de Contas Nacionais ou System of National Accounts (SNA)
Tabela de Recursos e Usos (TRU)
Contas Econômicas Integradas (CEI)
Balanço de pagamentos
Estrutura do balanço de pagamentos
A contabilidade do balanço de pagamentos
Taxas de câmbio e regimes cambiais
Balanço de pagamentos no Brasil
Indicadores sociais
Crescimento e desenvolvimento
Desigualdades regionais
Indicadores de qualidade de vida e o índice de desenvolvimento humano (IDH)
Distribuição da renda no Brasil
Mensuração do grau de concentração da renda
Curva de Lorenz e derivação do índice de Gini
Problemas metodológicos e limitações dos dados
Indicadores de mercado de trabalho no Brasil
Segundo Gil (1990), são campos em pesquisa econômica: Economia Geral, que abrange as pesquisas 
sobre teoria econômica, sistemas econômicos, história econômica e história do pensamento econômico; 
Economia Internacional, com pesquisas referentes a temas como: comércio internacional, balança 
de pagamentos, finanças internacionais, investimentos internacionais, ajuda externa, dívida externa; 
Economia das Empresas, que trata dos mais diversos aspectos da vida econômica das empresas, tais 
como: finanças, investimentos, orçamento e comercialização; Economia Agrícola, com os temas sobre 
a produção agropecuária, mercados, estrutura fundiária; Demografia Econômica, que aborda temas 
relacionados com aspectos econômicos da saúde, nutrição, entre outros; Economia Regional e Urbana, 
com temas diversos em relação ao espaço urbano ou regional.
5.2 Correntes e escolas do pensamento econômico
Toda ciência pressupõe a adoção de vários procedimentos metodológicos que, por sua vez, são 
sistematizados e ordenados em diversas categorias; desse processo, surgem as classificações de linhas 
de pesquisa e seus respectivos métodos de pesquisa.
Há, nas Ciências Econômicas, correntes e escolas de pensamento que utilizam diferentes métodos 
científicos. Antes de apresentarmos essas correntes, faz‑se necessário retomarmos os conceitos 
relativos ao processo de investigação científica que, no caso específico da nossa área de conhecimento, 
desenvolveu‑se simultaneamente às transformações do próprio objeto de estudo: as atividades humanas 
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de produção e troca de bens e serviços. Em outras palavras, há associação entre os desenvolvimentos 
metodológicos utilizados nas Ciências Econômicas e o fato de o ambiente econômico ter se tornado, ao 
longo do tempo, cada vez mais complexo.
Tomemos como ponto de partida as sociedades tradicionais, cuja vida em grupos humanos 
necessitou de regras e organização das atividades por meio da distribuição de tarefas que resultassem 
na sobrevivência de todos. O ponto de partida está na transição dessa sociedade tradicional para uma 
sociedade que passou a conviver com uma economia de mercado que, porsua vez, tinha por objetivo 
não mais a mera subsistência, mas o excedente que permitiria a troca de bens e serviços.
A economia de mercado levou à transição da sociedade tradicional para uma sociedade moderna, o 
que incluiu o desenvolvimento do Estado‑nação, a utilização das ciências na produção e a monetização 
dessa produção e da vida em sociedade. A sociedade moderna terá como um de seus componentes as 
classes sociais, sendo uma delas a classe burguesa, e seus meios e princípios racionais na produção (quer 
dizer, cálculos econômicos que não eram utilizados na forma de organização econômica tradicional).
O nascimento da burguesia e a monetização mudaram as relações sociais entre os indivíduos e as 
sociedades, isto é, as relações passaram a apresentar uma relação de natureza monetária, fato que levou 
as Ciências Econômicas a se distinguirem de outras ciências sociais. Devido às peculiaridades dos objetos 
e problemas de pesquisa, as correntes do pensamento econômico formaram‑se a partir do surgimento 
de diferentes agendas de pesquisas científicas: o processo de uma economia de mercado, a formação de 
preços, a distribuição da renda, a produção e a demanda.
Vejamos um exemplo dessa associação histórica entre corpus teórico, objeto de investigação e 
metodologia de pesquisa: a transição de uma economia tradicional para uma economia de mercado 
teve a participação do Estado absolutista na unificação do território econômico e na estruturação do 
sistema de comércio denominado mercantilismo, cujo princípio relacionado ao livre comércio era uma 
utopia, já que regulado por interesses políticos do Estado. Portanto, havia um tipo de pensamento 
econômico mercantilista que levava em conta a participação do Estado e da política do Estado sobre a 
atividade econômica. Esse fato permitiu a criação de um novo campo de conhecimento denominado 
Economia Política, em que se estuda a economia de Estado.
A economia de mercado estabeleceu mudanças e organizou as atividades econômicas, permitindo 
uma evolução econômica e social a partir do século XVIII e durante o século XIX: nesse momento, o 
mercado subordinado ao Estado passou a ser interpretado como um mercado autorregulável. Assim, 
temos a transição do mercantilismo para o liberalismo econômico.
Os espaços do mercado passariam a expandir‑se ao longo das décadas, 
em sucessivas ondas de globalização, lastreadas por revoluções na base 
produtiva. Testemunha ocular dessas transformações produtivas, Adam 
Smith, marcando o nascimento da Ciência Econômica, publicou, em 
1776, sua obra A Riqueza das Nações. Nela, visualizou o nascimento de 
um novo princípio de organização da sociedade: o controle do sistema 
produtivo e da distribuição dos bens passou das mãos do Estado para o 
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mercado. No ideal liberal, a sociedade civil repousa sobre si própria e o 
papel do Estado passa a ser de criação e manutenção da base institucional 
para permitir e facilitar a troca de mercadorias. Pode‑se dizer, então, que 
a grande importância do mercado na organização da sociedade permitiu 
a construção da Ciência Econômica enquanto ciência social específica 
(NICOLAU, 2002, p. 11).
É por meio do método que as Ciências Econômicas passam a ser diferenciadas da Política, e isso 
ocorre, principalmente, em função da adoção do método dedutivo, que tem por objetivo fazer ciência 
por meio da descoberta de leis gerais de uma economia de mercado. Esse fato permitiu às Ciências 
Econômicas se separarem da Ciência Política e deu condições para o surgimento da escola neoclássica 
de equilíbrios parcial e geral.
 Lembrete
As Ciências Econômicas nascem com a economia de mercado e as 
novas formas de organização econômica da sociedade, portanto o 
mercado passa a ser um dos principais objetos de investigação científica 
dessa área do saber. 
Esses estudos sobre o mercado ganharam forma e conteúdo por meio da diferenciação entre a ótica 
microeconômica – a partir da qual se estudam os mercados de forma parcial – e a ótica macroeconômica, 
responsável pela investigação da política econômica para regulação da economia de mercado.
Os estudos sobre o mercado evoluíram no sentido de tentar demonstrar como as ações individuais e 
descentralizadas têm coerência e impactam a sociedade. O desenvolvimento das teorias do valor‑trabalho 
(clássicos) e valor‑utilidade (neoclássicos) representaram categorias de pesquisas realizadas para 
responder questões formuladas a partir dessa problemática.
Além disso, as teorias do valor procuraram explicar como funcionava a distribuição da produção e 
da renda e, dentro desse processo, outros campos de investigação sobre a economia de mercado vieram 
à tona, como o desenvolvimento econômico e as demais questões monetárias. Em outras palavras, 
tal processo acabou exigindo esforços analíticos que foram constituindo as escolas e correntes de 
pensamento econômico dentro das Ciências Econômicas.
 Observação
A economia clássica se preocupou com a distribuição, a economia 
neoclássica se aprofundou no sistema de preços, e a economia Keynesiana 
deu destaque à moeda. Todas essas correntes tiveram como objetivo refletir 
sobre o desenvolvimento econômico. 
