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Projeto e desenho técnico

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REPRESENTAÇÃO 
BIDIMENSIONAL
Jana Cândida Castro 
dos Santos
Projeto e desenho técnico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Explicar a importância do desenho técnico aplicado em projetos de
arquitetura.
 � Identificar as normas que regem a produção de desenhos técnicos.
 � Relacionar exemplos de projetos técnicos na arquitetura.
Introdução
Na arquitetura, os desenhos técnicos são feitos por profissionais capazes 
de representar a ideia de um espaço ou uma edificação por meio de 
formas, dimensões e posições. Eles têm por objetivo apresentar o projeto 
da edificação com clareza para seus construtores, engenheiros e profis-
sionais de áreas afins, de modo que a edificação possa ser executada de 
maneira precisa.
Neste capítulo, você compreenderá a importância do desenho téc-
nico aplicado em projetos de arquitetura, vendo as normas que regem 
a produção de desenhos técnicos e exemplos de projetos técnicos na 
arquitetura.
Desenho técnico aplicado em projetos de 
arquitetura
O desenho técnico é o meio tradicional de representação gráfica em arqui-
tetura, ou seja, refere-se ao desenho com o auxílio de réguas, esquadros, 
gabaritos, compassos e escalímetros (CHING, 2017, p. 17). Na atualidade, 
com o mundo cada vez mais digital, as técnicas de representação à mão dão 
espaço a equivalentes digitais, que permitem desenvolver o desenho com o 
uso do computador. Tanto na arquitetura como na engenharia e em design ou 
desenho industrial, os desenhos técnicos são feitos por profissionais capazes 
de representar a ideia de um espaço ou produto. 
Para os projetistas e arquitetos, a arte de representar um objeto ou fazer 
sua leitura por meio do desenho técnico é muito importante, uma vez que 
nele estão contidas todas as informações necessárias para a construção de 
um edifício. Sua principal finalidade é a representação precisa, no plano, das 
formas do mundo material, de modo a possibilitar a reconstituição espacial do 
objeto arquitetônico. Assim, constitui-se no único meio conciso e exato para 
comunicar a forma dos objetos (FERREIRA; FALEIRO; SOUZA, 2008, p. 2).
O uso do desenho, além de explicar o espaço ou a edificação para sua 
correta execução, permite planejar e orçar elementos antes de dar início à 
obra, discutir soluções e intervenções de impacto urbano, analisar a relação de 
um edifício com seu entorno, além de outras inúmeras possibilidades. No seu 
contexto mais geral, o desenho técnico engloba um conjunto de metodologias 
e procedimentos necessários ao desenvolvimento e à comunicação de projetos, 
conceitos e ideias. Para isso, faz-se necessária a utilização de um conjunto 
constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas, normalizadas 
internacionalmente (FERREIRA; FALEIRO; SOUZA, 2008, p. 2). Assim, 
enquanto o desenho artístico é capaz de produzir emoções e retratar o mundo 
do artista, o técnico facilita, descreve e representa uma ideia de espaço ou 
edificação, por meio de regras e procedimentos.
O desenho técnico na arquitetura também pode ser denominado desenho 
arquitetônico e configura-se a partir da projeção ortográfica, assumindo ge-
ralmente algumas das três formas: planta baixa, corte ou elevação. A planta 
baixa representa um corte horizontal de um cômodo ou uma edificação a 1,2 
ou 1,5 metros acima do nível do solo ou piso acabado; um corte é uma seção 
vertical de uma edificação ou um espaço; e a elevação, a vedação da edificação, 
ou seja, a configuração de sua face ou fachada (FARRELLY, 2014, p. 106).
A projeção ortográfica, segundo Farrelly (2014), é um meio de representar um objeto 
tridimensional em duas dimensões.
Projeto e desenho técnico2
Os três tipos de desenho apresentam medidas e adotam uma escala para 
informar como se configuram os espaços e as formas contidas em seu inte-
rior. Os arquitetos utilizam o termo “projeto completo” para se referirem ao 
conjunto de desenhos – plantas baixas, cortes, elevações e detalhes de um 
projeto. Cada tipo de desenho, isoladamente, transmite informações específicas 
e, em conjunto, explicam a arquitetura por completo. A partir de todas essas 
informações, é possível apresentar o projeto da edificação com clareza, e um 
construtor o utilize para construir a edifício de maneira precisa (FARRELLY, 
2014, p. 106).
