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↠ Os vasos sanguíneos contribuem para a homeostasia, possibilitando o fluxo sanguíneo através do coração e a troca de nutrientes e escórias metabólicas nos tecidos. Também têm participação importante no ajuste da velocidade e do volume de fluxo sanguíneo. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Os vasos sanguíneos formam um sistema fechado de tubos que leva o sangue para fora do coração, transportam-no para os tecidos do corpo e, em seguida, o devolvem ao coração. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ É comum dividir o sistema circulatório em: vasos da macrocirculação, mais calibrosos, responsáveis por transportar sangue aos órgãos e levá-lo de volta ao coração (artérias e veias de vários calibres); e vasos da microcirculação, com menos de 100 µm e visíveis somente ao microscópio (arteríolas, capilares e vênulas pós-capilares). (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) ↠ Os cinco tipos principais de vasos sanguíneos são: as artérias, as arteríolas, os capilares, as vênulas e as veias. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As artérias transportam o sangue do coração para outros órgãos. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Artérias grandes e elásticas deixam o coração e se ramificam em artérias musculares, de médio porte, que emitem ramos a várias regiões do corpo. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As artérias de médio porte se dividem em pequenas artérias, as quais por sua vez se dividem em artérias ainda menores chamadas arteríolas. Conforme as arteríolas entram em um tecido, se ramificam em diversos vasos minúsculos chamados capilares. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As paredes finas dos capilares possibilitam a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos do corpo. Grupo de capilares no tecido se unem para formar pequenas veias chamadas vênulas. Essas, por sua vez, se fundem para formar vasos sanguíneos progressivamente maiores chamados veias. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As veias são os vasos sanguíneos que conduzem o sangue dos tecidos de volta para o coração. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A parede de um vaso sanguíneo é composta por três camadas, ou túnicas, de tecidos diferentes: um revestimento epitelial interno, uma túnica média formada por músculo liso e tecido conjuntivo elástico, e um revestimento externo de tecido conjuntivo. (TORTORA, 14ª ed.) ↠Todos são encontrados em diferentes proporções na parede dos vasos, exceto nos capilares e nas vênulas pós- capilares, nos quais os únicos elementos estruturais representados são o endotélio e sua membrana basal. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) ↠ As três camadas estruturais de um vaso sanguíneo qualquer, da mais interna para a mais periférica, são a túnica íntima, a túnica média e a túnica externa. (TORTORA, 14ª ed.) Aterosclerose @jumorbeck Túnica íntima ↠ Forma o revestimento interno de um vaso sanguíneo e está em contato direto com o sangue que flui pelo lúmen, ou luz, do vaso. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Sua camada mais interna é chamada endotélio, que é uma lâmina fina de células planas que revestem a face interna de todo o sistema circulatório (coração e vasos sanguíneos). (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As células endoteliais são participantes ativas em inúmeras atividades relacionadas com vasos, incluindo influências físicas sobre o fluxo sanguíneo, secreção de mediadores químicos de ação local que influenciam o estado contrátil do músculo liso sobrejacente ao vaso e assistência com a permeabilidade capilar. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Além disso, a sua face luminal lisa facilita o fluxo sanguíneo eficiente, reduzindo o atrito superficial. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ O segundo componente da túnica íntima é uma membrana basal profunda ao endotélio. Ela fornece uma base de apoio físico para a camada epitelial. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Sua estrutura de fibras colágenas confere à membrana basal substancial resistência à tração, além de resiliência ao estiramento e distensão. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Parece ter uma participação importante na orientação dos movimentos celulares durante o reparo de tecidos das paredes dos vasos sanguíneos. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A parte mais externa da túnica íntima, que forma a fronteira entre a túnica íntima e a túnica média, é a lâmina elástica interna. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A lâmina elástica interna é uma lâmina fina de fibras elásticas com número variável de aberturas semelhantes a janelas (fenestrações) que lhe conferem o aspecto de um queijo suíço. Estas fenestrações facilitam a difusão de materiais através da túnica íntima para a túnica média mais espessa. (TORTORA, 14ª ed.) Túnica média ↠ A túnica média é uma camada de tecidos muscular e conjuntivo que apresenta a maior variação entre os diferentes tipos de vasos. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Na maioria dos vasos, é uma camada relativamente espessa que compreende células de músculo liso e, principalmente, quantidades substanciais de fibras elásticas. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A principal função das células musculares lisas, que se estendem circularmente em torno do lúmen como um anel circunda o dedo, é regular o diâmetro do lúmen. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ O aumento da estimulação simpática estimula tipicamente o músculo liso a se contrair, apertando a parede do vaso e estreitando o lúmen. Essa diminuição do diâmetro do lúmen de um vaso sanguíneo é chamada vasoconstrição. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Em contrapartida, quando a estimulação simpática diminui, ou na presença de determinados compostos químicos (como o óxido nítrico, H+ e ácido láctico) ou em resposta à pressão arterial, as fibras musculares lisas relaxam. O consequente aumento do diâmetro do lúmen é chamado vasodilatação. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Além de regular o fluxo e a pressão sanguínea, o músculo liso se contrai quando uma pequena artéria ou arteríola está danificada (vasospasmo) para ajudar a limitar a perda de sangue através do vaso lesionado. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As células musculares lisas também ajudam a produzir as fibras elásticas na túnica média que possibilitam que os vasos se estirem e retraiam à pressão exercida pelo sangue. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Interpostas entre as células musculares lisas existem quantidades variáveis de matriz extracelular composta de fibras e lamelas elásticas, fibras reticulares (colágeno do tipo III), proteoglicanos e glicoproteínas. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) ↠ As células musculares lisas são responsáveis pela produção dessas moléculas da matriz extracelular. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) ↠ As diferenças estruturais nesta camada são responsáveis pelas muitas variações na função entre os diferentes tipos de vasos. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A separação entre a túnica média e a túnica externa se dá por uma rede de fibras elásticas, a lâmina elástica externa, que faz parte da túnica média. (TORTORA, 14ª ed.) @jumorbeck Durante o envelhecimento, a matriz extracelular torna-se desorganizada em consequência do aumento da secreção dos colágenos tipos I e III e de alguns glicosaminoglicanos. Alterações na conformação molecular da elastina e outras glicoproteínas também ocorrem e podem facilitar a deposição de lipoproteínas e cálcio nos tecidos, com subsequente calcificação. Modificações de componentes da matriz extracelular associadas a outros fatores mais complexos podem levar à formação de placas de ateroma na parede dos vasos sanguíneos. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) Túnica externa ↠ É composta por fibras elásticas e colágenas. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Contém diversos nervos e, especialmente nos grandes vasos, minúsculos vasos sanguíneos que irrigam o tecido da parede do vaso. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Esses pequenos vasos que fornecem sangue para os tecidos do vaso são chamados vasos dos vasos, ou vasa vasorum. Eles são facilmente vistos em grandes vasos, como a aorta. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Além da importante função de fornecer nervos e vasa vasorum à parede do vaso, a túnica externa ajuda a ancorar os vasos aos tecidos circundantes. (TORTORA,14ª ed.) ↠ Os vasa vasorum proveem a adventícia e a média de metabólitos, uma vez que, em vasos maiores, as camadas são muito espessas para serem nutridas somente por difusão a partir do sangue que circula no lúmen do vaso. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) ↠ Vasa vasorum são mais frequentes em veias que em artérias. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) ↠ A maioria dos vasos sanguíneos que contêm músculo liso nas suas paredes é provida por uma rede profusa de fibras não mielínicas da inervação simpática (nervos vasomotores), cujo neurotransmissor é a norepinefrina. Descarga de norepinefrina por essas terminações nervosas resulta em vasoconstrição. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) ↠ A densidade total das terminações nervosas é menor nas veias do que aquela encontrada nas artérias. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) Artérias ↠ A parede de uma artéria tem as três túnicas de um vaso sanguíneo normal, mas tem uma espessa túnica média muscular a elástica. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Em decorrência da abundância de fibras elásticas, as artérias normalmente têm alta complacência, o que significa que suas paredes se esticam ou expandem facilmente sem se romper em resposta a um pequeno aumento da pressão. (TORTORA, 14ª ed.) ARTÉRIAS ELÁSTICAS ↠ As artérias elásticas são as maiores artérias do corpo. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Estes vasos são caracterizados por lâminas elásticas interna e externa bem definidas, juntamente com uma túnica média espessa que é dominada por fibras elásticas, chamadas lamelas elásticas. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As artérias elásticas incluem os dois troncos principais que saem do coração (a aorta e o tronco pulmonar), juntamente com os principais ramos iniciais da aorta, como o tronco braquiocefálico, a artéria subclávia, a artéria carótida comum e a artéria ilíaca comum. (TORTORA, 14ª ed.) IMPORTANTE FUNÇÃO: ajudam a impulsionar o sangue no sentido anterógrado enquanto os ventrículos estão relaxados. (TORTORA, 14ª ed.) @jumorbeck ↠ Como conduzem sangue do coração para as artérias médias, mais musculosas, as artérias elásticas são também chamadas artérias condutoras. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As paredes desses vasos têm cor amarelada decorrente do acúmulo de elastina na túnica média. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) ARTÉRIAS MUSCULARES ↠ As artérias de médio porte são chamadas artérias musculares, porque sua túnica média contém mais músculo liso e menos fibras elásticas do que as artérias elásticas. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A abundância de músculo liso, aproximadamente 75% da massa total, torna as paredes das artérias musculares relativamente espessas. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Assim, as artérias musculares conseguem se dilatar e contrair mais para se ajustar à velocidade do fluxo sanguíneo. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As artérias musculares continuam ramificando-se e, por fim, distribuem sangue para todos os órgãos, elas são chamadas artérias distributivas. Exemplos incluem a artéria braquial no braço e a artéria radial no antebraço. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A túnica externa muitas vezes é mais espessa do que a túnica média nas artérias musculares. Esta camada externa contém fibroblastos, fibras colágenas e fibras elásticas, todos orientados longitudinalmente. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Por causa da diminuição do tecido elástico nas paredes das artérias musculares, estes vasos não conseguem dilatar e ajudar a impulsionar o sangue como as artérias elásticas. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Em vez disso, a espessa túnica média muscular é a principal responsável pelas funções das artérias musculares. A capacidade do músculo de se contrair e manter um estado de contração parcial é chamado tônus vascular. O tônus vascular enrijece a parede do vaso e é importante para manter a pressão do vaso e o fluxo sanguíneo eficiente. (TORTORA, 14ª ed.) ANASTOMOSES ➢ União dos ramos de duas ou mais artérias que irrigam uma mesma região do corpo. ➢ As anastomoses entre as artérias constituem vias alternativas para o sangue chegar a um tecido ou órgão (circulação colateral). ➢ As anastomoses também podem ocorrer entre veias e entre arteríolas e vênulas. ➢ As artérias que não se anastomosam são conhecidas como artérias terminais. ➢ A obstrução de uma artéria terminal interrompe a irrigação sanguínea a todo um segmento de órgão, provocando necrose (morte) desse segmento. ARTERÍOLAS (PEQUENAS ARTÉRIAS) ↠ São abundantes vasos microscópicos que regulam o fluxo sanguíneo para as redes capilares dos tecidos do corpo. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As arteríolas têm uma participação essencial na regulação do fluxo sanguíneo das artérias para os vasos capilares, regulando a resistência, a oposição ao fluxo sanguíneo decorrente do atrito entre o sangue e as paredes dos vasos sanguíneos. Por isso, são conhecidas como vasos de resistência. (TORTORA, 14ª ed.) Em um vaso sanguíneo, a resistência é decorrente principalmente do atrito entre o sangue e as paredes @jumorbeck internas dos vasos sanguíneos. Quando o diâmetro do vaso sanguíneo é menor, o atrito é maior, de modo que há mais resistência. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A contração do músculo liso de uma arteríola provoca vasoconstrição, o que aumenta ainda mais a resistência e diminui o fluxo sanguíneo para os vasos capilares irrigados por essa arteríola. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Em contrapartida, o relaxamento do músculo liso das arteríolas provoca vasodilatação, que diminui a resistência e aumenta o fluxo sanguíneo para os vasos capilares. (TORTORA, 14ª ed.) ↠A mudança do diâmetro da arteríola pode afetar também a pressão arterial: a constrição das arteríolas aumenta a pressão arterial, e a dilatação das arteríolas diminui a pressão arterial. (TORTORA, 14ª ed.) Capilares ↠ O capilar, o menor dos vasos sanguíneos, conectam o efluxo arterial ao retorno venoso (ligam arteríolas e vênulas). (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Os capilares formam uma rede extensa, de aproximadamente 20 bilhões de vasos curtos, ramificados e interconectados, que passam entre cada grupo de células do corpo. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ O fluxo do sangue de uma metarteríola para os capilares e para uma vênula pós-capilar (vênula que recebe sangue de um capilar) é chamada microcirculação do corpo. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A função primária dos capilares é a troca de substâncias entre o sangue e o líquido intersticial. Por causa disto, estes vasos de paredes finas são chamados vasos de troca. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Não têm túnica média nem túnica externa. (TORTORA, 14ª ed.) Vênulas ↠ As vênulas drenam o sangue capilar e iniciam o fluxo de retorno do sangue de volta ao coração. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As vênulas que primeiro recebem sangue dos capilares são chamadas vênulas pós-capilares (são as menores vênulas). (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Elas têm junções intercelulares pouco organizadas e, portanto, são muito porosas. Atuam em importantes locais de troca de nutrientes e escórias metabólicas e emigração de leucócitos. Por esta razão, formam parte da unidade de troca microcirculatória, juntamente com os capilares. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Conforme as vênulas pós-capilares se afastam dos capilares, adquirem uma ou duas camadas de células musculares lisas dispostas circularmente. Estas vênulas musculares têm paredes mais espessas, através das quais a troca com o líquido intersticial não pode mais ocorrer. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As paredes finas das vênulas pós-capilares e musculares são os elementos mais distensíveis do sistema vascular; isso lhes possibilita expandir e servir como excelentes reservatórios de grandes volumes de sangue. (TORTORA, 14ª ed.) @jumorbeck Veias ↠ As veias, em geral, têm paredes muito finas em relação ao seu diâmetro total. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Muitas veias, especialmente as dos membros, também contêm válvulas, pregas finas de túnica íntima que formam válvulas semelhantes a abas.As válvulas da válvula se projetam para o lúmen, apontando para o coração, baixa pressão arterial nas veias possibilita que o sangue que retorna ao coração desacelere ou até mesmo retorne; as válvulas auxiliam no retorno venoso impedindo o refluxo do sangue. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As válvulas das veias possibilitam que o sangue flua em uma direção única: ao coração. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A ação de bombeamento do coração é um fator importante no deslocamento do sangue venoso de volta ao coração. A contração dos músculos esqueléticos dos membros inferiores também ajuda a impulsionar o retorno venoso para o coração. A pressão sanguínea média nas veias é consideravelmente mais baixa do que nas artérias. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A expansão externa dos ventres dos músculos esqueléticos que se contraem nos membros, limitada pela fáscia muscular, comprime as veias, “ordenhando” o sangue para cima em direção ao coração; outro tipo (musculovenoso) de bomba venosa. (MOORE, 7ª ed.) ↠ A túnica íntima das veias é mais fina do que a das artérias; a túnica média das veias é muito mais fina do que a das artérias, com relativamente pouco músculo liso e fibras elásticas. A túnica externa das veias é a mais espessa e é composta por colágeno e fibras elásticas. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ São distensíveis o suficiente para se adaptar às variações de pressão e ao volume de sangue que passa por elas, mas não são concebidas para suportar altas pressões. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ O lúmen de uma veia é maior do que o de uma artéria comparável, e as veias frequentemente parecem colabadas (achatadas) quando seccionadas. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Embora, para simplificar, frequentemente sejam representadas isoladas nas ilustrações, as veias tendem a ser duplas ou múltiplas. Aquelas que acompanham as artérias profundas - veias acompanhantes - circundam- nas em uma rede com ramificações irregulares. Essa organização serve como trocador de calor em contracorrente, no qual o sangue arterial morno aquece o sangue venoso mais frio em seu retorno de uma extremidade fria para o coração. Consequentemente, quando a artéria se expande durante a contração do coração, as veias são distendidas e achatadas, o que ajuda a conduzir o sangue venoso para o coração - uma bomba arteriovenosa. (MOORE, 7ª ed.) @jumorbeck ↠ Em alguns indivíduos, as veias superficiais são vistas como tubos azulados que passam sob a pele. Como o sangue venoso é vermelho escuro, as veias parecem azuis porque suas paredes finas e os tecidos da pele absorvem os comprimentos de onda de luz vermelha, possibilitando que a luz azul passe para a superfície, onde as vemos como azuis. (TORTORA, 14ª ed.) DIFERENÇAS ENTRE VEIAS E ARTÉRIAS Em primeiro lugar, as veias são mais numerosas do que as artérias por vários motivos. Algumas