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As correntes de pensamento econômico criaram e adotaram postulados; um deles foi o da 
racionalidade como forma de padronizar o comportamento humano e compreender a tomada de 
decisões realizada pelo homem econômico.
O postulado da racionalidade coloca‑se no contexto da explicação 
intencional, ou escolha racional, no qual o comportamento individual 
é compreendido a partir do esquema oportunidade versus necessidades 
e desejos. O conjunto de oportunidade é dado pelas restrições físicas, 
legais, econômicas e sociais à ação individual; as necessidades ou desejos 
compreendem desde necessidades de sobrevivência física até preferências 
pessoais que podem ser consideradas supérfluas, do ponto de vista da 
sobrevivência (NICOLAU, 2002, p. 12‑13).
O postulado da racionalidade permitiu a interpretação do comportamento humano e, do ponto 
de vista do sistema econômico, a interpretação do comportamento das famílias e indivíduos, e das 
empresas ou firmas. A partir desse postulado, todos são considerados agentes econômicos e buscam 
maximizar sua utilidade ou seu lucro.
Exemplo de aplicação
Reflita sobre o processo de investigação científica, que resulta em métodos de pesquisa que reduzem 
a arbitrariedade na elaboração das teorias. Esse processo permite a elaboração científica e o surgimento 
de diferentes correntes de pensamento. Por sua vez, essas correntes elaboram suas teorias por meio de 
hipóteses e lógicas que representam proposições da realidade em estudo.
O postulado da racionalidade e a figura do homem econômico foram importantes para os 
desenvolvimentos das Ciências Econômicas por várias razões. Vejamos, por exemplo, o postulado 
das expectativas racionais: os agentes econômicos aprendem com os fatos e passam a tomar 
decisões com base nesse aprendizado, porque passam a sistematizar e padronizar as informações 
de forma racional. Entretanto, essas expectativas estão relacionadas ao futuro, que inclui eventos 
incertos, fato que levou à categorização da própria racionalidade (sendo uma dessas categorias a 
racionalidade limitada).
Dessa forma, nossa área do conhecimento desenvolveu‑se a partir da elaboração de técnicas 
especializadas na verificação de fatos e da realização de inferências e interpretações dos fatos por meio 
da análise de dados, resultando desse processo a problematização da realidade econômica e a criação de 
hipóteses abstratas que se aproximam do mundo real. Segundo Calvete (2002, p. 16):
[...] a teoria é uma tentativa de reconstituição abstrata do mundo real, 
preocupada em constituir lhe não muito mais do que um esboço, pois 
selecionao menor conjunto de fatos a serem inter‑relacionados de modo 
coerente, o que ressalta a essência do problema em estudo.
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A teoria econômica tem como objetivo analisar de que forma são determinados preços e quantidades 
produzidas, bem como os fatores de produção e a distribuição das suas remunerações. Essas variáveis 
surgem da dinâmica da economia de mercado e do sistema de produção em curso. A escola neoclássica, 
ao tentar teorizar esse processo, criou dois agentes econômicos básicos – o consumidor e a firma –, e o 
postulado da racionalidade desses agentes em busca da maximização das utilidades e lucros.
A teoria econômica também busca variáveis explicativas da determinação dos preços de mercado, 
cuja aceitação tem como base as suas predições por meio de postulados abstratos sobre uma realidade 
complexa. Dentro da teoria econômica, podemos destacar duas óticas teóricas a partir das quais a 
Ciência Econômica se desenvolve: a teoria microeconômica e a teoria macroeconômica.
A teoria microeconômica busca fazer uma análise das características individuais de um objeto 
econômico. Na tentativa de definir como os preços e quantidades são determinados, foram desenvolvidas 
duas abordagens teóricas: a abordagem de equilíbrio parcial e a abordagem de equilíbrio geral.
A abordagem de equilíbrio parcial analisa um mercado e não considera os possíveis efeitos 
que esse mercado isolado tem sobre os demais mercados existentes na economia. Aceita‑se que 
os demais mercados podem afetar o mercado que estamos analisando de forma parcial, mas 
que este não afeta os demais. Na abordagem de equilíbrio geral, é postulada uma relação entre 
todos os mercados, isto é, presume‑se que todos os mercados dependem de outros mercados. A 
determinação dos preços dos bens está em função dos diversos insumos existentes e utilizados na 
economia, cujas demandas e ofertas de cada bem e serviços estão em função de todos os preços 
dos demais bens e serviços.
O estudo do comportamento dos preços de uma economia é individualizado, isto é, a 
microeconomia estuda cada um dos bens produzidos e relativiza o preço e a quantidade do bem X 
com o bem Y. O comportamento da produção dos bens e serviços também é analisado dessa forma, 
ou seja, por meio de análises específicas para cada um dos bens produzidos. Por exemplo, dada a 
função demanda a seguir:
Qd = f (Pb, Pc, Ps, R, G) em que:
Qd representa a quantidade produzida.
Pb representa o preço do próprio bem X.
Pc representa o preço do bem complementar do bem X.
Ps representa o preço do bem substituto do preço do bem Y.
R representa a renda do consumidor.
G representa os gostos e preferências do consumidor.
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Aqui, o procedimento para a análise por meio da microeconomia seria o seguinte: dado o aumento 
de Pb e mantendo as demais variáveis constantes, o que aconteceria com a variável Q
d? Dado o aumento 
de Pc e mantendo as demais variáveis constantes, o que aconteceria com a variável Q
d?
Ao estudarmos o comportamento do consumidor e lidarmos com as relações existentes entre 
diversas variáveis, fazemos uso de outro postulado metodológico que se expressa na condição Ceteris 
Paribus, que significa “tudo o mais constante”.
Entretanto, houve a necessidade de respostas mais rápidas e abrangentes sobre o comportamento do 
nível de preços, do nível de produção, do nível de emprego de uma economia, além do comportamento 
dessas variáveis ao longo do tempo.
Figura 12 – Representação gráfica sobre formas de comportamento de variáveis econômicas agregadas
As Ciências Econômicas responderam a esse desafio com a agregação das variáveis econômicas, 
cujo propósito é o de permitir uma análise econômica mais empírica. A partir daí, surgiu a teoria 
macroeconômica, que tem como objetivo fundamental analisar como são determinadas as variáveis 
agregadas econômicas. Essa nova teoria buscou saber não mais a variação de preços e quantidades, mas 
a evolução dos preços e o comportamento da produção (quantum), isto é, saber se o nível de atividade 
econômica cresceu, estagnou ou reduziu.
A microeconomia também agregava dados, mas de forma setorial: por exemplo, o setor têxtil, setor 
agrícola, entre outros. A macroeconomia, em contrapartida, passou a realizar agregações absolutas de 
todos os tipos de bens e serviços produzidos em cinco mercados distintos, ou seja, os mercados de bens 
e serviços, de trabalho, o monetário e financeiro e o cambial.
Portanto, o novo campo de pesquisa dentro da Ciência Econômica encarregou‑se de problematizar 
questões sobre o comportamento desses mercados. Por exemplo, qual a tendência do mercado de bens 
e serviços? Podemos obter a resposta com a análise de forma agregada de todos os bens produzidos pela 
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economia no período de tempo de um ano, o qual o resultado é o produto interno bruto (PIB), ou seja, 
a soma de tudo que foi produzido por uma economia.
Figura 13 – O produto interno bruto e seus métodos de mensuração
O PIB representa a agregação de todos os bens produzidos pela economia, e seu cálculo é uma média 
de todos os preços produzidos vezes o total de todos os bens e serviços produzidos. Essa média de preços 
é o nível geral de preços da economia. Percebe‑se que o PIB e o nível geral de preços são abstrações da 
teoria macroeconômica com base em dados empíricos.
