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Biologia Celular e Molecular O Transporte Transmembrana de Íons e Moléculas Capítulo 11 Introdução Por meio da prevenção do movimento livre de moléculas e íons para dentro e para fora das células, a membrana plasmática mantém diferenças essenciais entre a composição do líquido extracelular e do citosol. A combinação de lipídeos e proteínas que confere às membranas celulares suas propriedades de permeabilidade seletiva. Se as membranas celulares fossem compostas apenas pela bicamada de lipídeos, elas seriam excelente barreiras químicas, impermeáveis a praticamente todos os íons, aminoácidos, açucares e outras moléculas solúveis em água. No entanto, as membranas celulares devem atuar não apenas como barreiras, mas também como condutoras, transportando seletivamente moléculas e íons de um lado ao outro da membrana. Moléculas de glicose ricas em energia, por exemplo, devem ser importadas pela célula e os resíduos devem ser eliminados. O movimento de praticamente todos os íons e pequenas moléculas pelas membranas celulares é mediado por proteínas transportadoras de membrana – proteínas integrais de membrana, embebidas nas membranas celulares por múltiplos domínios transmembrana.. Essas proteínas transmembrana atuam como balsas, canais ou bombas para o transporte de moléculas e íons através do interior hidrofóbico da membrana. Em alguns casos, moléculas e íons são transportados de locais de alta concentração para locais de baixa concentração, processo termodinamicamente favorável, facilitado pela entropia. Exemplos incluem o transporte de água e de glicose do sangue para as células do corpo. Em outros casos, moléculas e íons devem ser transportados de locais de baixa concentração para locais de alta concentração, processo termodinamicamente desfavorável que só pode ocorrer quando uma fonte externa de energia estiver disponível para deslocar as moléculas contra o gradiente de concentração. Um exemplo é a capacidade da célula de concentrar prótons no interior dos lisossomos para gerar o baixo Ph no seu lúmen.. Frequentemente, a energia necessária é fornecida pelo acoplamento mecânico da liberação de energia pela hidrólise da ligação fosfoanidro terminal do ATP com o movimento de uma molécula ou íon pela membrana. Outras proteínas acoplam o movimento de íons ou moléculas contra seu gradiente de concentração com o movimento de outros a favor do seu gradiente, utilizando a energia liberada pelo movimento favorável de certos íons e moléculas para promover termodinamicamente o movimento desfavorável de outros íons e moléculas. O funcionamento adequado de qualquer célula depende do equilíbrio preciso entre a importação e exportação de diversos íons e moléculas. Visão Geral do Transporte Transmembrana Apenas Gases e Pequenas Moléculas não carregadas atravessam a membrana por difusão simples Com sua densa região central hidrofóbica, a bicamada fosfolipídica é amplamente impermeável a moléculas solúveis em água e íons. Apenas gases como o O2 e o CO2, e moléculas pequenas polares sem carga, como ureia e etanol, conseguem atravessar por difusão simples uma membrana artificial composta apenas por fosfolipídeos ou fosfolipídeos e colesterol. Essas moléculas também podem difundir pelas membranas celulares sem o auxílio das proteínas de transporte. Nenhuma energia metabólica é despendida, porque o movimento é de uma região de alta concentração para uma região de baixa concentração da molécula, a favor do seu gradiente de concentração químico. A taxa de difusão relativa de qualquer substancia através de uma bicamada de fosfolipídeos é proporcional ao seu gradiente de concentração pela bicamada e à sua hidrofobicidade e tamanho; o deslocamento de moléculas carregadas também é afetado por qualquer potencial elétrico de membrana. Quanto maior o gradiente de concentração da substancia, mais rápida será a sua taxa de difusão através da bicamada. A hidrofobicidade de uma substância é determinada pela mensuração de seu coeficiente de partição K, que é a constante de equilíbrio para a sua partição entre o óleo e a água. Quanto maior o coeficiente de partição de uma substância, mais solúvel ela é em lipídeos e, portanto, mais rápida será sua difusão através