Plantas baixas
As plantas baixas trazem informações quanto às camadas horizontais da edifi-
cação e, assim, incluem o subsolo ou a área subterrânea (quando construída), o 
pavimento térreo, todos os outros pavimentos e o pavimento de cobertura. Na 
planta baixa, devem ser apresentados: a configuração das paredes e dos pilares, 
a forma e as dimensões (largura e comprimento) dos ambientes, o padrão de 
abertura de portas e janelas, as conexões entre os cômodos e entre o interior 
e exterior, a escala do projeto e a indicação de norte. Nele, vemos o piso, os 
tampos de mesa e as superfícies horizontais similares (CHING, 2017, p. 51). 
É importante enfatizar de maneira gráfica o que é cortado em uma planta baixa e 
diferenciar os materiais cortados daqueles que estão em vista, abaixo do corte. Isso 
pode ser feito por meio da hierarquia dos pesos das linhas e da hachura utilizada para 
ressaltar a relação de cheios e vazios (CHING, 2017, p. 54-55).
Antes dos pavimentos da edificação, é necessária a planta de localização 
ou situação, conforme a Figura 1, para explicar as relações da edificação com 
seu lote. Para Farrelly (2014, p. 106), “em geral, trata-se de uma planta geral 
que mostra o terreno e inclui a entrada da edificação e, mais importante, a 
seta de norte”. As plantas baixas podem apresentar diferentes informações, 
adequando-se às necessidades de cada etapa de desenvolvimento do projeto. 
3Projeto e desenho técnico
Figura 1. Planta de localização da Casa Eccleston, John Pardey Architects, 2006. A planta 
explica a relação entre a edificação e o seu contexto imediato, incluindo informações sobre 
a vegetação, a área de estacionamento, os acessos, entre outros elementos.
Fonte: Farrelly (2014, p. 107).
Cortes
Um corte é caracterizado por uma “fatia” virtual, ou seja, por um plano secante 
vertical a dividir a edificação em duas partes, seja no sentido longitudinal, seja 
no transversal. Os cortes possibilitam a compreensão de como os espaços se 
conectam e se ligam e apresentam informações além das plantas baixas. Um 
bom exemplo é a mudança de nível, ou ambientes com níveis diferentes, pois, 
nos cortes, essas características são bem-evidentes, assim como a relação do 
interior com o exterior da edificação (FARRELLY, 2014, p. 110). 
Nos cortes, devem ser apresentadas: a estrutura de pisos, as paredes e 
coberturas e as dimensões verticais dos espaços definidos por estes elementos. 
Neles, são apresentados, além da escala vertical dos ambientes internos, o 
Projeto e desenho técnico4
impacto das aberturas de janelas e portas sobre eles, as conexões verticais 
entre os diferentes níveis e o interior e exterior. Esses elementos nos cortes 
devem ser ressaltados por meio de linhas com espessuras diferentes e hachuras, 
conforme podemos visualizar na Figura 2.
Figura 2. Exemplo de corte de edificação, mostrando níveis e sua relação interior/exterior.
Fonte: Ching (2017, p. 76).
Elevações
A elevação é uma construção em um plano de desenho vertical paralelo a 
uma das faces do objeto. Diferentemente da planta ou do corte, a elevação 
apresenta um aspecto bastante próximo da realidade do objeto, mas, apesar 
5Projeto e desenho técnico
disso, não se consegue representar a profundidade expressa em um desenho 
em perspectiva. Por isso, ao desenhar objetos em elevação, é necessário uti-
lizar recursos gráficos que deem profundidade, curvatura ou obliquidade 
ao desenho (CHING, 2017, p. 80). Nas elevações, devem ser apresentados a 
textura e o padrão dos materiais de revestimento, bem como a localização, 
o tipo e as dimensões das aberturas e janelas, utilizando diferentes recursos 
gráficos, como nasplantas baixas e nos cortes (peso de linhas e hachuras). 
Veja na Figura 3 um exemplo de inserção de texturas e sombras.
Figura 3. Elevação proposta para um projeto no condado de Mottisfont Abbey, em Romsey, 
Inglaterra. Nela, descreve-se o prédio e sua relação com a paisagem e o bosque ao fundo.
Fonte: Farrelly (2014, p. 110-111).
Para saber mais detalhes de como são representados os diferentes tipos dos elementos 
arquitetônicos em planta baixa, corte e elevação, consulte o livro Técnicas de construção 
ilustradas, de Francis D. K. Ching e James F. Eckler, publicado pela Bookman em 2010.