Vejamos um exemplo prático da diferença entre esses dois campos: a microeconomia, ao estudar 
o mercado de trabalho, irá analisar a demanda e oferta de trabalho com base no salário vigente, ou 
seja, como a oferta de trabalho realizada pelas famílias e a demanda de trabalhos pelas empresas se 
comportam frente ao salário vigente, que, por sua vez, representa o quanto as empresas estão dispostas 
a pagar. Já a macroeconomia considera a agregação de todas as ocupações e a média de remuneração 
dos trabalhadores na economia, cujas variáveis são o rendimento médio do trabalhador e o nível de 
emprego e desemprego vigentes.
O surgimento de novos campos de investigação acompanhou a complexidade dos problemas 
colocados diante das Ciências Econômicas. Vejamos a questão dos fluxos no sistema econômico: sabe‑se 
que no sistema temos dois fluxos, quais sejam, o real (produção) e o monetário e financeiro (moeda 
e quase‑moeda). Na macroeconomia, considera‑se que as taxas de juros e a quantidade de moeda 
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necessária para efetuar todas as transações econômicas necessárias são determinadas no mercado 
monetário e financeiro; nesse mercado também ocorre a intermediação financeira entre os agentes 
econômicos superavitários que ganham mais do que gastam e agentes deficitários que gastam mais do 
que ganham. É a partir da situação desses dois agentes que haverá a oferta e demanda por liquidez e 
crédito, e esse movimento também está relacionado ao nível da taxa de juros e à quantidade de moeda 
na economia. Esse é um ponto em que a microeconomia foi beneficiada pela macroeconomia, já que o 
primeiro campo teórico trabalha com o postulado de não haver entesouramento ou poupança, ou seja, 
de toda a renda ser gasta como forma de manter o postulado de pleno emprego.
Outro exemplo de surgimento de um campo específico de investigação diz respeito à complexidade 
do mercado cambial, que é resultado das transações com o resto do mundo devido à circulação de 
produtos, serviços, transações monetárias e financeiras em que a moeda de um país deve ser convertida 
nas moedas dos outros países, formando a taxa de câmbio, que é o preço relativo entre diferentes 
moedas em que um país procura manter um nível de reservas em moedaestrangeira.
Dessa forma, a teoria e análise macroeconômicas estudam como se determinam as variáveis 
agregadas como o nível de produto, nível geral de preços, nível salarial ou rendimento médio de salários, 
nível de emprego e desemprego; a taxa de juros e a quantidade de moeda ou base monetária, preço e 
quantidade de ativos financeiros; e a taxa de câmbio e o nível de reservas internacionais.
As correntes de pensamento econômico foram surgindo e foram nomeadas em função dos postulados 
adotados: assim, temos a escola clássica, a neoclássica ou marginalista, a keynesiana, a monetarista, 
entre outras. Algumas escolas adotaram postulados antigos, ou melhor, de escolas anteriores, entretanto, 
utilizando elementos ad hoc. Esse foi o caso da escola dos Novos Clássicos e dos Novos Keynesianos. A 
história da teoria macroeconômica esclarece e ajuda a compreender essa evolução, e como a micro e a 
macroeconomia foram incorporando novos elementos. Alguns economistas negam a relação das duas 
teorias, mas muitos instrumentos de análise econômica de ambas as teorias são utilizados para fazer 
predições sobre o universo econômico e social e suas realidades.
 Observação
Ad hoc é uma expressão que significa “para isto” ou “para esta finalidade” 
ou “para um fim específico”. Geralmente, essa expressão é utilizada para 
a formulação de hipóteses ad hoc, cujo objetivo é superar as anomalias 
teóricas por meio de novas hipóteses.
No início do século XX, diante de vários problemas econômicos e sociais (tais como queda 
nos níveis de produção e emprego), as Ciências Econômicas perceberam que seu corpus teórico 
apresentava anomalias resultantes de pressupostos abstratos e que não correspondiam aos eventos 
ocorridos. É a partir daí que ocorre uma revolução teórica e que faz surgir uma nova escola ou 
corrente de pensamento que emerge com novos postulados e procura responder às questões 
econômicas em questão.
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TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA
 Lembrete
Uma revolução teórica acontece no momento em que uma nova 
corrente de pensamento – com sua agenda de pesquisa e seus novos 
postulados – substitui uma corrente de pensamento vigente. Em outras 
palavras, uma revolução teórica representa o descarte de postulados 
anteriores, substituídos por outra teoria. 
Essa revolução teórica nas Ciências Econômicas ocorreu com o surgimento de uma nova perspectiva 
da teoria macroeconômica, perspectiva essa elaborada pelo economista John Maynard Keynes e 
publicada em seu livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, em 1936.
Evidentemente, os economistas anteriores a Keynes sempre tiveram 
preocupações a respeito do desempenho da economia em seu agregado. 
Entretanto, a linha predominante dos economistas acreditava que as 
economias de mercado tinham a capacidade de, sem a interferência do 
governo, utilizar de maneira eficiente todos os recursos disponíveis, de forma 
a sempre alcançar o chamado nível de pleno emprego, em que não existiria 
mão de obra voluntariamente desempregada. Para chegar a esse resultado, 
os economistas supunham plena flexibilidade de preços e salários, com o que 
preços e salários sempre se ajustariam no mercado, garantindo o equilíbrio 
no mercado de trabalho, a pleno emprego. Por trás disso, estava a crença no 
liberalismo, ou seja, no poder autorregulador do mercado. Supunham ainda 
que tudo o que fosse produzido seria vendido, ideia conhecida como Lei de 
Say (“a oferta cria sua própria procura”), devida ao economista francês Jean 
Baptiste Say (LUQUE; SCHOR, 2008, p. 15‑6).
Figura 14 – O economista inglês John Maynard Keynes
Antes da nova metodologia sobre os estudos macroeconômicos colocados por Keynes, a 
economia era guiada pela teoria microeconômica equilibrista, em que o mercado é autorregulado 
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e a oferta ou produção determinam o nível de produto e o nível de emprego de forma ótima. 
Com isso, restava estudar não o fluxo real da economia, mas apenas o fluxo monetário, como a 
quantidade de moeda e do nível geral de preços e salários; para isso, havia a Teoria Quantitativa 
da Moeda, mais conhecida como TQM, que relacionava quantidade e velocidade da moeda com 
nível de preços e de produto, sendo que o nível de produto era constante devido à situação de 
pleno emprego.
Mas a situação econômica dos anos 1930 demonstrava a inexistência de uma tendência 
automática ao pleno emprego e elevado desemprego e de capacidade ociosa, com queda de preços 
e salários, sem reequilíbrio do mercado. Esses fatos obrigaram as Ciências Econômicas a buscarem 
respostas e soluções.
A teoria geral do emprego, do juro e da moeda emergia com pressupostos e postulados 
contrários aos apontados pela teoria neoclássica, cuja tese central era que a demanda determinava 
o produto e não o contrário; a partir dessa perspectiva, o nível de atividade econômica era um 
ponto de equilíbrio abaixo do pleno emprego, e o Estado, por meio de uma política econômica 
(política monetária, fiscal, cambial e de crédito), poderia regular uma economia capitalista. 
Não havia um mercado autorregulado, como postulava a corrente neoclássica e suas análises 
equilibristas com base no racionalismo econômico, e cujos principais representantes foram 
Marshall, Walras, entre outros.
O que Keynes defendia era que economias capitalistas são instáveis, que passam por ciclos 
econômicos de alta e de baixa e necessitam um agente econômico que regulamente e coordene a 
economia para reduzir esses ciclos, por meio de uma maior eficiência alocativa dos fatores produtivos.
A publicação da teoria geral (TG) deu impulso à teoria econômica, por proporcionar 
avanços na análise econômica, mas também devido ao grande debate de todos os cientistas 
econômicos das várias correntes de pensamento econômico, principalmente aos cientistas da 
corrente neoclássica e da teoria vigente. Ao contrário da ideia de um mercado autorregulado 
e de pressupostos de preços e salários flexíveis e pleno emprego, Keynes pressupunha salários 
monetários rígidos e desemprego, cuja intervenção do Estado e suas políticas econômicas 
e gastos públicos para estimular a demanda de bens e serviços elevaria os investimentos 
produtivos e o aumento do emprego.
