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DIREITO CIVIL IV-TEORIA GERAL DOS CONTRATOS1

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DIREITO CIVIL IV
 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Apresentação 
Atenção
Usar somente este PPT se for fazer web conferência.
Caso for fazer aula satélite, deletar.
Professor James Franco.
Graduado em Direito, Teologia e Serviço Social, com especializações em Direito do Trabalho e Direito Previdenciário. Mestre em Serviço Social. 
Casado e pai de duas filhas.
Advogado há 20 anos.
Professor nos Cursos de Direito e de Serviço Social na UNISA
DOS CONTRATOS
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Vamos relembrar...
 O QUE É UMA OBRIGAÇÃO?
Segundo Carlos Roberto Gonçalves, obrigação é "o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação".
 VONTADE
		A B
	RELAÇÃO/VÍNCULO JURÍDICO
 ELEMENTOS QUE CONSTITUI A OBRIGAÇÃO
1 - ELEMENTO SUBJETIVO (SUJEITO ATIVO OU CREDOR – SUJEITO PASSIVO OU DEVEDOR)
2 - ELEMENTO OBJETIVO OU MATERIAL (OBJETO QUE SE CHAMA PRESTAÇÃO) - positiva em dar e fazer, ou negativa em não fazer, objetivo imediato, próximo, direto: dar, fazer ou não, o que? O objeto mediato, é a resposta da pergunta. Dar o que? O carro, a coisa.
3 - VÍNCULO JURÍDICO OU ELEMENTO IMATERIAL – débito e responsabilidade
FONTE DAS OBRIGAÇÕES
Nascente de onde brota uma corrente de água.
1 – LEI
2 – ATO ILÍCITO
3 – CONTRATO
4 – ATO UNILATERAL DE VONTADE
5 – TÍTULO DE CRÉDITO
Panorama do Código Civil
CONTRATO
CONTRATO
QUANDO A OFERTA/PROPOSTA ENCONTRA ACEITAÇÃO. (OFERTA+ACEITAÇÃO=ACORDO DE VONTADES)
OU SEJA:
Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar, conservar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial;
CAPÍTULO XIX
Da Transação
Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE CONTRATO
NO DIREITO ROMANO:
Havia rigor formalista; Não permitia o consens
Convenção era gênero, onde contrato e pacto eram espécies;
Contratos eram convenções normatizadas sob três subespécies: a) litteris, exigia inscrição no livro do credor (codex); b)re, que se fazia pela tradição efetiva da coisa; e, c)verbir, se celebrava troca de expressões orais, como um ritual religioso. O pacto era acordo não previsto em lei.
Período Romano Pós-clássico
Surge a compra e venda, locação, mandato e sociedade; chamado contrato solo consensu;
Bastando a declaração de vontade das partes;
DIREITO MEDIEVAL
Forte influência do Direito Canônico; 
Mentira era pecado, logo o descumprimento do contrato era entendido como mentira, portanto, condenado;
DIREITO MODERNO
JUSNATURALISMO – VONTADE DO SUJEITO;
CAPITALISMO – OS BENS PRECISAVAM CIRCULAR;
QUATRO PILARES: 1 - OPOSIÇÃO ENTRE INDIVÍDUO E ESTADO; 2 - AUTONOMIA DA VONTADE; 3 - LIBERDADE ECONÔMICA e 4 - CONCEPÇÃO FORMALISTA DE LIBERDADE E IGUALDADE – hoje tentamos que os princípios de liberdade e igualdade sejam materialmente implementado na vida de todos.
FUNÇÃO SOCIAL DO 
CONTRATO
Dos Contratos em Geral
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé
Após Revolução Francesa – criou-se o direito de muita liberdade.........
Daí, o mais forte subjugou o mais fraco.......
Revolução industrial ......capitalismo........foi freado pelo socialismo................
sociallllllllismo
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
TÍTULO V
Dos Contratos em Geral
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Seção I
Preliminares
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
TÍTULO V
Dos Contratos em Geral
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Seção I
Preliminares
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Função Social do Contrato
Desde a Revolução Francesa, o pensamento individualista e os interesses privados se sobressaiam nas relações contratuais da sociedade, eis que surge o princípio da função social do contrato para reestabelecer o equilíbrio social diante das injustiças sociais
Função Social do Contrato
O direito social emergiu com o declínio dos direitos individuais, e a função social dos contratos surge como um dos princípios com intuito de promover a defesa do bem comum e dos interesses sociais para uma sociedade boa, livre e justa.
Outra importante contribuição para a consolidação do princípio da função social dos contratos foi o reconhecimento o de um princípio semelhante: o da função social da propriedade. Com a ascensão da propriedade como um direito natural, na doutrina da igreja (sob a influência de Santo Tomás de Aquino), a função social da propriedade se erige como um pilar que extrapola os interesses particulares em busca da justiça social.
Função Social do Contrato
Após a Segunda Grande Guerra, muitos sistemas judiciais passaram a defender que o direito particular do indivíduo necessariamente deveria denotar uma função social. Foram, então, criados mecanismos intervencionistas nas relações privadas. A respeito da intervenção estatal nas relações privadas, diz Rotta:
Haverá um intervencionismo, cada vez maior, do Estado nas relações contratuais, que deixa conceitos como o individualismo e o voluntarismo, símbolo do liberalismo decadente, do século XIX de lado, e passa a ter preocupações de ordem social, com a imposição de um novo paradigma, o princípio da boa-fé objetiva e a busca do Estado Social
Função Social do Contrato
Nelson Nery Junior afirma que a função social dos contratos possui a condição de cláusula geral, de modo que:
O contrato estará conformado à sua função social quando as partes se pautarem pelos valores da solidariedade(CF, art. 3º, I) e da justiça social (CF, art. 170 caput), da livre-iniciativa, for respeitada a dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), não se ferirem valores ambientais (CDC, 51, XIV) etc.
Função Social do Contrato
Haverá desatendimento da função social, quando: 
a) a prestação de uma das partes for exagerada ou desproporcional, extrapolando a álea normal do contrato; 
b) quando houver vantagem exagerada para uma das partes; c) quando quebrar-se a base objetiva ou subjetiva do contrato, etc.[10]
Flávio Tartuce afirma que a função social do contrato é uma norma geral de ordem pública, conforme previsão do art. 2.035, parágrafo único, do próprio Código Civil, através da qual o contrato necessariamente deve ser interpretado de acordo com o contexto do todo social, não devendo trazer desproporções entre as partes e muito menos desembocar em injustiças sociais. Os contratos também não podem extrapolar os interesses metainidividuais ou aqueles que se relacionam com a dignidade humana.
Diferença fundamental entre o 
Código Civil de 1916 e 2002
PACTA SUNT SERVANDA é o Princípio da Força Obrigatória, segundo o qual o contrato obriga as partes nos limites da lei. É uma regra que versa sobre a vinculação das partes ao contrato, como se norma legal fosse, tangenciando a imutabilidade. A expressão significa “os pactos devem ser cumpridos”. Prevalência no Código Civil de 1916
REBUS SIC STANTIBUS representa a Teoria da Imprevisão e constitui uma exceção à regra do Princípio da Força Obrigatória. Trata da possibilidade de que um pacto seja alterado, a despeito da obrigatoriedade, sempre que as circunstâncias que envolveram a sua formação não forem as mesmas no momento da execução da obrigação contratual, de modo a prejudicar uma parte em benefício da outra. Há necessidade de um ajuste no contrato. Rebus Sic Stantibus pode ser lido como "estando as coisas assim" ou "enquanto as coisas estão assim". Existente no Código civil de 2002.
Da Resolução por Onerosidade Excessiva
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
CONTRATO NO CDC
À partir da Revolução Industrial inicia-se um distanciamento entre o consumidor e aqueles que produziam os bens de consumo;
Ainda inicia-se uma desigualdade entre o produtor/industriário e o consumidor: o consumidor passou a ser menor juridicamente, economicamente e financeiramente; tecnicamente;
Para isso surge uma nova legislação: CDC
CONTRATO NO CDC
Então o CDC surge para reequilibrar o desequilíbrio entre empresário e consumidor;
Surge então uma legislação que:
Firma a reponsabilidade objetiva do fornecedor, art. 14 CDC;
Proibição das práticas abusivas;
Possibilidade da inversão do ônus da provas. Art. 6º, VIII CDC;
 CONDIÇÕES DE VALIDADE DO CONTRATO
A validade do contrato exige, precipuamente, acordo de vontades e também – art. 104 do CC: 
Agente capaz: aptidão de alguém para exercer por si os atos da vida civil. Os artigos 3º e 4º do Código Civil excluem certas pessoas desta capacidade, considerando-os absolutamente incapazes e relativamente incapazes. 
Objeto lícito, determinado e possível: o objeto do contrato deve ser aquele não proibido por lei, possível de ser individualizado para distinção entre outros e apto a ser o motivo do contrato.
