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Acidentes e Doenças no Trabalho

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Introdução 
Sob todos os aspectos em que possam ser analisados, os acidentes e doenças decorrentes 
do trabalho apresentam fatores extremamente negativos para a empresa, para o 
trabalhador acidentado e para a sociedade. 
Anualmente, as altas taxas de acidentes e doenças registradas pelas estatísticas oficiais 
expõem os elevados custos e prejuízos humanos,sociais e econômicos que custam muito 
para o País, considerando apenas os dados do trabalho formal. 
O somatório das perdas, muitas delas irreparáveis, é avaliado e determinado levando-se 
em consideração os danos causados à integridade física e mental do trabalhador, os 
prejuízos da empresa e os demais custos resultantes para a sociedade. 
Um acidente de trabalho é aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho, 
produzindo lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na 
capacidade de trabalho, ou de ganho, ou a morte. 
O acidente de trabalho é definido pela legislação brasileira como toda redução ou perda 
de capacidade laborativa que seja causada por fatores exógenos e traumáticos 
relacionados ao trabalho. Deve haver dois critérios: etiologia laboral e lesividade. Não 
se considera acidente de trabalho um dano sem repercussão na capacidade laborativa ou 
que tenha origem fora do trabalho (extralaboral). 
O acidente de trabalho inclui qualquer injúria sofrida no horário e no local de trabalho, 
como agressão física ou incêndio, mesmo que em hora de almoço ou descanso. Inclui 
também uma lesão ocorrida a caminho do trabalho ou de volta para casa e viagens de 
trabalho ou de estudo financiadas pela empresa. A doença ocupacional é igualada ao 
acidente de trabalho para todos os efeitos, nesse caso é necessário verificar se a causa é 
de fato laboral. 
O segurado deve comparecer à perícia médica do INSS munido de sua documentação 
médica e da Comunicação de Acidente de Trabalho emitida pela empresa. Entretanto, o 
perito médico pode reconhecer o nexo entre o trabalho e a lesão ou doença sem a CAT. 
Pode ser necessário vistoriar o posto de trabalho. 
O segurado possui direito a um ano de estabilidade no emprego após o fim do auxílio-
doença e a uma indenização se houve culpa ou dolo da empresa. O empregador não 
pode re-expor o segurado aos mesmos agentes nocivos, sob pena de multa. Caso a 
doença sofra agravamento e a empresa emita CAT de reabertura, pode haver novo 
auxílio-doença acidentário e multa nos casos de continuidade da exposição. A CAT de 
reabertura (para dissimulação) pode ser desqualificada e caracterizada como CAT 
inicial, obrigando a empresa a pagar novamente os primeiros quinze dias. 
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São também considerados acidentes de trabalho: 
 Doença profissional ou ocupacional; 
 Doença do trabalho; 
 Acidente fora do local de trabalho, atendendo à ordens de superiores; 
 Acidentes de percurso; 
 Nos períodos destinados à refeição ou ao descanso nos locais de trabalho e 
durante o mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Principais conceitos 
Acidente 
É o evento não-programado nem planejado que resulta em lesão, doença ou morte, dano 
ou outro tipo de perda. 
Incidente 
É o evento que tem o potencial de levar a um acidente ou que deu origem a um acidente. 
Perigo 
É a fonte ou situação com potencial para provocar danos ao homem, à propriedade ou 
ao meio ambiente, ou a combinação destes. 
Risco 
É a combinação da probabilidade de ocorrência e da gravidade de um determinado 
evento perigoso. 
Dano 
É a conseqüência de um perigo, em termos de lesão, doença, prejuízo à 
propriedade,meio ambiente ou uma combinação destes. 
Saúde 
É o equilibrado bem-estar físico, mental e social do ser humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Doença Ocupacional ou profissional 
 
Doença ocupacional é a alteração na saúde do trabalhador, provocada por fatores 
ambientais associados ao trabalho. Como por exemplo, podemos citar incidência de 
câncer de traquéia em trabalhadores de minas e refinações de níquel. 
 