de uma bicamada. O primeiro passo, que também é a etapa limitante do transporte por difusão simples é o movimento da molécula da solução aquosa para o interior hidrofóbico da bicamada de fosfolipídeos, que tem propriedades químicas semelhantes à do azeite de oliva. É por essa razão que quanto mais hidrofóbica for uma molécula, mais rapidamente ela difundirá por meio de uma bicamada de fosfolipídeos. De maneira similar, os ácidos graxos de cadeia longa são mais hidrofóbicos do que aqueles com cadeias menores e irão difundir mais rapidamente através de uma bicamada de fosfolipídeos, independente da sua concentração. Se a substancia transportada tiver uma carga elétrica efetiva, seu movimento através de uma membrana será influenciado tanto pelo gradiente de concentração quanto pelo potencial de membrana (o potencial elétrico da membrana.). A combinação dessas 2 forças, chamada de gradiente eletroquímico, determina a direção energicamente favorável ao transporte de uma molécula carregada pela membrana. Três principais classes de proteínas transportam moléculas e íons através de biomembranas O transporte da maioria das moléculas para dentro e para fora das células requer o auxílio de proteínas de membrana especializadas. Mesmo no caso de moléculas com coeficiente de partição relativamente alto, o transporte é frequentemente acelerado por proteínas específicas, porque seu transporte por difusão simples não é suficientemente rápido para satisfazer as necessidades celulares. Todas as proteínas de transporte são proteínas transmembrana que contem vários segmentos que cruzam a membrana e que são, geralmente, hélices α. Ao formar uma passagem delimitada por proteínas através de membrana, acredita-se que as proteínas de transporte permitam o movimento das substancias hidrofílicas sem entrar em contato com o interior hidrofóbico da membrana. Serão apresentados os 3 tipos principais de proteínas de transporte Comentado [IA1]: Isso pq a bicamada fosfolipídica é hidrofóbica? Comentado [IA2R1]: • As bombas movidas por ATP (ou simplesmente bombas) são ATPases que usam a energia da hidrólise do ATP para mover íons ou moléculas pequenas por uma membrana contra um gradiente de concentração químico, um potencial elétrico, ou ambos. Esse processo, chamado de transporte ativo, é um exemplo de reação química acoplada. Nesse caso, o transporte de íons ou de moléculas pequenas contra gradientes eletroquímicos, que exige energia, é acoplado à hidrólise do ATP, que libera energia. A reação total – hidrólise do ATP e o movimento contra o gradiente dos íons ou das moléculas pequenas – é energicamente favorável. • Canais transportam a água, íons específicos ou moléculas hidrofóbicas pequenas através de membranas a favor dos seus gradientes de concentração ou potencial elétrico.. Como esse processo requer a participação de proteínas de transporte, mas não requer energia, ele é, algumas vezes, chamado de “transporte passivo” ou “difusão facilitada”, mas é mais apropriadamente denominado transporte facilitado. Os canais formam um “tubo”, ou passagem hidrofílica, que atravessa a membrana e pelo qual múltiplos íons ou moléculas de água se deslocam simultaneamente, em fila única e a taxas bastante rápidas. Alguns canais, denominados canais não controlados, ficam abertos a maior parte do tempo. A maioria dos canais iônicos, entretanto, abresomente em resposta a sinais químicos ou elétricos específicos. São os denominados canais controlados, pois uma proteína de “controle” alternadamente bloqueia o canal ou se desloca para abri-lo. • Transportadores (também chamados carreadores) são responsáveis pelo deslocamento de grande variedade de íons e de moléculas através de membranas celulares, mas em taxas mais lentas que os canais. Foram identificados 3 tipos de transportadores. As proteínas de uniporte transportam um único tipo de molécula a favor do seu gradiente de concentração. Ex: glicose e aminoácidos cruzam a membrana plasmática para o interior da maioria das células dos mamíferos com o auxílio do uniporte. Coletivamente, o transporte por meio de canais e de proteínas de uniporte é denominado transporte facilitado, indicando o movimento a favor do seu gradiente de concentração ou do gradiente eletroquímico Em