Forma prescrita ou não defesa em lei: há casos em que a lei determina forma especial aos contratos, que se desobedecida, os tornam nulos de pleno direito. Para aqueles casos em que há liberdade de forma, as partes devem agir sempre de boa-fé, em conformidade com a lei.
Agente: capaz ou incapaz – relativa, absoluta, representação ou assistência – RIA
Não basta ser capaz, tem que ser legitimo
Legitimidade: é quando a pessoa mesmo sendo capaz pode realizar o ato sem a concordância de outrem: art. 1.647 – outorga uxória
Objeto: lícito, é o que não atenta contra lei, a moral e aos bons costumes;
Se ilícito, o negócio é NULO.
Objeto possível: verificar se é impossível-bem público de uso comum;
 Deve ser realizável e executável;
Objeto Impossível: física (lei física ou natural) construir uma ponte até a lua;
Impossibilidade absoluta: viajar ao sol, relativa: viajar para Lua; art. 106
Impossibilidade Jurídica: a lei proíbe; ex. venda de herança de pessoa ainda viva.
Objeto determinado ou determinável:
Especificação do objeto;
Determinado: determinação absoluta, possui característica e descrições específicas; o taxi de placas tal;
Determinável: determinação relativa, ou seja, um taxi;
Cuidado com o artigo 166,II. E art. 243
Quanto a sua forma:
Artigo 104, 107, 108 e 109 do CC;
O negócio é livre e informal (sem forma específica), a não ser quando a lei exigir a forma/formalidade – 1534 CC e 108 CC
Solenidade: ato público;
Formalidade: forma escrita.
Portanto, o NJ para ser válido precisa obedecer a requisitos previstos na lei, logo, o agente deve ser capaz; o objeto deve ser lícito, possível, determinado ou determinável; e a vontade deve ser livre, esclarecida e ponderada, devendo a manifestação obedecer a forma prevista na lei (prescrita ou não defesa)
Princípios contratuais
Clássicos: autonomia da vontade, obrigatoriedade dos contratos, relatividade dos efeitos do contrato e, consensualismo;
Modernos: função social do contrato, boa-fé objetiva e, equilíbrio econômico. Intervenção mínima estatal e excepcionalidade na interveção.
Princípios Contratuais
Autonomia da Vontade: Desde o direito romano pessoas tem a liberdade de contratar escolhendo com quem, sobre o que e com o conteúdo que quiserem ao celebrar seu contrato. Tal princípio teve seu apogeu após a Revolução Francesa, com a predominância do individualismo e culto a liberdade em todas as áreas, incluindo o direito contratual.
P. Autonomia da Vontade
O alicerce do princípio da autonomia da vontade é a ampla liberdade contratual e o poder dos contratantes de disciplinar seus interesses por acordos de vontades, por contratos nominados ou inominados, tutelados pela ordem jurídica, mesmo sem precisar do Estado para tal. O princípio da liberdade e o da propriedade, presentes na Constituição Federal dão respaldo para tal situação, pois permitem que a pessoa proprietária de algo faça com este o que quiser.
P. Supremacia da Ordem Pública
A liberdade contratual encontrou sempre limitação na ideia de ordem pública, entendendo-se que o interesse da sociedade deve prevalecer quando colide com o interesse individual. O princípio da autonomia da vontade não é absoluto. É limitado pelo princípio da supremacia da ordem pública, que resultou da constatação, feita no início do século passado e em face da crescente industrialização, de que a ampla liberdade de contratar provocava desequilíbrios e a exploração do economicamente mais fraco. Surgiram os movimentos em prol dos direitos sociais e a defesa destes nas encíclicas papais. Começaram, então, a ser editadas leis destinadas a garantir, em setores de vital importância, a supremacia da ordem pública, da moral e dos bons costumes, podendo ser lembradas, entre nós, as diversas leis do inquilinato, a Lei da Usura, a Lei da Economia Popular, o Código de Defesa do Consumidor e outros. A intervenção do Estado na vida contratual é, hoje, tão intensa em determinados campos (telecomunicações, consórcios, seguros, sistema financeiro etc.) que se configura um verdadeiro dirigismo contratual. 
P. Supremacia da Ordem Pública
O Código Civil de 2002 proclama, no parágrafo único do art. 2.035: “Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.” A ordem pública é também uma cláusula geral, que está no nosso ordenamento por meio do art. 17 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,regra de direito internacional privado que retira eficácia de qualquer declaração de vontade ofensiva da ordem pública. Os direitos também devem ser exercidos no limite ordenado pelos bons costumes, conceito que decorre da observância das normas de convivência, segundo um padrão de conduta social estabelecido pelos sentimentos morais da época. Em suma, a noção de ordem pública e o respeito aos bons costumes constituem freios e limites à liberdade contratual. No campo intervencionista, destinado a coibir abusos advindos da desigualdade econômica mediante a defesa da parte economicamente mais fraca, situa-se, ainda, o princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva, baseado na teoria da imprevisão.
P. Do consensualismo
Por este princípio, a concepção do contrato resulta do consenso e do acordo de vontade das partes, independente da entrega da coisa. Acordadas as condições, o contrato está perfeito e acabado.
Estabelece o Código Civil no artigo 482 que a compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço. Observando esse artigo, entende-se que tanto o pagamento quanto a entrega do objeto constituem outra fase, qual seja, a do cumprimento das obrigações assumidas pelas partes.
 Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro (CC, art. 481). 
 Dentre os tipos de contratos, existem algumas poucas exceções no que se refere a sua consolidação, que só ocorre quando da entrega da coisa ou objeto, logo após o acordo de vontades. Nestes casos, o acordo por si só, embora necessário, não é suficiente. O contrato de mútuo é um exemplo. Outro caso é o contrato de depósito em que só se conclui com a entrega da coisa ao depositário. Também nesta linha enquadra-se o contrato de comodato.
 P. Da Relatividade dos Efeitos do Contrato
Tem por base a ideia de que terceiros não envolvidos na relação contratual não se submetem aos efeitos do contrato. Assim, o contrato só produz efeitos em relação às pessoas que dele participam e que manifestaram suas vontades.
Desta forma, não sendo a obrigação personalíssima, opera-se somente entre as partes e seus sucessores. Somente as obrigações personalíssimas não vinculam os sucessores.
Este princípio, entretanto, é regra geral, tendo algumas exceções decorrentes da Lei (CC, artigos 436 a 438) que trata da estipulação em favor de terceiros.
Determina o artigo 436 do Código Civil: “o que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação”. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438. 
Este artigo cuida da relação contratual em que terceiro estranho ao pacto passa a ser o beneficiário por estipulação de vantagem de natureza patrimonial em seu proveito, sem ônus ou contraprestação por parte do favorecido. Como exemplo podemos citar os contratos de seguro de vida e as convenções coletivas de trabalho em que o acordo assinado entre os sindicatos beneficia a categoria dos trabalhadores.
 P. Obrigatoriedade dos Contratos
Este princípio reflete a força que tem o contrato na vinculação das partes, que são obrigadas ao cumprimento do pacto. Embora o princípio da autonomia da vontade estabeleça que ninguém é obrigado a contratar, uma vez, entretanto, efetivado o acordo de vontades e sendo o contrato válido e eficaz, as partes são obrigadas a cumpri-lo.
 Este princípio decorre de dois pontos básicos: 
 a) a segurança jurídica dos negócios que representa uma função social dos contratos. Se o descumprimento dos contratos fosse livre de qualquer coerção, as relações de negócios se transformariam em desordem e insegurança.
 P. Obrigatoriedade dos Contratos 
b) a intangibilidade ou imutabilidade do contrato 
 O contrato faz lei entre as partes. A intangibilidade do contrato faz com que as partes sejam obrigadas a respeitá-lo,( pacta sunt servanda), não podendo ser alterado de forma unilateral.
 Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado (CC, art. 389). A exceção ao princípio da obrigatoriedade dos contratos está prevista na lei. 
 O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir (CC, art. 393).
Princípio da revisão dos contratos ou da 
onerosidade excessiva
Por este princípio, diante de determinadas circunstâncias, um dos contratantes, através do Poder Judiciário, tem a possibilidade de alterar o contrato independente da vontade do outro. Assim, podemos dizer que o princípio da onerosidade excessiva se contrapõe ao princípio da obrigatoriedade dos contratos.
 A revisão ou onerosidade excessiva dos contratos tem por base a idéia de que ao se contratar, imagina-se que as condições básicas futuras durante o período de execução do contrato, permaneçam razoavelmente semelhantes às condições iniciais do momento da avença, de modo a não tornar sua execução excessivamente onerosa para uma das partes. Esta teoria é também conhecida como rebus sic stanibus, que presume nos contratos cumulativos, de trato sucessivo e de execução diferida, a existência implícita de uma cláusula, pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação fática, a exemplo de uma catátrofe, guerra e outros motivos de força maior.
Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva
No passado, embora cautelosamente, o Judiciário já aplicava esta teoria. Hoje o Código Civil reservou uma seção específica com três artigos tratando da revisão dos contratos por onerosidade excessiva. No artigo 478 tem-se a essência deste princípio.
 Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação (CC, art. 478). A possibilidade da revisão dos contratos tem por objetivo manter o equilíbrio contratual de modo a permanecer efetivamente o acordo de vontade inicial das partes.
P. da Boa-fé e da Probidade
Não somente nos contratos, mas em quaisquer relações jurídicas ou não jurídicas deve haver a boa intenção, não sendo eticamente aceitável o uso da má fé em benefício próprio ou de terceiros em prejuízo de outrem.
 Este princípio impõe que os contratantes exerçam a faculdade de contratar observando a ética, agindo de forma correta e com bons propósitos, tanto no ato da avença, quando durante a sua execução. Neste sentido, não se admite um contrato em que uma das partes, maldosamente ou se aproveitando da ingenuidade ou ignorância da outra parte, ponha no contrato cláusulas que venham provocar injustamente prejuízos em decorrência dos efeitos do pacto.
 Os contratantes deverão agir com probidade e honradez, observando sempre a integridade de caráter, de modo a manter o equilíbrio e a justiça para ambos na avença.
 Por fim, o os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé (CC, art. 422).
Boa-fé Subjetiva e 
Boa-fé objetiva
 a subjetiva é Psicológica e a objetiva diz respeito a ética da boa-fé;
Art. 422
Art. 113
Art. 187
Exame XXVII OAB - 38
Renata financiou a aquisição de seu veículo em 36 parcelas e vinha pagando pontualmente todas as prestações. Entretanto, a recente perda de seu emprego fez com que não conseguisse manter em dia a dívida, tendo deixado de pagar, justamente, as duas últimas prestações (35º e 36º).O banco que financiou a aquisição, diante do inadimplemento, optou pela resolução do contrato.
Tendo em vista o pagamento das 34 parcelas anteriores, pode-se afirmar que a conduta da instituição financeira viola o princípio da boa-fé, em razão do(a):
Dever de mitigar os próprios danos.
Proibição de comportamento contraditório (venire contra factum proprium)
Adimplemento substancial.
Dever de informar.
Ainda sobre Boa-fé
-Proibição de venire contra factum próprio; ex. credor concordou em receber em local distinto do contrato, mas agora modifica;
Suppressio: um direito não exercido durante determinado lapso de tempo, não poderá mais sê-lo, por contrariar a boa-fé; ex. credor que não busca mercadoria não pode exigir indeterminadamente;
Surrectio: é a outra face da suppressio, ex. distribuição de lucros numa sociedade fora do contratado;
Tu quoque: aquele que descumpre norma não pode exigir que o outro cumpra a norma; ex. condômino que não cumpre normas condominiais mas exige do outro; 
Interpretação dos Contratos
O contrato tem força de lei entre as partes contratantes; por tamanha semelhança do contrato com a lei faz-se necessário interpretar quando houver divergência entre as partes sobre o sentido de uma determinada cláusula. Tal interpretação será feita por meio da hermenêutica contratual (ciência de interpretar os contratos). Assim, por meio da hermenêutica fica claro o sentido e importância da cláusula.
Interpretação dos Contratos
A interpretação do contrato é equivalente à da lei, a qual podemos afirmar que existe certa coincidência entre uma e outra. Para interpretar a lei é utilizada a hermenêutica jurídica (ciência de interpretação as leis) e para interpretar os contratos é utilizada a hermenêutica contratual (ciência de interpretar os contratos).
Interpretação dos Contratos
Na hermenêutica jurídica o que prevalece é o que está escrito na lei e não a vontade do legislador, já na hermenêutica contratual a vontade dos contratantes se sobrepõe ao que está previsto na cláusula do contrato, isso porque o art. 112 “Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.”, do Código Civil dá total autonomia para que assim seja feita.
Interpretação dos Contratos
Na teoria subjetiva ou voluntarística, o intérprete deve analisar qual é a verdadeira vontade dos contratantes. A análise pode ser feita por meio de exame objetivo do contrato. Tal vontade irá se sobrepor àquilo que está expresso nas cláusulas contratuais.
Já na teoria objetiva ou da declaração, o intérprete deve se ater somente ao sentido do que está previsto das cláusulas contratuais deixando de lado a vontade dos contratantes.
Interpretação dos Contratos
Em relação à adoção das teorias deve haver harmonia, pois, não podem ser adotadas isoladamente. Podemos notar na redação do art. 112. “Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.”, do Código Civil, o código abraçou um critério intermediário utilizando-se das duas teorias ao mesmo tempo onde o legislador deve fazer a interpretação baseada nos dados objetivos do contratos e a partir disso buscar a verdadeira vontade dos contratantes. Uma vez que a harmonia evita que seja gerada uma conclusão que cause danos e prejuízos.
Interpretação dos Contratos
a) busca da vontade real: qual o espírito, qual a alma, qual a vontade desejada pelo contrato? Esta primeira regra é a mais importante, pois na alma do contrato está o consensualismo ( = acordo de vontades). A vontade real é a desejada pelas partes, que pode ser diferente da manifestada ( = vontade declarada). Deve o juiz tentar reconstruir o ato de vontade em que se exteriorizou o contrato para buscar a vontade real. Nos contratos deve-se ater mais à vontade dos contraentes do que às palavras.
b) senso médio: o intérprete deve se colocar no lugar das partes e raciocinar como faria o homem médio, ou seja, a generalidade da população, sem extremos, sem radicalismos, de acordo com os costumes(113). Uma cláusula ambígua interpreta-se conforme o costume do lugar. O senso médio é a sensatez, equilíbrio, razoabilidade, que só vem com estudo e com o tempo. Depois leiam o artigo sobre “O juiz e a razoabilidade na aplicação da lei” no nosso site. A boa-fé significa que uma das partes se entrega à conduta leal da outra, confiando que não será enganada (ex: comprar carro usado, 422). Uma expressão sem sentido deve ser rejeitada como se não constasse no texto.
Interpretação dos Contratos
c) fim econômico: todo contrato tem um objetivo econômico, pois ninguém contrata para ter prejuízo e sim para satisfazer sua necessidade e ter um ganho patrimonial. Assim, nos contratos comutativos e onerosos deve-se buscar a equivalência entre as prestações. É a chamada função social do contrato que prevê trocas úteis e justas (421).
d) uma cláusula em destaque prevalece sobre as outras: num contrato uma cláusula em negrito, com destaque, prevalece sobre as outras, justamente porque se presume que aquela cláusula chamou mais a atenção das partes. Assim num contrato impresso uma cláusula escrita a mão, rubricada por ambos, terá prevalência sobre as outras, caso haja divergência entre elas.
Interpretação dos Contratos
e) dirigismo contratual: é uma política do Estado para dar superioridade jurídica a classes economicamente fracas como o consumidor, o devedor, o trabalhador e o inquilino (art. 423 do CC; art 47 da lei 8.078/90 e art. 805 do CPC). Entende parte da doutrina, especialmente no Direito do Trabalho, que “in dubio pro misero”, ou seja, na dúvida deve-se favorecer a parte mais pobre. Fala de um Juiz: Discordo desta política conforme explicado na aula 6, ao tratar do princípio da autonomia da vontade. O juiz não pode julgar em favor do mais pobre pois não se pode fazer caridade com o dinheiro dos outros. O juiz não pode se transformar num Robin Hood estatal, até porque o juiz tem um bom salário e se estiver com pena, pode ajudar a parte humilde com seus recursos, jamais com o recurso da parte contrária. Nem julgar a favor do rico, para adular, e nem julgar a favor do pobre, por piedade, e sim julgar a favor do justo.
f) contratos benéficos: são aqueles unilaterais e gratuitos (ex: doação, empréstimo, fiança). Na sua interpretação deve-se proteger a parte que fez o benefício, que fez a liberalidade (ex: doador, comodante, mutuante e fiador). Art 114. Então se A empresta dinheiro a B, deve-se interpretar em favor do devedor/mutuário, conforme o dirigismo contratual (art. 805 do CPC), ou do mutuante/credor conforme art. 114 do CC? 
Interpretação dos Contratos
Ainda que o objeto da interpretação seja o que está previsto no contrato lá em suas várias cláusulas, os meios auxiliares para que seja feita a interpretação são as tratativas preliminares, são as características habituais da relações que as partes mantinham, as manifestações anteriores tanto do declarante quanto do destinatário (manifestações que estão ligadas à declaração) assim como o lugar, o tempo e as circunstâncias inerentes.
