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ANATOMIA Resumo - Larissa Stork Pelve e períneo 1. CAVIDADE PÉLVICA ● É a parte inferoposterior da cavidade abdominopélvica; ● A cavidade pélvica contém as partes terminais dos ureteres, a bexiga urinária, o reto, os órgãos genitais pélvicos, os vasos sanguíneos, os vasos linfáticos, os nervos e alças do intestino delgado e grosso; ● Possui abertura superior e inferior, tem uma parede anteroinferior, duas paredes laterais, uma parede posterior e um assoalho; ● É limitada inferiormente pelo diafragma da pelve musculofascial, o qual forma o assoalho pélvico. É limitada posteriormente pelo cóccix e sacro; ● O eixo da pelve é curvo, girando em torno da sínfise púbica. Essa forma curva e a desigualdade na profundidade entre as paredes anterior e posterior da cavidade são fatores importantes no mecanismo de passagem fetal através do canal pélvico. 2. PAREDES E ASSOALHO DA CAVIDADE PÉLVICA ● A parede anteroinferior é formada principalmente pelos corpos e ramos dos púbis e pela sínfise púbica, participa na sustentação do peso da bexiga urinária; ● As paredes laterais são formadas pelos ossos do quadril direito e esquerdo, cada um deles com um forame obturado fechado por uma membrana obturadora, e são protegidas pelas inserções dos mm. obturadores internos. As fibras carnosas desses mm. tornam-se tendíneas e deixam a pelve no forame isquiático, fixando-se ao trocanter maior do fêmur. As faces mediais desses músculos são cobertas pela fáscia obturatória, espessada centralmente como um arco tendíneo que oferece fixação para o diafragma da pelve; ● A parede posterior consiste em uma parede e um teto ósseos na linha mediana (formados pelo sacro e cóccix) e nas paredes posterolaterais musculoligamentares. Os ligamentos incluem o sacroilíaco anterior, o sacroespinal e o sacrotuberal. Os mm. piriformes originam-se no sacro e passam pelo forame isquiático maior até o trocanter maior do fêmur, permitem a passagem de estruturas neurovasculares entre a pelve e o membro inferior por uma passagem em sua margem inferior; ● O assoalho pélvico é formado pelo diafragma da pelve, que consiste nos mm. isquiococcígeo e levantador do ânus (puborretal, pubococcígeo e iliococcígeo), separa a pelve do perineo. O diafragma se liga à fáscia obturatória, dividindo o m. obturador interno em uma parte pélvica (superior) e outra perineal (inferior); ● Hiato urogenital é uma abertura nas margens mediais dos mm. levantadores do ânus, que dá passagem à uretra e, nas mulheres, à vagina também; ● A contração ativa da parte puborretal (voluntária) do m. levantador do ânus é importante para a manutenção da continência fecal imediatamente após o enchimento do reto ou durante a peristalse. O músculo levantador do ânus tem de relaxar para permitir a micção e a defecação. 1 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork Músculo Fixação proximal Fixação distal Isquiococcígeo Espinha isquiática Extremidade inferior do sacro e cóccix Levantador do ânus (puborretal, pubococcígeo e iliococcígeo) Corpo do púbis; arco tendíneo da fáscia obturatória; espinha isquiática Corpo do períneo; cóccix; corpo anococcígeo; paredes da próstata ou vagina, reto e canal anal 3. PERITÔNIO E CAVIDADE PERITONEAL DA PELVE ● O peritônio que reveste a cavidade abdominal é refletido pelas vísceras pélvicas, não chegando ao assoalho pélvico. Essas vísceras possuem, portanto, apenas as faces superior e superolateral revestidas de peritônio, com exceção das tubas uterinas que são intraperitoneais e suspensas por mesentério. Os ovários também são suspensos por mesentério, mas não são recobertos por peritônio brilhante, mas sim por um epitélio germinativo fosco; ● O peritônio na face superior da bexiga é frouxo, criando a fossa supravesical e permitindo o enchimento da bexiga; ● Nas mulheres, a reflexão do peritônio forma entre o reto e o útero a escavação retouterina. As reflexões laterais do peritônio no reto originam as fossas pararretais, as quais possuem como limite as pregas retouterinas (cristas peritoneais adjacentes). Quando o peritônio passa sobre o útero, forma o ligamento largo do útero, o qual separa as fossas paravesicais e pararretais de cada lado; ● Nos homens, a reflexão do peritônio forma entre o reto e a bexiga a escavação retovesical. Há ainda a formação da prega interuretérica, quando o peritônio passa sobre o ureter e ducto deferente, separando as fossas paravesicais e pararretais; 2 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● Em ambos os sexos, o terço inferior do reto está abaixo dos limites inferiores do peritônio (ou seja, é subperitoneal), o terço médio é coberto por peritônio apenas em sua face anterior, e o terço superior é coberto em suas faces anterior e lateral. A junção retossigmóidea, perto da margem da pelve, é intraperitoneal. 4. FÁSCIA DA PELVE ● Lâmina de tecido conjuntivo, continuação da fáscia endoabdominal; ● Fáscia membranácea da pelve (parietal e visceral): ○ Fáscia parietal da pelve: lâmina membranácea que reveste internamente os mm. que formam as paredes e assoalho pélvico. Recebe o nome do mm. a qual reveste (ex: fáscia obturatória); ○ Fáscia visceral da pelve: fáscia membranácea que reveste diretamente os órgãos pélvicos, formando a lâmina adventícia de cada um. ● As lâminas parietal e visceral da fáscia membranácea tornam-se contínuas ao entrar no assoalho pélvico, onde a fáscia parietal se espessa, formando o arco tendíneo da fáscia da pelve, uma faixa bilateral contínua que segue do púbis até o sacro. A parte anterior desse arco tendíneo (ligamento puboprostático nos homens; ligamento pubovesical nas mulheres) une a próstata ao púbis no homem ou o fundo da bexiga ao púbis na mulher. A parte posterior da faixa segue como os ligamentos sacrogenitais do sacro na lateral do reto para se fixar à próstata no homem ou à vagina na mulher. Nas mulheres, a união lateral da fáscia visceral da vagina com o arco tendíneo da fáscia da pelve é o paracolpo, estrutura que mantém a vagina suspensa entre os arcos tendíneos, ajudando a vagina a sustentar o peso do fundo da bexiga; ● Fáscia endopélvica subperitoneal (frouxa e condensada): ○ Tecido conjuntivo entre as