A leitura e os debates sobre a teoria geral levaram o economista John Hicks, um ano após o 
lançamento da TG, a publicar o artigo Mr. Keynes and the Classics: a Suggested Interpretation 
como uma interpretação do livro de Keynes e que ficou conhecida como síntese neoclássica, já que 
buscou sistematizar a teoria geral em variáveis que tendem ao equilíbrio simultâneo e atemporal. 
Esse artigo serviu de insumo para várias análises econômicas e permitiu o desenvolvimento do 
famoso modelo IS‑LM (Investment‑Saving e Liquidity‑Money), modelo que gerou outros avanços 
e respostas econômicas.
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Taxa de 
jutos (r)
Nível de 
renda (Y)
IS
LM
Figura 15 – Cartesiano do equilíbrio simultâneo do Modelo IS‑LM
O modelo IS‑LM é uma síntese neoclássica, pois divide a economia em mercados com equilíbrios 
simultâneos e atemporais, embora, em sua forma geral, não ignore os pressupostos keynesianos nos 
quais a moeda não é neutra, isto é, que o sistema capitalista é uma economia monetária da produção. 
No mercado de bens, temos a formação do nível de renda; no mercado de ativos ou mercado monetário 
e financeiro, temos a formação da taxa de juros.
Mercado de ativos
Oferta de moeda
Demanda de moeda
Mercado de bens
Mercado de bens
Produção
Demanda
Agregada
Renda
Taxa de juros
Política 
monetária
Política 
fiscal
Figura 16 – Estrutura do Modelo IS‑LM
Outro elemento keynesiano inovador é representado pelo papel que a política econômica ocupa dentro 
de sua estrutura teórica, especialmenteno tocante à possibilidade de aumento do nível de renda e geração 
de empregos nas situações em que a economia se apresenta abaixo do seu nível de pleno emprego. Esse 
modelo abstrato possibilitou predições sobre o comportamento das variáveis econômicas agregadas e teve 
influência sobre outros modelos empíricos até 1960. Um ponto importante a ser lembrado é que o modelo 
keynesiano era um modelo de curto prazo, ao contrário dos modelos neoclássicos de longo prazo. Assim, 
nas situações de curto prazo e abaixo do pleno emprego, vigorava o modelo keynesiano, com preços e 
salários rígidos e possibilidade de oscilação das variáveis reais, como nível de emprego, produção e salários 
reais; no longo prazo, vigorava o modelo neoclássico, com preços e salários flexíveis, e no qual as variáveis 
reais permaneciam constantes, e qualquer política econômica elevaria apenas o nível de preços.
Novamente, a economia começou a apresentar problemas. Com a estagnação do nível de renda e a 
elevação do nível de preços, as Ciências Econômicas depararam com uma nova questão teórica, cujos 
estudos levaram o economista A. W. Phillips ao estudo da economia inglesa entre 1861 e 1957. Como 
resultado dessa investigação, denominou‑se curva de Phillips a que demonstrava a existência de um 
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trade‑off entre inflação e desemprego, pois quanto menor a inflação, maior o desemprego, e quanto 
menor o desemprego, maior a inflação.
 Lembrete
Falamos anteriormente de Phillips, quando da análise do método 
dedutivo‑histórico e estatístico. Como é possível perceber, novamente há 
associação entre complexidade do objeto de estudo e o surgimento de 
novas metodologias. 
Segundo Phillips, se houvesse elevado desemprego e excesso de produção, os salários nominais seriam baixos 
e corresponderiam a um nível de preços mais baixo; sendo os salários reais menores, as empresas elevariam a 
demanda por trabalhadores, sendo essa uma sistematização do modelo neoclássico e de longo prazo.
Taxa de 
inflação
Taxa de 
desemprego
Figura 17 – Curva de Phillips e o trade‑off entre inflação e desemprego
O modelo IS‑LM com curva de Phillips permite uma melhor análise sobre a demanda e a oferta 
agregadas, e levou os economistas da época a um sentimento de controle sobre as variáveis econômicas 
agregadas: bastava gerar o trade‑off e os resultados desejados se realizariam. No entanto, a realidade e 
sua complexidade e os novos avanços demonstraram que isso não ocorreria, pois em vários momentos 
o desemprego e a inflação conviveram juntos em várias economias.
Entretanto, essa noção de que a taxa de crescimento de uma variável nominal 
(inflação) afetava as variáveis reais (desemprego) não era aceita pela teoria 
neoclássica, que, ao buscar‑se racionalidade econômica dos agentes, afirma que o 
nível de produto e de emprego devem depender das condições técnicas disponíveis 
para uma sociedade em determinado momento do tempo, além, evidentemente, 
da disponibilidade dos fatores de produção (LUQUE; SCHOR, 2008, p. 17‑18).
A insatisfação com a curva de Phillips na década de 1960 gerou um grande debate, e da corrente 
neoclássica surgiu outra vertente, representada pelo monetarismo de Milton Friedman: essa vertente 
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questionou a teoria keynesiana por não levar em conta a racionalidade dos agentes e as formas a partir das 
quais esses agentes acompanham as variáveis reais, e não as variáveis nominais. Assim, eram duas as críticas 
à curva de Phillips: a primeira, de a teoria considerar a relação de causalidade da taxa de desemprego sobre 
os salários nominais; a segunda, de não considerar a expectativa da elevação do nível de preços.
Quando introduzimos a taxa de inflação esperada, passamos a ter um resultado 
completamente diferente, porque, para cada taxa de inflação esperada, há uma 
curva de Phillips. Isso significava que, em termos de política econômica, já não 
existiria um trade‑off estático entre inflação e desemprego. Em outras palavras, 
caso a taxa de inflação se elevasse, e com isso a economia apresentasse taxa de 
desemprego menor, em certo momento os trabalhadores perceberiam que, nessa 
economia, a taxa de inflação era maior do que a esperada. Os trabalhadores passariam 
então a negociar os salários com base nessa expectativa e, consequentemente, a 
taxa de desemprego voltaria a seu nível original, pois os salários reais que haviam 
diminuído voltariam a seu nível original (LUQUE; SCHOR, 2008, p. 18).
Com novas questões e novos debates, complementos ad hoc foram empregados às Ciências 
Econômicas. Assim, surgiu a versão da curva de Phillips aceleracionista, que supõe a aceleração da 
inflação antes da percepção dos agentes econômicos, especificamente dos trabalhadores, e da elevação 
do nível de preços para impactar o nível de produção e renda. Mas a percepção dos agentes econômicos 
com o aprendizado sobre as variáveis econômicas, no passado, resultava em expectativas adaptativas, 
não surtindo os efeitos desejados sobre a produção, emprego e renda.
As expectativas passam a ser mais um elemento ad hoc nas Ciências Econômicas e o postulado da 
racionalidade dos agentes econômicos é retomado, constituindo a base teórica da escola e corrente de 
pensamento econômico denominada expectativas racionais ou novos clássicos, dentro de um contexto 
de uma nova revolução nas ciências econômicas nos anos 1970 e 1980.
Você já deve ter percebido que estão sendo configuradas quatro escolas principais no campo da 
teoria macroeconômica. Nesse contexto, a teoria microeconômica segue “correndo por fora”, ou seja, 
com a retomada dos postulados da escola neoclássica ou marginalista, uma parte da macroeconomia 
será defendida por meio de fundamentos microeconômicos. As escolas são a keynesiana, monetarista, 
novo clássica, pós‑keynesiana e novo keynesiana.
