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DOENÇAS MICÓTICAS 18/08 08/09 Primeira avaliação 06/10 Segunda avaliação 13/10 Seminário DOENÇAS MICÓTICAS DOS ANIMAIS ACTINOMICOSE Actinomicetos • NÃO SÃO FUNGOS! • Bactérias Gram-positivas • Muitas espécies possuem filamentos ramificados • Crescimento semelhante a fungos • Induz resposta granulomatosa e forma filamentos no tecido Actinomyces, Trueperella e Actinobaculum • Trueperella pyogenes (anteriormente chamada Arcanobacterium pyogenes, Corynebacterium pyogenes, Actinomyces pyogenes) • Actinobaculum suis • Bactérias anaeróbias ou anaeróbias facultativas • morfologicamente heterogêneas • imóveis, não formam esporos • coloração de Ziehl-Neelsen modificada (ZNM) negativas • Colonizam membranas mucosas de mamíferos • Actinomyces bovis • orofaringe de bovinos e de outros animais domésticos • Actinomyces viscosus • cavidade oral de cães e de humanos. • Trueperella pyogenes (Arcanobacterium pyogenes) • mucosa nasofaringeal de bovinos, ovinos e suínos • Actinobaculum suis • mucosa prepucial de cachaços Actinomyces bovis • Osteomielite dos ossos da cabeça particularmente da mandíbula e maxilar causada pelo Actinomyces bovis mais frequentemente e Actinomyces israelii eventualmente. • Bastonetes, Gram positivos, formam filamentos, Anaeróbios facultativos • Doença crônica: formação de granulomas Epidemiologia • Reservatório • Mucosa oral principalmente de ruminantes • Superfície dos dentes • Trato gastro intestinal • Transmissão • Endógena • Soluções de continuidade ACTINOMYCES BOVIS • Patogênese • Microrganismo + solução de continuidade (lesão) – coloniza alvéolos dentários e osso mandibular – granuloma. • Sinais clínicos • Aumento de volume da mandíbula, geralmente unilateral, supuração através da pele (pouca secreção de exsudato purulento), dificuldade de mastigar, anorexia, emagrecimento progressivo. • Lesões macro e microscópicas • Osteomielite piogranulomatosa, piogranulomas multifocais. • Microscopia: no centro do granuloma há infiltrado de neutrófilos circundando rosetas formadas por colônias bacterianas no centro e corpúsculos de Splendore-Hoeppli na periferia, células epitelióides e tecido fibroso infiltrado por linfócitos. • Diagnóstico • Sinais clínicos • Laboratorial: • Direto • Histopatológico • Isolamento do microrganismo retirando-se tecido granulomatoso • Diagnóstico diferencial: Actinobacilose, Nocádia, Staphylococcus aureus, Streptococcus spp., Pseudomonas aeruginosa e Arcanobacterium pyogenes podem causar granulomas actinomicóides • Tratamento: • Iodeto de potássio ou sódio (1g/12Kg) em solução a 10% por via intravenosa em uma única dose • Penicilina e aminoglicosídeos • Sulfonamidas • Isoniazida oral 10 a 20 mg/kg por 30 dias TRUEPERELLA PYOGENES (ARCANOBACTERIUM PYOGENES) • Bactéria gram positiva, com morfologia de bastonetes pleomórficos, anaeróbica facultativa, imóvel e não esporulada • Oportunista – necessita de porta de entrada • Causa comum de lesões supurativas em várias espécies domésticas pelo mundo todo • Hospedeiros: bovinos, suínos e ovinos • Saprófita: Mucosas oral, nasofaringe, sistema urogenital e trato gastrointestinal · Abscedação, mastite, pneumonia supurativa, endometrite, piometra, artrite, infecções umbilicais • Virulência: Exotoxina hemolítica, piolisina - capaz de se ligar e criar poros nas membranas celulares dos eritrócitos, células polimorfonucleares e macrófagos, resultando em lise celular • (letal para coelhos e camundongos, dermonecrótica para coelhos e porquinhos da índia) • Lesões • Macro: Desencadeiam uma reação purulenta local, formação de abscessos, empiemas ou piogranulomas. • Micro: formação de grandes colônias bacterianas bacilares e meio a reação inflamatória. • Tratamento • ceftriaxona, penicilina, amoxicilina, ampicilina e gentamicina. • Diagnóstico: • Formação de abcessos • diagnóstico é confirmado na morfologia celular pleomórfica típica em esfregaços (Gram) e nas características coloniais • Habilidade em corroer o meio soro de Loeffle inclinado • Diagnóstico diferencial: bactérias formadoras de grandes colônias na seção de tecidos: Yersinia sp, Actinomyces sp., Actinobacillus sp., Corynebacterium sp, Staphylococcus sp., Streptococcus sp. • Cultura: Colônias brancas, opacas e brilhantes muito pequenas (0,2-0,5 e 0,2-1,0 mm de diâmetro após 24 e 48 h, respectivamente) com β-hemólise (hemólise clara) em ágar de sangue de bovinos, equinos e ovinos. • Microscopia: Pequenas hastes cocóides ou pleomórficas, sem motilidade (0,5 x 2 µm), que aparecem isoladamente, em pares ou cadeias curtas. • Os pares são geralmente em forma