lâminas parietal e visceral da fáscia membranácea; ○ Frouxa: parte dela formada por tecido areolar (adiposo) extremamente frouxo, o qual cria espaços potenciais: espaços retropúbico e retrorretal (pré-sacral); ○ Condensada/ligamentar: parte fibrosa, ao exemplo da bainha hipogástrica, faixa espessa localizada entre os espaços retropúbico e retrorretal que dá passagem a vasos e nervos, ureteres e ducto deferente (nos homens). ● A bainha hipogástrica divide-se em três lâminas (camadas) que seguem até os órgãos pélvicos ou entre eles, conduzindo estruturas neurovasculares e proporcionando sustentação (graças a essa função, também são denominados ligamentos): ○ Lâmina anterior: ligamento lateral vesical; ○ Lâmina posterior: ligamento lateral do reto; ○ Lâmina média: no homem - septo retovesical; na mulher - ligamento transverso do colo do útero (segue até o útero e a vagina). ● Além das fossas isquioanais inferiores ao diafragma da pelve há um espaço pelvirretal virtual, importante do ponto de vista cirúrgico, no tecido conjuntivo extraperitoneal frouxo superior ao diafragma da pelve. Esse espaço é dividido em espaço retouterino anterior (feminino) ou espaço retovesical anterior (masculino) e espaços retrorretais (pré-sacrais) posteriores pelos ligamentos laterais do reto (retossacrais), que são as lâminas posteriores das bainhas hipogástricas. 3 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork 5. VASOS E NERVOS ● Na dissecção da cavidade pélvica em direção às paredes da pelve (mais interno para mais externo), primeiro encontram-se as artérias pélvicas, seguidas pelas veias pélvicas associadas e, a seguir, os nervos somáticos da pelve (AVN). → ARTÉRIAS PÉLVICAS ● Nas mulheres: seis artérias principais entram na pelve menor - duas artérias ilíacas internas, duas artérias ováricas, uma artéria sacral mediana e uma artéria retal superior; ● Nos homens: apenas quatro artérias principaisentram na pelve menor dos homens, uma vez que as artérias testiculares não entram na pelve menor; ● Artéria ilíaca interna: ○ Principal artéria da pelve (vísceras e estruturas musculoesqueléticas); ○ A parte abdominal da artéria aorta bifurca-se em artéria ilíacas comuns, as quais dividem-se em artérias ilíacas internas e externas; 4 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ○ Geralmente termina na margem superior do forame isquiático maior, dividindo-se em troncos anterior e posterior. Os ramos da divisão anterior são principalmente viscerais, mas alguns são parietais (seguem até a coxa e a nádega). Esses ramos anteriores são: ■ Artérias umbilicais: período pré-natal. Após o nascimento e a secção do cordão umbilical, as partes distais dessas artérias são ocluídas, formando os ligamentos umbilicais mediais, os quais elevam pregas de peritônio na face profunda da parede abdominal (pregas umbilicais mediais). As partes pérvias das artérias, no período pós-natal, seguem entre a bexiga e a parede anterolateral da pelve; ■ Artéria obturatória: segue sobre a fáscia obturatória, entre o nervo e veia obturatórios. Emite ramos musculares, uma artéria nutrícia para o ílio e um ramo púbico, que se anastomosa com o seu par e com o ramo púbico da artéria epigástrica inferior. Em uma variação comum (20%), uma artéria obturatória aberrante ou acessória origina-se da artéria epigástrica inferior; ■ Artéria vesical inferior: apenas nos homens; ■ Artéria uterina: em mulheres, é o homólogo embriológico da artéria para o ducto deferente em homens. Passa superiormente ao ureter. Ao chegar ao colo, divide-se em um ramo vaginal descendente (menor), o qual irriga o colo e a vagina, e um ramo ascendente (maior), o qual irriga o útero. O ramo ascendente divide-se em ovárico e tubário; ■ Artéria vaginal: homólogo da artéria vesical inferior nos homens; ■ Artéria retal média; ■ Artéria pudenda interna: maior nos homens, segue anterior ao m. piriforme e ao plexo sacral. Deixa a pelve entre os mm. piriforme e isquiococcígeo, atravessando a parte inferior do forame isquiático maior. Passa ao redor da face posterior da espinha isquiática ou do ligamento sacrotuberal para entrar na fossa isquioanal pelo forame isquiático menor. Atravessa, junto com veia e nervo, o canal pudendo, localizado na parede lateral da fossa isquioanal, e assim divide-se em ramos perineal e dorsal do pênis ou clitóris. Origina a artéria retal inferior no períneo; ■ Artéria glútea inferior: maior ramo da divisão anterior da a, ilíaca interna. deixa a pelve na parte inferior do forame isquiático maior, inferiormente ao m. piriforme e irriga a pele e mm. das nádegas e a parte posterior da coxa. ○ A divisão posterior da artéria ilíaca geralmente origina três artérias parietais: ■ Artéria iliolombar: segue até a fossa ilíaca e divide-se em ramo ilíaco, que supre o m. ilíaco e o ílio, e ramo lombar, que supre os mm. psoas maior e quadrado do lombo; ■ Artéria sacral lateral: emite ramos espinais, os quais irrigam as meninges vertebrais das raízes dos nn. sacrais. Alguns ramos dessa artéria irrigam os mm. eretores da espinha e a pele sobre o sacro; ■ Artéria glútea superior: maior ramo da divisão posterior, irriga os mm. das nádegas. ● Artéria ovárica: origina-se da parte abdominal da aorta, inferiormente à artéria renal e superiormente à AMI. Adere ao peritônio parietal e passa anteriormente ao ureter. Divide-se em ramo ovárico e tubário, os quais anastomosam-se aos seus correspondentes da artéria uterina; 5 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● Artéria sacral mediana: origina-se da parte abdominal da aorta, imediatamente superior à sua bifurcação. Quando desce sobre o sacro, a artéria sacral mediana emite pequenos ramos parietais (sacrais laterais) que se anastomosam com as artérias sacrais laterais. Também dá origem a pequenos ramos viscerais para a parte posterior do reto, que se anastomosam com as artérias retais superior e média; ● Artéria retal superior: continuação da AMI. No nível da vértebra S III, a artéria retal superior divide-se em dois ramos, que descem de cada lado do reto e irrigam-no até o músculo esfíncter interno do ânus inferiormente. → VEIAS PÉLVICAS ● Os plexos venosos pélvicos são formados pelas veias que se anastomosam