Normas que regem a produção de desenhos técnicos Foram criadas normas 
internacionais para tornar o desenho técnico uma linguagem gráfica padroni-
zada. Elas funcionam como uma espécie de guia para facilitar a compreensão 
de desenhos e projetos de profissionais de nacionalidades diferentes e, sobre-
tudo, simplificar os processos de produção dos projetos arquitetônicos. Para 
assegurar a normalização de produtos e serviços, os órgãos responsáveis 
por essa normalização em cada país criaram a Organização Internacional 
de Normalização (International Organization for Standardization – ISO), 
uma organização independente, com adesão de 161 organismos nacionais. 
Por intermédio de seus membros, reúne especialistas para compartilharem 
Projeto e desenho técnico6
conhecimento e desenvolver normas internacionais relevantes, voluntárias, 
baseadas no consenso e no mercado, que apoiem a inovação e forneçam 
soluções para os desafios globais, sendo a própria organização, segundo o 
site da organização (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STAN-
DARDIZATION, 2018, p. 3-4). 
No Brasil, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é responsá-
vel pela elaboração das normas brasileiras (ABNT NBR), elaboradas por seus 
comitês brasileiros (ABNT/CB), organismos de normalização setorial (ABNT/
ONS) e comissões de estudos especiais (ABNT/CEE). A ABNT, uma entidade 
privada e sem fins lucrativos criada em 1940, é membro fundador da ISO, 
da Comisión Panamericana de Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana 
de Normas Técnicas - Copant) e da Asociación Mercosur de Normalización 
(Associação MERCOSUL de Normalização - AMN). Desde a sua fundação, 
é também membro da International Electrotechnical Commission (Comissão 
Eletrotécnica Internacional - IEC), segundo o site da associação.
Normas da ABNT
Entre as normas brasileiras elaboradas pela ABNT, estão as que normalizam a 
execução dos desenhos técnicos. Para isso, os procedimentos adotados abordam 
desde a denominação e classificações dos desenhos até sua representação 
gráfica, como veremos a seguir.
A norma NBR 10067:1995 fixa as formas de representação aplicadas no 
desenho técnico; a NBR 10068:1987 padroniza as características dimensionais 
das folhas em branco e pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos 
técnicos; a NBR 10582:1988 fixa as condições exigíveis para a localização e 
disposição do espaço para desenho, texto, legenda e respectivos conteúdos, 
nas folhas de desenhos técnicos; a NBR 10126:1987 apresenta os princípios 
gerais das cotas a serem aplicados nos desenhos; a NBR 12298:1995 apresenta 
aspectos para os cortes; e a NBR 8402:1994 fixa as condições exigíveis para 
a escrita usada em desenhos técnicos e documentos semelhantes. 
Por sua vez, a NBR 8403:1984 fixa os tipos e o escalonamento de larguras 
de linhas para uso em desenhos técnicos e documentos semelhantes; NBR 
8404:1984 apresenta os símbolos e as indicações complementares para a 
indicação do estado de superfície; a NBR 6492:1994 discute especificamente 
a representação gráfica de projetos de arquitetura, visando à sua boa compre-
ensão; e, por fim, a NBR 9050:2015 normaliza o desenho e o dimensionamento 
dos ambientes e das rotas acessíveis. As normas citadas são as principais que 
7Projeto e desenho técnico
regem a produção de desenhos técnicos de modo geral no país. Veja mais 
detalhes no Quadro 1.
NBR 10067:1995 Princípios gerais de representação em desenho técnico
NBR 10068:1987 Folha de desenho – leiaute e dimensões
NBR 10582:1988 Apresentação da folha para desenho técnico
NBR 10126:1987 Cotagem em desenho técnico
NBR 12298:1995 Representação de área de corte por meio de hachuras 
em desenho técnico
NBR 8402:1994 Execução de caracteres para escrita em desenhos 
técnicos
NBR 8403:1984 Aplicação de linhas em desenhos – tipos de linhas – 
larguras das linhas
NBR 8404:1984 Indicação do estado de superfície em desenhos 
técnicos
NBR 6492:1994 Representação de projetos de arquitetura
NBR 9050:2015 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e 
equipamentos urbanos
Quadro 1. Normas brasileiras para o desenho técnico
Exemplos de projetos técnicos na arquitetura
Para que possamos analisar o desenho técnico aplicado à arquitetura, selecio-
namos, a seguir, dois exemplos dentro da história da arquitetura.
Basílica de São Pedro
A Basílica de São Pedro, o monumento cristão mais importante de Roma, 
localiza-se do lado oposto ao Rio Tibre, em relação às partes mais antigas da 
cidade. No centro da atual Piazza de São Pedro, fica o Obelisco do Vaticano, 
que, com seus 25 metros de altura, foi instalado no local em 1586 (FAZIO; 
Projeto e desenho técnico8
MOFFET; WODEHOUSE, 2011, p. 363). Na Figura 4, vê-se que, na Praça 
São Pedro, as duas grandes colunatas cobertas colocam-se como se fossem 
braços da Igreja a acolher fiéis. Vemos que a intenção religiosa concretiza-se 
no espaço urbano, a partir de uma obra arquitetônica de grande porte. 
