Doença de Chagas - Parasitologia

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Doenç� d� Chaga�
➤ Protozoose primária de animais silvestres que posteriormente foi transmitida
aos seres humanos por causa da domiciliação de espécies vetoras da parasitose.
Dessa forma, é considerada uma antropozoonose.
É uma doença frequente nas américas, sendo os surtos provocados pela
ingestão de caldo de cana e açaí in natura contaminados pelo parasito.
Age��� �ti��ógi��: Trypanosoma cruzi ; família Trypanosomatidae.
Morfologi�
Possui três formas evolutivas:
- Tripomastigota: sanguínea; encontrada no hospedeiro mamífero,
que pode se diferenciar a partir de formas do inseto vetor
(triatomíneo) quando surgir de uma infecção inicial ou das células
infectadas do próprio organismo. Possuem flagelo, denominado de
flagelo recorrente ou membrana ondulante.
- Amastigota: forma intracelular obrigatória, também encontra-se no
mamífero. Essa forma se diferencia a partir dos tripomastigotas
quando estas últimas infectam uma célula hospedeira. Tem forma
arredondada e é especialmente miotrópica, ou seja, apresenta
preferência por células musculares lisas, esqueléticas ou cardíacas.
- Epimastigota: replicativa; diferencia-se a partir de tripomastigotas.
É encontrada nos insetos vetores/ triatomíneos, colonizando seus
intestinos médios e depois migram para seus intestinos posteriores,
onde a forma se diferencia em tripomastigota metacíclicas, que são
infecciosas para os mamíferos. Tem seu ácido nucleico em forma de
bastonete.
Habita�
Em humanos, o T. cruzi tem tropismo por células musculares lisas,
esqueléticas ou cardíacas, sendo encontrados nesses locais as formas amastigotas
intracelulares. O parasito também pode ser encontrado colonizando o esôfago, o
cólon e o coração. Na corrente sanguínea pode ser encontrada a forma
tripomastigota, que perdura na fase aguda ou na fase de reagudização.
tropismo
substantivo masculino
1. BIOLOGIA
reação de organismos fixos ou de suas partes, que consiste na mudança de orientação determinada por
estímulos externos, dita positiva quando em direção ao estímulo e negativa quando se afasta do mesmo [O
termo é ocasionalmente us. para organismos de vida livre.].
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Transmissã�
De forma primária, a doença de Chagas ocorre através de triatomíneos
(insetos) infectados. Também pode ocorrer por transfusão sanguínea, transplantes
de órgãos, da mãe para o bebê na gravidez (via congênita), acidentes em
laboratório ou ainda infecção oral (consumo de alimentos crus contaminados com
as fezes dos insetos infectados).
Os insetos que carregam o parasito são conhecidos como barbeiros,
possuem ciclo de desenvolvimento com três estágios: ovo, ninfa e adulto.
Geralmente são encontrados em ninhos de animais em buracos de árvores, tocas,
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bromélias, entre outros; associados aos hospedeiros. Algumas espécies podem,
ainda, serem encontradas dentro das casas, associadas aos homens.
Cicl� biológic�
O T. cruzi tem ciclo heteroxênico, ou seja, envolve mais de um hospedeiro.
Neste caso há sempre um hospedeiro vertebrado e um vetor/hospedeiro
invertebrado. Dentre os hospedeiros vertebrados, há mamíferos como primatas,
roedores e carnívoros que são susceptíveis à infecção pelo protozoário, assim como
há muitas espécies de triatomíneos que podem transmitir o parasito.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trypanosoma_cruzi
1) Um triatomíneo infectado ao alimentar-se de sangue, elimina
tripomastigotas pelas fezes próximo do local da picada. Os tripomastigotas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trypanosoma_cruzi
entram no hospedeiro através do ferimento da picada ou por mucosas
intactas, como boca e olhos.
2) Dentro do hospedeiro, os tripomastigotas invadem células próximas ao
ponto de entrada onde diferenciam-se nas formas amastigotas.
3) Os amastigotas multiplicam-se por divisão binária.
4) Então diferenciam-se em tripomastigotas e são liberados na circulação
sanguínea. Os tripomastigotas infectam células de uma grande variedade de
tecidos e transformam-se em amastigotas intracelulares, num ciclo
infectante contínuo.
