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Giulia Pacheco Souza É indicado insulinoterapia para todos os pacientes com DM tipo I, e em alguns casos de pacientes com DM tipo II, por exemplo, gravidez, DRC, insuficiência hepática, internação hospitalar decorrente de procedimentos cirúrgicos, infecções graves e complicações agudas do DM, e pacientes com glicemias elevadas (glicemia > 300 mg/dL ou HbA1c > 9%) ou com sintomas (polis: poliúria, polidipsia e perda ponderal - não acrescenta hipoglicemiante, e sim inicia insulinoterapia). Diabetes Mellitus - Parte 03 OBS.: a insulina ultrarrápida é prescrita para controlar a glicemia pós-refeição, assim aplica antes da refeição (bolus). Semelhante a insulina Regular, porém a primeira opção é melhor, já que a regular favorece episódios de hipoglicemia. OBS.: por ter uma ação de até 24 hrs, muitas vezes a insulina de ação prolongada é utilizada apenas 1x ao dia (basal). São responsáveis por controlar as glicemias pré-refeição, como a insulina NPH. No entanto, a NPH deve ser utilizada 2x ao dia, além de predispor mais a hipoglicemia. OBS.: as insulinas Mix (ultrarrápida + NPH) não são tão recomendadas, por dificultar a flexibilidade da dose. Giulia Pacheco Souza INSULINA - DIABETES TIPO II 1. Paciente com DM tipo II em uso de hipoglicemiantes orais em doses otimizadas, assintomático (sem polis), mas com controle glicêmico inadequado. Mantém os hipoglicemiantes orais. Inicia esquema BED TIME, com dose de 0,2 U / Kg / dia com aplicação à noite de insulina NPH. Avalia glicemia em jejum a cada 3-4 dias, visto que a NPH controla a jejum da manhã seguinte. Caso na reavaliação o paciente apresente glicemia fora da meta, reajusta a dose de NPH, sendo que glicemia em jejum > 130 mg/dL adiciona 2U e glicemia > 180 mg/dL acrescenta 4U. Ao atingir a meta da glicemia em jejum, solicita retorno após 90 dias. No retorno avalia HbA1c, se estiver dentro da meta permanece o esquema, mas se estiver fora e glicemia em jejum normal indica que o paciente está apresentando hiperglicemia em outros horários. Nesse caso solicita glicemia antes do almoço, antes do jantar e ao deitar (glicemias pré-prandiais). Na situação em que a glicemia antes do almoço esteja alterada existe 2 possibilidades: adiciona insulina de ação rápida no café da manhã OU adiciona insulina NPH ao café da manhã (caso escolha essa opção deve ser retirado a sulfoniureia, pois não podem ser usadas em associação devido ao grande risco de hipoglicemia). OBS.: se apenas a glicemia antes do almoço estiver alterada a melhor opção é 1 (insulina rápida), mas se além da glicemia antes do almoço, a glicemia antes do jantar também estiver alterada é preferível a opção 2, visto que iria cobrir essas duas glicemias pré-prandiais. OBS.: se adicionar a NPH também no café da manhã deve recalcular as dosagens, sendo 0,5 U / Kg / dia, e divide o valor (50%) entre os dois horários (ao deitar e no café da manhã). Na escolha da opção 1, não é necessário ajustar a dose de NPH à noite, apenas adiciona 4U de insulina regular no café e avalia o paciente com medida de glicemia 2 horas após o uso. Caso não atinja a meta desejável vai adicionando 2U até chegar no ideal. Giulia Pacheco Souza Na situação em que a glicemia antes do jantar estiver alterada existe 2 possibilidades: adiciona NPH no café da manhã OU adiciona insulina de ação rápida no almoço (melhor opção se apenas essa glicemia tiver alterada, pois ao escolher a 1º opção corre risco de o paciente fazer hipoglicemia pré-almoço). Na situação em que a glicemia ao deitar estiver alterada adiciona insulina de ação rápida ao jantar. Deve orientar o paciente para não aplicar muito tarde, visto que tem a chance de ter hipoglicemia na madrugada, logo recomenda que jante mais cedo. Após controlar e ajustar as doses adequadas para as glicemias pré- prandiais, pede que o paciente retorne em 90 dias com resultado de HbA1c. Se dentro da meta permanece o esquema, caso tiver fora checar as glicemias pós-prandiais: glicemia 2hrs após café, glicemia 2 hrs após almoço e glicemia 2 hrs após jantar. Caso ainda não esteja fazendo uso