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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO ARQUITETURA E URBANISMO PRAÇA DAS ARTES, SÃO PAULO BRASÍLIA 2019 1 INTRODUÇÃO O presente estudo de caso tem por tema a Praça das Artes de São Paulo, um trabalho parceria entre a Secretaria da Cultura e o escritório paulistano Brasil Arquitetura. O diferencial deste projeto é a maneira como a proposta arquitetônica promove o uso do espeço geográfico integrado à vida pública da cidade. Trata-se de um conjunto de edifícios em blocos que abrigam diferentes funções da arte ao mesmo tempo em que revitaliza o centro de São Paulo. O pavimento térreo foi totalmente aberto, possibilitando a livre circulação dos pedestres para atravessar a quadra. É aí que se estabelece a praça, a urbanidade, os encontros, o contato humano. A proposta da Praça das Artes também previu a revitalização de dois edifícios antigos próximos, conservando a identidade histórica local da arquitetura e promovendo novos usos para requalificar o espaço. Esse é um projeto rico em conceitos e ideias que busca apresentar iniciativas contemporâneas nas artes por meio de diferentes linguagens e caminhos. 2 DADOS DO PROJETO Localização: Avenida São João, Centro de São Paulo, SP Escritório Responsável: Brasil Arquitetura Área do Projeto: 28500.0m² Ano do Projeto: 2012 Autores: Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz + Luciana Dornellas Projeto Estrutural: FTOyamada Paisagismo: Raul Pereira Paisagismo 3 HISTÓRICO DO LOCAL/ÁREA DE INTERVENÇÃO O projeto está localizado na Avenida São João, uma das mais importantes vias arteriais do centro de São Paulo, ela possui conexão com a Via Expressa Elevado Costa e Silva, e está localizado próximo a ela, o Edifício Altino Arantes, que é um importante ponto focal. A Praça das Artes Surgiu devido à grande demanda de atendimento aos grupos de música e teatro, já que o teatro municipal não possuía infraestrutura suficiente para atender a todos de forma adequada, dessa forma surgiu o projeto da Praça das Artes, que visava melhorar a infraestrutura do local. Figura 1 – Mapa da cidade de São Paulo e Praça das Artes. Fonte: Google Mapas – Com adaptação. 4 JUSTIFICATIVA DA NECESSIDADE A Praça das Artes em São Paulo nasceu de uma proposta de complexo cultural voltado a atender diversos usos e promover a requalificação urbana do centro da cidade. O projeto tem um valor superior à arquitetura do edifício. Além de ser um conjunto de módulos dedicados à música, à dança e à exposição, é um espaço de convivência. Figura 2 – Praça das Artes, São Paulo. Fonte: Galeria da Arquitetura Um terreno em formato de ‘T’ foi o local de implantação, que se conecta com a Rua Conselheiro Crispiniano, a Avenida São João e o Vale do Anhangabaú. A escolha da locação se deu pelos edifícios históricos que já se encontravam no local, mas estavam degradados – o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e o Cine Cairo. Ambos os prédios seriam revitalizados como parte do projeto. Esse conjunto cultural desempenha um papel ativo na requalificação do centro da cidade pelo rico programa de uso atrelado à vida urbana. O projeto foi viabilizado a partir de um estudo da Secretaria Municipal da Cultura para um conjunto de edifícios que abrigassem grandes institutos de artes de São Paulo. A ideia era inserir o complexo no coração da cidade e promover um sentimento positivo para aqueles que frequentam o centro. Figura 3 – Perspectiva do projeto em croqui. Fonte: Archdaily 5 MEMORIAL DE USOS Enquanto edifício, a Praça das Artes é a sede da Escola de Dança e da Escola Municipal de Música de São Paulo e abriga grupos artísticos da Fundação Teatro Municipal. O conjunto dispõe de um piso térreo totalmente livre por onde as pessoas podem circular livremente e cruzar a quadra, é a chamada Travessa das Artes, ou galeria aberta, onde estão instalados pontos comerciais para atrair o movimento das ruas do entorno. O arquiteto Marcos Pasquim, um dos responsáveis pelo projeto, caracteriza esse pavimento como “a continuação natural das ruas”. Logo acima, os blocos de edifício em concreto se organizam em volumes conectados por passarelas e rampas. O elemento central é um módulo que abriga a sede da Orquestra do Balé da Cidade, a do Quarteto de Cordas, entre outras. Logo ao lado, o módulo educacional abriga a Escola de Música, a Escola de Bailado, um restaurante, uma área de convivência e o Conservatório, que engloba um espaço para exposições artísticas, eventos e apresentações musicais. O antigo Conservatório Dramático Musical foi reabilitado com novos usos e espaços de circulação e estar que abrigam as instalações para as escolas de artes corporais. O edifício do Conservatório deixou de ser um objeto isolado na cidade e se tornou parte da Praça das Artes. Figura 4 – Fachada principal da praça das artes. Fonte: Archdaily A fachada do Cine Cairo foi preservada como registro da arquitetura histórica de São Paulo. Esses edifícios antigos são testemunhos da arquitetura da cidade no século passado. Anexada ao prédio do Conservatório, uma torre funciona como centro articulador de todos os departamentos do conjunto. Todo o setor administrativo, a circulação vertical, os halls de chegada e distribuição, os sanitários e vestiários estão neste edifício. 