circundando as vísceras pélvicas. Essas redes venosas intercomunicantes são importantes do ponto de vista clínico. Os vários plexos na pelve menor (retal, vesical, prostático, uterino e vaginal) se unem e são drenados principalmente por tributárias das veias ilíacas internas, mas alguns deles drenam através da veia retal superior para a veia mesentérica inferior do sistema porta do fígado ou através das veias sacrais laterais para o plexo venoso vertebral interno. → NERVOS PÉLVICOS ● Nervos espinais sacrais e coccígeos e pela parte pélvica da divisão autônoma do sistema nervoso. Os músculos piriforme e isquiococcígeo formam um leito para os plexos nervosos sacral e coccígeo; ● Nervo obturatório: origina-se dos ramos anteriores de L2-L4 do plexo lombar. Atravessa o canal obturatório e supre as regiões da coxa. ● Tronco lombossacral: parte descendente do nervo L4 + ramo anterior do nervo L5, une-se ao plexo sacral; ● Plexo sacral: ramos anteriores de L4-S4, os dois principais nervos originados no plexo sacral, os nervos isquiático e pudendo, situam-se externamente à fáscia parietal da pelve. A maioria dos ramos do plexo sacral sai da pelve através do forame isquiático maior. O isquiático é o maior nervo do corpo (ramos anteriores de L4-S3). O nervo pudendo é o principal nervo do períneo e principal nervo sensitivo dos órgãos genitais externos, entra no períneo através do forame isquiático menor; ● Plexo coccígeo: ramos anteriores de S4-S5 e nervos coccígeos. Situa-se na face pélvica do músculo isquiococcígeo e supre este músculo, parte do músculo levantador do ânus e a articulação sacrococcígea. Origem também do nervo anococcígeo; ● Nervos autônomos: entram na cavidade pélvica por quatro vias: ○ Troncos simpáticos sacrais: proporcionam principalmente inervação simpática para os membros inferiores; ○ Plexos periarteriais: fibras pós-ganglionares, simpáticas, vasomotoras para as artérias retal superior, ovárica e ilíaca interna e seus ramos; ○ Plexos hipogástricos: via mais importante pela qual as fibras simpáticas são conduzidas para as vísceras pélvicas. O plexo hipogástrico superior entra na pelve, dividindo-se em nervos hipogástricos direito e esquerdo, que descem na face anterior do sacro. Esses nervos descem lateralmente ao reto nas bainhas hipogástricas e depois se abrem em leque à 6 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork medida que se fundem com os nervos esplâncnicos pélvicos para formar os plexos hipogástricos inferiores direito e esquerdo; ○ Nervos esplâncnicos pélvicos: via para inervação parassimpática das vísceras pélvicas e para os cólons descendente e sigmoide. ● Inervação aferente visceral: as vias seguidas por fibras aferentes viscerais que conduzem a dor das vísceras pélvicas diferem em termos de trajeto e destino, dependendo se a víscera de origem da dor, ou parte dela, está localizada superior ou inferiormente à linha de dor pélvica (limite inferior do peritônio). 6. VÍSCERAS PÉLVICAS URETERES ● Tubos musculares de 25 a 30 cm, retroperitoneais; ● Entram na pelve no nível da bifurcação da artéria ilíaca comum; ● A urina percorre os ureteres por meio de contrações peristálticas; ● Nos homens, o ducto deferente passa entre o ureter e o peritônio; ● Nas mulheres, o ureter passa medialmente à origem da artéria uterina e continua até o nível da espinha isquiática, onde é cruzado superiormente pela artéria uterina; ● A irrigação arterial das partes pélvicas é proporcionada pelos ramos uretéricos originados das artérias ilíacas comuns, ilíacas internas e ováricas. Esses ramos se anastomosam. Nas mulheres, as partes terminais do ureter são irrigadas por ramos das artérias uterinas, enquanto nos homens, por ramos das artérias vesicais inferiores; ● A drenagem venosa das partes pélvicasdos ureteres geralmente é paralela à irrigação arterial, drenando para veias de nomes correspondentes. Os vasos linfáticos seguem principalmente para os linfonodos ilíacos comuns e internos; ● A dor ureteral geralmente é referida para o quadrante inferior ipsilateral do abdome, principalmente na região inguinal. BEXIGA ● Víscera oca, com fortes paredes musculares; ● Situa-se principalmente inferior ao peritônio, apoiada sobre o púbis e a sínfise púbica anteriormente e sobre a próstata (homens) ou parede anterior da vagina (mulheres) posteriormente; ● A bexiga urinária está relativamente livre no tecido adiposo subcutâneo extraperitoneal, exceto por seu colo, que é mantido firmemente no lugar pelos ligamentos laterais vesicais e o arco tendíneo da fáscia da pelve, sobretudo seu componente anterior, o ligamento puboprostático em homens e o ligamento pubovesical em mulheres. Nas mulheres, como a face posterior da bexiga urinária está diretamente apoiada na parede anterior da vagina, a inserção lateral da vagina ao arco tendíneo da fáscia da pelve, o paracolpo, é um fator indireto, mas importante na sustentação da bexiga urinária; ● Bexiga vazia: localizada na pelve menor; Bexiga cheia: pelve maior; ● Possui ápice (aponta em direção à margem superior da sínfise púbica quando está vazia), colo, corpo e fundo (oposto ao ápice); 7 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● O leito da bexiga é formado pelas estruturas que têm contato direto com ela. De cada lado, os púbis, a fáscia que reveste o músculo levantador do ânus e a parte superior do músculo obturador interno estão em contato com as faces inferolaterais da bexiga urinária. Nos homens, o fundo da bexiga é separado do reto pelo septo retovesical centralmente e pelas glândulas seminais e ampolas dos ductos deferentes lateralmente. Nas mulheres, o fundo da bexiga tem relação direta com a parede anterossuperior da vagina; ● As paredes da bexiga urinária são formadas principalmente pelo músculo detrusor. Nos homens, em direção ao colo as fibras musculares formam o músculo esfíncter interno da uretra involuntário (quando contrai, impede a ejaculação retrógrada do sêmem para a bexiga). Algumas fibras seguem radialmente ajudando na abertura do óstio interno da uretra. Os óstios do ureter (circundados por alças do m. detrusor, com a contração impedem o retorno da urina) e o óstio interno da uretra estão nos ângulos do trígono