contrapartida, as proteínas de antiporte e de simporte acoplam o movimento de um tipo de íon ou molécula contra seu gradiente de concentração com o movimento de um ou mais íons diferentes a favor do seu gradiente de concentração, na mesma direção (simporte), ou em direções opostas (antiporte). Essas proteínas são frequentemente denominadas cotransportadoras, em referencia a sua capacidade de transportar dois ou mais solutos simultaneamente. Assim como as bombas de ATP, as proteínas de cotransporte fazem a mediação de reações acopladas, nas quais uma reação energicamente desfavorável é acoplada a uma reação energicamente favorável. Contudo, a natureza das reações que fornecem energia para o transporte ativo nessas duas classes de proteínas é diferente. As bombas de ATP utilizam a energia da hidrólise do ATP, ao passo que o cotransporte utiliza a energia armazenada em um gradiente eletroquímico. Esse último processo é, às vezes, denominado transporte ativo secundário. Mudanças conformacionais são essenciais para a função de todas as proteínas de transporte. As bombas de ATP e as proteínas de transporte passam por um ciclo de mudanças conformacionais, expondo um sítio (ou sítios) de ligação em um lado da membrana em uma conformação, e para outro lado noutra conformação. Resumindo: bombas movidas por ATP (transporte ativo); Canais (difusão facilitada); Transportadores – Uniporte (difusão facilitada); Simporte e Antiporte (transporte ativo secundário/ou cotransporte) Comentado [IA3]: Não entendi porque essenciais mas ok O transporte facilitado da glicose e da água A maior parte das células animais utiliza glicose como substrato para produção de ATP; essas células geralmente utilizam o uniporte de glicose para sua absorção a partir do sangue e outros líquidos extracelulares. O transporte uniporte é mais rápido e mais específico que a difusão simples O transporte mediado por proteínas de um único tipo de molécula, como a glicose ou outras moléculas hidrofílicas pequenas, a favor do gradiente de concentração através de uma membrana celular é conhecido como uniporte. Diversas características distinguem o uniporte da difusão simples: 1. A taxa de movimento de substrato no uniporte é muito maior que a difusão simples através de uma bicamada de fosfolipídeos puros. 2. Como as moléculas transportadas nunca entram no núcleo hidrofóbico da bicamada de fosfolipídeos, o coeficiente de partição K é irrelevante. 3. O transporte é feito por um numero limitado de moléculas de uniporte 4. O transporte é reversível, e a direção do transporte irá mudar se a direção do gradiente de concentração for alterada. 5. O transporte é específico. Cada proteína de uniporte transporta apenas um único tipo de molécula ou um único grupo de moléculas relacionadas. Uma das proteínas de uniporte mais bem entendidas é a transportadora de glicose chamada GLUT1, encontrada na membrana plasmática da maioria das células de mamíferos. GLUT1 é especialmente abundante na membrana plasmática dos eritrócitos. A GLUT2 é expressa no fígado e nas células BETA do pâncreas, que secretam insulina. O genoma humano codifica uma família de proteínas GLUT transportadoras de açúcar O genoma humano codifica ao menos 14 proteínas GLUT de alta hemologia, GLUT1 a GLUT14, e todas parecem conter 12 hélices alfa transmembrana, sugerindo que todas evoluíram de uma única proteína ancestral de transporte. Acredita-se que as estruturas de todas as isoformas das proteínas GLUT sejam bastante semelhantes, e todas transportam açúcares. A proteína GLUT3 é observada nas células neuronais do cérebro. Os neurônios dependem de um influxo constante de glicose para o seu metabolismo. Outra isoforma da proteína GLUT, GLUT4, é expressa somente nas células de gordura e nos músculos, as células que respondem à insulina com o aumento de absorção da glicose, removendo a glicose do sangue. Na ausência da insulina, a GLUT4 é encontrada nas membranas intracelulares e não na membrana plasmática., portanto, não é capaz de facilitar a absorção da glicose a partir do líquido extracelular. A insulina induz a fusão dessas membranas internas ricas em GLUT4 com a membrana plasmática, aumentando o número de moléculas de GLUT4 presentes na superfície celular e, desse modo, a taxa de