nesses horários, associa 2 a 4 U de insulina de ação rápida antes das refeições, em que as glicemias pós- prandiais estiverem alteradas. INSULINA - DIABETES TIPO I Utiliza o tratamento intensivo, com múltiplas doses (esquema basal-bolus) ou um sistema de infusão contínua de insulina subcutânea (bomba - padrão-ouro). O esquema basal-bolus (prefere-se as análogas) inicia com uma dose de 0,5 U / Kg / dia, mas pode chegar até 1,5 U / Kg / dia. E deve lembrar o paciente de fazer a medida glicêmica de forma regular. O basal representa 50% da dose diária total, enquanto o bolus os outros 50%. A aplicação da basal funciona da seguinte forma: insulina NPH (½ dose antes do café da manhã e ½ dose às 22 horas) OU insulina análoga de ação prolongada (Glargina ou Detemir ou Degludeca) 1x por dia pela manhã. Já a aplicação do bolus consiste no uso da insulina regular ou da ultrarrápida, sendo 1/3 antes do café, 1/3 antes do almoço e 1/3 antes do jantar. OBS.: pode chegar em um momento que o paciente DM tipo II estará em insulinização plena (24 hrs), nesses casos se o paciente for sintomático deve retirar todos os hipoglicemiantes orais. Caso assintomático retira somente sulfoniureia e mantém os demais. OBS.: paciente: 60 Kg. Dose inicial: 0,5 U / Kg / dia. 0,5 x 60 = 30 U necessárias para esse paciente por dia. Considerando o esquema basal-bolus seria 15 U basal e 15 U bolus. Em relação ao basal as opções seriam: insulina NPH 8 U antes do café e 8 U às 22 horas (não existe dose fracionada) OU 15 U de insulina de ação prolongada. Em relação ao bolus seria: 5 U no café, 5 U no almoço e 5 U no jantar de insulina regular ou ultrarrápida. Giulia Pacheco Souza Ao iniciar a insulinoterapia ou na 1º consulta do paciente já insulinizado é importante orientar sobre a forma de armazenamento e aplicação da insulina. A insulina deve ser armazenada na geladeira na parte inferior (longe do congelador), em especial acima da gaveta de frutas, não pode colocar na porta (oscilação de temperatura). Além disso, recomenda retirar a insulina 20 min antes da aplicação para reduzir a dor local. Antes da aplicação deve homogeneizar em movimentos suaves em forma de pêndulo ou rolar entre as duas mãos. Ademais, os principais locais de aplicação são o terço superior de braços, coxas, abdômen (2cm de distância do umbigo) e nádegas, sempre fazendo o rodízio destes lugares para evitar lipohipertrofia (nódulos subcutâneos nem sempre visíveis à ectoscopia, devendo palpar). O fenômeno do Alvorecer é uma hiperglicemia matinal, caracterizada pela redução da sensibilidade tissular à insulina entre 5 e 8 hrs da manhã decorrente do pico de GH liberado horas antes do início do sono. A conduta adequada é aplicar insulina NPH mais tarde (pico de ação coincidir com o horário de ação dos hormônios contrarreguladores) ou uso de bomba de infusão. Não deve aumentar a dose de NPH noturna, pois predispõe a hipoglicemia de madrugada, piorando o controle. Outra situação de hiperglicemia matinal é o efeito Somogy, em que ocorre uma hiperglicemia de rebote decorrente da liberação de hormônios contrarreguladores devido hipoglicemia no meio da madrugada (sudorese noturna). Para identificar esse efeito recomenda medir a glicemia às 3 hrs da madrugada, a fim de flagrar a OBS.: no caso do paciente em lua de mel, o esquema basal é mantido, no entanto orienta o paciente de antes de aplicar a regular aferir a glicemia, pois se estiver dentro da meta não pode insulinizar, a fim de evitar hipoglicemia.Giulia Pacheco Souza hipoglicemia. A conduta é reduzir a dose de insulina noturna e/ou fornecer mais alimentos ao deitar (ceia). Outro exemplo seria queda dos níveis circulantes de insulina provocando hiperglicemia na madrugada. A conduta seria aumentar a dose da insulina NPH à noite ou trocar o horário da aplicação para antes de deitar ou utilizar uma insulina de ação prolongada. Para diferenciar esses 3 eventos deve medir a glicemia às 3 hrs da manhã, em que no Alvorecer estará normal, Somogy detecta hipoglicemia (< 70 mg/dL) e este último evidencia hiperglicemia.
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