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Gabarito das Autoatividades de Literatura Portuguesa

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Gabarito das Autoatividades
LITERATURA PORTUGUESA
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2011/1
Módulo V
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GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE
LITERATURA PORTUGUESA
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 Releia o texto de Mikhail Bakhtin. Nele você pode observar as diferentes 
maneiras de o artista representar esteticamente as imagens, os objetos: 
ambiente, personagens. Assim, comente como o artista que lida com a palavra 
(escritor) representa esteticamente os objetos.
R.: A exemplo do poeta, cria-se a imagem, a forma espacial da personagem 
e seu mundo com o material verbal: por via estética, assimila e justifica, de 
dentro, o vazio de sentido e, de fora, a riqueza factual cognitiva da imagem, 
dando-lhe significação artística.
2 No primeiro capítulo deste tópico são apresentadas muitas definições de 
Literatura. Caro/a acadêmico/a, utilize a internet ou livros e pesquise outra 
definição de Literatura. Em seguida, transcreva-a e socialize-a com os demais 
acadêmicos no próximo encontro.
R.: Caro(a) Professor(a)-Tutor(a) Externo(a)! Solicite aos acadêmicos que 
efetuem uma pesquisa, seja em livros ou internet. Pede-se que, ao menos, 
cada um/a traga duas definições de autores diferentes. Organize-os para que 
seja efetuada a socialização das definições no grande grupo.
3 Conforme apresentado na terceira seção, a língua portuguesa foi levada, 
via navegações e descobrimentos, às diferentes partes do mundo. Pesquise 
os diferentes locais em que, no mundo, é falada a língua portuguesa.
R.: Importante que os acadêmicos sejam incentivados a pesquisar, inclusive 
no mapa, os locais em que a língua portuguesa é falada. Espera-se que 
todos cheguem aos seguintes locais, tidos como principais: Portugal, Brasil, 
Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e 
Timor Leste.
TÓPICO 2
1 Considere a cantiga apresentada, já transcrita em português moderno. 
Leia-a e, em seguida, responda algumas questões que são apresentadas:
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Com esta saudade, amigo,
que me faz triste e coitada,
já não vivo; e bem vos digo:
que seja a vossa morada,
amigo, onde me possais
falar, e onde me vejais.
Não posso, onde não vos vejo,
viver, bem o podeis crer;
e é tão grande o meu desejo
que peço: vinde viver,
amigo, onde me possais
falar, e onde me vejais.
Nasci num dia fatal:
por Deus, amigo, abrandai
a minha pena e meu mal;
eu vos suplico: morai,
amigo, onde me possais
falar, e onde me vejais.
- Senhora, eu irei morar
Onde quiserdes mandar.
 (Don Dinis)
 
a) Identifique o sentimento que a mulher expressa através desta cantiga.
R.: A mulher demonstra saudade e, por causa da saudade, está triste.
b) Nas palavras da cantiga, tente descobrir o motivo deste sentimento.
R.: A tristeza da moça é causada, provavelmente, pela distância do seu amado.
c) Conforme é possível observar nas diferentes estrofes da cantiga, o 
sofrimento aumenta gradativamente. Isto considerado, explique a diferença 
existente no emprego dos seguintes verbos: dizer (“e bem vos digo”), pedir 
(“que peço”) e suplicar (“eu vos suplico”).
R.: No “dizer” está presente o sentimento da falta. No “pedir”, já está presente 
um sentimento maior de falta, já transformado em tristeza e saudade. Já 
no “suplicar” subjaz a ideia da impossibilidade de viver sem a presença da 
pessoa amada.
d) Procure valer-se da parte teórica do texto para explicar as características 
das cantigas de amigo que estão presentes neste texto. 
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R.: A presença de uma mulher que ama; o sofrimento de uma mulher pela 
ausência do amado; a presença de alguém que é confidente; a presença da 
mãe (senhora); o amor sofrimento.
2 Releia o texto “Combates de Amadis e salvação de Oriana”, no final da 
terceira seção, e responda às seguintes questões:
a) Comente as semelhanças que poderiam ser observadas entre o 
relacionamento cavaleiro/senhora (mostradas nesse texto) e o relacionamento 
trovador/senhora, das cantigas de amor.