absorção de glicose. Esse é um dos principais mecanismos pelo qual a insulina reduz a glicose no sangue; defeito no deslocamento da GLUT4 para a membrana plasmática é uma das causas de diabetes em adulto, ou diabetes tipo II, doença caracterizada pela concentração alta contínua de glicose no sangue. GLUT5 é a única proteína GLUT com alta especificidade (preferencia) por frutose; o seu principal local de expressão é a membrana apical das células do epitélio do intestino, onde é responsável pelo transporte de frutose da dieta do lúmen do intestino até o interior das células. A pressão osmótica causa o movimento da água através de membranas O movimento da água para dentro e para fora das células é uma propriedade importante da vida dos microrganismos, plantas e animais. As aquaporinas são uma família de proteínas que permitem que a água e outras poucas pequenas moléculas não carregadas, como glicerol, atravessem as biomembranas de modo eficiente. A água se move espontaneamente, por uma membrana semipermeável, de soluções de baixa concentração de soluto (alta concentração relativa de água) para regiões de alta alta concentração de soluto (baixa concentração relativa de água), processo denominado osmose ou Comentado [IA4]: Membranas intracelulares (?) Comentado [IA5]: Quais membranas internas? fluxo osmótico. Na realidade, a osmose é equivalente à “difusão” da água através de uma membrana semipermeável. A pressão osmótica é definida como a pressão hidrostática necessária para impedir o fluxo efetivo de água por uma membrana que separa soluções com diferentes concentrações de água. Em outras palavras, a pressão osmótica equilibra a força termodinâmica regida pela entropia do gradiente de concentração de água. Nesse contexto, a “membrana” pode ser uma camada de células ou uma membrana plasmática permeável à agua, mas não aos solutos. As aquaporinas aumentam a permeabilidade das membranas celulares à água Em sua forma funcional, a aquaporina é um tetrâmero de subunidades idênticas de 28kDa. Cada subunidade contem 6 hélices alfa que cruzam a membrana e formam um poro central pelo qual a água pode se deslocar em ambas as direções, dependendo do gradiente osmótico. Uma vez que as aquaporinas não passam por alterações conformacionais durante o transporte da água, elas são capazes de transportar água com mais rapidez do que a proteína GLUT1 é capaz de transportarglicose. Os mamíferos expressam uma família de aquaporinas: 11 desse genes foram identificados no homem. A aquaporina 1 é expressa em abundancia nos eritrócitos; A aquaporina 2 homóloga é encontrada nas células epiteliais dos rins, que reabsorvem a água da urina, controlando a quantidade de água no corpo. A atividade da aquaporina 2 é regulada pela vasopressina, também chamada de hormônio antidiurético. A regulação da atividade da aquaporina 2 nas células renais em repouso é similar à regulação da proteína GLUT 4 nas células adiposas e musculares, de modo que a sua atividade não é necessária quando as células estão no seu estado de repouso e a água é excretada na urina, a aquaporina 2 é sequestrada na membrana das vesículas intracelulares, incapaz de mediar o transporte de água para as células. Quando o hormônio peptídico vasopressina se liga ao receptor de vasopressina na superfície das células, ele ativa uma via de sinalização que utiliza AMPc como sinalizador intracelular, induzindo a fusão dessas vesículas que contem aquaporina 2 com a membrana plasmática, aumentando a taxa de retirada de água e o seu retorno para a circulação, em vez de ir para a urina Mutações que causam a perda de função dos genes do receptor de vasopressina ou da aquaporina 2 causam diabetes insípido, doença marcada pela excreção de grandes volumes de urina diluída. Esses resultados demonstram que o nível de aquaporina 2 é um fator limitante para a reabsorção de água a partir da urina formada nos rins. Comentado [IA6]: Anotar que a atividade da aquaporina 2 é regulada pela vasopressina As bombas movidas por ATP e o ambiente iônico intracelular Em uma das principais classes de proteínas – as bombas movidas por ATP – que utilizam energia liberada pela hidrolise da ligação fosfoanidro terminal do ATP para o transporte de íons e diversas moléculas pequenas através