de V. NOCARDIA • Bactérias aeróbias, imóveis. • esporos de filamentos aéreos. • crescem em ágar dextrose Sabouraud; ZNM-positivas. • saprofíticas do solo. • Lesões supurativas a granulomatosas com evolução crônica e difícil resolução terapêutica (lesões tegumentares e pulmonares). • Nocardia asteroides (+ importante) • infecção, oportunista, está em geral associada à imunossupressão. • Frequentemente causa pneumonia supurativa (inalação). • A formação de abscessos pode envolver qualquer órgão (cérebro, pele, rins, ossos, ou músculos). • Lesões: • Piogranulomas, grãos de “enxofre” • exsutado tipo “molho de tomate”(Nocadia, Actinomices) • Micro: macrófagos epitelioides distribuídos de forma radiada, semelhante a pseudorosetas, estruturas filamentosas e ramificadas coradas podem sugerir agentes fúngicos , porém apresenta espessura relativamente fina, variando de 0.5 a 2.0µm (Giemsa). • não apresenta reação de “Splendore-Hoeppli” (como os Actinomyces). • Identificação: Diferenciar Nocadiose de Actinomicose. • Esfregaços de exsudato devem ser corados pelo método de Gram e Ziehl-Neelsen modificado. • Morfologicamente Nocardia e Actinomycessão semelhantes. • Actinomyces não é álcool-ácido resistente. • Nocádia é parcialmente álcool-ácido resistente. • Diagnóstico: • SC: Animais com respiratórios e neurológicos progressivos, não responsivo a tratamento, lesões piogranulomatosas de evolução crônica • SC + lesões + esfregaço e cultura + histopatológico ou citologia (observar bactérias cocóides gram-positivas filamentosas, que se apresentam parcialmente ácido-resistentes) • Tratamento: • Combinações e trimetoprim-sulfonamidas, cefalosporinas, amicacina, ampicilina, imipenem, minociclina e linezolida. • Duração: semanas a meses, mantendo a medicação durante quatro semanas após a cura clínica completa. DERMATOPHILUS CONGOLENSIS • Dermatofilose • DERMATITE que acomete todas as espécies e é causada pelo Dermatophilus congolensis “mela” “chorona”. • Encontrados em crostas de feridas e em focos na pele de animais portadores • aeróbios e capnofílicos. • Cresce em agar sangue, não crescem em ágar dextrose Sabouraud. • Crescimento filamentoso. • Parede celular. • Colônias hemolíticas. • Apresenta zoosporos em forma de cocos. • Reservatório: Saprófita • Microbiota • Fatores prediponentes • animais são expostos a chuvas ou umidade excessivas por longos períodos • após banhos acaricidas • parasitismo (carrapato) • imunosupressão • lesões mecânicas e químicas no tecido epitelial • Transmissão: • Contato direto de animal para animal. • Fomites de animais contaminados. • Moscas que entrarem em contato com a pele contaminada ou por ectoparasitas e insetos sugadores. # Bovinos, ovinos e equinos, mas também caprinos, cães e gatos, suínos, muitos mamíferos silvestres, répteis e ocasionalmente, seres humanos. • Lesões • Dermatite exsudativa e proliferativa, produzindo lesões elevadas, alopecicas, eritêmicas e às vezes papilomatosas, cobertas por uma crostas ou crosta queratinizada espessa, marrom-amarela em qualquer área do corpo • formações de pequenas pápulas - podem evoluir para crostas destacáveis com tufos de pelos, crostas muito aderentes que se retiradas causam dor •Sob as crostas – tecido de granulação e pus. • Estágio adiantado: Crostas se soltam da pele em tufos de pelo com queratina • Diagnostico • Coletar as crostas para exame microbiológico.• Exame citológico: revela cadeias paralelas de cocos. • Cresce em ágar sangue e cultura microbiológica (difícil). • As colônias estarão visíveis em 24-48 horas. • Após 3-4 dias colônias de superfície enrugada com pigmentação amarelo ouro. • Histopatológico • Crostas, hiperqueratose, células inflamatórias degeneradas e debris, foliculite, filamentos estreitos e ramificados com septação transversal e longitudinal que formam filas paralelas de cocos em camadas superficiais da pele, dentro de crostas e folículos capilares. • Tratamento • Aplicação única em altas doses (70.000UI/kg de penicilina ou 70 mg/kg de estreptomicina) • Ou durante 5 dias SID (5.000 UI/kg penicilina ou 5 mg/kg de estreptomicina) • banhos de imersão ou aspersão com sulfato se zinco ou de cobre (concentração de 0,2% a 0,5%) • Pequenos animais: • Associar o tratamento tópico com parenteral (penicilina, estreptomicina ou oxitetraciclina) • Inclui banhos com xampu à base de iodo Povidona ou solução de clorexidina diariamente, por sete dias • Pode-se preconizar a limpeza da pele, lavada diariamente com solução anti-séptica à base de iodo PVPI (polivinilpirrolidona-iodo (PVPI) e iodo a 2%.
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