da bexiga. A úvula da bexiga é uma pequena elevação do trígono; ● As principais artérias que irrigam a bexiga urinária são ramos das artérias ilíacas internas - as artérias vesicais superiores, artérias vesicais inferiores (nos homens) e artérias vaginais (nas mulheres); ● As veias correspondem às artérias e são tributárias das veias ilíacas internas. O plexo venoso vesical é a rede venosa que tem associação mais direta à própria bexiga urinária; ● As fibras parassimpáticas são motoras para o músculo detrusor e inibitórias para o músculo esfíncter interno da uretra na bexiga urinária masculina. desejamos urinar. A inervação simpática que estimula a ejaculação causa simultaneamente a contração do músculo esfíncter interno da uretra para evitar refluxo de sêmen para a bexiga urinária. URETRA MASCULINA ● Tubo muscular de 18 a 22 cm; ● Conduz urina do óstio interno da uretra (na bexiga urinária) até o óstio externo da uretra (na glande do pênis); ● Também conduz o sêmen; ● O diâmetro e o comprimento da parte intramural (pré-prostática) da uretra variam quando a bexiga urinária está se enchendo; ● A característica mais proeminente da parte prostática da uretra é a crista uretral, uma elevação mediana entre sulcos bilaterais, os seios prostáticos, onde abrem-se dúctulos prostáticos secretores. O colículo seminal é uma elevação arredondada no meio da crista uretral com um orifício, o utrículo prostático, o qual é o vestígio remanescente do canal uterovaginal embrionário, cujas paredes adjacentes, na mulher, constituem o primórdio do útero e uma parte da vagina. Os ductos ejaculatórios se abrem na parte prostática da uretra através de pequenas aberturas localizadas adjacentes ao orifício do utrículo prostático e, às vezes, logo dentro dele. Assim, os sistemas urinário e genital se fundem nesse ponto; ● As partes intramural e prostática da uretra são irrigadas por ramos prostáticos das artérias vesicais inferiores e retais médias. As veias dessas partes da uretra drenam para o plexo venoso prostático. 8 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork URETRA FEMININA ● 4 cm de comprimento e 6 mm de diâmetro; ● Segue do óstio interno da uretra ao óstio externo da uretra, situa-se anteriormente à vagina; ● A musculatura que circunda o óstio interno da uretra feminina não está organizada em um esfíncter interno; ● O óstio externo da uretra feminina localiza-se anteriormente ao óstio da vagina, no vestíbulo da vagina (fenda entre os lábios menores do pudendo); ● Há glândulas uretrais que têm um um ducto parauretral comum, o qual se abre (um de cada lado) perto do óstio externo da uretra; ● A uretra feminina é irrigada pelas artérias pudenda interna e vaginal. As veias seguem as artérias e têm nomes semelhantes. ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS INTERNOS ● Testículos, epidídimos, ductos deferentes, ductos ejaculatórios, glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais; ● O FUNÍCULO ESPERMÁTICO contém estruturas que entram e saem dos testículos e suspende o testículo no escroto, atravessa o canal inguinal e apresenta um revestimento que inclui: ○ Fáscia espermática interna: derivada da fáscia transversal; ○ Fáscia cremastérica: derivada da fáscia do m. oblíquo interno do abdome. Contém as alças do m. cremaster (m. estriado, formado pelos fascículos inferiores do músculo oblíquo interno do abdome, originados do ligamento inguinal, recebe inervação somática), esse m. traciona o tectículo para cima no escroto em resposta ao frio. Esse m. atua com o m. dartos (m. liso da tela subcutânea sem gordura do escroto - túnica dartos, que se insere na pele, ajudando na elevação do testículo enquanto causa contração da pele do escroto em resposta aos mesmos estímulos, recebe inervação autônoma). O músculo cremaster é inervado pelo ramo genital do nervo genitofemoral (L1, L2), um derivado do plexo lombar; ○ Fáscia espermática externa: derivada da aponeurose do m. oblíquo externo e da sua fáscia de revestimento. 9 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● Os componentes do funículo espermático são: ○ Ducto deferente: tubo muscular com aproximadamente 45 cm de comprimento que dá passagem aos espermatozoides do epidídimo para o ducto ejaculatório; ○ Artéria testicular: tem origem na aorta e irriga o testículo e o epidídimo; ○ Artéria do ducto deferente: originada na artéria vesical inferior; ○ Artéria cremastérica: originada na artéria epigástrica inferior; ○ Plexo venoso pampiniforme: uma rede formada por até 12 veias que convergem superiormente e formam as veias testiculares direita e esquerda; ○ Fibras nervosas simpáticas nas artérias e no ducto deferente; ○ Ramo genital do nervo genitofemoral: supre o músculo cremaster; ○ Vasos linfáticos: drenam o testículo e estruturas intimamente associadas, seguindo para os linfonodos lombares; ○ Vestígio do processo vaginal: pode ser visto como um filamento fibroso na parte anterior do funículo espermático estendendo-se entre o peritônio abdominal e a túnica vaginal; pode não ser detectável. ● O ESCROTO é um saco cutâneo formado por duas camadas: pele intensamente pigmentada e a túnica dartos (lâmina fascial sem gordura com fibras musculares lisas do m. dartos, responsáveis pela aparência rugosa do escroto). Como o m. dartos está então fixado na pele (pele do escroto), sua contração causa enrugamento do escroto no frio, promovendo o espessamento da camada tegumentar e a diminuição da superfície escrotal e ajudando na elevação do testículo pelos mm. cremasteres (o espessamento da camada tegumentar do escroto e essa elevação dos testículos que os mantêm mais próximos do corpo são responsáveis pela diminuição da perdade calor no frio); ● O escroto é dividido internamente por uma continuação da túnica dartos, o septo do escroto, em compartimentos direito e esquerdo. O septo é demarcado externamente pela rafe escrotal, uma crista cutânea que marca a linha de fusão das eminências labioescrotais embrionárias (envaginações cutâneas que se formam na parede do abdome). A túnica dartos superficial não tem gordura e é contínua anteriormente com o estrato membranáceo da tela subcutânea do abdome (fáscia de Scarpa) e posteriormente com a