de membranas contra o seu gradiente de concentração. Todas as bombas movidas por ATP são proteínas transmembrana com um ou mais sítios de ligação para ATP, localizados nas subunidades ou nos segmentos da proteína e sempre voltados para o citosol.. Essas proteínas, comumente chamadas de ATPases, normalmente não hidrolisam ATP em ADP e Pi, a menos que íons ou outras moléculas sejam transportadas simultaneamente. Existem quatro classes principais de bombas movidas por ATP Os membros de três classes ( P, F e V) transportam apenas íons, assim como alguns membros da quarta classe, a superfamília ABC. A maior parte dos membros da superfamília ABC transporta pequenas moléculas como aminoácidos, açúcares, peptídeos, lipídeos e outras moléculas pequenas, incluindo diversos tipos de fármacos • Classe P Todas as bombas de íons classe P são compostas por duas subunidades α catalíticas idênticas, cada uma contendo um sítio de ligação do ATP. A maioria delas também possui duas subunidades β menores que, normalmente, desempenham funções reguladoras. Durante o processo de transporte, ao menos uma das subunidades α é fosforilada (daí o nome classe P), e os íons transportados movem-se por meio da subunidade fosforilada. As sequencias de aminoácidos próximas ao resíduo fosforilado são conservadas em diferentes bombas. Essa classe inclui a ATPase Na+/K+ da membrana plasmática, que gera a baixa concentração citosólica de Na+ e a alta concentração citosólica de K+, típicas de células animais. Determinadas ATPases Ca²+ bombeiam os íons Ca²+ para fora do citosol, levando-os para o meio externo; outras bombeiam Ca²+ do citosol para o retículo endoplasmático ou para dentro do RE especializado, chamado retículo sarcoplasmático, encontrado nas células musculares. Outro membro da classe P, encontrado em células secretoras do acido do estomago dos mamíferos, transporta prótons (íons H+) para fora da célula e íons K+ para dentro da célula. • Classe F e V As estruturas das bombas de íons classe F e classe V são semelhantes, mas não têm relação e são mais complicadas do que as bombas classe P. As bombas classe F e classe V contém várias subunidades transmembrana e citosólicas distintas. Todas as bombas classe F e V conhecidas transportam apenas prótons, em um processo que não envolve uma fosfoproteína (proteína fosforilada) intermediária. • Classe V As bombas classe V geralmente trabalham pra manter o pH baixo dos vacúolos, das plantas e dos lisossomos e de outras vesículas ácidas nas células animais., pelo bombeamento de prótons do lado citosólico para o lado exoplasmático da membrana, contra um gradiente eletroquímico de prótons. Em contrapartida, as bombas H+ que geram e mantem o potencial elétrico da membrana plasmática nas células e plantas, fungos e diversas bactérias, pertencem à classe P de bombas de prótons. • Classe F As bombas da Classe F são encontradas nas membranas plasmáticas das bactérias, nas mitocôndrias e nos cloroplastos. Ao contrário das bombas V, elas geralmente funcionam como bombas prótons reversas, onde a energia liberada pelo movimento energicamente favorável de prótons (a partir do lado exoplasmático rumo ao lado citosólico da membrana, a favor do gradiente eletroquímico do próton) é utilizada para promover a síntese energicamente desfavorável de ATP a partir de ADP e Pi. • Superfamília ABC A última classe de bombas ativadas por ATP corresponde a uma grande família, de diversos membros, que apresenta maior diversidade de função que as demais classes. Conhecida como a superfamília ABC, essa classe inclui várias centenas de proteínas de transporte diferentes, encontradas em organismos que vão desde bactérias a humanos. Conforme detalhado abaixo, algumas dessas proteínas de transporte foram inicialmente identificadas como proteínas de resistência a múltiplos fármacos que, quando superexpressas em células de tumores, promovem a exportação dos fármacos contra o câncer, tornando os tumores resistentes à sua atividade. Cada proteína ABC é específica para um único substrato; ou para um grupo de substratos relacionados que podem ser íons, açúcares, aminoácidos, fosfolipídeos, colesterol, peptídeos, polissacarídeos ou até mesmo proteínas.
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