R.: Tanto nas cantigas de amor quanto neste trecho da novela, observa-se o 
amor de um homem por uma mulher, geralmente ela numa condição social 
superior. O amor do cavalheiro o coloca numa situação de inferioridade em 
relação à dama.
b) Retire do texto a passagem (ou as palavras) que demonstram que estas 
narrativas (novelas) eram lidas em voz alta. 
R.: “Estado assim, como ouvis, ...” Nesta passagem, o narrador se dirige 
aos ouvintes. Por isso, essas narrativas eram lidas em voz alta ao público.
TÓPICO 3
1 Leia com atenção a poesia a seguir e procure responder às questões 
propostas:
Partem tão tristes
(João Ruiz de Castelo Branco)
Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida, 
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes os tristes,
tão fora d’espertar bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
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a) No texto apresentado, notam-se resquícios das cantigas de amor. Identifique-
os.
R.: O tratamento do homem em relação à mulher (situação de servidão em 
relação à dama); sentimento amoroso de um homem por uma mulher inatingível.
b) Existe, na poesia, um relacionamento amoroso que revela certo distanciamento. 
Explique-o e comprove-o com partes do texto.
R.: Há entre o eu lírico e a pessoa amada uma distância, talvez devido à 
partida para alguma guerra ou uma viagem da pessoa amada a quem o eu 
lírico dirige as palavras. A partida está declarada nos dois primeiros versos 
da seguinte estrofe: “tão tristes, tão saudosos/ tão doentes da partida.”
c) Comente o tema desta poesia. Em que este tema se assemelha a certo 
tipo de cantiga do Trovadorismo?
R.: O tema é a saudade do eu lírico da pessoa amada. Ele sente saudades do 
seu amor que não está presente, mas distante. Esta poesia está diretamente 
ligada às cantigas de amigo, do Trovadorismo.
d) Procure contar as sílabas poéticas da poesia. Qual foi o tipo de verso 
utilizado pelo poeta?
R.:
Se nho ra par tem tão tris tes 
1 2 3 4 5 6 7 -
O poeta utilizou versos com sete sílabas poéticas (versos heptassílabos), ou 
as conhecidas redondilhas maiores.
Obs.: – A última sílaba, neste caso, não é contada, pois a marcação das 
sílabas poéticas só se dá até a última sílaba tônica.
2 Releia o texto do Auto da Barca do Inferno (no final do quinto item deste 
tópico) e, em seguida, responda às questões ora apresentadas:
a) No texto, aparece o fidalgo, o qual tem esperanças de não ir para o Inferno 
depois de morto. Comente o fato no qual ele se baseia para que isto aconteça.
R.: O fidalgo confia que se salvará através das orações daqueles que rezam 
por ele. Estas poderão livrá-lo dos tormentos infernais. Para dizer isto, Vicente 
valeu-se da doutrina da Igreja.
b) De acordo com o Diabo, o Fidalgo já teria fretado seu navio em vida. 
Explique esta proposição.
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R.: Sim, pois, em vida, ele teria, talvez, concedido favores à Igreja, achando 
que ele poderia, por meio disto, obter a salvação. Esta é uma crítica de Gil 
Vicente à corrupção da Igreja, mais especificamente às indulgências que 
eram negociadas por muitos membros da Igreja.
c) Explique o motivo de o anjo se recusar a receber o Fidalgo.
R.: O fidalgo deixou de cuidar convenientemente da classe mais pobre, 
preferindo atender mais ao luxo e aos prazeres deste mundo. Isto o afastou 
do Paraíso.
d) Nas reflexões anteriores ao embarque com o Diabo, comente as conclusões 
a que chega o Fidalgo.
R.: O fidalgo, durante a sua vida,não acreditou na existência do Inferno, 
acreditando tratar-se de algo fantasioso. Preferiu, sim, a vida mundana, viver 
na abastança da função que desempenhava na corte a preparar-se em vida 
para o futuro post mortem.
e) O autor se vale da figura do Frade. Através dele, que crítica é efetuada?
R.: A crítica é dirigida aos sacerdotes da época, que se atiravam à vida de 
prazeres e ao materialismo. Muitos membros da Igreja não levavam uma 
vida exemplar e a estes Gil Vicente dirige sua crítica, colocando o padre na 
barca que se destina ao Inferno.
f) Entre as personagens da peça, há a figura dos Cavaleiros. Através deles, 
poderia ser valorizado algum aspecto da Idade Média? Explique.