A doença ocupacional pode ser adquirida através de exposição do trabalhador a agentes 
químicos, físicos, biológicos ou radioativos, em situações acima do limite permitido por 
lei, sem a utilização de roupas e/ou equipamentos de proteção coletiva ou proteção 
individual compatíveis com o risco exposto. 
NÃO são consideradas como doenças do trabalho: 
 A doença degenerativa = diabetes; 
 A inerente a grupo etário = o reumatismo; 
 A que não produza incapacidade laborativa = a miopia; e 
 A doença endêmica, a exemplo da malária, adquirida por segurado habitante de 
região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de 
exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Acidente de percurso 
É uma interpretação da lei que equipara a acidente de trabalho o acidente ocorrido pelo 
empregado no trajeto da residência para o trabalho ou deste para aquela independente 
do modo de locomoção. Entretanto, como para tudo existem alguns senões o INSS 
adota algumas sistemáticas para caracterizar o acidente do trajeto. 
Para ser considerado acidente de trajeto deverá ser o trajeto normal, isto é o caminho 
percorrido pelo empregado diariamente, não necessariamente o mais curto, mas o 
obrigatório. Então caso o empregado resolva num determinado dia mudar o seu trajeto, 
tipo visitar um parente que mora em outro local, bem, neste caso poderá haver a 
descaracterização do acidente. 
Tempo normal de percurso, assim, o empregado resolve seguir o seu trajeto normal, 
mas no caminho tinha um bar, e ele resolve parar e tomar umas e outras e com isto 
perde um bom tempo, também, caso sofra algum acidente poderá perder o beneficio. 
Entenda-se também que o acidente também só será considerado a partir da saída de sua 
residência, caso ele ainda esteja em casa, tomando um banho, o sabonete caia, ele se 
abaixa para pegar e “crau”, escorrega e cai, não será acidente de trabalho. 
Portanto, alguns cuidados o empregado deve ter, inclusive quando resolve “pegar” vale 
transporte e identifica que faz seu trajeto para residência via transporte coletivo e sofre 
um acidente quando estava na carona de uma moto, poderá também o INSS entender 
que houve um desvio de trajeto e de conduta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Danos ao trabalhor e a empresa 
Ao trabalhador 
As estatísticas da Previdência Social, que registram os acidentes e doenças decorrentes 
do trabalho, revelam uma enorme quantidade de pessoas prematuramente mortas ou 
incapacitadas para o trabalho. 
Os trabalhadores que sobrevivem a esses infortúnios são também atingidos por danos 
que se materializam em: 
 sofrimento físico e mental; 
 cirurgias e remédios; 
 próteses e assistência médica; 
 fisioterapia e assistência psicológica; 
 dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção; 
 diminuição do poder aquisitivo; 
 desamparo à família; 
 estigmatização do acidentado; 
 desemprego; 
 marginalização; 
 depressão e traumas. 
Prejuízos da empresa 
As micro e pequenas empresas são fortemente atingidas pelas conseqüências dos 
acidentes e doenças, apesar de nem sempre os seus dirigentes perceberem este fato. 
O custo total de um acidente é dado pela soma de duas parcelas: uma refere-se ao 
custodireto (ou custo segurado), a exemplo do recolhimento mensal feito à Previdência 
Social, para pagamento do seguro contra acidentes do trabalho, visando a garantir uma 
das modalidades de benefícios estabelecidos na legislação previdenciária.A outra 
parcela refere-se ao custo indireto (custo não segurado). Estudos informam que a 
relação entre os custos segurados e os não segurados éde 1 para 4, ou seja, para cada 
real gasto com os custos segurados, são gastos 4 com os custos não segurados. 
 
 
 
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Causas dos acidentes 
Atos inseguros 
São fatores importantes que colaboram para a ocorrência de acidentes do trabalho e que 
são definidos como causas de acidentes que residem exclusivamente no fator humano, 
isto é, aqueles que decorrem da execução das tarefas de forma contrária às normas de 
segurança, ou seja, a violação de um procedimento aceito como seguro, que pode levar 
a ocorrência de um acidente. 
Exemplos: 
 Agir sem permissão; 
 Dirigir perigosamente; 
 Deixar de chamar a atenção; 
 Não usar EPI; 
 Brincar em local de trabalho; 
 Usar bebidas ou drogas; 
 Inutilizar dispositivo de segurança; 
 Não cumprir as normas de segurança etc... 
É falsa a idéia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento humano. Na 
verdade, é possível analisar os fatores relacionados com a ocorrência destes e controlá-
los. 
 