Interpretação dos Contratos
. No Código Civil, embora este não tenha sistematicamente tratado toda a matéria, contém normas sobre interpretação dos contratos, sendo elas:
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração;
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente;
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente;
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva;
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos.
Art. 1.899. sendo a cláusula testamentária suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador.
Interpretação dos Contratos
O Código de Defesa do Consumidorainda prescreve que:
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
Vale ressaltar que na interpretação dos contratos será levado em conta o significado que foi extraído da vontade dos contratantes; o contrato é bilateral e o significado parte da vontade do proponente e o aceitante. Logo, na análise deve ser considerada a possibilidade da compreensão do destinatário da declaração contida na proposta
Podemos extrair os seguintes princípios específicos 
para a interpretação do contrato do consumo:
a) A interpretação deve ser sempre mais favorável ao consumidor;
b) Deve-se atender mais à intenção das partes do que à literalidade da manifestação de vontade;
c) A cláusula geral de boa-fé reputa-se ínsita, ou seja, inserida em toda relação de consumo ainda que não escrita;
d) Havendo cláusula negociada individualmente esta prevalecerá sobre as cláusulas negociadas ou impostas unilateralmente pelo fornecedor;
e) No contrato de adesão interpreta-se a cláusula ambígua ou contraditória contra o estipulador e em favor do aderente;
f) Interpreta-se o contrato de adesão de forma a retirar a máxima utilidade do contrato atendendo-se ao princípio da conservação dos contratos.
Interpretação dos Contratos
Regras práticas:
A) a melhor maneira de apurar a intenção dos contratantes, é verificar o modo pelo qual o vinham executando, de comum acordo;
B) na dúvida, menos onerosa para o devedor (in dubiis quod minimum est sequimur);
C) interpretar cláusulas conjuntamente e não isoladamente;
D) qualquer obscuridade é imputada a quem redigiu, pois podendo ser claro não o foi. (ambiguitas contra stipulatorem).
E) na cláusula suscetível de dois significados, interpretar-se-á em atenção ao que pode ser exequível (principio do aproveitamento).
Formação dos Contratos
A manifestação de VONTADE é o primeiro e mais importante requisito do negócio jurídico;
Momento subjetivo, psicológico, interno;
Momento objetivo, se revela pela declaração;
Por isso falamos DECLARAÇÃO DA VONTADE;
EXPRESSA(palavra, escrito ou gestos) celebrar contrato, TÁCITA (percebe-se pelo comportamento do agente-ingressar com inventário faz aceitar a herança OU PRESUMIDA (a lei deduz – aceitação da herança se nada falar em 30 dias; art.1.807); Reserva Mental: oculta a verdadeira intenção, declarando o contrário para enganar a outra parte, se a outra parte não souber, subsiste.
Formação dos Contratos
Tácita: artigo 111
Silêncio como manifestação tácita de vontade: art. 111, 539, 512, 432, etc;
Há contrato quando a oferta encontra aceitação; ou seja, duas manifestações de vontades convergentes.
Oferta, chamada policitação, obração ou proposta
As vezes ocorre uma fase anterior ao da OFERTA, que é a chamada NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES;
CARACTERIZA-SE POR SONDAGENS, CONVERSAÇÕES, ESTUDOS E DEBATES;
Em princípio não vincula as partes; precisa agir com deveres de lealdade, correção, informação, proteção, cuidado e sigilo, se violar estes princípios durante a negociação, gera a responsabilidade.
Caso haja a manifestação falsa de interesse e causar dano, ocorre ato ilícito (art. 186) violar direito e gera dano.
A PROPOSTA (oferta)
Nem toda iniciativa ou manifestação de vontade no sentido de dar vida a um contrato é oferta em sentido técnico, mas só a declaração de vontade dirigida por uma parte à outra parte com a intenção de provocar um adesão do destinatário à proposta.
Supera-se portanto a fase de estudos e discussões
A proposta deve conter todos os elementos essenciais do negócio proposto como preço, quantidade, tempo de entrega, forma de pagamento, etc. deve ser série e consciente, pois vincula o proponente artigo 427.
A PROPOSTA (oferta)
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente(fez)...
se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
Artigo 429
A oferta aberta ao público equivale a proposta..... Art. 429
FORÇA VINCULANTE DA PROPOSTA
ART. 427
1ª REGRA: desde que séria e consciente, vincula o proponente.
2ª há exceções à regra: (não obrigatória)
Art. 427 “se do contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio ou das circunstancias do caso”.
- se contiver cláusula expressa a respeito: o proponente pode retirá-la (proposta sujeita a confirmação ou não vale como proposta)
Proposta não obrigatória 
Mais exceções:
- em razão da natureza do negócio:
São as chamadas propostas aberta ao público que se consideram limitadas ao estoque existente, conforme 429.
- em razão da circunstancias do caso: art. 428, são as situações previstas na lei, inciso I, II, III e IV.
Proposta não obrigatória 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: 
 I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; 
 II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; 
 III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; 
 IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
OFERTA NO CDC
ARTS. 30 A 35 DO CDC;
Deve ser séria, clara e precisa, além de definitiva, igualzinho no código civil;
A diferença do código civil é que se faz a proposta para uma massa indeterminada de pessoas;
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
 I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
 II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
 III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
CDC OBSERVAÇÕES
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
       
CDC
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
        Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.
        Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações
ACEITAÇÃO
PARA A OFERTA(PROPOSTA) ESPERA-SE A ACEITAÇÃO;
É A CONCORDÂNCIA COM OS TERMOS DA PROPOSTA;
É manifestação de vontadeimprescindível para que repute concluído o contrato;
Não confunda com a fase posterior ao contrato que é o cumprimento das obrigações assumida pelas partes, chamado de execução. (falaremos sobre isso no item classificação dos contratos; contratos de execução instantânea, diferida e de trato sucessivo)
ACEITAÇÃO
A ACEITAÇÃO DEE SER PURA E SIMPLES;
POIS NOS TERMOS DO ARTIGO 431, caso seja fora do prazo, com adições, restrições ou modificações, importará nova proposta, comumente chamado de contraproposta;
Ex. estagiário ao enviar proposta comete um erro e envia 40 mil reais ao invés de 400 mil reais, para a venda de um apartamento. O comprador pede que aceita mas quer com piso porcelanato. Neste caso, a contraproposta salvou a vida e a carreira do estagiário. Pois aplica-se o artigo 431.
ACEITAÇÃO
EXPRESSA ou TÁCITA
EXPRESSA: declaração do aceitante, manifestando sua anuência; é a regra geral.
TÁCITA: duas hipóteses: artigo 432
1ª Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa; ex. fornecedor que remete o produto para o vendedor, que paga o boleto.
2ª ou o proponente a tiver dispensado; ex. turista que remete um fax a um hotel, reservando tal data, e se não receber aviso em contrário. 
Inexistência de força vinculante da aceitação
Duas hipóteses que foge a regra geral do código civil:
1ª hipótese: art. 430 primeira parte, “Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente”...
Exigindo o cumprimento da 2ª parte do artigo 430: “este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos” 
Inexistência de força vinculante da aceitação
2ª hipótese: art. 433, “Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante”
Ou seja, o aceitante é ligeiro e se antecipa e faz a retratação;
Momento da conclusão do contrato
Obs: Lembre-se, não é execução, é momento de formação do contrato, pois execução é fase posterior, podendo ser tb simultânea. São os chamados contrato de execução instantânea.
1º contrato entre pessoas presentes: regra geral, se não houver prazo, o prazo é imediato para aceitação ou não, sob pena de perder a força vinculante; se existir prazo, respeitar-se-á o prazo;
Momento da conclusão do contrato
2º contrato entre pessoas ausentes:
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado
Vamos dar um nó na nossa cabeça!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Duas teoria e a segunda se divide em três ...............
Ainda na 2º: contrato entre pessoas ausentes:
Teoria da informação ou cognição: é o momento da chegada da resposta ao conhecimento ao policitante, que se inteira de seu teor;
Teoria da declaração ou da agnição, se subdivide em três:
a)da declaração propriamente dita, b) da expedição e c)da recepção.
a)da declaração propriamente dita, b) da expedição e c)da recepção.
a) coincide com o momento da redação da resposta – não é aceita esta teoria;
b) não basta a redação da resposta, é necessário que seja expedida – é a melhor teoria mas não é perfeita;
c) que a resposta tenha sido entregue 
LUGAR DA CELEBRAÇÃO
ART. 435: Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
OBS: CONTRADIÇÃO COM A TEORIA DA EXPEDIÇÃO DA ACEITAÇÃO;
SERÁ O FORO COMPETENTE;
ART. 9º PARÁGRAFO 2º DA LINDB;
Contratos pela Internet
CONTRATOS 
CC16 – PREPONDERAVA A AUTONOMIA DA VONTADE (caraterísticas: patrimonialismo e individualismo – código liberal, distinguido do direito público) portanto, havia um distanciamento entre o direito público e o direito privado.