A diferença fundamental entre keynesianos e os neoclássicos, originária desde o 
livro de Keynes, refletiria o fato de que os neoclássicos admitem que as economias 
de mercado podem gerar equilíbrios em nível de pleno emprego, e o desemprego 
resultante deriva de certa rigidez. Os keynesianos, por sua vez, procuram mostrar 
que a característica fundamental das economias capitalistas é essa incapacidade 
de se alcançar o nível de pleno emprego, em face de falhas estruturais do sistema 
de mercado. [...] A essência do pensamento keynesiano é de que movimentos 
nominais na demanda agregada não se traduzem apenas em alterações nos 
preços nominais (como tradicionalmente enfatizam os neoclássicos), mas afetam 
também o nível de atividade (LUQUE; SCHOR, 2008, p. 19).
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A corrente keynesiana defende que as políticas econômicas, monetária e fiscal impactam o nível de produto 
e emprego, sem acelerar o nível de inflação. Entretanto, caso haja inflação, a redução demanda agregada e o 
controle do nível de preços e salários, por exemplo, com congelamentos, resultam em estabilidade da inflação.
Desse debate emerge a escola monetarista, cuja defesa é de que a inflação pode ser controlada 
com regras monetárias que controlem a variação da base monetária; assim, se o produto interno bruto 
variar 5%, a base monetária também deve variar em 5%. Isso evitaria variações nominais e a regra 
geraria uma informação perfeita de como o governo toma suas decisões, evitando políticas econômicas 
discricionárias e arbitrárias. Para os monetaristas, os agentes econômicos são racionais e formam 
expectativas adaptativas, ou seja, aprendem com o passado para tomar decisões racionais no presente.
Os monetaristas afirmam que, em curto prazo, a demanda agregada altera o nível de produto, 
emprego e renda, e aceitam as premissas da curva de Phillips, mas, em longo prazo, essa situaçãonão prevalece devido a fatores da curva de oferta agregada, como produtividade, em que elevação da 
liquidez e outros estímulos à demanda agregada são neutros, e em que podemos ter uma estagflação, 
isto é, queda do nível de atividades e elevação da inflação.
A escola das expectativas racionais ou novos clássicos retomaram os postulados de racionalidade 
dos agentes econômicos da escola neoclássica ou marginalista, nos quais esses agentes formam suas 
expectativas sobre as variáveis econômicas com base em informações simétricas ou perfeitas. Essa 
corrente, com base na hipótese de expectativas racionais, acredita que os agentes econômicos percebem 
e entendem como as variáveis são determinadas e tomam a melhor decisão, isto é, os indivíduos sempre 
otimizam devido à racionalidade e à tendência de os mercados sempre entrarem em equilíbrio (LUQUE; 
SCHOR, 2008, p. 19).
As expectativas tornam‑se um elemento ad hoc importante, pois sustentam a noção de agentes 
econômicos racionais e com capacidade analítica, bem como sustentam o processo de formação de preços 
e a possiblidade de mercados em equilíbrio; em outras palavras, dentro da teoria macroeconômica, mas 
com fundamentos microeconômicos. Dada a elevada capacidade de pesquisas nas Ciências Econômicas, 
uma parte dos keynesianos, diante da revolução causada pelas expectativas racionais, buscaram, na 
microeconomia, os elementos teóricos para fazer a contraposição aos novos clássicos e retomar a 
dianteira na teoria macroeconômica. Esses economistas são conhecidos como novos keynesianos.
A corrente dos economistas novos keynesianos inicia seus estudos pelo pressuposto dos preços e 
salários rígidos na economia e desequilíbrio dos mercados; por exemplo, um mercado de trabalho em 
que há trabalhadores desempregados, portanto, em desequilíbrio, e não em pleno emprego.
Outro grupo de economistas keynesianos forma a escola pós‑keynesiana a partir da década de 1970; 
essa corrente faz uma releitura da teoria geral e tem entre seus postulados a tese da demanda efetiva e 
o papel da incerteza nas decisões dos agentes econômicos. A tese da demanda efetiva está relacionada à 
demanda ou aos gastos em consumo e em investimento; ainda, a variável investimento é a mais instável 
já que depende das expectativas dos empresários em relação à realização da produção, isto é, à venda 
dos bens e serviços produzidos e à realização de lucros. Se o empresário tem a expectativa de que a 
taxa de lucro pode ser maior que a taxa de juros, haverá maior investimento e produção; caso contrário, 
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se a taxa de juros for maior que a taxa de lucro, haverá redução do investimento e da produção e, 
consequentemente, menor nível de atividade econômica e maior nível de desemprego.
Os economistas pós‑keynesianos entendem que o princípio da demanda agregada formada pelo 
consumo e investimento agregados forma a renda necessária para o ciclo produtivo e se constitui em 
elemento central na construção de teorias que explicam a economia em curso. Esse grupo de economistas 
está dividido em pós‑keynesianos fundamentalistas, neo‑ricardianos e regulacionistas.
Os neo‑ricardianos, representados por Murray, Piero Garegnani, entre outros cientistas econômicos, estudam 
o princípio da demanda agregada keynesiana relacionada com a distribuição da renda e os determinantes dos 
preços das mercadorias com base no economista David Ricardo, da escola clássica, e de seus estudos sobre o 
processo de geração de renda, distribuição e acumulação do excedente em sua perspectiva de longo prazo.
Os fundamentalistas, representados por Hymann Minsky, Paul Davidson, entre outros cientistas 
econômicos, estudam o papel das expectativas na economia associado ao conceito de incerteza e busca 
por liquidez, elementos essenciais na teoria keynesiana. A busca por liquidez reduz a incerteza, pois 
permite aos agentes econômicos escolhas no tempo para avaliar a melhor alternativa de investimento, 
apresentando, nesse ponto, a relação entre incerteza e demanda.
Os regulacionistas, representados por Robert Boyer, Michel Aglietta, entre outros cientistas 
econômicos, estudam a demanda agregada como engrenagem fundamental da economia capitalista, 
cujos processos de acumulação de capital e avanços tecnológicos causam alterações na utilização dos 
fatores de produção, principalmente o fator mão de obra, alterando o nível de renda e sua distribuição. Isso 
causa desajustes entre a demanda agregada e o nível de produção e resulta em crises de superprodução, 
subconsumo, desemprego e queda do nível de renda e de produto.
Os institucionalistas, representados por Thorstein Veblen, John Kenneth Galbraith, entre outros cientistas 
econômicos, privilegiam o papel das instituições como a estrutura de mercado e de poder do mercado no 
processo de formação de preços e de alocação de recursos. Para os institucionalistas, os processos históricos 
e os fatos econômicos constituem‑se em fenômenos sociais específicos que devem ser analisados levando 
em conta os vários interesses econômicos, políticos e sociais de grupos, empresas e países.
Os economistas pós‑keynesianos, como um todo, creem na regulação e na regulamentação do 
Estado para reduzir e corrigir as flutuações do nível de renda, produto e emprego; assim, renegam o 
processo de preços autorregulado. Também defendem que o pleno emprego não é uma situação padrão 
e sustentável nas economias capitalistas e que políticas econômicas ativas são necessárias para correção 
de desequilíbrios econômicos, tais como a recessão e a depressão econômica, o elevado desemprego, a 
inflação acelerada e a concentração de renda.
O debate teórico entre os novos clássicos e novos keynesianos apresentou avanços significativos. Os governos 
e bancos centrais conduzem a política econômica vigente com base na teoria macroeconômica tradicional, 
mesmo que a questão das expectativas racionais tenha trazido à tona que há agentes econômicos com 
interesses diversos e expectativas diferentes, fato que dificulta a sistematização dos instrumentos econômicos 
e de seus resultados, pois cada grupo de variáveis pode corresponder a apenas uma situação específica.
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Unidade II
Portanto, as Ciências Econômicas atualmente avançam com a utilização das teorias micro e 
macroeconômica, buscando, na história econômica e na história do pensamento econômico, novos 
elementos para predições que possam dar respostas mais concretas e incorporar novos conhecimentos 
que sejam passíveis de sistematização para sua utilização na política econômica.