5) O triatomíneo infecta-se ao ingerir sangue de um hospedeiro vertebrado
contendo parasitas circulantes.
6) Os tripomastigotas ingeridos transformam-se em epimastigotas no intestino
médio do vetor.
7) Multiplicando-se por divisão binária.
8) No intestino posterior o parasita se diferencia na forma infectante, o
tripomastigota metacíclico.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trypanosoma_cruzi
Patogeni�
A patogênese se relaciona a fatores inerentes ao parasito e ao hospedeiro.
Apresenta aspectos clínicos que se manifestam nas fases aguda e crônica, além de
graus variados de patologias devido à replicação e infecção celular pelo parasita.
Fase aguda: em cerca de 50% dos casos, podem ocorrer chagomas de
inoculação (sinais da resposta do organismo na porta de entrada do protozoário),
sinal de Romaña (edema bipalpebral, apenas em um dos olhos, devido a penetração
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trypanosoma_cruzi
do parasita através da conjuntiva ocular) e miocardite aguda (grave inflamação do
miocárdio na fase inicial da infecção). A miocardite aguda pode ser fatal.
Fase crônica: a demonstração do parasito é muito difícil; por volta de
70% dos casos são de assintomáticos. Naqueles que são sintomáticos, a evolução
tende a ocorrer lentamente ao longo de anos, o que pode provocar quadros
exclusivamente cardíacos ou digestivos, ou mesmo a mistura de ambos.
⤷ Quadros cardíacos: provoca insuficiência cardíaca congestiva, que se
trata de uma redução gradativa e progressiva da massa muscular do coração
juntamente com alterações da condução de estímulos e processos inflamatórios.
Tudo isso provoca arritmias e lesões graves nos ventrículos, causando a
cardiomegalia e uma insuficiência do coração.
⤷ Quadros digestivos: provoca a perda dos movimentos peristálticos. A
denervação e o relaxamento da musculatura lisa acaba levando ao aumento do
diâmetro dos órgãos que foram afetados (megalias).
Diagn�tic�
Fase aguda: deve-se procurar tripomastigotas, por meio de preparações a
fresco e coradas por Giemsa (corante). Há outros métodos que são indiretos como
a sorologia e a PCR, que também podem ser utilizados. Na fase aguda, é
recomendada a hemocultura (cultura de sangue para isolar os parasitas).
Fase crônica: tem diagnóstico mais difícil. Em um primeiro momento é
baseado na sorologia e em aspectos clínicos (sinais e sintomas), caso o quadro seja
sintomático. A hemocultura e a PCR não são recomendadas na fase crônica, uma
vez que apresentam reduzidos níveis de sensibilidade.
Tratament�
Ainda não existe tratamento eficaz para a cura da doença de Chagas em
humanos. Os fármacos disponíveis, como benznidazol e 5-nitrofurano, são tóxicos e
possuem certa eficácia na fase aguda, especialmente se a infecção for em crianças.
Entretanto, na fase crônica, estes fármacos têm uma eficácia mais limitada ou até
muito baixa.
O tratamento quimioterápico é definido de acordo com cada caso. Em casos
mais extremos, de insuficiência cardíaca/digestiva há a opção do tratamento
cirúrgico corretivo, mas não resolvem a infecção em si.
Profil�i�
Os métodos profiláticos se baseiam na verificação da proximidade do
domicílio com áreas silvestres ou mesmo de áreas como estas que foram
destruídas, dando a oportunidade para que os insetos vetores tenham um ciclo
peridoméstico, ou seja, se estabeleçam em galinheiros, currais, estábulos, entre
outros.
É importante que haja o conhecimento da fauna de insetos vetores de cada
local, podendo conhecer, assim, a capacidade de domiciliação de diferentes
espécies e pensar em medidas eficazes para evitar a migração.
Textos baseados na literatura: PINTO, Carlos J. C.; GRISARD, Edmundo Carlos; ISHIDA, Maria Márcia I. Parasitologia.
UniversidadeAberta do Brasil. Ministério da Educação. Florianópolis, SC. 2011. Documento em PDF.
Carolina Hott Brasileiro