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Resumo - Kniajínskaia - A INCONSISTÊNCIA DA CONCEPÇÃO DEMOGRÁFICA NEOMALTHUSIANA DO PROBLEMA ALIMENTAR

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 
INSTITUTO DE GEOGRAFIA, DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE 
CURSO DE GEOGRAFIA 
Disciplina: Geografia da População Profa. Marta Luedemann 
Nome: Schandler Farias de Souza Turma: ( ) Tarde (x) Noite 
Curso: ( ) Bacharelado ( x ) Licenciatura Currículo: ( ) 60 horas ( x ) 54 horas 
 
Resumo nº: 6 Autor(es): L. Kniajinskaia 
Título: A INCONSISTÊNCIA DA CONCEPÇÃO “DEMOGRÁFICA” NEOMALTHUSIANA DO PROBLEMA ALIMENTAR Capítulos: 
4 (4.1 e 
4.2) 
(Enviar resumo para: martageoufal@gmail.com;) 
 
Kniajísnkaia inicia mostrando que a "explosão demográfica" aparece de forma completamente 
diferente e deturpada nas obras de muitos economistas, demógrafos e sociólogos burgueses 
contemporâneos dedicadas aos problemas do desenvolvimento dos países da Ásia, África e América 
Latina. Tudo isto se faz seguindo à letra as tradições do malthusianismo clássico que até hoje constitui 
uma das tendências mais reacionárias e anticientíficas do pensamento burguês. Em seu livro, Malthus 
explicou a ruína em massa dos camponeses e artesãos e o crescimento do desemprego, como 
ideólogo reacionário da burguesia, que era empenhado em justificar o capitalismo e demonstrar que a 
causa dos males das massas populares reside não nas relações sociais exploradoras, mas nas leis da 
natureza, eternas, puramente biológicas. 
O vício da base metodológica da teoria malthusiana está tornar os processos demográficos 
biologizados e na sobrestimação do seu papel como fatores determinantes do desenvolvimento 
social, isto é, na combinação do determinismo biológico e demográfico. Destas teses teóricas gerais 
anticientíficas, Malthus deduziu uma "lei" abstrata "para todos os tempos e todos os povos", segundo 
a qual os meios de subsistência aumentavam em progressão aritmética e a população, em progressão 
geométrica. Nesta interpretação matemática do aumento da população e dos meios de subsistência, a 
fome aparece corno reguladora natural do equilíbrio entre os bens alimentares e a população, quando 
a própria população não toma medidas para conter o seu aumento. «Malthus argumentava o seu 
pessimismo na avaliação das possibilidades de incremento dos bens alimentares com a chamada "lei 
da decrescente fertilidade do solo". 
Quanto à tendência a multiplicar-se em progressão geométrica, supostamente inerente à 
humanidade, Malthus relacionava-a com a luta dos seres humanos pela existência, pondo assim o sinal 
de igualdade entre as leis da sociedade humana e dos animais. De acordo com a teoria 
neomalthusiana, aplicada à atual situação do mundo em vias de desenvolvimento, o princípio biológico 
no comportamento dos homens predetermina o carácter dos processos demográficos que tomaram 
dimensões de "explosão demográfica", enquanto os fatores demográficos são os determinantes do 
desenvolvimento socioeconómico. Seguindo esta ordem de pensamentos, a miséria e a fome nos 
países em desenvolvimento seriam consequência da "natalidade" "desmedida", e a 
pseudoteoria, criada por Malthus há mais de 150 anos, veio a, tornar-se uma forma muito cômoda da 
apologia burguesa, não sendo de admirar que dela se tenham aproveitado os ideólogos modernos do 
capital monopolista. 