6 FONTES ELETRÔNICAS DE PESQUISA ECONÔMICA
Realizar uma pesquisa na área das Ciências Econômicas, seja lá qual for o campo de investigação 
selecionado, requer a reflexão sobre o trabalho teórico desenvolvido por outros economistas e o acesso 
aos bancos de dados que serão analisados com base no corpus teórico já elaborado. Para que isso possa 
ocorrer, é importante discutirmos, a partir de agora, as fontes eletrônicas para a pesquisa econômica.
A evolução e disseminação das tecnologias da informação e comunicação no pós‑guerra se 
tornaram de grande valia para o processo de pesquisa, já que permitiram o conhecimento de dados e 
de informações locais e globais de forma extremamente acessível. Tal facilidade resultou da migração 
para a mídia digital de fontes que antes só existiam de forma impressa. Muitas bibliotecas, atualmente, 
apresentam um acervo impresso e complementam esse acervo por meio de microcomputadores 
disponíveis para acesso às informações catalogadas e aos conteúdos existentes para além das paredes 
da própria biblioteca.
A internet permitiu a multiplicação das informações por meio dos sites de busca, apontadores, 
bibliotecas virtuais, entre outros recursos que permitem encontrar, às vezes, a mesma informação 
em endereçoseletrônicos diferentes. A pesquisa eletrônica permite realizar um levantamento 
bibliográfico com rapidez devido ao crescimento das informações disponíveis na rede, usando desde 
plataformas com elementos de interatividade, tecnologia de hipertexto, tecnologia multimídia, 
redes de compartilhamento e de cooperação com sistemas abertos, por meio da armazenagem e da 
disseminação de dados e publicações.
Figura 18 – Acervo de livros e microcomputadores
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Diante de tantas informações disponíveis, é importante avaliar cada fonte da internet, como forma 
de qualificar o conteúdo disponível. A fonte de pesquisa garante credibilidade ao que foi publicado. Por 
exemplo, Tomaél et al. (2001, p. 4):
[...] relata a história do estudante que solicitou a crítica de um filme numa 
biblioteca. Um bibliotecário buscou um índice impresso, enquanto outro 
procurou um índice na internet. Rapidamente uma crítica foi encontrada 
on‑line. O estudante, que estava com pressa, foi embora de posse da 
informação obtida na internet, antes mesmo de ter sido localizada a 
informação na fonte impressa. Só depois o estudante descobriu que a 
informação obtida na internet havia sido escrita por um crítico amador, que 
muito admirava o diretor do filme analisado. A informação recuperada não 
era confiável, o crítico não tinha autoridade para escrevê‑la.
Portanto, a internet permite maior rapidez de acesso e quantidade de fontes de informações 
disponíveis, mas nem sempre a qualidade da informação é confiável e com credibilidade. Assim, essas 
fontes de informações disponíveis devem ser utilizadas com cautela, em outras palavras, as fontes 
disponíveis devem ser filtradas por critérios de avaliação que analisem tanto o conteúdo quanto a 
apresentação da informação.
Para avaliar uma fonte é fundamental identificar o indivíduo ou instituição 
responsável por sua compilação. Analisar o autor e verificar suas credenciais 
para versar sobre o assunto é essencial, o que inclui: ser conhecido na área, 
ser citado por outros autores, relacionar sua especialidade com o conteúdo 
do trabalho, conhecer suas habilidades, identificar se houve revisão do 
conteúdo, procurar por críticas ao seu trabalho (TOMAÉL et al., 2001, p. 5).
A qualidade da informação disponível na internet varia de péssima a excelente, portanto, utilizar as 
credenciais dos autores pesquisadores e das instituições de pesquisas é uma forma de filtrar informações de 
melhor qualidade. Ainda, há alguns mecanismos que utilizam recursos de busca por meio da classificação 
dos melhores sites, de acordo com critérios preestabelecidos. Por exemplo, há vários critérios que podem 
ser fixados, alguns muito simples, como pesquisar as publicações que estão disponíveis nos sites das 
universidades e institutos de pesquisas como o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).
O Ipea apresenta em seu site várias publicações, entre elas mais de 2 mil textos para discussão, com um 
sistema de busca por temas, que pode ser acessado no site do Ipea: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA 
APLICADA (IPEA). Publicações ‑ lista completa. [s.d.]. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/index.
php?option=com_alphacontent&view=alphacontent&Itemid=357>. Acesso em: 23 ago. 2016.
Entre as ferramentas que ajudam o levantamento bibliográfico com alto nível de qualidade e 
confiança está o Google Acadêmico, ou Google Scholar, cujo lema é “sobre os ombros de gigantes”, 
ou seja, fazer a pesquisa sobre a literatura acadêmica, como artigos, teses, livros, entre outros, com 
base em grandes pesquisadores. Para pesquisar no Google Acadêmico, utilize o link <https://scholar.
google.com.br/>.
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Outra ferramenta é a da The Scientific Electronic Library Online (SciELO Brazil), que dá acesso a uma 
biblioteca eletrônica, com vários títulos e textos completos de artigos científicos. Acesse: <http://www.
scielo.br/> para pesquisar nessa base de dados.
O Portal de Periódicos, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) 
pode ser acessado pelo endereço: <http://www.periodicos.capes.gov.br/>; trata‑se de uma biblioteca 
virtual que conta com um acervo de mais de 38 mil títulos com textos completos. Esse portal foi 
criado para permitir o acesso das bibliotecas brasileiras à informação científica internacional e nivelar a 
oportunidade de acesso à informação em todo o Brasil.
Por fim, há a Biblioteca Setorial Gladis W. do Amaral, órgão integrante da Faculdade de Ciências 
Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE 
DO SUL (UFRGS). Quem somos? Biblioteca da Faculdade de Ciências Econômicas, 2016. Disponível 
em: <http://www.ufrgs.br/bibeco/index.html>. Acesso em: 23 ago. 2016. Essa biblioteca compilou, com 
base no índice brasileiro de bibliografia em economia, a maioria dos links das instituições de estudos e 
pesquisas na área de ciências econômicas, por ordem alfabética; por exemplo, o da Associação Nacional 
de Pós‑graduação em Economia (Anpec), cujo endereço eletrônico é: <www.anpec.org.br>.
As fontes apresentadas representam apenas uma pequena parte do que está disponível. Há várias 
outras fontes nacionais e internacionais, que serão apontadas a seguir. O que é necessário ficar claro é 
a existência das várias fontes disponíveis. Entretanto, você deve considerar algumas regras sobre como 
pesquisar informações de forma fácil e com credibilidade para o uso em trabalhos acadêmicos.
6.1 Coleta de materiais
A seleção do material a ser utilizado na pesquisa é uma das etapas mais importantes de todo trabalho. 
Sugere‑se que o pesquisador comece o trabalho de pesquisa com uma análise dos estudos reunidos ao longo 
do curso, ou seja, cadernos com anotações, apostilas, textos, livros, revistas e outros materiais.
O pesquisador deve também identificar trabalhos de autores com o mesmo objeto de pesquisa, e consultar 
as indicações bibliográficas neles contidas. Ao se apoiar nos trabalhos de outros autores, poderá também 
utilizar a bibliografia desses outros autores, em geral, repleta de referências obrigatórias para o estudo.
Além disso, o pesquisador deverá fazer a pesquisa bibliográfica de outras formas e em outros 
lugares, como bibliotecas tradicionais e virtuais, para identificar trabalhos relacionados ao seu objeto de 
pesquisa, por assuntos, analisando sumários de revistas econômicas, por exemplo.