R.: Sim. Vicente, no auto, retoma a figura do cavaleiro da Idade Média, 
retratado anteriormente nas novelas de cavalaria.
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 Leia o texto poético de Camões e, em seguida, responda ao que se pede:
Posto o pensamento nele,
porque a tudo o amor obriga,
cantava, mas a cantiga
eram suspiros por ele.
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Nisto estava Lianor
o seu desejo enganando,
às amigas perguntando:
- Vistes lá meu amor?
O rosto sobre uma mão,
os olhos no chão pregados,
que, de chorar já cansados,
algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
suspende de quando em quando
sua dor e, em si tornando,
mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
que não quer’ que a dor se abrande
amor, porque, em mágoa grande,
seca as lágrimas a mágoa.
Depois que de seu amor
soube, novas perguntando,
de improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
 (CAMÕES, 1966, p. 89)
a) Comente o seu entendimento dos versos: “Não deita dos olhos água” e 
“não quer’ que a dor se abrande”.
R.: Ela não quer chorar por causa do seu amor, ao mesmo tempo em que 
não deseja que a sua dor tenha fim enquanto não tiver a presença do amado.
b) Ao ter notícias do seu amor, a personagem da poesia começa a chorar. 
A partir deste fato, e no seu entendimento, comente qual aspecto do 
comportamento é destacado por Camões na poesia.
R.: Camões, com a tristeza de Lianor, destaca a emoção humana, qualidade 
da qual é dotado o homem. O choro retratado na poesia não é de tristeza, 
mas de alegria.
c) Se você fosse traçar um paralelo entre esta poesia e as cantigas de amigo, 
estudadas na Unidade 1, que semelhanças você detalharia?
R.: Em ambos os textos é visível a tristeza de uma mulher (moça) pela 
ausência do amado. Ao mesmo tempo, o eu lírico, nos dois casos, pede a 
“alguém” por notícias do amado.
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2 Leia estas estrofes da épica de Camões, referentes ao Episódio do Velho 
do Restelo (Canto IV, estrofes 94 e 97). Em seguida, responda às questões:
a) Observando a primeira estrofe (IV, 94), identifique as qualidades que o 
autor atribui ao velho.
R.: Aspecto venerado; descontente; voz pesada.
b) Considere atentamente a segunda estrofe (IV, 97). Determine qual(quais) 
o(s) motivo(s) da expedição marítima.
R.: O velho insinua que Portugal estaria se lançando aos mares em busca 
de fama, à procura de outros reinos e riquezas.
- A que novos desastres determinas 
De levar estes reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas 
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos, e de minas
Douro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? que histórias?
Que triunfos, que palmas, que vitórias?
 (CAMÕES, 1980, p. 118)
Mas um velho daspeito venerando, 
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente, 
Cum saber só de experiências feito, 
Tais palavras tirou do experto peito
TÓPICO 2
1 Leia este soneto de Gregório de Matos e, em seguida, responda às questões 
apresentadas:
Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,
em cuja lei protesto de viver,
em cuja santa lei hei de morrer
animoso, constante, firme e inteiro:
neste lance, por ser o derradeiro,
pois vejo a minha vida anoitecer,
é, meu Jesus, a hora de se ver
a brandura de um pai, manso cordeiro.
Mui grande é vosso amor e o meu delito;
porém, pode ter fim todo o pecar,
e não o vosso amor, que é infinito.
Esta razão me obriga a confiar,
que, por mais que pequei, neste conflito
espero em vosso amor de me salvar.
 (Gregório de Matos)
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a) Observe o seguinte verso: “pois vejo a minha vida anoitecer”. Dentre as 
muitas figuras de linguagem de que se valiam os poetas barrocos, qual está 
presente neste verso?
R.: Neste verso está presente a figura de linguagem chamada metáfora, pois 
se trata de uma comparação de ordem subjetiva: “anoitecer” como “morte”.
b) No primeiro terceto, o poeta joga com a ideia de “finito” e “infinito”. Comente 
o que o poeta diz ser finito e o que diz ser infinito.