CF88 – trouxe valores fundamentais, como a dignidade da pessoa humana, e valores sociais e democráticos. Trouxe também valores e princípios a serem aplicados ao direito privado.
CC02 – Trouxe princípios da dignidade da pessoa humana – direitos da personalidade mais pormenorizados e aprofundados. Ainda trouxe valores sociais, como: função social da propriedade e do contrato. 
Contrato pela Internet
Na perspectiva contratual, os principais valores protegidos pelo CC/02 são: 
1 - a SOCIALIDADE, prezando pela função social dos contratos, como se observa do art. 421, CC/02; 
2 - a ETICIDADE, com a inserção de valores éticos, notoriamente, a boa-fé objetiva, que tem como decorrência a lealdade, probidade e honestidade; 
3 - e a OPERABILIDADE, facilitação e aproximação com o cidadão comum.
Contrato pela Internet
Portanto, vê-se hoje o direito civil como sistema jurídico baseado e limitado pelos REGRAS constitucionais, e é assim que ele deve ser interpretado e consolidado dentro do ordenamento jurídico.
Isso tudo criou no Brasil dois motes fundamentais:
1 – inserção de princípios constitucionais fundantes ao direito contratual civil: por exemplo - a preferência ao princípio da boa-fé objetiva e da função social do contrato, com a relativização dos princípios contratuais clássicos, a saber, a autonomia da vontade, a força obrigatória dos contratos (“pacta sunt servanda”) e a relatividade subjetiva dos contratos.
Exemplo disto se dá com a interpretação dos contratos de adesão, cujas cláusulas ambíguas e contraditórias devem ser interpretadas de modo mais favorável ao aderente. Ora, o que é essa regra que não a aplicação, positivada no art. 423, CC/02, da função social do contrato e da boa-fé objetiva, com a relativização da autonomia da vontade das partes.
Contrato pela Internet
2 - A outra consequência da concepção do direito civil-constitucional é a formação dos microssistemas jurídico-civilistas. Os microssistemas são regramentos normativos capazes de atender as especificidades de determinadas relações que exigiam tratamento peculiar, em contraponto a codificações que pretendiam regular todas as especificidades relacionais em um só Código. Atualmente, o de maior destaque é o direito do consumidor, que regula as relações de consumo caracterizadas pela grande disparidade entre o consumidor e o fornecedor.
A harmonização e a interpretação entre o Código “geral” (como o Código Civil) e os microssistemas jurídicos se dão através do chamado diálogo das fontes normativas, isto é, a aplicação concomitante de ambas as ordens jurídicas, de acordo com a observação das especificidades da relação in concreto, mas sem exclusão ou revogação normativa. 
O contrato eletrônico, de notoriedade em nossa sociedade hodierna, deve ser inserido neste direito civil-constitucional, brevemente apresentado nas linhas acima, e, portanto, considerado um microssistema jurídico, mas cujas normas ainda não foram legisladas. Então, faz-se necessário compreender quais as regras e os princípios devem ser aplicados nos contratos eletrônicos, tendo em vista suas peculiaridades.
Contrato pela internet
CONTRATOS PELA INTERNET
Contratos eletrônicos são aqueles celebrados por meio de programas de computador ou aparelhos com tais programas, ou seja, são os negócios jurídicos “onde duas ou mais pessoas utilizam a internet como meio para manifestar suas vontades e concluir um contrato”
SOUZA, Ysis Lorena Cruz. Os contratos etrônicos e o ordenamento jurídico brasileiro. Retirado em: http://monografias.brasilescola.com/direito/os-contratos-eletronicos-ordenamento-juridico-brasileiro.htm. Acesso em: 24/06/2011
Outra noção conceitual necessária, e essencialmente relacionada aos contratos eletrônicos, é a de comércio eletrônico, comércio virtual ou e-commerce. Comércio eletrônico é, pois, qualquer transação comercial realizada por meio eletrônico, ou, mais tecnicamente, “é a atividade comercial explorada através de contrato de compra e venda com a particularidade de ser este contrato celebrado em ambiente virtual, tendo por objeto a transmissão de bens físicos ou virtuais e também serviços de qualquer natureza.”
CATANA, Luciana Laura Treza Oliveira. Retirado de: http://www.advogado.adv.br/artigos/2006/lucianalauraterezaoliveiracatana/comercioeletronico.htm.Acesso em: 24/06/2011.
Contrato por Internet
Neste intuito, os próximos tópicos apresentarão os principais tipos de contratos eletrônicos realizados no e-commerce, quais sejam C2C (consumer to consumer), B2C (business to consumer), B2B (business to business), e G2B (government to business). Por último, uma explanação sobre as chamadas “compras coletivas”, tema bastante atual, mas com pouca referência doutrinária.
C2C (consumer to consumer)
se referem às modalidades contratuais feitas entre consumidor e consumidor, sem vínculo com uma empresa, em que pese à possibilidade de existir uma intermediadora, como nos leilões virtuais a partir de domínios específicos, dentre os quais o mais conhecido é o Mercado Livre.
Como se depreende diretamente do conceito, as relações comerciais C2C se dão entre pessoas em relação de igualdade, isto é, trata-se de contratos paritários, em que não há sobreposição de uma vontade a outra.
Por estes motivos, nestes casos devem ser aplicados os regramentos civis, naquilo em que for possível. Assim, algumas regras merecem destaque.
Contrato pela Internet
B2C (business to consumer)
Os contratos eletrônicos realizados no comércio eletrônico sob a rubrica B2C, do inglês business to consumer, se referem às modalidades contratuais feitas entre empresa e consumidor final.
“No âmbito do Direito Brasileiro, ainda não encontramos uma legislação específica, que venha as disciplinar o "business to consumer", assim entendemos que as relações jurídicas perfectibilizadas através da rede mundial de computadores, seguem os ditames previstos no Código de Defesa do Consumidor – CDC (Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990), especialmente no que pertine ao disposto nos Incisos I a XIII, artigo 39, que em linhas gerais, onde são caracterizados os aspectos considerados como formas de práticas abusivas, que podem causar prejuízos incomensuráveis aos consumidores”.
Contrato pela Internet
B2B (business to business)
Nas relações B2B, temos o seguinte quadro: se as empresas estiverem em pé de igualdade, interpreta-se conforme o direito civil, nos limites de suas peculiaridades; se houver hipossuficiência entre as empresas, tendo em vista seu poderio econômico, aplica-se o direito do consumidor, naquilo que couber.
Contrato pela Internet
G2B (government to business)
O contrato eletrônico G2B, government to business, “é a relação de negócios pela internet entre governo e empresas. Por exemplo, as compras pelo Estado através da internet por meio de pregões e licitações, tomada de preços”.
O fundamento para uma relação comercial entre empresa e governo deve ser a primazia do interesse público e a necessidade de recorrer ao âmbito privado. Por isto, nos contratos eletrônicos no e-commerce entre governo e empresas, a interpretação deve se dar conforme o direito público, notadamente o direito administrativo, pois mexe com o interesse estatal, público, e não entre particulares.
Contrato pela Internet
A novidade das compras coletivas
As compras coletivas são contratos eletrônicos de compra e venda, formadas no e-commerce, no qual uma empresa, proprietária da página virtual, oferece produtos ou serviços de outras empresas, proprietárias fáticas destes produtos ou serviços, aos consumidores, sob a condição suspensiva da necessidade de serem realizados determinado número de compras, previamente estabelecidos (daí seu caráter coletivo). Ou seja, a compra do consumidor só terá eficácia caso um determinado número de consumidores também realize aquela compra.
“Este modelo de negócio foi criado nos Estados Unidos por Andrew Mason, quando lançou o primeiro site do gênero em novembro de 2008, o Groupon. Aqui no Brasil o pioneiro foi o Peixe Urbano, iniciando suas atividades em março de 2010. Desde então, a Compra Coletiva se consolidou entre os brasileiros, beneficiando tanto as empresas que podem vender suas mercadorias em maior volume por conta de seu baixo preço, assim como os consumidores, que poderão adquirir bens com generosos descontos por estarem realizando uma Compra Coletiva”.
Contrato pela Internet
Observam-se, com isso, três relações jurídicas distintas: a primeira entre a empresa proprietária do domínio (chamada adiante de empresa virtual) e a empresa proprietária dos produtos ou serviços (doravante empresa real; a segunda entre a empresa virtual e os consumidores; e, por fim, entre a empresa real e os consumidores.
O contrato realizado entre as empresas virtual e real tem caráter eminentemente civil, sendo regido e interpretado pelas normas do Código Civil, normalmente sob a rubrica de prestação de serviços (o serviço aqui é o de propaganda e fornecimento direto de seu produto), pois há uma relação paritária, entre iguais, e não caracterizada pela hipossuficiência.