Se no passado, servia para justificar o colonialismo, presentemente tem por objetivo legitimar a 
exploração neocolonial dos países em vias de desenvolvimento e a sua situação dependente no 
sistema de economia capitalista mundial, representantes do neomalthusianismo utilizam a coincidência 
geográfica da taxa elevada de crescimento populacional com o baixo nível de vida dos povos dos 
países em vias de desenvolvimento como material empírico para confirmar as suas pseudoteorias 
sobre a origem biológica da miséria e da fome e a possibilidade de as superar sem luta anti-imperialista 
e de classes. Esta atitude revela o afã da burguesia monopolista em isentar o imperialismo da 
responsabilidade pela fome e os sofrimentos dos povos das antigas colônias e semicolónias e lançá-la 
sobre os próprios trabalhadores desses países. Destaca-se que os pobres se multiplicam sem leis e 
têm por isso mais filhos do que desejam. 
Ideia que soma as teses anticientíficas e reacionárias do neomalthusianismo, colocadas na base 
das recomendações ocidentais para a política do "planejamento familiar" nos países em vias de 
desenvolvimento. a esperança de um nível de vida mais elevado. 
Para evitar incômodos, o rápido aumento da população é apontado como uma das causas da 
crise. Tal como Malthus, os neomalthusianos consideram a fome um fator "natural" chamado a regular 
a população quando esta se torna "excessiva". Explicam a fome maciça que, nos meados dos anos 
70, rebentou em muitas regiões do mundo em vias de desenvolvimento, como um resultado da ação 
desse "regulador". 
 Não se diz nada sobre a necessidade de acabar rapidamente com o atraso social e econômico 
originado pela longa exploração colonial e neocolonial desses países. O neomalthusianismo exerce 
certa influência nas concepções dos cientistas e homens públicos dos países asiáticos, africanos e 
latino-americanos. Alguns representantes dos países em vias de desenvolvimento falaram na 
conferência sobre os atuais problemas socioeconômicos dos seus países segundo posições 
manifestamente neomalthusianas. " De fato, a teoria de Malthus hoje justifica-se mais do que nos 
tempos do próprio Malthus, porque a pressão da população sobre os recursos aumentou agora como 
nunca". 
Mas por mais corretas que estas relações sejam do ponto de vista matemático têm sempre um 
caráter abstrato, afastado da realidade. Embora caracterizem no geral o nível de desenvolvimento 
econômico e de abastecimento alimentar, os índices médios da produção e do consumo per capita dos 
meios de subsistência não refletem a situação real das massas populares. Na realidade, o subconsumo 
alimentar das camadas pobres da população deve-se não só e muitas vezes não tanto ao insuficiente 
desenvolvimento e volume da produção de bens alimentares, quanto à injusta distribuição dos bens 
materiais nas sociedades antagônicas. Os neomalthusianos, contudo, fogem precisamente a este 
aspecto o social, do problema - o caráter da distribuição - concentrando a atenção na análise abstrata 
da relação entre o aumento da população e dos meios de subsistência. 
Não se deve refutar ou justificar o neomalthusianismo com referências a uma ou outra relação 
entre os ritmos do aumento da população e dos alimentos, pois na "doutrina" de Malthus isto não é o 
principal. A população de muitos países em vias de desenvolvimento cresceu no pós-guerra, de 
fato, em progressão geométrica, conforme Malthus escrevia, mas isso de modo algum confirma a 
justeza da sua concepção para demostrar o erro de Malthus tampouco basta alegar o aumento da 
produção dos bens alimentares alcançado muito mais rapidamente o que seria possível conseguir em 
progressão aritmética, denominada já por Marx de "quimérica". Mesmo se nalguns países ou grupos 
de países, em determinada etapa histórica do seu desenvolvimento, o crescimento da população 
ultrapassa o aumento dos meios de subsistência, como aconteceu e acontece em muitas antigas 
colônias e semicolônias nas condições da "explosão demográfica" e antes dela, isso não quer dizer 
que a fome e a subalimentação se devem exclusivamente a esta desproporção e que a própria 
desproporção é um fruto apenas do aumento da população. Os clássicos do marxismo-leninismo 
revelaram a inconsistência das teses metodológicas iniciais da teoria de Malthus, e a vida mostrou ser 
correta a crítica marxista à "lei da fertilidade decrescente" e à concepção do biologismo social. 