Figura 4. Basílica de São Pedro, Roma, 1546-64, 1606-12. A fachada de Maderno acompanha 
toda a largura da Igreja. As cúpulas pequenas foram feitas por Vignola. A cúpula principal 
foi planejada por Michelangelo e aprimorada por Giacomo della Porta. Bernini acrescentou 
a colunata que cria as praças trapezoidal e oval.
Fonte: Fazio, Moffet e Wodehouse (2011, p. 364).
A praça oval, acima, apresenta-se fechada e aberta ao mesmo tempo, criando 
uma expansão clara no eixo transversal da Basílica, de modo a se integrar à 
realidade externa. Na Figura 5, a seguir, vemos sua planta baixa, cuja extensão 
da nave, após a morte de Michelangelo, mostra que o clero estava determinado 
a substituir a planta baixa central preferida pelo arquiteto por uma cruz latina 
que conduzisse as procissões e controlasse as multidões (FAZIO; MOFFET; 
WODEHOUSE, 2011, p. 364). 
9Projeto e desenho técnico
Repare que a planta baixa enfatiza os arranjos horizontais da Basílica, ou 
seja, como são organizados e compartimentados seus ambientes, a espessura 
e os desenhos das paredes, assim como de seus pilares, que são ressaltados 
por meio da hachura. Mas não obtemos informações das suas dimensões 
verticais. Identificamos na planta a nave — onde ficam os fiéis —, o altar e 
os acessos principais.
Figura 5. Michelangelo e Carlo Maderno. Planta baixa da Basílica de São Pedro 
terminada. Roma, 1546-64, 1606-12. 
Fonte: Fazio, Moffet e Wodehouse (2011, p. 364).
Projeto e desenho técnico10
Ao olharmos para o corte da Figura 6, a seguir, não imaginamos que Bra-
mante e Michelangelo desejavam que esta Igreja tivesse a maior planta baixa 
centralizada do Renascimento. Ainda assim, os arquitetos conseguiram recriar a 
escala e o esplendor da Roma Antiga (FAZIO; MOFFET; WODEHOUSE, 2011, 
p. 364). Repare que, no corte, são enfatizadas a estrutura do piso, das paredes 
e da cobertura, entre eles, as cúpulas e as dimensões verticais dos ambientes.
Figura 6. Corte longitudinal da Basílica de São Pedro, 1546-64,1606-12. 
Fonte: Fazio, Moffet e Wodehouse (2011, p. 364).
Na planta de situação, vista a seguir, na Figura 7, a extremidade sul do Pátio 
do Belvedere, de Bramante, pode ser vista à direita. A planta baixa final da 
Igreja mostra claramente suas origens como planta centralizada. O quarteirão 
leste da praça (parte inferior do desenho) é mostrado com uma densa ocupação, 
como realmente era antes de Mussolini demolir os prédios para criar um espaçoaberto até o Tibre Antiga (FAZIO; MOFFET; WODEHOUSE, 2011, p. 365).
Por meio dos desenhos técnicos da Basílica de São Pedro e sua praça, 
fica clara a relação do edifício com a praça e de ambos como o espaço 
circundante, o eixo principal de circulação, os acessos principais, a forma 
escolhida para abrigar as atividades religiosas, a divisão e organização do 
11Projeto e desenho técnico
espaço interno. Cada desenho revela características específicas da edificação, 
e somados conseguem explicar e apresentar as intenções dos arquitetos para 
o espaço arquitetônico.
Figura 7. Gian Lorenzo Bernini. Planta de situação do complexo de São Pedro e parte do 
Vaticano. Roma, 1748. 
Fonte: Fazio, Moffet e Wodehouse (2011, p. 365).
Scala Regia
Capela 
Sistina
Pátio do 
Belvedere
Piazza Retta
Obelisco
Piazza 
Obliqua
St. Peter’s
Projeto e desenho técnico12
Casa Moller
A Casa Moller (Figura 8), de 1930, projetada por Adolf Loos, carece de orna-
mentos tradicionais em seu volume externo. No entanto, cada elemento – portas, 
janelas, corrimãos, platibandas, lajes em balanço –mostra-se como uma peça 
distinta e cuidadosamente distribuída no interior de um todo assimétrico, porém 
equilibrado. No interior da edificação, os materiais são simples e, ao mesmo 
tempo, ricos, em virtude de seu caráter natural – especialmente a madeira com 
veios bem-marcados (FAZIO; MOFFET; WODEHOUSE, 2011, p. 473-475).
