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LIVRO 02

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Unidade II
5 Desenvolvimento intelectual, motor, emocional, sexual e social 
nas Diversas etapas Da viDa
A partir de agora, iniciaremos nosso estudo sobre os diferentes aspectos do desenvolvimento 
humano. Antes de começarmos, convido você, aluno, a uma reflexão.
Exemplo de aplicação
Observe crianças que possam estar perto de você em algum momento. Esteja atento à idade da 
criança e tente identificar quais são as características que ela apresenta, tanto a nível físico‑motor como 
intelectual e social. Se possível, observe crianças de diferentes idades, como uma de dois anos e outra 
de quatro ou cinco.
É interessante que, com poucos anos de diferença, cada criança apresenta características muito 
diferentes – claro que respeitando os aspectos individuais como o temperamento de cada uma, por 
exemplo.
Esse exercício serve para ilustrar o papel da Psicologia do desenvolvimento, que tem por objetivo 
estudar o ser humano em seus diferentes aspectos: motor, emocional, sexual e social, em cada etapa da 
sua existência.
Outra maneira de conhecer na prática como ocorre o desenvolvimento humano é você procurar se 
lembrar de cada fase da sua vida, desde as recordações mais remotas. Veja que cada momento teve suas 
particularidades, suas características. Sua capacidade motora, sua maturidade sexual, a inteligência, 
enfim, com o passar dos anos foi havendo uma transformação até você chegar ao que é hoje.
É assim que se dá o desenvolvimento humano. Cada etapa, desde o nascimento da criança, apresenta 
suas características que se estendem até o final da vida.
Mas é importante destacarmos ser fundamental o acompanhamento da mulher desde o início da 
sua gestação, os fatores físicos e hereditários, seu estado psíquico, os fatores ambientais, as relações 
familiares, enfim, todos os aspectos que envolvem esse momento tão importante de sua vida.
Toda gestante precisa ser orientada quanto à necessidade do acompanhamento do pré‑natal para 
que sua saúde e a do bebê estejam sob cuidados e para que o parto possa ser marcado como o início de 
uma nova vida.
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Figura 9 – Gestação
Convido você a caminhar neste estudo, em que aprenderemos sobre cada fase do desenvolvimento 
e apresentaremos suas características, além de conhecer os autores que se dedicaram a pesquisa de 
cada um dos aspectos dessas fases. Essa é uma oportunidade para que você posteriormente consiga 
identificar as características do seu cliente de acordo com o momento do desenvolvimento em que ele 
está vivendo.
Exemplo de aplicação
Peço também que você, como futuro fisioterapeuta, reflita sobre o quão importante é para sua 
formação conhecer o ser humano em todas as suas dimensões, e não apenas fisicamente – afinal, o 
corpo, conforme já estudado, carrega as marcas e a própria história da pessoa, o que inclui todas as 
experiências do sujeito e de suas relações com o meio.
Tendo em vista a grande extensão do tema e dos aspectos a serem abordados sobre o desenvolvimento 
humano, vamos nos ater apenas a alguns autores, pois nosso objetivo nesse momento é trazer noções 
básicas, provocando você para que busque maior profundidade nos estudos, conforme o seu interesse.
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Por uma questão de organização, apresentaremos cada etapa do desenvolvimento intelectual, 
emocional, sexual e social num crescente, desde o nascimento até a velhice, com os aspectos mais 
relevantes de cada uma delas.
5.1 Desenvolvimento físico‑motor da criança de 0 a 2 anos
Podemos afirmar que o ser humano, se comparado a outras espécies da natureza, é um ser totalmente 
dependente para que possa se desenvolver tanto física como emocionalmente. Se não houver um adulto 
que assuma seus cuidados, o bebê não terá nenhuma chance de sobrevivência.
O recém‑nascido tem um crescimento acelerado nos três primeiros meses de vida, seguindo em 
ritmo crescente durante todo o primeiro ano. De uma condição na qual a criança se apresenta sem 
controle sobre sua coordenação motora, por volta dos doze meses, ele já assumiu a postura bípede e 
inicia a marcha. Isso representa um grande avanço para o desenvolvimento psicomotor.
O desenvolvimento físico inicial segue os seguintes princípios:
• cefalocaudal, ou seja, seu desenvolvimento ocorre da cabeça para a cauda;
• princípio próximo distal, ou seja, do interior para o exterior. Tanto o crescimento quanto o 
desenvolvimento motor ocorrem do centro do corpo para fora.
Das habilidades do recém‑nascido, podemos observar que muitas delas não precisam ser aprendidas, 
como agarrar, engatinhar e andar, tendo em vista que a criança necessita apenas de espaço e liberdade 
para que possa se movimentar.
Reflexos
O recém‑nascido apresenta uma série de respostas físicas involuntariamente, que são desencadeadas 
por estímulos específicos chamados de reflexos. Alguns deles continuam presentes no adulto, como 
piscar automaticamente quando há um sopro de ar nos olhos. Outras vezes, os reflexos são adaptativos 
e essenciais para a sobrevivência do bebê, mas desaparecem durante o primeiro ano de vida, como é o 
caso de sugar e deglutir.