"O principal na crítica marxista-leninista do malthusianismo consiste em reconhecer que "esta 
teoria não é de modo nenhum uma simples construção aritmética com o número da população de hoje 
ou de amanhã no denominador e a superfície Terra ou o rendimento nacional no numerador, Sem serecusar a analisar esta correlação os marxistas não esquecem que ela é abstrata e que o rendimento 
nacional apenas no papel se divide pelo número de habitantes que a distribuição dos rendimentos não 
tem na realidade nada a ver com esta divisão e por isso as médias por habitante da produção, do 
abastecimento de terra, o rendimento, etc., não estão à altura de caracterizar a situação do povo. “ A 
teoria de Malthus é errada porque explica incorretamente a origem dos males de que hoje sofrem os 
trabalhadores". "Uma das características do malthusianismo é a sua extraordinária flexibilidade, o seu 
poder de adaptação às novas situações socioeconômicas e demográficas, a sua capacidade de 
manipular novos fenômenos do desenvolvimento mundial, deturpando-os em benefício dos seus 
objetivos. " Entre as causas da vitalidade das teorias malthusianas destaca-se antes de mais o 
interesse conservado e mesmo crescente dos ideólogos da burguesia em defender as bases da 
sociedade capitalista quando a crise geral do capitalismo se aprofunda. 
A segunda causa consiste no fato de nas condições atuais se terem tornado mais complexas as 
ligações causais dos fatores demográfico e socioeconômico do desenvolvimento da sociedade. A 
"explosão demográfica" predeterminada pelas causas biológicas naturais conduz por sua vez à 
insuficiência dos recursos materiais "para todos". E, por último, é de notar que a abordagem pelo 
próprio Malthus de muitos aspectos do problema do crescimento econômico e demográfico, por um 
lado, e, por outro, a contradição entre algumas teses da sua teoria permitem que os seus discípulos 
voltem reiteradas vezes as obras dele. As obras de Malthus publicadas em diferentes edições, que se 
contradizem, de diferentes anos dão margem a modificações, ao mesmo tempo que se conserva a sua 
orientação apologética reacionária. 
Isso levou os seus adeptos, para não perder as suas posições, a avançar em primeiro lugar nos 
seus raciocínios o aspecto ecológico do desenvolvimento contemporâneo, pensando erradamente que 
não está ligado aos fatores socioeconômicos. A nova variante do malthusianismo serviu de base à 
concepção do esgotamento dos recursos naturais difundida no começo dos anos 70 na literatura 
burguesa. Segundo esta concepção, a fome global é resultado da inevitável poluição e intoxicação 
progressiva do meio ambiente e do esgotamento dos recursos naturais para as necessidades da 
crescente população. Em muitas publicações científicas burguesas não só se afirma que o mundo está 
condenado a passar fome, como também se calcula a altura em que esta chegará. 
Adeptos das concepções de esgotamento chegam a predizer a morte da humanidade no limiar do 
século XXI causada pelo superpovoamento do planeta, o esgotamento dos recursos minerais e 
energéticos não renováveis, assim como dos recursos agrários e hídricos renováveis, e pela poluição 
do meio ambiente durante o crescimento econômico e o progresso técnico-científico. Outro manifestou-
se contra a introdução na agricultura das conquistas agrotécnicas em nome da manutenção do 
equilíbrio ecológico, alegando que "as tendências existentes na agricultura" que são acompanhadas da 
vontade de atenuar a pressão provocada pelo aumento inédito da população e obter colheitas máximas 
por unidade de superfície, geram grandes dificuldades do ponto de vista ecológico". Considera a 
população o principal fator prejudicial ao meio ambiente, frisando ao mesmo tempo o carácter 
exponencial do crescimento da população e a sua ação destruidora desproporcionada sobre o meio 
ambiente. 
