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RECUPERAÇÃO DE 
ÁREAS DEGRADADAS 
Thais Miranda
Desenvolvimento 
sustentável 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Diferenciar o crescimento econômico do desenvolvimento econômico
e sustentável.
 Reconhecer as principais vertentes econômicas que abordam os
problemas ambientais.
 Identi� car as características principais do ambientalismo e do am-
bientalismo radical.
Introdução
O crescimento das cidades, das indústrias e dos veículos estão causando 
impactos e alguns transtornos para o ar, o solo, as águas e outros ele-
mentos naturais. O desenvolvimento é necessário, porém, precisamos 
aprender a conviver com o meio ambiente, pois dependemos dele para 
sobreviver neste planeta. É importante que haja a viabilidade econômica 
e tecnológica nas ações voltadas para a produção de bens e serviços, mas 
eles não devem comprometer nossa qualidade de vida ou a de outras 
espécies, nem o futuro das próximas gerações.
Neste texto discutiremos os conceitos relacionados com o desenvol-
vimento sustentável, como as diferenças entre crescimento econômico e 
desenvolvimento econômico e sustentável e as diferentes correntes de 
pensamento econômico sobre a questão ambiental.
Crescimento e desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável é a possibilidade de atendimento das necessida-
des atuais sem que as necessidades das gerações futuras sejam comprometidas.
U1_C02_Recuperação de áreas degradadas.indd 30 13/09/2017 23:32:07
O propósito do desenvolvimento sustentável não é o de comprometer o desenvol-
vimento econômico e social.
Vários programas e movimentos devem ser desenvolvidos de modo simul-
tâneo, e não apenas arranjos ambientais ou sociais. Por isso, usa-se a expressão 
“educação socioambiental”.
Você deve lembrar-se sempre de que quem deve se comprometer fortemente 
em assinar e cumprir acordos de redução de emissões e ajustes de produtivi-
dade devem ser, prioritariamente, os países desenvolvidos, que apresentam 
reduzidos índices de pobreza.
As ciências ambientais oportunizam estudos e pesquisas para a elaboração 
de técnicas e tecnologias mais inteligentes, criando cenários ideais para que 
esses “desenvolvimentos” possam acontecer de forma melhor e mais inteligente. 
Um exemplo claro de produtividade é a ferramenta conhecida como “produção 
mais limpa”, que possibilita que o resíduo final da produção ou o produto 
retorne ao início do processo como matéria-prima. Esse procedimento implica 
redução de gastos para o empresário e diminuição de resíduos, criando-se um 
ciclo, não uma produção linear.
Para avançar sobre a reflexão acerca das compreensões sobre “desen-
volvimento” ou mesmo sobre índice de desenvolvimento humano (IDH) em 
contraponto com o que você deve acolher como definição de desenvolvimento, 
trabalho e cidadania, é conveniente ter um ponto de vista filosófico. Podemos 
identificar a raiz central da crise no final do século XX, no período em que 
o homem rompe com sua dimensão cosmopolita, ocorrendo a busca de cada
vez mais poder sobre seus semelhantes e sobre a natureza, elevando-se o
antropocentrismo. De uma crescente realidade que mostra seus limites, é
possível que nasçam novas práticas e compreensões que poderão constituir
outro paradigma.
Muitas fases do governo no Brasil nos fazem acreditar que aumentamos 
nosso IDH, aumentando também nosso poder de posses e compras. Uma 
parcela da população pode ter casas e carros; em contrapartida, não temos 
bons hospitais, transporte público de qualidade, segurança alimentar e escolas, 
e isso é o oposto do que se apresenta como “desenvolvimento” em alguns 
países europeus.
31Desenvolvimento sustentável
U1_C02_Recuperação de áreas degradadas.indd 31 13/09/2017 23:32:08
Todos devem ter a liberdade de escolher se gostam mais ou menos de 
trabalhar no campo, na indústria, na academia ou no escritório. No entanto, 
todas as opções devem ser apresentadas e estimuladas nas instituições edu-
cacionais, e nenhuma deve ser depreciada como trabalho ou estilo de vida.