veias formam pares e acompanham artérias musculares de médio a pequeno porte. Estes conjuntos duplos de veias escoltam as artérias e se conectam por canais venosos chamados veia anastomótica. As veias anastomóticas cruzam a artéria acompanhante formando “degraus” entre o par de veias. A maior quantidade de pares de veia ocorre no interior dos membros. A camada subcutânea profunda à pele é outra fonte de veias. ➢ VEIAS SUPERFICIAIS: atravessam a tela subcutânea desacompanhadas de artérias paralelas. ➢ VEIAS PROFUNDAS: estão entre os músculos esqueléticos. Distribuição do sangue no sistema circulatório em repouso ↠ Como as veias e vênulas sistêmicas contêm mais de 50% do volume sanguíneo total, são chamadas reservatórios de sangue. (TORTORA, 14ª ed.) Fisiologia dos vasos sanguíneos TROCA CAPILAR ↠ A missão de todo o sistema circulatório é manter o sangue fluindo pelos capilares para possibilitar a troca capilar, o movimento de substâncias entre o sangue e o líquido intersticial. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Os 7% do sangue que estão nos capilares sistêmicos a qualquer momento estão continuamente trocando materiais com o líquido intersticial. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As substâncias entram e saem dos capilares por três mecanismos básicos: difusão, transcitose e fluxo de massa. (TORTORA, 14ª ed.) ➢ DIFUSÃO ↠ O método mais importante de troca capilar é a difusão simples. Muitas substâncias, como o oxigênio (O2), o dióxido de carbono (CO2), a glicose, os aminoácidos e os hormônios, entram e saem dos capilares por difusão simples. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Como o O2 e os nutrientes normalmente estão presentes em concentrações mais elevadas no sangue, eles se difundem por gradiente de concentração para o líquido intersticial e, em seguida, para as células do corpo. O CO2 e outras escórias metabólicas liberadas pelas células do corpo são encontrados em maiores concentrações no líquido intersticial, de modo que se difundem para o sangue. (TORTORA, 14ª ed.) ➢ TRANSCITOSE ↠ Uma pequena quantidade de material atravessa as paredes capilares por transcitose. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Neste processo, as substâncias do plasma sanguíneo são englobadas por minúsculas vesículas pinocíticas que primeiro entram nas células endoteliais por endocitose, atravessam-na e saem do outro lado por exocitose. Este método de transporte é importante, principalmente para grandes moléculas insolúveis em lipídios que não conseguem atravessar as paredes capilares de outro modo. (TORTORA, 14ª ed.) @jumorbeck ➢ FLUXO DE MASSA | FILTRAÇÃO E REABSORÇÃO ↠ O fluxo de massa é um processo passivo em que uma grande quantidade de íons, moléculas ou partículas em um líquido se move em conjunto, no mesmo sentido. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ O fluxo de massa ocorre a partir de uma área de alta pressão para uma zona de pressão mais baixa, e continua desde que exista uma diferença de pressão. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ O movimento impulsionado pela pressão de líquidos e solutos dos capilares sanguíneos para o líquido intersticial é chamado filtração. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ O movimento impulsionado pela pressão do líquido intersticial para os capilares sanguíneos é chamado reabsorção. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Em geral, o volume de líquidos e solutos normalmente reabsorvidos é quase tão grande quanto o volume filtrado. Este equilíbrio próximo é conhecido como lei de Starling dos capilares. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A pressão hidrostática do sangue “empurra” o líquido para fora dos capilares (filtração) e a pressão coloidosmótica do sangue puxa o líquido para os capilares (reabsorção). (TORTORA, 14ª ed.) Hemodinâmica ↠ O sangue flui de regiões de maior pressão para regiões de menor pressão; quanto maior a diferença de pressão, maior for o fluxo sanguíneo. Mas quanto maior a resistência, menor o fluxo sanguíneo. (TORTORA, 14ª ed.) PRESSÃO ARTERIAL ↠ Conforme o sangue sai da aorta e flui ao longo da circulação sistêmica, sua pressão cai progressivamente à medida que a distância do ventrículo esquerdo aumenta. (TORTORA, 14ª ed.) RESISTÊNCIA VASCULAR ↠ É a oposição ao fluxo sanguíneo em decorrência do atrito entre o sangue e as paredes dos vasos sanguíneos. A resistência vascular depende: (TORTORA, 14ª ed.) ➢ do tamanho do lúmen do vaso sanguíneo; ➢ da viscosidade do sangue; ➢ do comprimento total dos vasos sanguíneos.. ↠ A resistência vascular sistêmica (RVS), também conhecida como resistência periférica total (RPT), refere- se a todas as resistências vasculares oferecidas pelos vasos sanguíneos sistêmicos. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Os diâmetros das artérias e veias são grandes, de modo que sua resistência é muito pequena. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Os vasos menores – arteríolas, capilares e vênulas – contribuem com a maior parte da resistência. (TORTORA, 14ª ed.) @jumorbeck ↠ Uma função principal das arteríolas é controlar a RVS – e, por conseguinte, a pressão sanguínea e o fluxo sanguíneo para tecidos específicos – alterando seus diâmetros. (TORTORA, 14ª ed.)Aterosclerose ↠ A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica que possui origem multifatorial e ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre. (COSTA et al., 2019) E também associada à ativação do sistema imunológico. (MOTA et al., 2013) ↠ No Brasil, a aterosclerose é a principal responsável pelas doenças cardiovasculares. (COSTA et al., 2019) ↠ A aterosclerose, está associada ao acúmulo de gordura (principalmente colesterol) nas paredes arteriais. Há formação de um depósito de cálcio na placa ateromatosa (ateroma) — áreas ou elevações amarelas, endurecidas, bem demarcadas na superfície da túnica íntima das artérias. (MOORE, 7ª ed.) ↠ Aterosclerose é a doença das artérias de tamanho médio e grande, em que as lesões de gordura chamadas placas ateromatosas se desenvolvem nas superfícies das paredes arteriais. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ Anormalidade que pode ser medida muito cedo nos vasos sanguíneos, que posteriormente se tornam ateroscleróticos, é a lesão do endotélio vascular. Essa lesão, por sua vez, aumenta a expressão das moléculas de aderência nas células endoteliais e reduz sua capacidade de liberar óxido nítrico e outras substâncias que ajudam a impedir a aderência de macromoléculas, plaquetas e monócitos a seu endotélio. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ Depois que ocorre a lesão no endotélio vascular, os monócitos e lipídios circulantes (principalmente LDLs) começam a se acumular no local da lesão. Os monócitos cruzam o endotélio, até a camada íntima da parede do vaso, e diferenciam-se de macrófagos, que então ingerem e oxidam as lipoproteínas acumuladas, adquirindo aspecto espumoso. Esses macrófagos espumosos então se agregam no vaso sanguíneo e formam estria de gordura, que é visível.. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ Com o passar do tempo, as estrias de gordura aumentam e coalescem, e os tecidos dos músculos lisos e fibrosos adjacentes proliferam para formar placas cada vez maiores. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ Os macrófagos também liberam substâncias que causam inflamação e maior proliferação de músculos lisos e tecido fibroso nas superfícies internas da parede arterial. Os depósitos de lipídios e a proliferação celular podem ficar tão grandes que as placas se destacam no lúmen da artéria e reduzem muito o fluxo do sangue, chegando, às vezes, a obstruir completamente o vaso. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ Mesmo sem oclusão, os fibroblastos da placa eventualmente depositam quantidades extensas de tecido conjuntivo denso; a esclerose (fibrose) fica tão grande que as artérias enrijecem. Mais tarde ainda, os sais de cálcio se precipitam frequentemente com o colesterol e outros lipídios das placas, levando a calcificações pétreas que podem fazer com que as artérias passem a ser tubos rígidos. Ambos esses estágios da doença são chamados “endurecimento das artérias”. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ As artérias ateroscleróticas perdem a maior parte de sua distensibilidade e devido às áreas degenerativas em suas paredes, elas facilmente se rompem. Também, nos locais onde as placas invadem o lúmen com sangue circulante, suas superfícies ásperas podem levar à formação de coágulos, com a resultante formação de trombos ou êmbolos, levando ao bloqueio súbito de todo o fluxo de sangue para a artéria. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) @jumorbeck ↠ Os sintomas dessa doença são mais frequentes quando a placa de ateroma se forma nas artérias que irrigam o coração, o cérebro, os rins e o intestino delgado, aparecendo, portanto, relacionados a esses órgãos. Exemplos são: infarto do miocárdio por obstrução de coronárias, infarto cerebral e aneurisma aórtico. (COSTA et al., 2019) ↠ Estudos têm sugerido duas fases interdependentes na evolução da doença aterosclerótica: (GOTTTLIEB,2005) • Fase “aterosclerótica”, predomina a formação anatômica da lesão aterosclerótica sob a influência dos “fatores de risco aterogênicos” clássicos e que leva décadas para evoluir. Devido à sua história lenta e gradual, sua evolução geralmente não traz consigo manifestações clínicas dramáticas; • Fase trombótica, a influência dos “fatores de risco trombogênicos” determina a formação aguda de trombo sobre a placa aterosclerótica, fenômeno este diretamente ligado aos eventos agudos coronarianos, como infarto do miocárdio, angina instável e morte súbita. Os Papéis do Colesterol e das Lipoproteínas na Aterosclerose ➢ Aumento de Lipoproteínas de Baixa Densidade: ↠ Fator importante na etiologia da aterosclerose é elevada concentração plasmática de colesterol sob a forma de lipoproteínas de baixa densidade. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ A concentração plasmática dessas LDLs e elevado teor de colesterol é aumentada por diversos fatores, especialmente com a ingestão de gorduras muito saturadas na dieta diária, obesidade e inatividade física. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ➢ Hipercolesterolemia Familiar ↠ A hipercolesterolemia familiar é uma doença em que a pessoa herda genes defeituosos, para a formação de receptores para LDLs, nas superfícies das membranas celulares do corpo. Na ausência desses receptores, o fígado não é capaz de absorver as LDL nem as IDL. Sem essa absorção, o mecanismo do colesterol das células hepáticas se descontrola, produzindo novo colesterol; ele deixa de responder à inibição por feedback, desencadeado pela presença de quantidade excessiva de colesterol plasmático. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ Como resultado, o número de VLDLs liberado pelo fígado para o plasma aumenta imensamente. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ➢ Papel das Lipoproteínas de Alta Densidade na Prevenção da Aterosclerose. ↠ Bem menos conhecida é a função das HDLs em comparação com a das LDLs. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ Acredita-se que as lipoproteínas de alta densidade são, de fato, capazes de absorver cristais de colesterol que começam a ser depositados nas paredes arteriais. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ As doenças cardiovasculares possuem diversos fatores de risco, que podem ser agrupados em dois grupos principais: modificáveis e não modificáveis. (COSTA et al., 2019) • Exemplos de fatores modificáveis: a dislipidemia, a exposição ao tabaco, a não prática de exercício/atividade física e IMC maior ou igual a 30kg/m². • Exemplos de fatores não modificáveis: presença de casos na família de doenças cardiovasculares, etnia, idade e sexo. @jumorbeck ➢ Outros Fatores de Risco Importantes da Aterosclerose ↠ Em algumas pessoas com níveis perfeitamente normais de colesterol e lipoproteínas, ainda assim, a aterosclerose se desenvolve. Alguns dos fatores conhecidos que predispõem à aterosclerose são: (1) inatividade física e obesidade; (2) diabetes melito; (3) hipertensão; (4) hiperlipidemia; e (5) tabagismo. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ No início e na metade da fase adulta, os homens apresentam maior probabilidade de desenvolver aterosclerose do que as mulheres da mesma idade, sugerindo que os hormônios sexuais masculinos podem ser aterogênicos ou, pelo contrário, que os hormônios sexuais femininos podem ter ação protetora. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ Alguns desses fatores causam aterosclerose, ao aumentar a concentração de LDLs no plasma. Outros, tais como a hipertensão, são capazes de levar à aterosclerose ao causar lesões no endotélio vascular, além de outras alterações nos tecidos vasculares que predispõem à deposição de colesterol. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE As medidas mais importantes para proteger contra o desenvolvimento da aterosclerose e sua progressão para grave doença vascular são (1) manter peso saudável, ser fisicamente ativo e ingerir dieta contendo principalmente gorduras insaturadas com baixo teor de colesterol; (2) prevenir a hipertensão, mantendo dieta saudável e sendo fisicamente ativa, ou efetivamente controlando a pressãoarterial com fármacos anti-hipertensivos caso a hipertensão se desenvolva; (3) controlar efetivamente a glicose sanguínea, com insulina ou outros fármacos na presença de diabetes; e (4) evitar fumar cigarros. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) Diferenças nos hábitos de vida entre populações diferentes e os impactos positivos na saúde ↠ A doença cardiovascular aterosclerótica se inicia na infância precoce e é influenciada ao longo da vida por fatores genéticos e exposição ambiental a fatores de risco potencialmente modificáveis. (SANTOS, 2011) ↠ Estudos relatam que quando uma pessoa muda seus hábitos de vida (abandona o sedentarismo, a alta ingestão de gorduras, o tabagismo, por exemplo) as chances de ela não desenvolver a doença aterosclerótica, ou reduzir as complicações de uma doença já instalada, são menores. (COSTA et al., 2019) ↠ Assim, a influência da dieta na patogênese de doenças crônico-degenerativas ganhou grande importância em pesquisas e tem comprovado a teoria de que reduzindo os níveis de gorduras da dieta há menor possibilidade de se desenvolver aterosclerose. (COSTA et al., 2019) ↠ Alguns estudos sugerem que o aumento da atividade física habitual e do condicionamento cardiorrespiratório estão associados ao decréscimo de causas de mortalidade em homens com acometimentos cardiovasculares pré- existentes. (COSTA et al., 2019) ↠ O estresse tem sido mencionado como um dos possíveis fatores contribuintes para o desenvolvimento da aterosclerose, não só por meio da ação direta, mas também pela contribuição para a etiologia de outros fatores de risco, como a depressão, a obesidade, a hipercolesterolemia e o sedentarismo. (SANTOS, 2011) ↠ Autores discutiram como o estresse psicossocial em animais pode levar ao desenvolvimento