P. Ehrlich defende a medida reativa de estabilização do aumento da população e não a exploração 
racional da terra. Considera a "explosão demográfica" como base da escalada de problemas da 
sociedade contemporânea que conduzem em "fim da afluência". "A sociedade pode tentar aumentar 
ao máximo o número de pessoas ou atingir o máximo nível de vida para uma pessoa isolada, mas 
conseguir as duas coisas ao mesmo tempo é impossível.” 
Os autores do livro predizem a suspensão do crescimento econômico e demográfico para o ano 
2100. Trata-se de um estudo em que, com o objetivo de construir os modelos do futuro 
desenvolvimento do mundo todas as reservas agrárias serão integradas na economia até ao ano 
2000, se a produtividade duplicar, até ao ano 2030 e se quadruplar, até 2060. Por falta de alimentos 
aumentará a mortalidade e começará a reduzir-se a população. 
Tenta-se ressuscitar o malthusianismo, na interpretação dos problemas da interação entre a 
sociedade e o meio ambiente, sem mencionar o nome do famoso pregador da "restrição moral 
voluntária" para a salvação da fome e da miséria. Para fundamentar as suas concepções, alegam 
pensar ser o aumento da população, do país e a abundância ou a carência dos bens a causa principal 
das mudanças que ocorrem na sociedade. O determinismo demográfico na análise dos problemas das 
relações entre a natureza e a sociedade revela-se na própria metodologia dos autores. A principal tese 
do malthusianismo clássico consiste em que o aumento da população se adianta obrigatoriamente ao 
aumento dos meios de subsistência nas condições de escassez de recursos, da fertilidade decrescente 
do solo, etc., e, por isso, é preciso limitar crescimento populacional para manter o equilíbrio entre a 
sociedade e a natureza. 
Na variante modernizada do malthusianismo parte-se do princípio de que o aumento da população 
estimula o consumo e o aumento, desnecessário para a sociedade, do produto nacional bruto, o 
que, no fim de contas, condena a humanidade à morte pela fome em consequência do esgotamento 
dos recursos naturais e a poluição do meio ambiente. Assim, nas teorias malthusianas modernizadas, a 
fome aparece como resultado do progresso técnico-científico. Acham que qualquer nova tecnologia 
não mudará, mas apenas catalisará a tendência para o crescimento e, portanto, para a catástrofe 
mundial. 
Os "finalistas" veem no agravamento da crise alimentar em alguns países em vias de 
desenvolvimento os primeiros sintomas da futura catástrofe mundial. Os preços dos produtos 
alimentares subirão tão alto que algumas pessoas vão passar fome e outras serão obrigadas a reduzir 
a área de terra utilizada e a passar para uma alimentação mais pobre. 
O ano de 1975 é declarado num livro como o ano do começo da fome. Diz ainda que "as várias 
nações sentirão falta de alimentos em períodos diferentes, mas já em 1975 uma crise alimentar 
bastante séria desencadear-se-á numa série de países em situação de miséria e o problema tornar-se-
á assim completamente visível. " “Chegará então o Tempo da Fome". 
A concepção do que a autora chama de “finalismo” na tese sobre a necessidade de conter o 
desenvolvimento econômico da sociedade é seriamente criticada pelos cientistas e políticos 
progressistas dos países em vias de desenvolvimento. Um conhecido cientista indiano, por 
exemplo, declarou à imprensa ser esta concepção inaceitável para os países em vias de 
desenvolvimento porque estes não sofrem de esgotamento dos recursos naturais, mas da sua 
insuficiente utilização. O apelo ao crescimento zero despreza grosseiramente os interesses das ex-
colônias, economicamente atrasadas. catástrofe ecológica e da fome global abstraem-se das 
diferenças existentes no nível de desenvolvimento económico entre as antigas colônias e os países 
imperialistas e das suas situações específicas. 
Abstraem-se, além disso, da existência de dois sistemas sociais mundiais diferentes e, por 
conseguinte, das diferenças de princípio na utilização dos recursos naturais do nosso planeta entre os 
países capitalistas e os países socialistas.

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