6.1.1 Pesquisa bibliográfica
As pesquisas bibliográficas são obtidas não a partir das pessoas, mas por meio de artigos, livros, 
revistas, jornais, entre outros documentos. Essas pesquisas são desenvolvidas com base nas contribuições 
dos diversos pesquisadores e pensadores que se debruçaram sobre determinado assunto. Por exemplo, 
uma pesquisa sobre o pensamento de um autor será elaborada a partir de seus escritos e se constituirá 
em uma pesquisa bibliográfica.
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[...] a pesquisa bibliográfica pode ser definida como um elenco de etapas 
coerentes utilizadas para levantar o mais exaustivamente possível a 
produção intelectual relativa a um certo tema. Ela demarca o que deve fazer 
o pesquisador para certificar‑se de que está montando uma visão atual e 
abrangente do tema a que se dedica (TATSCH; VOLPATO, 2002, p. 100).
Figura 19 – Pesquisa bibliográfica em bibliotecas tradicionais
Nas Ciências Econômicas, as pesquisas bibliográficas e de dados secundários permitem ao pesquisador 
o acesso a várias informações, de forma rápida e eficiente. Um bom exemplo são os dados do Censo ou 
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), ambas do IBGE, e que publicam informações 
de todo o território brasileiro e de sua população. Assim, a partir de dados do Censo/IBGE,torna‑se 
possível elaborar indicadores socioeconômicos e criar condições para a formulação e corroboração de 
novas hipóteses.
Muitas pesquisas econômicas são elaboradas a partir de fontes bibliográficas porque ajudam a 
responder muitos dos problemas propostos e a melhorar o entendimento desses problemas, além de 
ajudar a elaborar hipóteses para verificação que levam a pesquisas exploratórias, entre outras.
Segundo Gil (1990), as fontes bibliográficas permitem que as pesquisas econômicas tenham um 
maior nível de clareza e explicação. Em economia, há poucas pesquisas experimentais e, à medida que 
o pesquisador faz a pesquisa bibliográfica e por documentos, ele pode realizar importantes estudos 
comparativos e desenvolver pesquisas ex post facto.
[...] a partir da análise de documentos, verifica‑se que duas cidades de uma 
mesma região, com aproximadamente o mesmo tamanho e o mesmo tempo 
de fundação apresentavam características socioeconômicas semelhantes até 
que numa delas foi instalada uma indústria. Como a maioria das condições 
relevantes para o estudo do desenvolvimento econômico foi mantida “sob 
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controle” até a instalação da indústria, as modificações que se produziram a 
seguir podem ser atribuídas a esse fato (GIL, 1990, p. 44).
Conforme Laville e Dionne (1999), os dados estatísticos desempenham importante papel em muitas 
pesquisas. Os organismos nacionais e internacionais avançaram muito no desenvolvimento de bancos 
de dados, de tal forma que muitos dos aspectos socioeconômicos do mundo são objeto desses bancos 
de dados. Sendo assim, vamos apresentar as várias fontes de bancos de dados que buscam evidenciar os 
movimentos da humanidade e suas relações.
6.1.2 Pesquisa em bases de dados em economia
A produção e disseminação das estatísticas, principalmente públicas, são necessárias para o 
desenvolvimento de todas as ciências. Muitas estatísticas estão agregadas em bancos de dados e 
relatórios estatísticos que se constituem em fontes relevantes de dados secundários e terciários. As 
estatísticas sociais, econômicas e demográficas são produzidas e compiladas por várias instituições 
nacionais e internacionais.
Com a evolução das tecnologias da informação e da comunicação, o acesso aos acervos estatísticos 
dessas instituições representa um universo de possibilidades de informações de elevada relevância para 
a investigação econômica e para os avanços nas pesquisas em economia.
Geralmente, os acervos de banco de dados estão organizados por temas, pesquisas, variáveis e 
tabelas, ou grupos de variáveis, grupos de classificações e tabelas, níveis territoriais, tipos de períodos, 
entre outros.
Seguem as instituições nacionais e internacionais que fazem a produção e a disseminação de 
estatísticas que a grande maioria de cientistas sociais utiliza no dia a dia em suas pesquisas e debates. 
Assim, apresentaremos o endereço virtual dos principais bancos de dados e das principais seções e temas 
abordados por cada instituição com o objetivo de proporcionar maior facilidade de acesso às bases de 
dados para a realização de pesquisas econômicas.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) é a principal fonte e base de dados nacionais, 
já que é responsável pelas pesquisas censitárias (Censo) e outras pesquisas de âmbito nacionais. No site 
do IBGE, <www.ibge.gov.br>, encontramos dados sobre diversas pesquisas. O banco de dados central 
dessa instituição está no Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) e no endereço eletrônico 
<www.sidra.ibge.gov.br>. Nesse banco de dados, temos as seções demográficas e de contagem da 
população, o sistema nacional de índices de preços ao consumidor (SNIPC) que calcula o índice nacional 
de preços ao consumidor (INPC) e o índice de preços ao consumidor amplo (IPCA), a pesquisa nacional 
por amostra de domicílios (PNAD), a pesquisa mensal de empregos (PME), entre outras, cujos temas são 
a produção por setores, as contas nacionais, emprego, estoques, índices de preços ao consumidor, índice 
de preços ao produtor, orçamentos, familiares, população, previsão de safra, registro civil, entre outros.
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Figura 20 – Tela principal do banco de dados Sidra, do IBGE
É importante ressaltar que o IBGE não é responsável apenas pelo Censo, PNAD, PME, INPC e o IPCA, 
mas também por outras pesquisas importantes e que se constituem em novos campos de pesquisa para 
as ciências econômicas. Temos também, entre as pesquisas correntes divulgadas pelo IBGE:
• Atlas Geográfico Escolar.
• Censo Agropecuário.
• Classificação Nacional de Atividades Econômicas.
• Demografia das Empresas.
• Diagnósticos Ambientais e Zoneamentos Ecológicos.
• Divisões Regionais do Brasil.
• Economia da Saúde, Pesquisa Nacional de Saúde – PNS.
• Economia do Turismo.
• Economia Informal Urbana.
• Entidades de Assistência Social Privadas sem Fins Lucrativos no Brasil.
• Estatísticas da Pobreza.
• Estatísticas do Registro Civil.
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• Finanças Públicas do Brasil, Estatísticas Econômicas das Administrações Públicas, Despesas 
Públicas por Funções.
• Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (Cempre).
• Estudos Ambientais, Fauna Ameaçada de Extinção.
• Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil.
• Mortalidade do Brasil.
• Mulher no mercado de trabalho.
• O setor de tecnologia da informação e comunicação no Brasil.
• Pesquisa Nacional de População em Situação de Rua.
• Pesquisa Nacional de Saneamento Básico.
• Pesquisa sindical.
• Produto interno bruto dos municípios.
• Síntese de Indicadores Sociais.
• Sistema de Informações e Indicadores Culturais.
Os cientistas sociais estão utilizando atualmente uma base de dados muito importante no Brasil, que 
é a PNAD contínua, uma pesquisa por amostra probabilística de domicílios e de abrangência nacional, cujo 
objetivo é produzir dados e informações para o estudo do desenvolvimento socioeconômico nacional 
por meio da investigação científica e análise de indicadores sobre população, trabalho e rendimento, 
entre outros. Entre seus indicadores, temos:
• População residente segundo o sexo e os grupos de idade.
• Taxa de desocupação.
• Taxa de atividade.
• Nível da ocupação.
• Taxa de analfabetismo segundo os grupos de idade e o sexo.
• Pessoas de 14 anos ou mais segundo a condição de ocupação.
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TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA
• Pessoas ocupadas na semana de referência segundo o sexo e os grupos de anos de estudo.
• População residente segundo a naturalidade em relação à unidade da Federação e ao município 
de residência.
• Rendimento médio mensal per capita dos domicílios.