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Condições inseguras 
São consideradas falhas técnicas, que presentes no ambiente de trabalho, comprometem 
a segurança dos trabalhadores e a própria segurança das instalações e dos equipamentos: 
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Exemplos: 
 Falta de dispositivos de proteção ou inadequados; 
 Iluminação inadequada; 
 Ordem e limpeza deficientes; 
 Ventilação inadequada etc... 
 Excesso de ruído; 
Ordem e limpeza: 
É sabido que no ambiente de trabalho muitos fatores de ordem física exercem 
influências de ordem psicológica sobre as pessoas, interferindo de maneira positiva ou 
negativa no comportamento humano conforme as condições em que se apresentam. 
Neste contexto, a ordem e a limpeza constituem um fator de influência positiva no 
comportamento do trabalhador. 
Exemplos de fatores de ordem física: 
 Cor; 
 Temperatura; 
 Luminosidade; 
 Ruído; etc... 
As pessoas que trabalham num ambiente desorganizado sentem uma sensação de mal-
estar que poderá tornar-se um agravante de um estado emocional já perturbado por 
outros problemas. Esse estado psicológico poderá afetar o relacionamentos dos 
trabalhadores e expô-los ao risco de acidentes, além de prejudicar a produção da 
empresa. 
Exemplificando, ambiente desorganizados, temos: 
 Passagens obstruídas com tábuas, caixotes, produtos acabados etc... 
 Obstáculos que impedem o trânsito normal das pessoas entre máquinas ou 
corredores; 
 Obstáculos onde se pode facilmente tropeçar ou escorregar; 
 Chão sujo de graxa, combustíveis ou substâncias químicas. 
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Comunicação do acidente de trabalho 
É um formulário que a empresa deverá preencher comunicando o acidente do trabalho, 
ocorrido com seu empregado, havendo ou não afastamento, até o primeiro dia útil 
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, 
sob pena de multa. 
 
Recomendações gerais 
Em face dos aspectos legais envolvidos, recomenda-se que sejam tomadas algumas 
precauções para o preenchimento da CAT, dentre elas: 
 Não assinar a CAT em branco; 
 Ao assinar a CAT, verificar se todos os itens de identificação foram devida e 
corretamente preenchidos; 
 O atestado médico da CAT é de competência única e exclusiva do médico; 
 O preenchimento deverá ser feito a máquina ou em letra de forma, de 
preferência com caneta esferográfica; 
 Não conter emendas ou rasuras; 
 Evitar deixar campos em branco; 
 Apresentar a CAT, impressa em papel, em duas vias ao INSS, que reterá a 
primeira via, observada a destinação das demais vias; 
 O formulário "Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT" poderá ser 
substituído por impresso da própria empresa, desde que esta possua sistema de 
informação de pessoal mediante processamento eletrônico, cabendo observar 
que o formulário 
substituído deverá ser emitido por computador e conter todas as informações 
exigidas pelo INSS. 
 
Após a execução das medidas de primeiros socorros e assistência ao acidentado, toda 
empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro 
dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade 
competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite do salário d 
contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências. 
Em caso de morte, é obrigatória a comunicação à autoridade policial. 
 
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As estatísticas oficiais do Brasil do MPAS são feitas pelo Ministério da Previdência 
Social e Assistência Social (MPAS), considerando apenas os acidentes com empregados 
com carteira assinada. Isso torna a realidade de acidentes mais agravante do que aquela 
oficialmente. 
Dados econômicos apontam que os trabalhadores informais representam mais de 50% 
da força de trabalho brasileira e se encontram á margem das estatísticas oficiais, pois a 
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maioria deles não são segurados da Previdência Social. Por isso, o TEM estima que o 
número de acidentes de trabalho no Brasil pode ser o dobro daqueles registrados pelas 
estatísticas oficiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Obrigações da empresa – envio de cat 
A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de 
proteção e segurança da saúde do trabalhador, sendo também seu dever prestar 
informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a 
manipular. 
 
Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as 
normas de segurança e higiene do trabalho. 
 
Nos casos de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho indicadas 
para a proteção individual e coletiva, a previdência social proporá ação regressiva 
contra os responsáveis. 
 
O pagamento pela Previdência Social das prestações decorrentes do acidente do 
trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de terceiros. 
 