camada membranácea da tela subcutânea do períneo (fáscia de Colles); ● A irrigação arterial do escroto provém de: ramos escrotais posteriores da a. perineal (ramo da pudenda interna), ramos escrotais anteriores da a. pudenda externa (ramo da femoral) e artéria cremastérica (ramo da a. epigástrica inferior). As veias acompanham as artérias. A inervação inclui ramos do plexo lombar para a parte anterior e sacral para posterior e inferior: ramo genital do n. genitofemoral (L1-L2), nervos escrotais anteriores (ramos do n. ilioinguinal) e posteriores (ramos do ramo perineal do nervo pudendo - S2-S4) e ramos perineais do n. cutâneo femoral; ● Os TESTÍCULOS são as gônadas masculinas, estão suspensos no escroto pelos funículos espermáticos. A superfície é coberta pela lâmina visceral e parietal da túnica vaginal. A face externa fibrosa e resistente do testículo é a túnica albugínea, que se espessa como um crista na face interna posterior, chamada de mediastino do testículo. Dessa crista saem septos fibrosos que separa os lóbulos de túbulos seminíferos contorcidos (produzem sptz), os quais se tornam túbulos contorcidos retos e desembocam na rede do testículo; ● A irrigação dos testículos é pelas artérias testiculares, a qual é originada da aorta, atravessam sobre os ureteres, entram no funículo espermático e se anastomosam com a artéria do ducto deferente. As veias que emergem do testículo ou epidídimo formam o plexo venoso 10 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork pampiniforme, o qual regula a temperatura do testículo (sistema termorregulador do testículo), junto dos mm. cremaster e dartos. As veias desse plexo convergem superiormente em veia testicular direita, que desemboca na VCI, e veia testicular esquerda, que desemboca na veia renal esquerda; ● O EPIDÍDIMO é uma estrutura alongada na face posterior do testículo. Os dúctulos eferentes do testículo transportam sptz da rede do testículo para o epidídimo. É formado por minúsculas alças do ducto do epidídimo. Possui cabeça, corpo e cauda. A cauda é contínua com o ducto deferente, o qual transporta sptz do epidídimo até o ducto ejaculatório na parte prostática da uretra; 11 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● O DUCTO DEFERENTE é a continuação do ducto do epidídimo. Tem paredes musculares. Começa na cauda do epidídimo. Principal componente do funículo espermático. Atravessa o canal inguinal e cruza sobre os vasos ilíacos externos. Aumenta para formar a ampola do ducto deferente antes de seu término. Termina unindo-se ao ducto da glândula seminal para formar o ducto ejaculatório. No seu trajeto na pelve, mantém contato direto com o peritônio e cruza sobre o ureter (mesma relação da artéria uterina e ureter na mulher); ● A irrigação do ducto deferente é pela artéria do ducto deferente, a qual origina-se da artéria vesical superior e anastomosa-se com a artéria testicular, geralmente. As veias drenam para a veia testicular. Sua parte terminal drena para o plexo venoso vesical/prostático; ● As GLÂNDULAS SEMINAIS localizam-se entre o reto e a bexiga (escavação retovesical) e secretam um líquido alcalino espesso com frutose (energia para sptz) e um agente coagulante que se mistura aos sptz no seu trajeto. Extremidades superiores são cobertas por peritônio. O ducto da glândula seminal une-se ao ducto deferente para formar o ducto ejaculatório. As artérias para essas glândulas originam-se das artérias vesical inferior e retal média. Veias de mesmo nome; ● Os DUCTOS EJACULATÓRIOS originam-se perto do colo da bexiga e se abrem no colículo seminal próximo à abertura do utrículo prostático, localizados na parte prostática da uretra. Irrigados pela artéria do ducto deferente. Veias unem os plexos venosos prostáticos e vesical; ● A PRÓSTATA é a maior glândula do sistema genital masculino. Parte glandular (⅔) e parte fibromuscular. A cápsula fibrosa da próstata é densa e neurovascular, incorporando os plexos prostáticos de veias e nervos. Tudo isso é circundado pela fáscia visceral da pelve, que forma uma bainha prostática fibrosa que é fina anteriormente, contínua anterolateralmente com os ligamentos puboprostáticos, e densa posteriormente onde se funde ao septo retovesical. A próstata possui um base (relacionada com o colo da bexiga), um ápice (em contato com a fáscia na face superior dos mm. esfíncter da uretra e transverso profundo do períneo), face anterior muscular, face posterior (relacionada com a ampola do reto) e faces inferolaterais (relacionadas com o m. levantador do ânus); ● O istmo da próstata situa-se anteriormente à uretra. Lobos direito e esquerdo da próstata são separados anteriormente pelo istmo e posteriormente por um sulco longitudinal central. Esses lobos são divididos em 4 lóbulos: inferoposterior (posterior à uretra e inferior aos ductos ejaculatórios, constitui a face da próstata palpável ao exame retal digital), inferolateral (lateral à uretra), superomedial (profundamente ao inferoposterior) e anteromedial (profundamente ao inferolateral). A região do lobo embrionário médio tende a sofrer hipertrofia induzida por um hormônio na idade avançada, formando um lobo médio, o qual acredita-se, quando hiperplásico, ser parcialmente responsável pela formação da úvula que pode projetar-se para o óstio interno da uretra, dificultando a micção. O toque retal é importante para avaliar a massa prostática (exemplo: câncer/ lobo médio prostático hiperplásico); ● Os dúctulos prostáticos desembocam nos seios prostáticos (ao lado do colículo seminal na parte prostática da uretra); ● As artérias prostáticas são ramos principalmente da a. ilíaca interna, sobretudo as a. vesicais inferiores. As veias formam o plexo venoso prostático, que drena nas veias ilíacas internas; ● As GLÂNDULAS BULBOURETRAIS situam-se posterolateralmente à parte membranácea da uretra, inseridas no m. esfíncter externo da uretra. Os ductos dessas glândulas abrem-se na parte proximal da parte esponjosa da uretra e liberam seu conteúdo durante as relações sexuais; ● Inervação dos órgãos genitais masculinos internos: 12 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ○ Fibras simpáticas se tornam componentes dos nervos esplâncnicos lombares e dos plexos hipogástricos e pélvicos. São responsáveis pela ejaculação; ○ Fibras parassimpáticas atravessam os nervos esplâncnicos pélvicos, os quais se unem também aos plexos hipogástricos e pélvicos. As fibras parassimpáticas que atravessam o plexo nervoso prostático formam os nervos cavernosos que seguem até os corpos eréteis do pênis, responsáveis pela ereção peniana. ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS INTERNOS ● Ovários, tubas uterinas, útero e vagina; ● Os OVÁRIOS são intraperitoneais, recobertos por uma lâmina lisa de epitélio germinativo fosco, suspensos pelo mesovário (parte do ligamento largo do útero), o que proporciona mobilidade desse órgão. Após a puberdade (ovulação) a aparência do ovário se torna fibrosa; ● Os vasos sanguíneos e linfáticos e os nervos ováricos entram e saem pelo ligamento suspensor do ovário. O ligamento útero-ovárico fixa o ovário ao útero, esse ligamento é um remanescente da parte superior do gubernáculo ovariano do feto; ● As TUBAS UTERINAS são intraperitoneais e estão ligadas ao mesossalpinge (parte do ligamento largo do útero), o qual permite que sejam móveis. São divididas em 4 partes: ○ Infundíbulo: se abre na cavidade abdominal a partir do óstio abdominal. As fímbrias, na extremidade do infundíbulo, se abrem nos ovários. Uma grande fímbria ovárica fixa-se ao ovário; ○ Ampola: parte mais larga e longa,onde normalmente ocorre a fecundação; ○ Istmo: parede espessa, entra no corno uterino; ○ Intramural: se abre no útero pelo óstio uterino. ● Irrigação dos ovários e tubas uterinas: artérias ováricas (ramos da parte abdominal da aorta) que entram nos ligamentos suspensores; ramos ováricos e tubários das artérias uterinas (ramos das artérias ilíacas internas). Ambas terminam bifurcando-se com ramos ováricos e tubários da extremidade oposta; ● As veias dos ovários drenam para o plexo venoso pampiniforme, que terminam em veias ováricas direita (VCI) e esquerda (veia renal esquerda). As veias tubárias drenam para as ováricas e plexo venoso uterino; 13 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● O ÚTERO é uma estrutura dinâmica, em que sua posição muda de acordo com o enchimento da bexiga, do reto e com a gravidez. Na mulher adulta, encontra-se normalmente antefletido e antevertido, formando um ângulo de 90o em relação ao colo. Possui fundo, corpo (⅔ superiores), istmo e colo (terço inferior). O colo é dividido em partes supravaginal e vaginal (que se projeta para o interior da vagina). Os cornos do útero são as regiões onde penetram as tubas uterinas. O canal do colo do útero (canal cervical) estende-se do óstio anatômico interno (estreitamento no istmo do útero) ao óstio uterino. O canal do colo do útero e o lúmen da vagian constituem o canal de parto. A parede do corpo do útero é formada por 3 camadas (perimétrio, miométrio e endométrio); ● Ligamentos do útero: ○ Ligamento útero-ovárico: vestígio do gubernáculo ovárico; ○ Ligamento redondo do útero: vestígio do gubernáculo ovárico, atravessa o canal inguinal; ○ Ligamento largo do útero: dupla lâmina de peritônio que se estende do útero às paredes laterais e assoalho da pelve, ajuda a manter o útero na posição. É prolongado lateralmente sobre os vasos como ligamento suspensor do ovário. Possui 3 partes: mesométrio, mesovário e mesossalpinge, ligadas, respectivamente, ao útero, ovário e tubas uterinas. ● O colo do útero é a parte menos móvel, uma vez que liga-se aos: ○ Ligamentos transversos do colo: que se estendem até as paredes laterais da pelve; ○ Ligamentos retouterinos: seguem até o sacro (uterossacrais), delimitam a escavação retouterina, a mais profunda da pelve. ● O peritônio cobre o útero anterior e superiormente, com exceção do colo do útero. A irrigação do útero se dá pelas artérias uterinas. As veias uterinas formam o plexo venoso uterino, as quais drenam para as veias ilíacas internas; ● A VAGINA estende-se do colo do útero ao óstio da vagina. Vestíbulo da vagina é a área entre os dois lábios menores, em que abrem-se os óstios da vagia e externo da uretra. O fórnice da vagina é a área ao redor do colo do útero, que divide-se em anterior, posterior (relação com a escavação retouterina) e lateral. Quatro músculos comprimem a vagina e atuam como esfíncteres: pubovaginal, esfíncter externo da uretra, esfíncter uretrovaginal e bulboesponjoso; ● Irrigação da vagina: parte superior são irrigadas por ramos das artérias uterinas. Parte média e inferior são irrigadas por ramos das artérias vaginal e pudenda interna; ● As veias vaginais formam o plexo venoso vaginal, o qual comunica-se com o plexo venoso uterino, formando o plexo venoso uterovaginal. Drenam para as veias ilíacas internas através das veias uterinas; ● O nervo perineal profundo, ramo do nervo pudendo, inerva a parte inferior da vagina, tornando essa parte sensível ao toque e à temperatura (inervação somática). O restante da vagina é inervado por fibras do plexo uterovaginal, proveniente do plexo hipogástrico inferior (inervação visceral). A inervação simpática atravessa os nervos esplâncnicos lombares e a inervação parassimpática atravessa os nervos esplâncnicos pélvicos. 7. PERÍNEO ● Compartimento inferior à abertura inferior da pelve, separado da cavidade pélvica pela fáscia que reveste profundamente o m. diafragma da pelve. A tela subcutânea possui o panículo adiposo superficial e o estrato membranáceo profundo. Possui uma fáscia de revestimento que reveste 14 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork intimamente os músculos isquiocavernoso, bulboesponjoso e transverso superficial do períneo. As estruturas osteofibrosas que limitam esse compartimento são: ○ Sínfise púbica anteriormente; ○ Ramos isquiopúbicos anterolateralmente; ○ Túberes isquiáticos lateralmente; ○ Ligamento sacrotuberal posterolateralmente; ○ Sacro e cóccix posteriormente. ● Uma linha transversal entre os túberes isquiáticos divide o períneo em dois triângulos: ○ Região anal: posterior; ○ Região urogenital: anterior, coberta profundamente por uma membrana do períneo, que se prende aos túberes isquiáticos. POSIÇÃO: LITOTOMIA ● No ponto central do períneo (no meio da linha média), há o corpo do períneo (tendão central do períneo). O corpo do períneo é ponto de entrelaçamento das fibras de vários mm. e está entre o ânus e vestíbulo da vagina ou bulbo do pênis. Anteriormente, o corpo funde-se com a parte posterior da membrana do períneo e superiormente com o septo retovesical ou retovaginal; ● Espaço superficial do períneo situa-se entre a fáscia do períneo e a membrana do períneo; ● Espaço profundo do períneo é limitado inferiormente pela membrana do períneo, superiormente pela fáscia do diafragma da pelve e lateralmente pela fáscia obturatória. 