R.: Finito – o ato de pecar. Infinito – o amor de Deus.
2 Releia este trecho do Sermão do Mandato, de Padre Antônio Vieira. Em 
seguida, responda às questões propostas:
A INGRATIDÃO
Padre Antônio Vieira
Outra vicissitude do tempo é a ingratidão. Esfriar o amor a ausência é 
sem razão de que todos se queixam; mas que a ingratidão mude o amor 
e o converta em aborrecimento, a mesma razão “quase” o aprova, o 
persuade e parece que o manda. Que sentença mais justa que privar do 
amor a um ingrato? A essência pode ser força, a ingratidão sempre é delito. 
Se ponderarmos os efeitos de cada um desses contrários, acharemos 
que a ingratidão é o mais forte. A ausência tira ao amor a comunicação, 
a ingratidão tira-lhe o motivo. De sorte que o amigo, por estar ausente, 
não perde o merecimento de ser amado; se o deixamos de amar não é 
culpa sua, é injustiça nossa. Porém, se foi ingrato, ficou indigno de amor. 
Finalmente, a ausência combate o amor pela memória, a ingratidão pelo 
entendimento e pela vontade; e ferido o amor no cérebro e ferido no 
coração, como pode viver? “Assim, ensina a experiência no amor humano.” 
É a ingratidão com o amor, como o vento com o fogo: se o fogo é pequeno, 
apaga-o o vento; se é grande, acende mais. “E tal foi o amor de Cristo.” 
Quantas ingratidões usaram com ele os homens! Mas nenhuma, nem 
todas juntas foram bastantes para lhe remitirem um ponto o amor, nem 
vivo, nem morto: Cum dilexisset suos qui erant in mundo, in finem dilexit 
eos (Como amasse os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim). 
Dizem que um amor com outro se paga; o mais certo é que um amor 
com outro se apaga. Ora, grande coisa deve de ser o amor; pois, sendo 
assim que não bastam a encher um coração mil mundos, não cabem em 
um coração dois amores. Daqui vem que se acaso se encontram e pleiteiam 
sobre o lugar, sempre fica a vitória pelo melhor objeto. É o amor entre os 
afetos, como a luz entre as qualidades. “Uma luz apaga-se por outra maior; 
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e assim vemos que em aparecendo o sol, que é luz maior, desaparecem as 
estrelas. O mesmo sucede ao amor, por grande e extremado que seja. Em 
aparecendo maior e melhor objeto, logo se desamou o menor.”
FONTE: GOMES, Eugênio. Vieira - trechos escolhidos. Rio de Janeiro: Agir, 1971. p. 85.
a) Neste sermão, Vieira fala dos efeitos da ausência sobre o amor. Cite-os.
R.: A ausência faz com que, dentro do amor, não haja comunicação. Ausência 
também combate o amor pela memória.
b) Discorra acerca de como a razão considera o enfraquecimento do amor 
na ausência do ser amado.
R.: A razão converte a ausência do amor em aborrecimento.
c) Encontre no texto do sermão características que se referem ao Barroco.
R.: A presença de questões que levam ao divino; contrariedades; presença 
de vários elementos que se contrariam entre si; linguagem rebuscada.
d) Considerando o modo de Vieira trataro tema do amor neste sermão, 
comente acerca de qual linha de pensamento do Barroco você julga que o 
texto está mais próximo: se do cultismo ou do conceptismo.
R.: As características deste texto de Vieira, principalmente pelo fato de valer-
se da dissertação, dos jogos de palavras, do raciocínio lógico, permitem que 
seja classificado como conceptista.
TÓPICO 3
1 Leia o soneto de Bocage e, em seguida, responda às questões propostas:
Sobre estas duras, cavernosas fragas,
que o marinho furor vai carcomendo, 
me estão negras paixões na alma fervendo
como fervem no pego as crespas vagas.
Razão feroz, o coração me indagas,
de meus erros a sombra esclarecendo,
e vás nele (ai de mim!) palpando, e vendo
de agudas ânsias venenosas chagas.
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Cego a meus males, surdo a teu reclamo,
mil objetos de horror co’a ideia eu corro,
solto gemidos, lágrimas derramo.
Razão, de que me serve o teu socorro?
Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro.
 (BOCAGE, 1997, p. 31)
a) Na primeira estrofe, existe certa analogia entre o ambiente evocado e o 
estado de espírito do “eu lírico”. Explique este fato.
R.: O ambiente evocado é um local de cavernas, montanhoso, íngreme, 
escavado, escuro. O coração do eu lírico também é tomado por toda 
uma problemática que lhe carcome a alma, o íntimo. Poder-se-iam citar 
arrependimentos, paixões, desassossego, tristezas.
b) Encontre, na estrofe inicial, exemplos que permitem associar as paixões 
à ideia de escuridão e trevas.
R.: Cavernosas fragas → Negras paixões.
c) Comente a contraposição existente entre Razão e Paixão, expressa no 
segundo quarteto. 
R.: A razão indaga as coisas do coração, mostrando aquilo que é considerado 
erro. Por sua vez, a paixão não se importa com certas coisas, se erradas ou 
não. A ela basta viver o momento.
d) Discorra acerca das características árcades que podem ser perceptíveis 
no poema.
R.: Presença do elemento “razão”; busca por ambientes campestres; vivência 
do momento (aproveitá-lo).
2 Leia, a seguir, um soneto da Marquesa de Alorna. Procure, com base na 
leitura, resolver a atividade proposta.
Como posso explicar em brando verso
doce prazer, se o peito nunca o sente?
Musas, vós não ditais ao descontente
senão queixas do seu fado adverso!
Linda cena, espetáculo diverso
embora alegre o mundo me apresente,
que em luto, isto que choro amargamente,
me sepulta o vastíssimo universo.
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Jamais um dia alegre me afigura
a incerta e voadora fantasia,
que a mágoa o não transforme em sombra escura.
Que quereis que vos diga d’ alegria,
se vítima da negra desventura
sirvo sempre a cruel melancolia?!
(AMORA, Antônio Soares. Presença da Literatura Portuguesa – era clássica. São Paulo: 
Difusão Europeia do Livro, 1970. p. 287)
a) Explique o modo como, na primeira estrofe, é apresentada a ideia de poesia 
enquanto expressão do mundo interior.
R.: Para ela, a poesia é um prazer, proporcionado pela inspiração das musas. 
E a poesia é vista como algo muito simples, “brando”.
b) Na segunda estrofe, parece haver uma separação entre o eu lírico e a 
realidade que o cerca. Comente como este fato é apresentado na poesia.
R.: O fato é apresentado por meio de contrariedades: o mundo a apresenta 
como alegre, mas, na realidade, ela se sente triste e chorosa.
c) Discorra sobre as características do Arcadismo que podem ser percebidas 
neste soneto.
R.: O Arcadismo se manifesta no vocabulário simples, na ideia da necessidade 
de mudar ou criar consciência de certos valores, na presença da musa 
inspiradora, na ideia da fugacidade da vida (por isso a importância de viver 
o momento).
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 Leia o seguinte trecho extraído do romance Eurico, o Presbítero, de 
Alexandre Herculano. Em seguida, resolva a atividade que é proposta:
O mundo atual nunca poderá entender plenamente o afeto que, vibrando-
me dolorosamente as fibras do coração, me arrastava para as solidões 
marinhas do promontório, quando os homens nos povoados se apinhavam 
à roda do lar aceso e falavam das suas mágoas infantis e dos seus 
contentamentos de um instante. E que me importa a mim isso? Virão um dia 
a esta nobre terra de Espanha gerações que compreendam as palavras do 
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presbítero. Arrastava-me para o ermo um sentimento íntimo, o sentimento 
de haver acordado, vivo ainda, deste sonho febril chamado vida, e de hoje 
ninguém acorda, senão depois de morrer. Sabeis o que é esse despertar de 
poeta? É o ter entrado na existência com o coração que transborda de um 
amor sincero e puro por tudo quanto o rodeia, e ajuntaram-se os homens e 
lançaram-lhe dentro do seu vaso de inocência lodo, fel e peçonha e, depois, 
rirem-se dele: é o ter dado às palavras – virtude, amor, pátria e glória – uma 
significação profunda e, depois de haver buscado por anos a realidade delas 
neste mundo, só encontrar ali hipocrisia, egoísmo e infâmia.