Por sua vez, o contrato realizado entre a empresa virtual e o consumidor, o único dentre os três que pode ser considerado como contrato eletrônico de fato, deve ser interpretado como relação de consumo, além de ser necessariamente um contrato de adesão, já que o consumidor está em desvantagem econômica em face da empresa virtual e não tem a possibilidade de discutir as ofertas.
Contrato pela Internet
Como contrato de consumo, as normas do contrato são regidas pelo princípio da interpretação mais favorável ao consumidor. No entanto, as compras coletivas revelam vantagens significantes aos consumidores, principalmente o desconto elevado no preço dos produtos ou serviços, e, devido a isto, a oferta deve ser interpretada de modo restritivo, e não extensivo.
Um exemplo vai ilustrar o falado no parágrafo anterior. Sabemos que as redes de lanchonetes (Mac Donald’s, Burger King, Bob’s etc) oferecem combos aos consumidores, isto é, não apenas um produto, mas um conjunto deles, para satisfação das necessidades em um ato. O mais normal dos combos é unir refrigerante, batata frita e hambúrguer. Agora, imaginemos que o domínio da compra coletiva ofereça ao consumidor apenas o hambúrguer por um preço descontado. Neste caso, o consumidor não poderá interpretar extensivamente, pensando que o oferecido foi o combo, mas restritivamente, sabendo que tem direito apenas ao hambúrguer. Por outro lado, dada a omissão da informação, o consumidor tem direito ao hambúrguer completo, sem restrições.
Contrato pela internet
O último contrato se dá entre a empresa real e o consumidor. Certamente, temos uma relação de consumo, posto que indireta, pois a negociação é feita diretamente com a empresa virtual.
A relação de consumo, aqui, se caracteriza pela clássica dinâmica bilateral entre fornecedor e consumidor, e deve ser interpretada, obviamente pelas normas e princípios do direito do consumidor.
Pelo princípio da boa-fé objetiva, o consumidor tem direito a receber, da empresa real, o produto ou serviço, na mesma qualidade em que ele é prestado em condições normais, sem a compra pelo domínio de compras coletivas, ou seja, o produto ou serviço é devido na mesma qualidade e quantidade. Ainda, não pode a empresa virtual aumentar o preço dos outros produtos ou serviços adjacentes, por violação à boa-fé objetiva e à função social do contrato, inclusive contrato consumeirista.
A responsabilidade da empresa real é subjetiva, depende de culpa, e solidária com a empresa virtual. Esta solidariedade não subsiste, entretanto, quando a responsabilidade ocorrer devido a não prestação em iguais condições (qualidade e quantidade) do produto ou serviços, nos termos anotados nas linhas acima.
Classificação dos Contratos
A) Quanto aos efeitos: 
unilateral, bilateral e plurilateral; 
gratuitos e onerosos; 
comutativos e aleatórios; 
aleatórios por natureza e acidentalmente aleatórios;
Classificação dos Contratos
B) Quanto à formação:
Paritários, de adesão e contratos-tipo;
C) Quanto ao momento de sua execução:
De execução instantânea, diferida e de trato sucessivo ou em prestações;
D) Quanto ao agente:
	- Personalíssimos ou intuitu personae e pessoas; individuais e coletivos;
Classificação dos Contratos
E) Quanto ao modo por que existem:	
principais, acessóriosou adjetos e derivados ou subcontratos;
F) Quanto à forma:
Solenes ou formais e não solenes ou de forma livre; consensuais e reais;
G) Quanto ao objeto:
- 	Preliminares ou pacum de contrahendo e definitivos; 
Classificação dos Contratos
H) Quanto à designação: (dicionário) indicar (alguém ou algo) de maneira a distingui-lo dos demais; apontar, mostrar;
Nominados e inominados
Típicos e atípicos
Mistos, coligados e união de contratos
Classificação dos Contratos
Quanto aos efeitos, criando obrigações para as partes, de forma:
Unilaterais: são contratos que criam obrigações unicamente (Ex uno latere) para uma das partes, como doação pura, por exemplo; mesmo tendo duas partes e duas declarações de vontade, o peso da prestação é exclusiva do devedor, os efeitos são somente passivos de um lado e somente ativos de outro lado.
Classificação dos Contratos
Bilaterais: são contratos que geram obrigações para ambos os contratantes, como compra e venda por exemplo, a locação, o contrato de transporte, etc.
São sinalagmáticos; sig. Reciprocidade de prestações; art. 481. a obrigação de um tem por causa a do outro; não precisa ter nexo de reciprocidade e equivalência nas prestações;
Classificação dos Contratos
Plurilaterais: contém mais de duas partes. Numa compra e venda com várias pessoas não caracteriza plulilaterais pois haverá dois polos: ativo e passivo.
Perseguem-se um fim comum, ato coletivo, não é tecnicamente contrato, por ausência do elemento ‘consentimento’. 
Ex. sociedade de mais de duas pessoas, consórcios, etc. se caracteriza por ato coletivo em busca de um fim comum.
Classificação dos Contratos
Aprofundamento do tema:
A) a exceptio non adimpleti contractus e a cláusula resolutiva tácita somente se amoldam ao contrato bilateral, que requer prestações simultâneas, não podendo um dos contratantes, antes de cumprir sua obrigação, exigir o implemento da do outro; 476, 1ª p.
B) a teoria dos riscos só é aplicável ao contrato bilateral, no qual se deverá apurar qual dos contraentes sofrerá as consequências da perda da coisa devida ou da impossibilidade da prestação;
C) no contrato bilateral pode uma das partes recusar-se à prestação que lhe incumbe, se, depois de concluído o contrato, sobrevier ao outro contratante diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou; art.477.
Classificação dos contratos
O contrato unilateral (ex. doação pura), apesar de possuir duas vontades (doador e donatário), possui apenas obrigações para uma das partes, portanto, quanto aos efeitos, são chamados unilaterais;
Contrato unilateral imperfeito: acidentalmente, gera alguma obrigação para o contratante que não se comprometera. Ex. depósito e comodato, quando surgir para o comodante e o depositante, no decorrer da execução alguma indenização; ou já na celebração há obrigação de gozo da coisa para o comodatário e de restituí-la, art. 579 e ss.
Classificação dos Contratos
Ainda quanto aos efeitos (neste caso vantagens):
Contratos gratuitos ou benéficos e onerosos:
Gratuitos ou benéficos: apenas uma das partes aufere benefícios ou vantagens, como na doação pura, comodato, reconhecimento de filho, etc. E para outra parte não se exige contraprestação;
Classificação dos Contratos
Onerosos: ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual, porém, corresponde um sacrifício; benefícios e sacrifícios recíprocos;
Classificação dos Contratos
Comutativos e aleatórios: ambos são onerosos;
Comutativos: possuem prestações (equivalentes subjetivas ou objetivas) certas e determinadas;
Aleatórios por Natureza: bilateral e oneroso em que um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida; fato futuro e imprevisível; seguro, aposta;
Acidentalmente Aleatório: 
A) venda de coisas futuras; (risco da própria existência ou quanto à quantidade;
b) venda de coisas existentes mas exposta a risco;
Será melhor estudado em aula própria.
Classificação dos Contratos
Contratos paritários e de Adesão. Contato-tipo:
Paritários: do tipo tradicional, as partes discutem livremente as condições, e encontram-se em igualdade (par a par);
Adesão: não permitem essa liberdade acima, devido à preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas; art. 422, 423, 424, CDC 54, 47, etc;
Classificação dos Contratos
Contrato-tipo: chamado tb contrato de massa, em série ou por formulários;
Se aproxima ao contrato de adesão;
As cláusulas não são impostas apenas pré-redigidas;
Com espaços em branco para discussões de forma bilateral;
Classificação dos Contratos
C. de Execução Instantânea, diferida e de trato sucessivo – quanto ao momento de cumprimento pelas partes;
Execução Instantânea: ou imediata, ou execução única;
Os que se consumam num só ato, sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração, como a compra e venda à vista. Ocorre prestação única com efeito – a extinção da obrigação; 
Classificação dos Contratos
Execução Diferida ou Retardada: são os que devem ser cumpridos também em um só ato, mas em momento futuro; a entrega, em determinada, o objeto alienado; 
Trato sucessivo ou de execução continuada: são os que se cumprem por meio de atos reiterados; ex. compra e venda a prazo, prestação permanente de serviço, fornecimento periódico de mercadorias, etc;
Ex. locação;
Classificação dos Contratos
Personalíssimos e impessoais:
Personalíssimo ou intuitu personae: são celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contraentes; não podem ser substituídos; sejam culturais, profissionais, artísticas ou de outra espécie;
Impessoais: a prestação pode ser cumprida pelo obrigado ou por terceiro, o importante é que seja realizada;
Classificação dos Contratos
Individuais e Coletivos: são mais utilizados no direito do trabalho;
Individual: as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas. Ex. na compra e venda, uma pessoa pode contratar com outra ou com um grupo de pessoas;
Coletivo: se perfaz entre duas pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais; convenções coletivas; CCT;
Classificação dos Contratos
Principais e Acessórios. Contratos Derivados:
Principais: existência própria, autônoma e não dependem de qualquer outro, ex. compra e venda, locação, etc;
Acessórios: tem sua existência subordinada à do contrato principal, ex. cláusula penal, a fiança; o acessório segue o destino do principal; nulidade, prescrição, art. 184, mas o contrário não ocorre;
Derivados: têm em comum com os acessórios, pois ambos são dependentes de outro; subcontratos; sublocação;
Classificação dos Contratos
Solenes(formais) e Não Solenes (não formais):
Solenes: obedecer a forma prescrita na lei para se aperfeiçoar; Nulo art. 166, IV; art. 108;
Não solene: de forma livre, art. 107; 
Classificação dos Contratos
Consensuais e Reais:
Consensuais: são os que se formam unicamente pelo acordo de vontades (solo consensu), independente da entrega da coisa e da observância de determinada forma; art. 482; 
Reais: são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega (traditio) da coisa que lhe serve de objeto, como os de depósito, comodato, mútuo, ou seja, não se formam sem a tradição da coisa; a afetiva entrega da coisa não é fase executória, porém requisito da própria constituição do ato.