da aterosclerose, provavelmente por um mecanismo envolvendo ativação excessiva do sistema nervoso simpático. Em pacientes com doença arterial coronária (DAC), o estresse agudo pode também levar à vasoconstrição coronária. (SANTOS, 2011) ↠ Em estudo conduzido com 37 homens em 2003 por Steptoe et al sobre os efeitos do estresse e da classe econômica na ativação das plaquetas, verificou-se que o estresse psicológico induz à ativação plaquetária. Os autores sugeriram que pelo fato de as pessoas de classes econômicas menos favorecidas enfrentarem diariamente inúmeros fatores estressantes de grande magnitude ligados às dificuldades financeiras e sociais, elas estariam sujeitas a um estresse mais intenso, que poderia, por sua vez, induzir a uma ativação plaquetária que contribuiria para um aumento do risco de doenças cardiovasculares. (SANTOS, 2011) ↠ Nas sociedades ocidentais, a aterosclerose é causa primária de 50% de todas as mortes relacionadas com infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Contudo, países como a Groenlândia, Islândia e Japão têm baixa prevalência de aterosclerose, principalmente entre os esquimós, sugerindo uma forte relação com o estilo de vida, dieta e composição genética dos indivíduos. (GOTTTLIEB,2005) @jumorbeck TSIMANES – EL PAIS ↠ O estudo, publicado na revista The Lancet, comprovou que a quantidade de cálcio acumulada nas artérias principais dos tsimanes com mais de 40 anos é até cinco vezes menor que a calcificação detectada em pessoas ocidentais da mesma idade. ↠ Além disso, a boa saúde se mantém à medida que envelhecem. Um total de 65% de anciãos tsimanes que chegaram aos 75 anos ainda tinha um índice de calcificação zero. Os pesquisadores compararam seus resultados com os de outras populações, como a de uma ampla amostra dos EUA, outra de europeus e mais uma dezena de estudos sobre a incidência de aterosclerose em diferentes sociedades. O estado das artérias dos velhos tsimanes é similar ao que podem ter ocidentais com 28 anos menos e ainda melhor que o das mulheres adultas japonesas, as que até agora tinham melhor saúde arterial. ↠ Embora o estudo não estabeleça uma relação causal, para seus autores tudo indica que o estilo de vida dos tsimanes explicaria esses dados e outros que também comprovaram em suas revisões médicas, como os baixos níveis que mostraram no ritmo cardíaco, pressão sanguínea, colesterol e glicose no sangue. Todos esses indicadores estão direta ou indiretamente relacionados com a aterosclerose. ↠ Os tsimanes podem ficar oito horas na caça de algo para comer. Os pesquisadores estimam que dedicam um mínimo de sete horas a atividades que requerem esforço físico e que em apenas 10% do tempo que passam despertos não fazem nada. Quanto à sua dieta, em sua maioria se trata de carboidratos (72%) não processados, ricos em fibra, como arroz, mandioca, milho e frutas. As proteínas são obtidas da caça e da pesca, e somente consomem cerca de 38 gramas de gordura por dia. Embora alguns tenham declarado que fumam, um maço de cigarros lhes poderia durar um ano. ↠ "Se não há tabaco, não há colesterol nem diabetes, e têm uma dieta equilibrada e fazem exercícios físicos, não há aterosclerose”, comenta o pesquisador do Centro Nacional de Pesquisas Cardiovasculares Carlos III (CNIC), Antonio Fernández Ortiz. ↠ Esta pesquisa ajuda a demonstrar de forma definitiva que os fatores de risco cardiovasculares são a causa da doença aterosclerótica. Nessa população sem aterosclerose o único fator de risco que eles têm é a idade. O pouco cálcio que acumulam é porque vão envelhecendo.” ↠ Existe a possibilidade de que os tsimanes tenham alguma variante genética que os protegeria das doenças cardiovasculares, além do seu estilo de vida. No entanto, os pesquisadores comprovaram que nos últimos anos os níveis de colesterol estão subindo, com uma concentração de colesterol LDL que passou de 1,84 milimol por litro na primeira década do século para 2,35 mmol/L em 2015. Isso descartaria a possibilidade de origem genética. ↠ O aumento do colesterol coincidiu com uma intensificação da aculturação desse povo. Isto permitiu aos tsimanes um maior acesso aos produtos ricos em açúcares e gorduras. Ainda é cedo para detectar se as mudanças na dieta provocarão um aumento da calcificação arterial, mas os autores do estudo acreditam que poderia estar em curso uma revolução nutricional que acabará com a boa saúde. Referências COSTA et. al. Estilo de vida como fator de prevenção da aterosclerose. Revista Caderno de Medicina vol. 2, nº 2, 2019 SANTOS et al. Hábitos e perfil socioeconômico dos pacientes com doença aterosclerótica no Brasil, 2011. GOTTLIEB, M. G. V. BONARDI G. MORIGUCHI, E. H. Fisiopatologia e aspectos inflamatórios da aterosclerose, 2005. TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed. Editora Elsevier Ltda., 2017 MOORE. Anatomia Orientada para a Clínica, 7ª ed. Guanabara Koogan, SP, 2017 JUNQUEIRA; CARNEIRO. Histologia Básica, 13ª ed. Guanabara Koogan, SP, 2017. @jumorbeck
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