E o perceber à custa de amarguras que o existir e padecer, o pensar, 
descrer, o experimentar desenganar-se, é a esperança das coisas da terra 
uma cruel mentira de nossos desejos, um fumo tênue que ondeia em horizonte 
aquém do qual está assentada a sepultura. Este é o acordar do poeta. Depois 
disso, nos abismos de sua alma só há para mandar aos lábios um sorriso de 
desprezo em resposta às palavras mentidas dos que o cercam, ou uma voz 
de maldição desabridamente sincera para julgar as ações dos homens. É 
então que para ele há unicamente uma vida real – a íntima; unicamente uma 
linguagem inteligível – a do bramido do mar, do rugido dos ventos; unicamente 
uma convivência não travada de perfídia – a da solidão. 
(HERCULANO, Alexandre. Eurico, o Presbítero. São Paulo: Publifolha, 1997. p. 37)
a) Extraia do texto elementos que fazem parte da estética do Romantismo.
R.: A imaginação criadora; expressão dos sentimentos do autor; idealização da 
realidade; revelação de anseios; manifestação de emoções (sentimentalismo).
b) Identifique o trecho em que é possível observar o individualismo da 
personagem.
R.: “Arrastava-me para o ermo um sentimento íntimo [...]”; “[...] uma cruel 
mentira dos nossos desejos [...]”.
c) Retirar do texto partes que identificam o poeta com a natureza.
R.: “[...] as solidões marinhas do promontório [...]”; “[...] um fumo tênue que 
ondeia no horizonte [...]”; “[...] a do bramido do mar, do rugido dos ventos [...]”.
TÓPICO 2
1 Leia a poesia de Camilo Pessanha, um dos autores simbolistas da Literatura 
Portuguesa. Em seguida, resolva as questões propostas:
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 Viola chinesa
Ao longo da viola morosa
Vai adormecendo a parlenda
Sem que amadornado eu atenda
A lengalenga fastidiosa. 
Sem que o meu coração se prenda,
Enquanto nasal, minuciosa, 
Ao longo da viola morosa, 
Vai adormecendo a parlenda.
Mas que cicatriz melindrosa
Há nele que essa viola ofenda
E faz que as asitas distenda
Numa agitação dolorosa?
Ao longo da viola, morosa...
(GUIMARÃES, 1982, p. 41)
a) Procure observar a presença da musicalidade nos versos do poema. 
Considere atentamente este aspecto fônico e relacione-o com o sentido do 
texto.
R.: A musicalidade está presente na sonoridade das palavras, a exemplo de 
“-osa” e “-enda”. A colocação destas rimas atribui ao texto a ideia do som 
da viola.
b) Nas palavras do poema, é possível perceber o estado de espírito do eu 
lírico. Identifique-o.
R.: O coração do eu lírico parece estar ferido, e o som da viola, a música, em 
nada contribui para sanar a ferida. Veja o verso: “Mas que cicatriz melindrosa 
há nele que essa viola ofenda?”.
c) Compare a sonoridade entre os versos da primeira estrofe e terceira. 
Comente o que você consegue identificar.
R.: Tanto os versos da primeiracomo os da terceira estrofe apresentam a 
mesma sonoridade, ou melhor, as rimas são idênticas e na mesma posição.
d) Explique, relendo o poema, se é possível observar o despertar do mundo 
interior do eu lírico. Justifique. 
R.: O mundo interior do eu lírico desperta, conforme exprimem os versos da 
terceira estrofe, graças ao som da viola, o qual faz o mundo interior agitar-se 
dolorosamente e distender as asas.
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e) Apresente aspectos estilísticos e temáticos que permitem identificar 
características simbolistas no poema.
R.: Espiritualismo; sugestão de coisas e não a sua nomeação direta; ligação 
com os estados da alma; presença da musicalidade.
TÓPICO 3
1 Releia o Tópico 3 desta unidade e responda às seguintes questões, como 
forma de revisão do assunto:
a) Comente as principais características estéticas das diferentes gerações 
do Modernismo português.
R.: GERAÇÃO ORPHEU: literatura que transparecia certa perturbação, com 
um tom provocador e irritante. Desejava certa inovação estética e ousadia. 