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) foi criado para ajudar no planejamento econômico 
e social do Brasil. Esse instituto faz várias pesquisas, mas utiliza muitos dados de forma secundária, 
isto é, dados do IBGE, do Banco Central do Brasil, entre outros. No site do Ipea, <www.ipea.gov.br>, 
encontramos diversas pesquisas; entretanto, um dos principais banco de dados dessa instituição está 
no endereço: <www.ipeadata.gov.br>, que apresenta dados econômicos, financeiros demográficos e 
geográficos para estados, municípios do Brasil em séries anuais, mensais e diárias, bem como diversos 
indicadores econômicos e sociais.
Figura 21 – Tela principal do banco de dados Ipeadata do Ipea
Banco Central do Brasil
O Banco Central do Brasil (BCB ou Bacen) é a autoridade monetária que faz análises e fiscaliza todo 
o sistema nacional monetário e financeiro e, portanto, determinaa base monetária em circulação, taxa 
de juro básica ou o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), Balanço de Pagamentos, entre 
outras variáveis, como a dívida do setor público abaixo da linha. Sabe‑se que as reservas internacionais 
e as receitas e gastos do governo têm impacto monetário e financeiro. Sendo assim, o BCB faz o 
acompanhamento dessas variáveis por meio de suas séries estatísticas temporais. No site do BCB, 
<www.bcb.gov.br>, encontramos várias informações e instrumentos interessantes, como a calculadora 
do cidadão, que faz atualização e deflação de valores por meio de vários índices de preços, bem como 
dados sobre diversas pesquisas. Seu principal sistema de informações estatísticas é conhecido como 
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sistema gerenciador de séries temporais (SGS): BANCO CENTRAL DO BRASIL. Séries temporais. [s.d.]. 
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pt‑br/#!/n/SERIESTEMPORAIS>. Acesso em: 23 ago. 2016.
Figura 22 – Tela principal do banco de dados do Banco Central do Brasil
Ministério do Trabalho
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ou, na nova reformulação ministerial, Ministério do 
Trabalho e Previdência Social (MTPS), tem duas bases de dados importantes para acompanhar o estoque 
e o fluxo de trabalhadores no mercado de trabalho formal. A primeira base de dados é a relação anual 
de informações sociais (Rais) e a segunda base é o cadastro geral de empregados e desempregados que 
forma o saldo de contratações (por exemplo, em um dado mês, foram contratados 100 economistas e 
demitidos 50 economistas; o saldo foi positivo em 50 economistas, e a Rais irá informar qual é o total 
de economistas na ativa no período de um ano).
No site do ministério, <www.mtps.gov.br/>, os principais sistemas de informações estatísticas (Rais 
e o Caged) podem ser acessados a partir do endereço eletrônico <http://pdet.mte.gov.br/>.
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TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA
Figura 23 – Tela principal do banco de dados do Ministério do Trabalho
Portal Brasileiro de Dados Abertos
Além do Ministério do Trabalho, há outros ministérios, como o Ministério do Desenvolvimento e 
Comércio Exterior, o Ministério da Fazenda, o Ministério do Desenvolvimento Social, entre outros órgãos 
públicos, cujos dados administrativos são fontes ricas para pesquisas. Para esse fim, foi criado o Portal 
Brasileiro de Dados Abertos, uma ferramenta disponibilizada pelo governo para a utilização de dados e 
informações públicas.
Esse portal tem o objetivo de permitir o acesso a todos os dados disponíveis em todas as áreas dos 
órgãos do Governo Federal, além de dados das esferas estaduais e municipais. O portal ainda está em 
processo de desenvolvimento e tem entre suas metas estar funcionando plenamente até o ano de 2020; 
entretanto, já é uma ferramenta útil, pois agrega várias fontes e endereços virtuais de dados públicos 
que podem ser acessados em: BRASIL. Conjunto de dados. Portal Brasileiro de Dados Abertos, [s.d.]a. 
Disponível em: <http://dados.gov.br/dataset>. Acesso em: 23 ago. 2016. 
Portanto, aqui temos condições de levantar não somente os dados sobre os valores de exportação 
e importação que estão no BCB, mas também quais produtos, quantidades, destino e origem dessas 
exportações e importações, as fontes de receitas públicas, os gastos com programas sociais, entre 
outros dados públicos que merecem acompanhamento por toda a sociedade e, principalmente, pelos 
estudantes e cientistas sociais em suas investigações científicas e debates.
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Figura 24 – Tela principal do banco de dados do Portal Brasileiro de Dados Abertos
Senado Federal
Para os pesquisadores do setor público que acompanham o cumprimento da Lei de Responsabilidade 
Fiscal (LRF, 2000), a Lei Orçamentária Anual (LOA), que estima as receitas que o governo espera arrecadar 
durante o ano e fixa os gastos a realizar, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Plurianual 
(PPA), o banco de dados do Senado Federal se constitui em uma poderosa ferramenta pública, pois 
apresenta em tempo real a execução orçamentária anual do Governo Federal em andamento e seu 
histórico. O banco apresenta os dados da seguinte forma:
• Despesa execução – programas do governo.
• Despesa execução – órgãos do governo.
• Despesa execução – por função do governo.
• Despesa execução – por setor do governo.
• Despesa execução – por subfunção do governo.
• Despesa execução – por unidades federativas (UF).
Os dados são de receitas e despesas públicas do ano de 2000 em diante, isto é, da data de publicação 
da LRF e podem ser acessados em: BRASIL. Senado Federal. Orçamento. [s.d.]b. Disponível em: <https://
www12.senado.leg.br/orcamento>. Acesso em: 23 ago. 2016. 
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TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA
Figura 25 – Tela principal do banco de dados de Orçamento do Senado Federal brasileiro
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) é uma instituição de 
produção científica com credibilidade nacional e internacional devido às suas metodologias inovadoras 
de levantamento de dados e análises socioeconômicas. Os temas abordados são emprego, renda, políticas 
públicas, entre outros.
O Dieese desenvolve pesquisas e indicadores permanentes com o objetivo de gerar informações 
sobre renda, custo de vida e mercado de trabalho, e podemos destacar as seguintes pesquisas:
• Índice do Custo de Vida (ICV).
• Cesta Básica Nacional.
• Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).
O site do Dieese está localizado em <www.dieese.org.br> e apresenta outras informações, como 
salário mínimo vigente e sua série histórica, entre outros dados como tarifas públicas. O banco de dados 
disponível é o da PED, cujo endereço eletrônico é: DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E 
ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Pesquisa Emprego e Desemprego. [s.d.]. Disponível em: <http://
www.dieese.org.br/analiseped/ped.html>. Acesso em: 23 ago. 2016. 
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Unidade II
Figura 26 – Tela principal do banco de dados da PED do DIEESE
Comissão Econômica para a América Latina e Caribe
A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) foi criada em 1948 para contribuir com 
o desenvolvimento econômico regional e faz a compilação de dados econômicos e sociais agregados 
dos países latino‑americanos e caribenhos, e apresenta vários sistemas de informação.
O banco de dados de acesso público é o Cepalstat. Seu endereço eletrônico é <www.cepal.org> e 
sua base de dados pode ser acessada em: COMISIÓN ECONÓMICA PARA AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE 
(CEPAL). Panorama Regional de América Latina y el Caribe. 2016. Disponível em: <http://estadisticas.
cepal.org/cepalstat/WEB_CEPALSTAT/Portada.asp>. Acesso em: 23 ago. 2016.
Figura 27 – Tela principal do banco de dados da CEPAL
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TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA
Fundo Monetário Internacional
O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização que reúne 189 países e tem o objetivo gerar 
equilíbrio e estabilidade monetária e financeira global, e facilitar o comércio internacional e a promoção 
da produção e emprego, por meio do crescimento econômico sustentável e redução da pobreza em todo 
o mundo. Seu endereço eletrônico é <www.imf.org>, e as principais informações compiladas são as 
estatísticas financeiras Internacionais e indicadores globais e a composição monetária das reservas oficiais 
de câmbio. Seu principal banco de dados pode ser acessado em: INTERNATIONAL

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