Interfaces da economia 
Identifi cam-se diálogos sobre economia, desenvolvimento e insustentabilidade 
no ano de 1797, em O ensaio sobre a população, do economista britânico 
Thomas Robert Malthus (MALTHUS, 1999), o qual declarou que o cresci-
mento da população ocorre em progressão geométrica, mas o da produção de 
alimentos acontece em progressão aritmética. 
Após anos de desenvolvimento, verificou-se que, a cada 10 anos, a economia 
do mundo passa por ciclos de diversas escalas. Os progressos tecnológicos 
são cada vez mais incorporados ao cotidiano e à produção. A agricultura 
superou suas expectativas e progressões aritméticas. Além disso, julga-se 
que o esclarecimento dos homens, através da educação e do conhecimento 
científico, permite preparar as sociedades para o futuro. No entanto, nosso 
planeta segue sendo prioritariamente pobre, com inúmeros focos de miséria 
extrema e guerra. Esse desenvolvimento que tanto perseguimos foi eficaz? 
Para quem? Os focos de pobreza, a ignorância, a marginalidade, a intolerância 
cultural e religiosa e as guerras “respingam” em todos nós.
O planeta é, sobretudo, habitado por pessoas de 
baixa renda
A desigualdade entre pobres e ricos está aumentando entre países e também 
dentro das próprias nações, conforme informações de 2014 da ONU. Essa or-
ganização prega que o lugar onde a pessoa nasceu e viveu ou sua etnia e gênero 
não são determinantes de sua renda nem das oportunidades que o indivíduo 
pode ter para obter educação de qualidade, serviços de saúde básicos, trabalho 
decente, água potável, participação política e uma vida livre da violência.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) acredita que, atualmente, 
toda uma geração de jovens enfrenta a perspectiva de um futuro incerto e 
menos próspero do que o que teve a geração anterior. A situação de muitos é tão 
desesperadora que parece difícil acreditar que pode piorar. O resultado dessa 
situação é a profunda crise social que se instalou, a qual é, também, uma crise 
de justiça social. As economias avançadas e em desenvolvimento apresentam 
Desenvolvimento sustentável32
U1_C02_Recuperação de áreas degradadas.indd 32 13/09/2017 23:32:08
desigualdade digna de preocupação, tamanha sua intensidade. Hoje, pode-se 
dizer que a riqueza acumulada de cerca de 1% da população é equivalente 
àquilo que as 3,5 bilhões de pessoas mais pobres do planeta acumulam.
Outra hipótese sobre a economia 
José Eli da Veiga, o pai da Economia Ecológica, afi rma que modelos econômi-
cos e sociais assumidos pelas elites do poder econômico e dirigente dos países, 
principalmente após a Revolução Industrial, na segunda metade do século 
XX, já começavam a apresentar suas falhas. Dentro deste desenvolvimento, 
cientistas, economistas, políticos e empresários não contabilizaram algumas 
variáveis, como as pessoas (a parcela que não pode participar do consumo) e 
os custos ambientais. 
Este texto propõe que você relembre que a economia tradicional (de cerca 
de 200 anos) tomou “emprestados” os pilares das leis da mecânica para explicar 
seus processos – mais especificamente, a “ciência da locomoção”, em que é 
aplicada uma força sobre um objeto. Quando este se desloca, há um processo 
chamado “fenômeno previsível”. Aplicando-se outra força de sentido contrá-
rio, o “objeto” volta ao ponto de origem, tratando-se então de um “fenômeno 
reversível”. A terceira consequência desta mecânica – a “neutralidade” – foi 
questionada por não considerar os impactos ocorridos neste trajeto: o objeto 
ou fenômeno “vai” e “volta” sem nada acontecer durante o percurso. Quais 
são as mudanças que ocorrem neste deslocamento? 
