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Atividade 01 – Direito Empresarial III - 2020 Considerando que os títulos de crédito para sua existência exigem lei própria, e considerando que o Código Civil de 2002 possui um título para tratar de Títulos de Crédito, esclareça como se comporta a o Aval em relação as Letras de Câmbio, Notas Promissórias, Cheques e Duplicatas, abordando os seguintes aspectos: o cancelamento do aval, a parcialidade do aval, a outorga uxória ou marital. De acordo com Fabio Ulhôa Coelho, o aval é o ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar o título de crédito, nas mesmas condições que um devedor desse título (avalizado). O aval tem como ideia fundamental a garantia pessoal para satisfação do crédito. Dá tranquilidade ao que concedeu o crédito, aumentando o volume concedido. Existe mais uma obrigação no título, a do avalista, que pode ser assumida por qualquer pessoa, seja estranha ao título ou que já esteja obrigada anteriormente. É uma garantia peculiar ao regime dos títulos de crédito, não havendo que se falar em aval em outras obrigações. Para que o aval se efetive, é necessário que o avalista declare sua vontade por escrito no próprio título ou no alongamento do documento. Entende-se que a simples assinatura do beneficiário no anverso ou excepcionalmente no verso do título é suficiente para representar o aval. Caso não indique o avalizado dará o aval ao emitente do título, mas pode-se indicar o nome do avalista. Nas letras de câmbio o aval em branco presume-se a favor do sacador; na nota promissória, a favor do promitente; no cheque e na duplicata a favor do emitente. O art. 1.647 do Código Civil prevê a exigência de outorga conjugal no aval dado por pessoas casadas, exceto em caso de regime da separação absoluta. Pessoas casadas pela comunhão universal ou pela comunhão parcial só poderão dar aval com a concordância de seus cônjuges. O Código Civil prevê que poderá haver o suprimento judicial da outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la, não havendo esse suprimento, o aval será anulável, podendo o cônjuge que não anuiu pedir a anulação da garantia, até dois anos após o término da sociedade conjugal. Essa exigência não se aplica aos títulos de crédito previstos em leis especiais, ou seja, aos títulos de crédito típicos. O aval parcial é admitido por nosso ordenamento jurídico nas letras de câmbio, nas notas promissórias e nos cheques, o avalista pode garantir apenas uma parte da obrigação do título. Não é admitido aval parcial para duplicata, por vedação expressa do Código Civil. O avalizado é aquele dá reforço da obrigação de quem já consta do título. Assume a obrigação de pagar o título de crédito como se devedor fosse, a obrigação é equivalente. O aval a favor do sacado só produzirá efeitos, se houver ao menos a aparência do aceite. Tem-se aval sucessivo quando mais de um avalista garante, ao mesmo tempo, a obrigação de um único avalizado. São avais superpostos pois um avalista garante o outro e, aquele que pagar a obrigação, poderá cobrar do outro a integralidade. Tem-se aval simultâneo quando todos os avalistas garantem diretamente o avalizado, ou seja, quando um garante a obrigação do outro avalista. Aquele que pagar pela obrigação só poderá cobrar dos demais as suas quotas-partes. O avalista se torna devedor solidário do título de crédito, sendo obrigado a pagar a totalidade da obrigação, mesmo que o avalizado possua bens. Não pode indicar bens do avalizado caso seja demandado, não possui benefício de ordem. O avalista poderá ser devedor principal ou indireto. Será principal se o avalizado for devedor principal e será indireto se o avalizado for devedor indireto. A obrigação do avalista se transfere a seus herdeiros e mantem-se mesmo nos casos em que a obrigação garantida seja nula por qualquer outra razão que não seja um vício de forma do título. O avalista possui direito de regresso ao efetuar o pagamento do crédito, que não poderá ser exercido contra todos os signatários do título. Poderá agir contra o avalizado e contra os obrigados anteriores. O aval antecipado é aquele dado em favor de endossante antes mesmo que este insira sua assinatura sobre o título, transferindo-o. O aval posterior ao vencimento pode produzir efeitos cambiais, desde que seja prestado a favor de obrigado cambial, e não de endossante posterior ao vencimento. Só não produz efeitos se o avalizado não possui mais obrigações. O devedor que paga o título de crédito ao legitimo portador fica desonerado, salvo se agiu de má-fé. O devedor poderá exigir do credor a quitação regular e a entrega do título. O credor não é obrigado a receber o pagamento antes do vencimento. No vencimento, não pode recusar-se, ainda que o pagamento seja parcial. O aval pode ser cancelado, mas, uma vez formalizado o título, dirigido ao credor, não mais se admite o cancelamento unilateral, ou por vontade do devedor, porque chegando às mãos do titular do crédito, consuma-se a relação obrigacional, com a exigibilidade da quantia perante aqueles que se obrigaram. Considera-se não escrito o aval cancelado. A finalidade deste dispositivo é não permitir ao avalista desonerar-se livremente das obrigações cambiárias assumidas no título.
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