Por intermédio dos estabelecimentos de ensino, sindicatos, associações de classe, 
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, órgãos 
públicos e outros meios, serão promovidas regularmente instrução e formação com 
vistas a incrementar costumes e atitudes prevencionistas em matéria de acidentes, 
especialmente os acidentes de trabalho. 
 
A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro 
dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade 
competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do 
salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e 
cobrada pela Previdência Social. Desta comunicação receberão cópia fiel o acidentado 
ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. Deverá 
ser comunicado os acidentes ocorridos com o segurado empregado (exceto o 
doméstico), o trabalhador avulso, o segurado especial e o médico-residente. 
 
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio 
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu 
ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo de apenas um dia 
útil. Nesta hipótese, a empresa permanecerá responsável pela falta de cumprimento da 
legislação. Caberá ao setor de benefícios do INSS comunicar a ocorrência ao setor de 
fiscalização, para a aplicação e cobrança da multa devida. 
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Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, 
pela Previdência Social, das multas previstas para o descumprimento desta 
obrigatoriedade. 
Considera-se como dia do acidente, no caso de doençaprofissional ou do trabalho, a 
data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia 
da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para 
este efeito o que ocorrer primeiro. 
Estabilidade provisória do acidentado 
O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do 
auxílio-doença acidentário, independentemente da percepção de auxílio-acidente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Acidente de trabalho - responsabilidade do empregador? 
"Pago porque a lei me obriga, mas não concordo. A desatenção dele foi o que provocou 
o acidente. Porque sou eu o responsável?" 
Esta reação por parte dos empresários é bem comum por não se sentirem responsáveis 
pela causa do acidente e, tampouco, serem condenados ao pagamento de indenização 
por dano moral ou material ao empregado acidentado. 
Assim como o empregador acredita muitas vezes não ser o culpado pelo empregado 
sofrer um acidente, não seria razoável acreditar que o empregado tivesse a intenção de 
provocar o acidente, sob pena de ficar inválido ou incapacitado, sem poder prover o 
sustento à sua família ou pelo risco de estar "descartando" sua vida pessoal ou 
profissional. 
O prejuízo material decorrente do acidente de trabalho se caracteriza pela diminuição 
das possibilidades em obter os mesmos rendimentos por meio da força de trabalho de 
que dispunha o empregado antes do fato ocorrido. Essa redução diz respeito à profissão 
ou ofício então desenvolvidos, em que se comprova a diminuição da capacidade de 
trabalho por parte do empregado, consoante entendimento extraído do art. 950 do 
Código Civil de 2002. 
Dever de indenizar - dolo ou culpa? 
O dever de indenizar surgiu da teoria do risco gerado, ou seja, se é o empregador quem 
cria o risco por meio de sua atividade econômica (empresa), a ele caberá responder 
pelos danos causados, independente de dolo ou culpa. A este contexto atribuímos a 
teoria da responsabilidade objetiva. 
Assim dispõe o art. 927 do Código Civil ao determinar que haja obrigação de reparar o 
dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a 
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano (empregador) implicar, por sua 
natureza, risco para os direitos de outrem. 
Se o empresário se propõe a estabelecer uma empresa que pode oferecer riscos na 
execução das atividades, se contrata pessoas para executar estas atividades e se os 
benefícios (lucros) gerados à este (empregador) devem ser atribuídos, logo, o risco do 
negócio, assim como os resultantes dos acidentes, também deverão ser por ele 
suportados. 
Por outro lado, há entendimento de que se deveria aplicar, nestes casos, a teoria da 
responsabilidade subjetiva, ou seja, somente após comprovar que houve dolo ou culpa 
do empregador é que lhe imputaria a responsabilidade pelo acidente e, 
consequentemente, o dever de indenizar. 
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A Constituição Federal dispõe em seu artigo 7º, inciso XXVIII, que é direito dos 
trabalhadores o seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir 