Recusava o passado e era marcada pela presença maquinista, tal qual ocorria 
na indústria (repetição de movimentos/repetição de versos).
GERAÇÃO PRESENÇA: introspecção, individualismo, subjetivismo, arte 
pela arte, rejeição de certos valores políticos e ideológicos.
NEORREALISMO: combate ao ideal da arte pela arte, transformação 
da sociedade via denúncia, revisão da produção literária no seu conteúdo.
b) Referente à questão estética, explique as características da contemporaneidade 
literária portuguesa.
R.: A contemporaneidade literária lida com a valorização da visão particular 
sobre os temas e objetos tratados e o fim das narrativas baseadas em modelos 
e regras. Não há mais consensos na contemporaneidade. A produção literária 
contemporânea tem maior fluidez, é marcada pela intertextualidade, não 
segue um gênero puro e quebra as regras gramaticais.
c) Referente às diferentes revistas publicadas durante o Modernismo, dê a 
sua função.
R.: As revistas objetivavam propagar as ideias defendidas em cada um dos 
grupos introdutores do Modernismo. Elas, ao mesmo tempo, efetuavam a 
discussão de diferentes temas e divulgavam a produção literária dos membros 
dos grupos.
d) Explique o que propunham as principais vanguardas europeias que 
influenciaram o Modernismo português.
R.: FUTURISMO: rejeição do passado, do academicismo e destruição das 
tradições.
EXPRESSIONISMO: expressão do que é mais característico num objeto, 
do ponto de vista do interior do artista.
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CUBISMO: apreensão do objeto sob a forma de fragmentos.
DADAÍSMO: destruição dos valores burgueses e o uso do nonsense na 
arte.
SURREALISMO: a arte deve fluir naturalmente, do inconsciente.
e) Discorra acerca do objetivo do Manifesto Futurista.
R.: O Manifesto Futurista constituía as teses para a introdução do modernismo, 
pregadas pelo italiano Filippo Tommaso Marinetti, publicadas em 1909, na 
França, no jornal Le Figaro. Em Portugal, essas ideias chegaram via Mário de 
Sá Carneiro e Guilherme de Santa Rita, que tiveram contato com Marinetti, 
em Paris. Neste manifesto estavam as concepções para a modernização da 
arte, a sua adaptação aos novos ideais e tendências mundiais.
f) Fale acerca da pretensão do Neorrealismo português.
R.: Para responder a esta questão, os acadêmicos podem realizar pesquisa 
em livros e/ou internet. Resposta pessoal. 
2 Releia o texto complementar Vozes da África, de Antônio Edson. Em 
seguida, apresente as principais ideias tratadas no que concerne à literatura 
dos países africanos de língua portuguesa.
R.: As respostas a esta questão podem ser variadas. Por isso, caro/a 
Professor/a-Tutor/a Externo/a, o que mais importa é que haja uma socialização 
na sala de aula. Porém, há que se considerar alguns aspectos que poderiam 
ser ressaltados nessas diferentes respostas, como:
- a importância de os brasileiros conhecerem as literaturas africanas, em vista 
das origens africanas do Brasil; 
- muitas literaturas africanas estão ainda em processo de formação e se valem 
de temas como a oralidade, os mitos, as lendas e o folclore local;
- entre os temas de algumas literaturas africanas encontram-se as questões 
coloniais, o processo de independência, que é ainda recente; 
- muitos escritores brasileiros serviram de influência à literatura de alguns 
países africanos.
TÓPICO 4
1 Selecione um autor estudado no presente caderno. Leia uma poesia ou 
outro tipo de texto que ele tenha escrito e formule uma proposta de trabalho 
em sala de aula com esta obra e autor. Depois de formulada esta proposta, 
é aconselhável que seja compartilhada com os colegas de sala.
R.: Para esta resposta, caro/a Professor/a-Tutor/a Externo/a, não é possível 
apresentar uma resposta-padrão, tendo em vista a liberdade de cada 
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acadêmico/a escolher o autor e o tipo de trabalho a desenvolver. Por isso, 
sugere-se que as diferentes maneiras de trabalhar os diferentes textos e 
autores sejam socializadas na sala, com vistas a que o grupo se enriqueça 
com a maneira de trabalhar dos diferentes colegas.

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