Figura 8. Adolf Loos. Plantas baixas do segundo pavimento (direita) e terceiro pavimento 
(esquerda) da Casa Moller, Viena, 1930. No pavimento térreo, Loos inseriu poucas paredes, 
que sobem até o segundo pavimento. 
Fonte: Fazio, Moffet e Wodehouse (2011, p. 474).
Dormitórios
Sala de
música
Gabinete
Circulação
Escritório
Sala de 
jantar Cozinha
Conforme pode ser visto na Figura 9, as esquadrias simples das janelas 
(vistas na planta baixa e na elevação) e a balaustrada linear foram usadas 
de maneira mais radical. Vê-se que o espaço interno tornou-se o elemento 
dominante da composição (FAZIO; MOFFET; WODEHOUSE, 2011, p. 474).
No corte da Figura 10, percebemos que Loos começou a manipular as 
alturas dos pisos e a dispor as lajes em balanço. No desenho, os pisos não são 
simplesmente sobrepostos: são unidades espaciais distribuídas horizontalmente 
uma após a outra (FAZIO; MOFFET; WODEHOUSE, 2011, p. 474).
13Projeto e desenho técnico
Figura 9. Adolf Loos. Elevação posterior da Casa Moller, Viena, 1930. 
Fonte: Fazio, Moffet e Wodehouse (2011, p. 474).
Figura 10. Adolf Loos. Corte transversal da Casa Moller, Viena, 1930. 
Fonte: Fazio, Moffet e Wodehouse (2011, p. 474).
Projeto e desenho técnico14
A planta baixa, como se vê pelas imagens, é assimétrica, incluindo alguns 
cômodos espacialmente interconectados por grandes aberturas de porta ou 
meias paredes. Enquanto o corte é marcante em termos de explorações es-
paciais, pois os níveis de piso variam em altura e alguns se transformam em 
mezaninos (FAZIO; MOFFET; WODEHOUSE, 2011, p. 475). Nos desenhos 
da casa Moller, ficam evidentes as intenções plásticas do arquiteto e a relação 
das partes com o todo, assim como o interior reflete plasticamente no exterior. 
Diferentemente do exemplo passado – da Basílica de São Pedro — que mos-
trava a clara relação do edifício com o espaço circundante, aqui fica clara a 
experimentação plástica do arquiteto, ao tratar a residência como um objeto 
artístico. Os desenhos arquitetônicos evidenciam, assim, mais a relação entre 
as partes do edifício do que a dele como o contexto de sua implantação.
Os dois edifícios apresentados, por meio dos desenhos técnicos, puderam 
destacar diferentes intenções arquitetônicas — técnicas e plásticas — de seus 
arquitetos e explicaram várias características do projeto: configuração dos 
espaços internos, volume externo, relação de cheios e vazios das fachadas, 
implantação da edificação e sua relação com o terreno. Assim, concluímos 
que a linguagem gráfica dos desenhos técnicos representa a ideia do espaço e 
da edificação por meio de suas formas, dimensões e posições, possibilitando 
a comunicação da arquitetura com as demais áreas do conhecimento, e por 
isso sua grande importância.
CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2017. 272 p.
FARRELLY, L. Fundamentos de arquitetura. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. 198 p.
FAZIO, M.; MOFFET, M.; WODEHOUSE, L. A história da arquitetura mundial. 3. ed. Porto 
Alegre: AMGH; Bookman, 2011. 616 p.
FERREIRA, R. C.; FALEIRO, H. T.; SOUZA, R. F. Desenho técnico. Goiânia: Universidade 
Federal de Goiás, mar. 2008. (Apostila de Circulação interna da Escola de Agronomia e 
Eng. de Alimentos). Disponível em: <https://portais.ufg.br/up/68/o/Apostila_desenho.
pdf>. Acesso em: 29 nov. 2018. 
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO in brief: great things 
happen when the world agrees. 6. ed. Geneva. 2018. Disponível em: <https://www.
iso.org/publication/PUB100007.html>. Acesso em: 29 nov. 2018.
15Projeto e desenho técnico
Leituras recomendadas
CHING, F. D. K.; ECKLER, J. F. Introdução à arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2015. 432 p.
UNWIN, S. A análise da arquitetura. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014. 292 p.
UNWIN, S. Exercícios de arquitetura: aprendendo a pensar como um arquiteto. 3. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2013. 222 p.
Projeto e desenho técnico16
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