8. MÚSCULOS DO PERÍNEO Músculo Principal ação Esfíncter externo do ânus Constringe o canal anal durante a peristalse, resistindo à defecação; sustenta e fixa o corpo do períneo e o assoalho pélvico Bulboesponjoso Homem: sustenta e fixa o corpo do períneo/assoalho pélvico; comprime o bulbo do pênis para expelir as últimas gotas de urina/sêmen; auxilia a ereção comprimindo a saída pela V. perineal profunda e impelindo o sangue do bulbo para o corpo do pênis 15 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork Mulher: sustenta e fixa o corpo do períneo/assoalho pélvico; “esfíncter” da vagina; ajuda na ereção do clitóris (e talvez do bulbo do vestíbulo); comprime a glândula vestibular maior Isquiocavernoso Auxilia a manutenção da ereção do pênis ou clitóris mediante compressão das veias e impulsão do sangue da raiz do pênis ou do clitóris para o corpo do pênis ou clitóris Transverso superficial do períneo e Transverso profundo do períneo Sustenta e fixa o corpo do períneo/assoalho pélvico para sustentar as vísceras abdominopélvicas e resistir ao aumento da pressão intra-abdominal Esfíncter externo da uretra Comprime a uretra para manter a continência urinária; em mulheres, a parte uretrovaginal do músculo esfíncter também comprime a vagina 9. CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO ANAL FOSSAS ISQUIOANAIS ● Espaços entre a pele da região anal e o diafragma da pelve. Comunicam-se entre si pelo espaço pós-anal profundo sobre o corpo (ligamento) anococcígeo; ● Cada fossa isquioanal é limitada: ○ Lateralmente: ísquio e parte inferior do m. obturador interno coberto pela fáscia obturatória; ○ Medialmente: m. esfíncter externo do ânus; ○ Posteriormente: ligamento sacrotuberal e m. glúteo máximo; ○ Anteriormente: corpo do púbis. ● A parte da fossa isquioanal que se estende anteriormente é chamada de recesso anterior da fossa isquioanal; ● Cada uma é preenchida por um corpo adiposo da fossa isquioanal, que sustenta o canal anal. CANAL DO PUDENDO ● Passagem na fáscia obturatória pela qual atravessam artéria e veia pudenda interna, nervo pudendo e nervo para o m. obturador interno; ● Ao entrar no canal: ○ Artéria pudenda interna → artéria retal inferior; ○ Nervo pudendo → nervo anal inferior. ● Na parte distal do canal: ○ Artéria e nervo → artéria e nervo perineais (espaço superficial) + artéria e nervo dorsais do pênis ou clitóris (espaço profundo, principal nervo sensitivo do órgão masculino ou feminino, sobretudo a glande sensível na extremidade distal). Nervo 16 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork perineal → ramo perineal superficial + ramo perineal profundo. Ramo perineal superficial → ramos escrotais ou labiais (cutâneos). 10. REGIÃO UROGENITAL MASCULINA (órgãos genitaisexternos - parte distal da uretra, escroto (já falado) e pênis - e os mm. do períneo) URETRA MASCULINA ● A parte membranácea é circundada pelo m. esfíncter externo da uretra; ● A parte esponjosa possui seu lúmen expandido no bulbo do pênis, formando uma dilatação intrabulbar, e na glande do pênis, formando a fossa navicular. Os ductos das glândulas bulbouretrais se abrem na parte proximal da uretra esponjosa e os ductos das glândulas uretrais na parte distal; ● A irrigação dessa parte distal da uretra masculina vêm da artéria dorsal do pênis e as veias acompanham as artérias. A inervação autônoma provém do plexo nervoso prostático, originado no plexo hipogástrico inferior. A inervação simpática atravessa os nervos esplâncnicos lombares e a parassimpática os nervos esplâncnicos pélvicos. O nervo dorsal do pênis, um ramo do nervo pudendo, é responsável pela inervação somática da parte esponjosa da uretra. Parte Comprimento Localização/Disposição Características Intramural (pré-prostática) 0,5 a 1,5 cm Estende-se quase verticalmente através do colo da bexiga Circundada pelo M.esfíncter interno da uretra; o diâmetro e o comprimento variam, dependendo se a bexiga urinária está se enchendo ou esvaziando Prostática 3,0 a 4,0 cm Desce através da parte anterior da próstata, fazendo uma curva suave, com concavidade anterior; é limitada anteriormente por uma parte deprimida vertical (rabdoesfíncter) do M.esfíncter externo da uretra Parte mais larga e mais dilatável; caracteriza-se pela crista uretral com colículo seminal, ladeada por seios prostáticos nos quais se abrem os dúctulos prostáticos; os ductos ejaculatórios se abrem no colículo, assim os tratos urinário e reprodutivo se fundem nessa parte Membranácea (intermédia) 1,0 a 1,5 cm Atravessa o espaço profundo do períneo, circundada por fibras circulares do M.esfíncter externo da uretra; penetra a membrana do períneo Parte mais estreita e menos distensível (exceto pelo óstio externo da uretra) Esponjosa Cerca de 15 cm Atravessa o corpo esponjoso; há um alargamento inicial no bulbo do pênis; alarga-se de novo distalmente como a fossa navicular (na glande do pênis) Parte mais longa e mais móvel; as glândulas bulbouretrais se abrem na parte bulbar; distalmente, as glândulas uretrais se abrem em pequenas lacunas uretrais que entram no lúmen dessa parte 17 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork PÊNIS ● Consiste em raiz, corpo e glande. Formado por 2 corpos cavernosos dorsalmente e um corpo esponjoso ventralmente (corpos de tecido erétil). Cada corpo cavernoso é revestido por túnica albugínea e acima dela está a fáscia do pênis. Os corpos cavernosos estão fundidos um ao outro no plano mediano, exceto posteriormente, onde se separam para formar os ramos do pênis. Internamente, o tecido cavernoso dos corpos é separado (em geral incompletamente) pelo septo do pênis; ● A raiz do pênis, a parte fixa, é formada pelos