Veja alguns dos reflexos chamados de primitivos e adaptativos:
• agarrar: ao esfregar a palma da mão do bebê com o dedo, ele irá segurar o dedo com força 
(desaparece aos 3 ou 4 meses);
• moro: ao emitir um som alto próximo do bebê ou simular que ele esteja sendo derrubado, o bebê estende 
os braços, pernas e dedos, arqueia as costas e atira a cabeça para trás (desaparece por volta dos 6 meses);
• marcha automática: segurando o bebê pelas axilas e deixando seus pés tocarem uma superfície 
plana, o bebê fará movimentos de passos alternando os pés como se estivesse caminhando 
(desaparece por volta de 8 semanas);
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• babinski: ao esfregar a sola dos pés do bebê, começando dos dedos para o calcanhar: o bebê vai 
abrir os dedos dos pés como um leque (desaparece por volta dos 8 a 12 meses);
• natação: colocar o bebê na água com o rosto voltado para baixo: o bebê fará movimentos 
natatórios coordenados (desaparece por volta dos 4 meses).
Sobre o desenvolvimento motor da criança, Papalia, Olds e Feldman (2006, p. 181) afirmam:
[...] embora o desenvolvimento motor siga uma sequência quase universal, 
seu ritmo parece depender de certos fatores contextuais. Quando as 
crianças são bem alimentadas e bem cuidadas e têm liberdade física e 
oportunidade de explorar seu ambiente, seu desenvolvimento motor 
tende a ser normal. Entretanto, o que é normal em uma cultura pode não 
ser em outras.
Como vemos, é importante dar à criança oportunidade para que ela possa, na medida do seu 
desenvolvimento, explorar o ambiente e crescer com equilíbrio e segurança.
Sobre o estudo do desenvolvimento motor, encontramos Arnold Gesell, cujos estudos estiveram 
voltados aos aspectos maturacionais da criança.
Gesell acreditava que o desenvolvimento é o resultado de forçasbiológicas e evolucionárias, já que 
a maturação envolve estrutura e função. Isso que dizer que para que um órgão se estruture é necessário 
que antes haja o desenvolvimento da função daquele órgão. Um exemplo é pensarmos sobre a aquisição 
da marcha pela criança: para que ela chegue a essa habilidade e possa manter‑se em pé e caminhar, é 
necessário que todas as estruturas musculares nervosas estejam aptas.
 lembrete
Para que o desenvolvimento da criança aconteça de modo saudável, é 
necessário que os pais se abstenham de uso de drogas, inclusive aquelas 
consideradas lícitas, como o álcool e o tabaco.
Passamos agora a descrever algumas habilidades motoras da criança nos dois primeiros anos, de 
acordo com Gesell (2000, apud RIBEIRO et al., s.d.):
1 mês
• Se removido o suporte da cabeça, esta penderá para um dos lados (ao sentar o bebê, a cabeça 
cairá para trás).
• Quando em posição supina – deitado de costas – o bebê dobrará os braços sobre o tórax.
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• Quando em posição prona – deitado de bruços – ele elevará o tronco e virará a cabeça para 
“libertar” o nariz.
• Quando em posição supina, se mostramos um objeto atraente, ele o seguirá até a linha média.
• Quando a palma da mão for tocada, o bebê a fechará e segurará o objeto.
Podemos perceber que, ao nascer e no primeiro mês, o bebê não tem nenhum controle sobre seu 
corpo. Quando carregado, é necessário ter muita atenção; quando de bruços, é importante ter cuidado, 
pois nem sempre o bebê consegue “liberar” a respiração, já que não há nenhum controle sobre os 
movimentos. Isso poderá colocá‑lo em risco.
2 meses
• Quando seguro verticalmente, o bebê sustentará a cabeça momentaneamente.
• Quando em posição prona, o bebê levantará a cabeça de uma superfície plana e a sustentará 
por segundos (quando é puxado para a posição sentada, a cabeça pende bastante, mas não 
completamente).
• Os olhos seguirão um objeto que se move horizontalmente, pelo menos até a linha média, com o 
foco melhorado.
• Olha fixamente rostos próximos a ele.
• Segura momentaneamente um chocalho, quando este for colocado em sua mão.
• Há a presença da ação reflexa quando o agarra.
Observe que no segundo mês o bebê faz um breve ensaio tentando sustentar a cabeça. Além disso, 
os olhos também seguem um objeto, mas apenas em um movimento horizontal.
3 meses
• Em posição sentada, o bebê ficará com a cabeça ereta, sem oscilar, por cinco segundos e suas 
costas permanecem uniformemente arredondadas.
• Em posição prona, aparece um movimento de alternação de pernas e braços, bastante elementar; 
quando é puxado para a posição sentada, a cabeça pende um pouco.
• Em posição prona, levanta o tórax 5 cm da superfície.
• Os olhos seguem continuamente uma argola pendurada em um barbante, à medida que esta se 
movimenta em círculos (180 graus de deslocamento).
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• Quando se coloca um objeto na mão do bebê, ele o segurará à frente dos olhos, tentará mordê‑lo 
ou baterá nele, normalmente utilizando ambas as mãos.