Classificação dos Contratos
Preliminares e Definitivos:
Preliminares: contrato provisório, preparatório, no qual prometem complementar o ajuste, celebrando o definitivo; ou seja, prometem celebrar mais tarde o definitivo; o objeto é único, ou seja, o DEFINITIVO; Se forma obrigação apenas para uma das partes, é denominado opção; portanto, efeito unilateral;
Definitivo: possui objetos diversos, dependendo da natureza de cada avença; 
Classificação dos Contratos
Nominados: que possuem designação própria; o cod. Civil traz 23 contratos nominados; compra e venda, troca, estimatório, doação, locação de coisa, empréstimo, prestação de serviço, empreitada, sociedade, depósito, mandato,comissão, agência, distribuição, corretagem, transporte, constituição de renda, seguro, jogo, aposta, fiança, transação e compromisso;
Inominados: não tem denominação própria;
Típicos: são os regulados pela lei;
Atípicos: não possuem lei para regular, art. 104 e 425;
Mistos: típico mais cláusulas criadas pelo consenso;
Coligados: vários distintos, mas interligados;
União de contratos: vários distintos e autônomos, mas no mesmo tempo ou no mesmo documento;
Estipulação em Favor de Terceiro
Como vimos até aqui, contratos gera obrigações para as partes envolvidas no contrato;
Exceção: estipulação em favor de terceiro;
Os efeitos são sentido por quem não é parte;
Estipulante: quem quer beneficiar um terceiro
Promitente: se obriga a beneficiar um terceiro
Capacidade das partes????????????
Estipulação em Favor de Terceiro
O terceiro não é obrigado a aceitar o benefício, logo pode desobrigar o promitente; mas não invalida o negócio jurídico;
Legitimidade: O estipulando pode exigir o cumprimento do contrato; o terceiro pode exigir o cumprimento também se assim estiver formulado no contrato;
O estipulando pode substituir o terceiro (inovar); se não houver ônus cumprido pelo 3º; ex. empresa se compromete a dar pensão vitalícia para meu filho; 
Estipulação em Favor de Terceiro
Natureza Jurídica: contratual
Ato Inter vivos; ex. seguro contra danos;
Ato causa mortis; ex. Testamento;
Estipulação em Favor de Terceiro
Quando estudamos a relatividade dos efeitos do contrato, percebemos que, o contrato não afeta terceiros, nem patrimônio de terceiros;
Do art. 436 a 438;
Muito comum no seguro de vida, nos divórcios e nos acordos coletivos de trabalho, que beneficiam terceiros (alheios) que não participaram do vínculo contratual original;
DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
- DENOMINA-SE CONTRATO POR OUTREM OU PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO; art. 439;
Assemelha-se com a figura do fiador;
Se alguém, por ex., prometer levar um cantor de renome a uma determinada casa de espetáculos ou clube, sem ter obtido dele, previamente, a devida concordância, responderá por perdas e danos perante os promotores do evento, se não ocorrer a prometida apresentação na ocasião anunciada. Se o tivesse feito, nenhuma obrigação haveria para quem fez a promessa. (art. 440).
DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Por causa da bando os ingressos foram todos vendidos;
Caso a banda não vá, vc pagará perdas e danos;
Mas, se a banda se obrigou em ir, não haverá perdas e danos para vc; deixa, portanto, de ser promessa de fato de terceiro;
DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Parágrafo único do art. 439: 
“visa a proteção do cônjuge contra desatinos do outro, negando eficácia à promessa do fato de terceiro quando este for cônjuge do promitente, o ato a ser por ele praticado depender de sua anuência e, em virtude do regime de casamento, os bens do casal venham a responder pelo descumprimento da promessa”.
1 – ser cônjuge; 2 – depender de sua anuência e 3 – existir confusão patrimonial.
DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Silvio Rodrigues: na hipótese de o marido ter prometido obter a anuência da mulher na concessão de uma fiança, tendo esta se recusado a prestá-la. A recusa sujeitaria o promitente a responder por perdas e danos que iriam sair do património do casal, consorciado por regime de comunhão. Para evitar o litigio familiar, conclui, o legislador tira a eficácia da promessa;
Fiança pode ser anulada pela mulher: art.1649;
GARANTIAS IMPLICITAS IMPOSTAS AO ALIENANTE
Essas garantias decorrem de lei e não precisam estar descrita no contrato. Quando onerosa e não quando gratuita.
1 – EVICÇÃO;
2 – VÍCIO REDIBITÓRIO;
ALIENAR UM BEM É TRANSFIRIR A PROPRIEDADE
A B – um aliena para o outro
Responde por defeitos materiais e por defeitos jurídicos
Defeitos materiais: vício redibitório (defeito oculto), pode pedir tanto para redibir/acabar o contrato ou abatimento no preço;
Defeitos jurídicos: vícios jurídicos, evicção;
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
O vício redibitório é aquele, decorrente dos contratos comutativos, em que a coisa apresenta um vício oculto que a torna imprópria ao uso ou que diminua seu valor, podendo o contratante rejeitá-la, exigir reparação ou abatimento do preço.
Importa mencionar que para ser redibitório o vício não pode ser visível ou aparente e sim oculto, de modo que se torne impossível ao adquirente ter conhecimento dele na data da contratação.
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
As ações próprias são:
Ação redibitória: redibir/desfazer o negócio, o contrato;
Ação quanti minoris ou estimatória: abatimento no preço pago; vamos neste caso estimar quanto menor vale o bem;
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
Vale ressaltar que caso o vendedor já saiba do vício e nada fale, deverá devolver o valor e indenizar em perdas e danos. Por outro lado, caso o vício não seja conhecido pelo alienante, deverá devolver o valor, atualizado monetariamente, e pagar as despesas decorrentes do contrato.
Isso porque, o alienante tem a responsabilidade civil de assegurar ao adquirente o pleno uso da coisa que foi por ele adquirida para os fins a que se destina. Logo, o alienante é responsável ainda que o bem pereça em razão do vício.
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
São requisitos para a configuração do vício redibitório:
a) A coisa adquirida deve ser negociada em razão de um contrato comutativo, ou de uma doação onerosa, ou remuneratória.
b) O vício ou defeito deve ser oculto e prejudicial à utilização do bem ou pelo menos lhe diminuir o valor.
c) O vício deve ser existente no momento da aceitação da realização do negócio jurídico. 
d) O vício deve ser desconhecido pelo adquirente.
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
O Código Civil atual disponibiliza duas opções de reclamação do vício redibitório, quais sejam: A. Abatimento do valor ou sua restituição parcial; e B. Desfazimento ou redibição da coisa.
A ação de abatimento de preço é denominada de Ação Estimatória. Já a ação de redibição, que nada mais é que ação de desfazimento do negócio, tem sua denominação própria – Ação Redibitória. Vale observar, neste ínterim, que ambas as ações possuem objetivos distintos, onde a primeira visa o abatimento de preço, e a segunda o desfazimento do negócio.
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
Vale mencionar que o prazo decadencial para entrar com ação redibitória ou de abatimento do preço (ação quanti minoris) em razão do vício redibitório varia conforme o bem.
I. Bem móvel: 30 dias da data da entrega do bem ou do conhecimento do vício redibitório;
II. Bem imóvel: 1 ano da data da entrega ou do conhecimento do vício redibitório;
III. Semovente: depende de legislação específica ou dos usos e costumes do local, sendo que na ausência de tais, dá-se o prazo de 180 dias a contar do conhecimento do vício redibitório.