6 SISTEMA CONSTRUTIVO E MATERIAIS Segundo o website Archdaily, o Projeto Praça das Artes restaurou e reabilitou o edifício do Antigo Conservatório Dramático Musical de São Paulo, que se localizava em uma região degradada do centro da cidade. Foi construído um complexo de novos edifícios que abrigam instalações para o funcionamento das Escolas e dos Corpos Artísticos do Teatro Municipal. Os materiais utilizados na construção dos edifícios foram basicamente o concreto e vidro. O concreto foi utilizado na estrutura e no acabamento, pois é um material que requer pouca manutenção, resistente e cria uma identidade para a edificação. Figura 5 – Fachada com concreto aparente pigmentado e janelas de vidro. Fonte: Archdaily Na fachada do prédio administrativo, foi utilizado o concreto aparente pigmentado, sendo o elemento principal da identidade do edifício, que estabelece uma familiaridade com o entorno; e o vidro, formando “panos de vidro”, que são janelas que permitem a entrada de luz e ventilação. No piso foi usada a “laje flutuante”, concretada sobre um sistema de amortecedores acústicos, que funcionam como isolante, evitando a transmissão de vibrações e sons às salas vizinhas, promovendo o conforto acústico. 7 CONFORTO AMBIENTAL Segundo o website Infoescola, oclima de São Paulo é o tropical de altitude, sendo caracterizado por temporada de chuvas durante o verão, seca no inverno e temperatura média superior a 22º C nos meses mais quentes. A Praça das Artes, mesmo estando em uma região central com uma vizinhança predial caótica, em questão da volumetria e das normas de ventilação e insolação saudáveis, é um projeto que consegue amenizar os problemas com a sua localização. Em todos edifícios foram implantadas pequenas janelas para a entrada de insolação de forma ideal e balanceada, proporcionando conforto térmico e luminoso. Por essas janelas também entra a ventilação, mas sua eficácia é limitada, sendo usado ar condicionado quando necessário. Em todos os edifícios é feito tratamento acústico para que a poluição sonora urbana não atrapalhe as atividades artísticas que ocorrem internamente. Tendo em vista o contexto urbano ao seu redor, o conforto ambiental, térmico e acústico é bem trabalhado, proporcionando uma ótima experiência aos que frequentam o local. Figura 6 – Vista posterior da Praça das Artes, São Paulo.Fonte: Archdaily ÁREA DE INTERVENÇÃO DA PRAÇA DAS ARTES 8 SITUAÇÃO O terreno está situado no antigo Conservatório Dramático Musical de São Paulo, que se encontrava incrustado no coração de uma região degradada do centro da cidade, é um importante marco histórico e arquitetônico. Figura 7 – Planta de Situação da Praça das Artes Sem escala Fonte: Archdaily 9 VOLUMETRIA E SETORIZAÇÃO A Praça das Artes se encontra em um terreno mínimo muito bem aproveitado, contaNdo com diversos usos e funções, Oferecendo conforto e comodidade para a população local. Figura 8 – Esquema de setorização e volumetria da Praça da Artes. Fonte: Archdaily Os edifícios possuem de um a quatro pavimentos. Cada pavimento oferece algum tipo variado de serviço. O projeto restaurou e reabilitou este edifício, e vinculou-o a um complexo de novas construções e espaços de circulação e estar. 10 PLANTA BAIXA Figura 9 – Planta baixa do pavimento térreo. Fonte: Archdaily – Com adaptação. Figura 10 – Planta baixa do primeiro pavimento. Fonte: Archdaily – Com adaptação. Figura 11 – Planta baixa do segundo pavimento. Fonte: Archdaily – Com adaptação. 11 CORTES Figura 12 – Corte Longitudinal A Fonte: Archdaily Figura 12 – Corte Longitudinal B Fonte: Archdaily 13 CONCLUSÃO A Praça das Artes é positivamente rica em diversos aspectos; seja pelo conjunto de linguagens artísticas que abriga, pelas soluções de distribuição do programa ou pela maneira como promove a integração com a vida pública no centro de São Paulo. O projeto promove o pensamento da relação entre edifício e local de implantação. Entender o espaço condiciona conceitos e isso fica claro no trabalho do escritório Brasil Arquitetura. O programa de usos foi desenvolvido de maneira inteligente e a proposta ainda integrou a requalificação de edifícios importantes que estavam esquecidos na cidade, preservando a identidade histórica como testemunho de outro período. Vale citar que o ponto baixo da Praça se encontra no paisagismo, muito árido para a grande quantidade de concreto e áreas pavimentadas. Contudo, todo esse complexo cultural é uma importante contribuição física e ideológica para a arquitetura. O grande diferencial da Praça das Artes é propor um edifício que não funciona como um elemento isolado no meio da cidade, mas que se conecta com os arredores e estimula o desenvolvimento dos mesmos. BIBLIOGRAFIA ARCHDAILY. PRAÇA das Artes / Brasil Arquitetura. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura>. Acesso em: 18 mar. 2019. MELLO, Tais. Praça das Artes / Brasil Arquitetura. Disponível em: <https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/brasil-arquitetura_marcos-cartum- arquitetos-associados_/praca-das-artes/362>. Acesso em: 18 mar. 2019. VITRUVIUS. Praça das Artes. 2013. Disponível em: <http://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.151/4820>. Acesso em: 18 mar. 2019. LEAL, Sheilla. Conheça a Praça das Artes. 2017. Disponível em: <https://spcity.com.br/conheca-praca-das-artes/>. Acesso em: 18 mar. 2019. WIKIPEDIA. Praça das Artes. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_das_Artes>. Acesso em: 18 mar. 2019. http://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura http://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/brasil-arquitetura_marcos-cartum- http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/brasil-arquitetura_marcos-cartum- http://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.151/4820
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