O processo do sistema econômico tradicional considera o meio ambiente 
e as pessoas como “neutros”. Tal falácia pode ser mais bem compreendida 
com a metáfora do trator em um campo verde: você acelera e passa sobre a 
plantação em um sentido, porém, se engatar a marcha ré e retornar ao mesmopercurso, o que está sob o rastro do trator continua da mesma forma? 
Você pode perceber, então, que os recursos naturais e ambientais não 
representavam nenhuma preocupação ou mesmo obstáculos para o tipo de 
desenvolvimento econômico elaborado. O desenvolvimento e a prosperidade 
econômica dependiam pura e simplesmente do intelecto humano e da tecno-
logia. Se você observar com atenção, tudo à nossa volta é matéria e energia. 
Sem recursos naturais, condições favoráveis climáticas, entre outros fatores, o 
ser humano não produz nada – matéria nem energia, o que significa dizer, em 
outras palavras, que tudo vem da natureza. A Figura 1 ilustra esse processo.
33Desenvolvimento sustentável
U1_C02_Recuperação de áreas degradadas.indd 33 13/09/2017 23:32:08
Figura 1.
Energia nuclear
(fusão que ocorre
nas estrelas)
Luz
Energia potencial Energia cinética
Energia elétrica
Energia química
Energia térmica
Energia magnética
No ponto de vista da economia tradicional, essas ideias não foram leva-
das em consideração, pois a natureza é vista como recurso inesgotável. Na 
linguagem da economia, significa que não existe “controle de estoque”, mas 
apenas uma preocupação de controles sobre o fluxo, acumulando bens, objetos, 
capital, resíduos e tudo mais que nos cerca, em espaços finitos – cidades, 
continentes e planeta. 
Surge então, e com muita força, o paradigma das tecnologias limpas. Em 
1950, por exemplo, utilizava-se, digamos, uma unidade da natureza para pro-
duzir uma unidade de produto. Com o estímulo das reciclagens e reutilizações 
de resíduos nos processos de fabricação, passamos a utilizar, por exemplo, 
0,8% da natureza para fabricar uma unidade de produto. Aparentemente, essa 
mudança é genial, pois o impacto sobre a natureza diminuiu. No entanto, nossa 
atual produção e nosso consumo aumentaram 500%. Isso fica mais evidente 
quando você percebe que compramos e descartamos muito mais do que há 50 
anos. A temática ambiental está cada vez mais presente como preocupação 
dos países, imersa em um discurso político e econômico controverso, dando 
a ideia de que todos os benefícios sociais derivam do “crescimento”.
Desenvolvimento sustentável34
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Radicalismo contra o capitalismo
É neste ponto que você deve retomar os conceitos do capítulo anterior sobre 
um suposto radicalismo ambiental, travestido de idealismos anticapitalistas. 
Para que haja ações, melhorias, implementações e pesquisas efi cazes e rele-
vantes, é preciso haver equilíbrio de contrapontos e a consciência sobre qual 
o verdadeiro propósito das ações de responsabilidade socioambiental.
É fato que o regime capitalista não é modelo de economia e desenvolvi-
mento. No entanto, está extremamente enraizado. Você não pode inverter as 
prioridades. Enquanto este regime precisa, supostamente, ser desconstruído, 
você deve seguir trabalhando, pesquisando, dialogando e implementando tec-
nologias mais eficientes, entre outras melhorias. É necessário ter consciência 
a respeito da problemática do capitalismo, mas ainda mais necessário é seguir 
trabalhando em favor de uma mudança positiva para o planeta.
35Desenvolvimento sustentável
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MALTHUS, T. R. O ensaio sobre a população (1797).
MALTHUS, T. R. An essay on the principle of population. Oxford: Oxford University 
Press, 1999.
NASCIMENTO, L. F. et al. Gestão socioambiental estratégica. Porto Alegre: Bookman, 2008.
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