a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 
O dolo é a intenção de agir em desfavor ao que dispõe a lei ou contrariamente às 
obrigações assumidas, agir de má-fé, é enganar mesmo com pleno conhecimento do 
caráter ilícito do próprio comportamento. 
A culpa é a negligência, a falta de diligência (cuidado) necessária na observância de 
norma de conduta, isto é, não prever o que poderia ser previsível, porém sem intenção 
de agir ilicitamente e sem conhecimento do caráter ilícito da própria ação. 
Como se pode observar há uma norma constitucional direcionando para a 
responsabilidade subjetiva e uma norma infraconstitucional direcionando para a 
responsabilidade objetiva. 
Entendimento jurisprudencial - nexo de causalidade 
Assim como em diversos outros aspectos trabalhistas, a questão fica para ser 
solucionada pelo entendimento jurisprudencial, onde os juízes, diante de cada caso 
concreto, tomam as decisões mediante as provas apresentadas no processo. 
Ora pode-se comprovar que houve culpa do empregado no acidente de trabalho pela 
falta de cuidado ao manusear o equipamento ou executar a tarefa, mesmo com todas as 
orientações e treinamentos necessários, ora pode-se comprovar que houve culpa do 
empregador que, por não observar as normas de segurança ou por obrigar o empregado 
a laborar frequentemente em horas extras causando-lhe desgaste físico e mental, 
proporcionou o acidente. 
Assim, o acidente do trabalho, por si só, é insuficiente para gerar a obrigação 
indenizatória por parte do empregador, pois, somente se verificará a obrigação de 
ressarcir os danos quando na investigação da causa, ficar comprovado que este dano é 
consequência direta e imediata (nexo de causalidade) de uma atuação dolosa ou culposa 
do empregador. 
Dentre as considerações apontadas nos acórdãos da Justiça do Trabalho, mencionamos 
algumas a seguir: 
"RESPONSABILIDADE CIVIL- ACIDENTE DE TRABALHO - PROVA DA CULPA DO 
EMPREGADOR – NECESSIDADE. Responsabilidade civil - Acidente de trabalho - Ato 
ilícito - Indenização de direito comum - Culpa do empregador não demonstrada - 
Recurso provido. A obrigação de indenizar do empregador, por acidente de trabalho, 
somente se corporifica quando caracterizados o dano, sofrido pelo empregado, o dolo ou 
a culpa do empregador e o nexo etiológico entre ambos. Não logrando o obreiro 
demonstrar que o evento resultou de ação culposa atribuível ao empregador, improcede 
a ação indenizatória, permanecendo o fato dentro da esfera do risco próprio da atividade 
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empresarial, coberto pelo seguro social."(Ac un da 4.ª C Civ do TA PR - PR 38.377-7 - 
Rel. Juiz Mendes Silva, Convocado - j 21.08.91 - DJ PR 06.09.91). 
"...Disse o acórdão regional que a vítima sofreu o acidente quando estava, na qualidade 
de empregado, executando um trabalho de interesse do empregador, não havendo 
dúvida, portanto, de que o acidente teve relação com o vínculo de emprego. Destacou, 
ainda, que a atuação culposa da empresa ficou evidenciada pelo fato de ter permitido 
que um funcionário seu, sem qualificação específica, realizasse um serviço de alto risco, 
sem disponibilizar os equipamentos que garantissem a sua integridade física..." PROC 
TST RR-566/2005-038-12-00.1. 
"...No caso sub judice, o perito da Previdência Social, através do laudo de fls. 122, 
concluiu que a recorrente é portadora de tendinite calcificante do ombro, existindo 
incapacidade laborativa temporária em face desta doença, mas que a mesma não poderia 
ser enquadrada como doença do trabalho, posto não haver nexo causal entre o 
aparecimento da moléstia e as atividades exercidas pela autora em seu trabalho. Tanto 
isso é verdade, que foi concedido à segurada benefício de auxílio-doença, conforme se 
observa do citado laudo..." PROC. N.º TRT - 01792-2002-010-06-00-4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Bibliografia 
ACHCAR, Rosemary. O acidente de trabalho e sua representação 
BEDRIKOW, Bernardo. Regulamentação em segurança e saúde no trabalho 
COLETA, José Augusto Della. Acidentes de Trabalho: fator humano, contribuições da 
psicologia do trabalho, atividades de prevenção 
DAIBERT, Jefferson. Direito Previdenciário e acidentário do trabalho urbano 
FLEURY, Afonso; VARGAS, N. Organização do Trabalho 
OPITZ, O. & OPITZ, S. Acidentes do trabalho e doenças profissionais 
ZAMPIERI, Luiz Carlos. Diagnóstico atual dos acidentes do trabalho no Brasil e a 
auditoria do INSS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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