Em que pese a estipulação legal atinente ao prazo decadencial para o vício redibitório, nada impede que as partes estabeleçam um prazo maior, se assim quiserem. 
Além disso, os prazos decadenciais não contarão enquanto os bens estiverem assegurados com cláusula de garantia. Porém, o adquirente da mercadoria deve denunciar no momento do conhecimento do vício redibitório, sob pena de decair o direito.
DA EVICÇÃO
É O CHAMADO DEFEITO JURÍDICO;
OU SEJA, QUEM VENDEU NÃO PODIA TER VENDIDO, PORQUE A LEI PROIBIA, QUEM COMPROU, PERDE O BEM E VEM RECLAMAR DE QUEM VENDEU INDEVIDAMENTE;
A B é evicto
 venda retomada na justiça do bem 
 alienante C ou seja, perda judicial do bem;
 é evictor
DA EVICÇÃO
Conceito: Consiste a evicção em perder a posse ou a propriedade de um bem que adquiriu, por determinação judicial, movida por outras partes. Assim, o terceiro adquirente perde a posse, se tornando evicto. Ocorre a evicção quando o adquirente de um bem vem a perder, total ou parcialmente a sua posse e/ou propriedade, em razão de sentença/decisão judicial fundada em motivo jurídico anterior à aquisição da coisa.
DA EVICÇÃO
Art. 447 CC Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantiaainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Normalmente o evicto (que perdeu a coisa) nem sabe da ação que esta sendo movida.
A responsabilidade da evicção ocorre em regra nos contratos onerosos, pois o adquirente sofre um esforço patrimonial para adquirir o bem, devendo ser restituído. Porém, admite-se a evicção no contrato gratuito desde que tenha certa onerosidade. (Doar terreno para construir um abrigo), sendo assim uma doação onerosa.
DA EVICÇÃO
Sujeitos da evicção
Alienante – aquele que transmite o bem ao adquirente (posse e propriedade). Responde pelos vícios da evicção, mesmo que tenha agido de boa fé, pois tem o dever de garantir a plenitude do uso e do gozo, protegendo o adquirente contra os defeitos ocultos.
Evicto – adquirente, que sofreu a evicção.
Evictor – terceiro vencedor na ação em que ocorreu a evicção. É para quem vai o bem após ocorrer a evicção. Ex: banco que ingressa com ação em face do alienante
DA EVICÇÃO
Responsabilidade contratual do alienante
A responsabilidade do alienante independe do contrato, decorrendo da lei. Quem vende tem que garantir quem compra. Assim, todo alienante é obrigado não só a entregar ao adquirente a coisa alienada, como também a garantir-lhe o uso e gozo.
Art. 450 CC Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
o alienante deve no mínimo devolver o dinheiro que foi pago. Ressarcir o prejuízo sofrido pelo adquirente evicto, abrangendo o valor que pagou e outros prejuízos resultantes da evicção desde que devidamente comprovados (dano material = dano emergente + lucro cessante), além de eventual dano moral. A atualização do valor a ser restituído é calculada da data da decisão judicial que resultou a evicção.
I – à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II – à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
III – às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Conforme incisos 1, 2 e 3 são devidos também:
– os frutos percebidos;
– as despesas do contrato;
– custas judiciais e honorários advocaticios, etc.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se venceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
DA EVICÇÃO
Extensão da garantia
É possível as partes contratualmente estipularem uma extensão de garantia, reforçando, diminuindo ou até excluindo.
Art. 448 CC Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Exclusão da responsabilidade do alienante ou clausula de irresponsabilidade
DA EVICÇÃO
Art. 449 CC Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Podem as partes não contratar o direito de receber, ou seja, a clausula de irresponsabilidade, mas para valer o adquirente deve ter ciência do risco de evicção do bem. Ainda, a clausula de irresponsabilidade por si só, exclui apenas a obrigação do alienante de indenizar todas as demais verbas, mas não a de restituir o valor recebido. De acordo com este artigo, valera a clausula de irresponsabilidade pela evicção quando o evicto (adquirente) for informado de forma esclarecida a respeito dos riscos da evicção, com efeito, não fará jus a indenização. Porém, mesmo havendo a clausula de irresponsabilidade terá direito o evicto, quando não sabia dos riscos da evicção, a exigir o reembolso integral do preço que pagou pela coisa, sem direito a indenização por perdas e danos e demais prejuízos elencados nos incisos 1, 2 e 3 do Art. 450. Se, por outro lado, não assumiu os riscos da evicção, anulando a clausula de irresponsabilidade, o adquirente terá direito a indenização total (preço pago, danos, etc).
DA EVICÇÃO
Requisitos da evicção
Para que se configure a responsabilidade do alienante pela evicção devem ser preenchidos os seguintes requisitos:
– perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada.
Para que se configure evicção, é necessário o recebimento da coisa pelo adquirente em condições de perfeito uso e sua posterior perda total ou parcial da posse ou do uso.
– onerosidade da aquisição.
– ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa.
Se a conhecia, presume-se ter assumido o risco de a decisão ser desfavorável ao alienante.
– anterioridade do direito do evictor.
O alienante só responde pela perda decorrente de causa já existente ao tempo da alienação.
– denunciação da lide ao alienante
CONTRATOS ALEATÓRIOS
É contrato bilateral e oneroso em que pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida. Caracteriza pela incerteza para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem vir. Não há equivalência entre as prestações.
O objeto está ligado à ideia de risco.
CONTRATOS ALEATÓRIOS
Aleatório é originário do latim alea, que significa sorte, risco, azar, dependente do acaso ou do destino, ex. ale jacta est – a sorte está lançada de Júlio Cesar.
Contrato de sorte: jogo, aposta e seguro;
CHAMADO DE CONTRATO ALEATÓRIO POR NATUREZA.
CONTRATOS ALEATÓRIOS
MAS TEMOS AINDA OS ACIDENTALMENTE ALEATÓRIOS:
1 - VENDA DE COISAS FUTURAS: podendo ser quanto 1.1 à própria existência da coisa e quanto 1.2 à sua quantidade;
2- VENDA DE COISAS EXISTENTES, MAS EXPOSTAS A RISCO;
CONTRATOS ALEATÓRIOS
1 - VENDA DE COISAS FUTURAS: podendo ser quanto 1.1 à própria existência da coisa: 
Art. 458: venda de colheita futura, declarando que “ a venda ficará perfeita e acabada haja ou não safra, não cabendo ao comprador o direito de reaver o preço pago se, em razão de geada ou outro imprevisto, a safra inexistir”.
Se o risco se verifiar, “sem dolo ou culpa do vendedor, adquire este o preço; se não houver, porém, colheita por culpa ou dolo do alienante, não haverá risco, e o contrato é nulo”.
CONTRATOS ALEATÓRIOS
quanto 1.2 à sua quantidade;
Art. 459
Se o risco da aquisição da safra futura limitar-se à sua quantidade, pois deve ela existir, o contrato fica nulo se nada puder ser colhido. Porém, se vem a existir alguma quantidade, por menor que seja, o contrato deve ser cumprido, tendo o vendedor direito a todo o preço ajustado. 
CONTRATOS ALEATÓRIOS
2- VENDA DE COISAS EXISTENTES, MAS EXPOSTAS A RISCO;
Art. 460
A venda de mercadoria que esta sendo transportada em alto-mar por pequeno navio, cujo risco de naufrágio o adquirente assumiu. 
É válida, mesmo que a embarcação já tenha sucumbido na data do contrato. Se, contudo, o alienante sabia do naufrágio, a alienação “poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado”, como prescreve o art. 461 cabendo ao adquirente a prova dessa ciência. Por falta de probidade e boa-fé do alienante.
CONTRATO PRELIMINAR
As vezes o contrato sai rápido...
As vezes se prolonga a fase de conversações ou negociações preliminares...
As vezes não é conveniente contratar de forma definitiva, pois será parcelado de forma prolongada...
Neste caso, as partes podem celebrar um contrato provisório, preparatório, no qual prometem complementar o ajuste, celebrando o definitivo.
CONTRATO PRELIMINAR
Estaremos diante do CONTRATO PRELIMINAR
Objeto do contrato preliminar: sempre será fazer o contrato definitivo
Chamado também de contrato-promessa ou pactum de contrahendo;
Tem portanto um único objeto
Requisitos: os mesmos do artigo 104
Art. 462 a 466
Ação de Adjudicação Compulsória
CONTRATO PRELIMINAR
APELAÇÃO CÍVEL E AGRAVO RETIDO ­ ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA ­ PRESCRIÇÃO ­ INOCORRÊNCIA ­ COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA NÃO REGISTRADO ­ PAGAMENTO INTEGRAL DO PREÇO COMPROVADO ­ POSSIBILIDADE ­ SUMULA 239 DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - DIREITO À ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. 1. "O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis." (Súmula 239, STJ). 2. "Não

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