ramos, bulbo e músculos isquiocavernoso e bulboesponjoso. Os ramos e bulbo do pênis são massas de tecido erétil (continuação dos corpos cavernosos e esponjoso); ● O pênis é formado por pele fina, tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e linfáticos, fáscia, corpos cavernosos e corpo esponjoso contendo a parte esponjosa da uretra. O corpo esponjoso se expande distalmente para formar a glande do pênis, a qual possui uma coroa da glande e um colo da glande. No colo da glande, a pele e a fáscia se prolongam como uma dupla camada de pele, formando o prepúcio do pênis, o qual cobre a glande. O frênulo do prepúcio é uma prega mediana que vai do prepúcio à face uretral da glande do pênis; ● O ligamento suspensor do pênis fixa os corpos eréteis do pênis à sínfise púbica. O ligamento fundiforme do pênis desce a partir da linha alba, circunda o pênis e se une à túnica dartos, formando o septo do escroto; ● Irrigação arterial do pênis: principalmente ramos da artéria pudenda interna → artérias dorsais do pênis, artérias profundas do pênis e artérias do bulbo do pênis. Além disso, ramos superficiais e profundos da artéria pudenda externa irrigam a pele do pênis e se anastomosam com os ramos da pudenda interna. As artérias profundas do pênis irrigam os espaços cavernosos e participam da ereção do pênis, sendo chamadas de artérias helicinas do pênis quando o pênis está flácido e elas, portanto, encontram-se espiraladas e restringem o fluxo sanguíneo. Com estímulo parassimpático, o m. liso dessas artérias relaxa e o lúmen aumenta, permitindo entrada de sangue e dilatação dos espaços cavernosos; ● Drenagem venosa: corpos cavernosos → veia dorsal profunda → plexo venoso prostático. Pele e tela subcutânea → veia dorsal superficial → veia pudenda externa superficial; ● Inervação: sensitiva e simpática - nervo dorsal do pênis (ramo do nervo pudendo) e ramos do nervo ilioinguinal suprem a pele da raiz do pênis. Parassimpática - nervos cavernosos (irrigam as artérias helicinas do pênis); 18 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● Ereção: relaxamento do m. liso das artérias helicinas (parassimpática) e contração dos mm. isquiocavernoso e bulboesponjoso, para impedir a saída de sangue das veias; ● Ejaculação: fechamento do óstio interno da uretra (simpático), contração do m. uretral (parassimpática) e contração dos mm. bulboesponjosos (nervo pudendo). 11. REGIÃO UROGENITAL FEMININA (órgãos genitais femininos externos - monte do púbis, lábios maiores do pudendo, lábios menores do pudendo, clitóris, bulbos do vestíbulo e glândulas vestibulares maiores e menores (vulva e pudendo incluem todas essas partes) - os mm. do períneo e canal anal) MONTE DO PÚBIS ● Eminência adiposa acima da sínfise púbica, tubérculos púbicos e ramo superior do púbis. Onde nascem pêlos pubianos. LÁBIOS MAIORES DO PUDENDO ● Pregas cutâneas, laterais à rima do pudendo (onde estão os lábios menores e o vestíbulo da vagina). As faces externas são pigmentadas, ricas em glândulas sebáceas e pelos. As faces internas são rosadas, lisas e sem pelos. Se unem para formar a comissura anterior dos lábios e comissura posterior dos lábios (essa desaparece normalmente após o primeiro parto). LÁBIOS MENORES DO PUDENDO ● Pregas arredondadas sem pelos e sem tecido adiposo. Situados na rima do pudendo, circundam o vestíbulo da vagina, onde se abrem o óstio externo da uretra e óstio da vagina. As lâminas mediais se unem para formar o frênulo do clitóris. As lâminas laterais se unem para formar o prepúcio do clitóris. Nas virgens, estão unidos posteriormente em uma rega transversal, o frênulo dos lábios do pudendo. Possui glândulas sebáceas e terminações sensitivas. 19 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork CLITÓRIS ● Órgão erétil, situado no ponto de encontro dos lábios menores do pudendo anteriormente. Consiste em uma raiz e um pequeno corpo cilíndrico, formados por dois ramos, dois corpos cavernosos e a glande do clitóris. VESTÍBULO DA VAGINA ● Circundado pelos lábios menores do pudendo, onde se abrem o óstio externo da uretra, óstio da vagina e ductos das glândulas vestibulares maiores e menores. De cada lado do óstio externo da uretra há aberturas dos ductos das glândulas uretrais. Hímen é uma prega anular fina de túnica mucosa que proporciona oclusão parcial ou total do óstio da vagina. Após a ruptura do hímen, são visíveis as carúnculas himenais remanescentes. BULBOS DO VESTÍBULO ● Duas massas de tecido erétil alongadas, lateralmente ao longo do óstio da vagina. Parcialmente circundados pelos mm.. bulboesponjosos. GLÂNDULAS VESTIBULARES ● As glândulas vestibulares maiores são parcialmente superpostas pelos bulbos do vestíbulo. Parcialmente circundadas pelos mm. bulboesponjosos. Os ductos abrem-se ao lado do óstio vaginal. Secretam muco para o vestíbulo da vagina durante excitação sexual. Os ductos das glândulas vestibulares menores abrem-se entre o óstio externo da uretra e o óstio da vagina. IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA ● Artérias pudendas interna e externa e veias de mesmo nome. INERVAÇÃO DO PUDENDO ● Face anterior: nervos do plexo lombar → nervos labiaisanteriores, nervo ilioinguinal e ramo genital do nervo genitofemoral; ● Face posterior: nervos do plexo sacral → ramo perineal do nervo cutâneo femoral posterior e nervo pudendo (principal nervo do períneo). Os nervos labiais posteriores (ramos superficiais terminais do nervo perineal) suprem os lábios do pudendo. Os ramos profundos e musculares do nervo perineal suprem o óstio da vagina e os músculos superficiais do períneo. O nervo dorsal do clitóris supre os músculos profundos do períneo e são responsáveis pela sensibilidade do clitóris. O bulbo do vestíbulo e os corpos eréteis do clitóris recebem fibras parassimpáticas via nervos cavernosos do plexo nervoso uterovaginal. 20 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork REFERÊNCIAS - MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 8ª.edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. - NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 7ª.edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 21
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