Procure observar um bebê no terceiro mês de vida. É surpreendente como ele se esforça para se 
movimentar e apresenta um controle um pouco melhor da cabeça quando em posição sentada; os olhos 
se fixam e se movimentam acompanhando um objeto.
4 meses
• A cabeça se mantém firme quando a criança é segura na posição ereta.
• Quando na posição supina, virará para o lado. Os braços fazem movimentos de natação.
• A posição sentada é a preferida (com apoio). A curvatura das costas limita‑se à região lombar.
• Começa a alcançar os objetos que vê (coordenação ocular‑motora) e a levá‑los à boca.
• Olha e brinca com os dedos. Uma mão segura a outra.
Interessante como gradativamente o bebê vai adquirindo melhor controle sobre o seu corpo. Nesta 
fase (4 meses) a criança já insiste em permanecer na posição ereta. Ao brincar portando objetos e 
levando as mãozinhas à boca está exercendo o autorreconhecimento.
5 meses
• Quando seguro em pé, consegue erguer momentaneamente um dos pés.
• Apoiando‑se nos dedos de alguém, quando deitado, é capaz de se puxar para a posição sentada, 
pois já não pende.
• Quando em posição prona, ao levantar a cabeça, o maior peso está nos antebraços.
• Quando balançamos um objeto à sua frente, ele o puxa em sua direção.
• Consegue segurar um cubo, precariamente.
O desenvolvimento é contínuo e muito rápido, principalmente no primeiro ano de vida da criança. 
Aos cinco meses, o bebê já esboça uma interação puxando objetos para si.
6 meses
• Quando em posição prona, toda a parte superior do abdômen fica acima da superfície (o bebê se 
apoia nas mãos com os braços estendidos).
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• Tem controle da cabeça em todas as posições, deitando de costas, e levanta a cabeça 
espontaneamente.
• Quando em pé, seu peso maior repousa nos pés.
• Quando em posição prona, empurra‑se mais com as mãos do que com os pés, movimentando‑se 
para trás.
• Mantém a mão estendida em direção a um objeto, durante diversos segundos, tentando agarrá‑lo 
e, se está ao seu alcance, agarra‑o com facilidade.
• É capaz de agarrar um cordão, com pressão palmar, e passa objetos de uma mão para a outra.
• Senta‑se no chão com as mãos para frente para se apoiar.
• Vira‑se da posição de bruços para a de costas.
Observe que o bebê já faz um breve ensaio para as conquistas que fará nos próximos meses. Além de 
conseguir virar‑se, segura objetos e tenta se apoiar quando sentado.
7 meses
• Quando em posição prona, consegue levantar o tórax usando somente uma das mãos.
• Quando seguro de pé, pula com prazer.
• É capaz de ficar sentado no chão por alguns momentos sem se apoiar.
• Balança‑se sobre as mãos e os joelhos.
• É capaz de tirar um objeto de dentro do outro (um cubo de dentro de uma caneca, por exemplo).
• Pega objetos com o polegar e os dedos em completa posição, sem o uso da palma das mãos.
• Come bolacha sozinho.
A interação da criança com o mundo a sua volta é evidente e suas conquistas corporais progridem 
a cada dia.
8 meses
• Movimenta‑se para frente e para trás, sobre as mãos e os joelhos, os quais trabalham juntos 
(engatinhar dois).
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• É capaz de sentar‑se sozinho, sem apoio.
• É capaz de segurar uma bolinha com os dedos permanecendo apoiados na mesa.
• Se um objeto é colocado sobre a mesa, ela pega o objeto e o bate.
Todo ensaio que o bebê fez com seu corpo nos meses anteriores lhe garante agora a exploração do 
ambiente, já que ele é capaz de engatinhar.
9 meses
• Levanta‑se da posição prona para a sentada e vice‑versa.
• Na posição sentada, desliza pelo chão.
• Quando sentado, o bebê se inclina para frente e consegue recuperar o equilíbrio.
• As mãos e os joelhos estabelecem movimentos alternativos (engatinhar três).
• É capaz de tocar um sino, imitando alguém.
• Apoiado na grade, sustenta todo seu peso.
Neste momento a criança exercita‑se, inclusive tentando sustentarseu corpo.
10 meses
• Puxa‑se para ficar em pé e mover‑se nessa posição, segurando na mobília ou na mão de alguém.
• Fica em pé sem apoio, vários segundos.
• Engatinha bem e consegue passar sobre obstáculos baixos.
• Rola uma bola, quando sentado.
• Soltará os objetos bruscamente; os dedos abrem‑se para soltar.
• Quando um cubo é dado para o bebê e depois outro, ele normalmente bate um contra o outro, 
quando um terceiro é colocado à sua frente, ele tenta pegá‑lo.
• Quando uma bolinha é oferecida ao bebê, ele aproxima o indicador do objeto fazendo oposição 
polegar‑indicador em uma preensão em pinça.
Aos dez meses, o bebê vai gradativamente se colocando na posição bípede, apoiando‑se nos móveis 
ou objetos, e isso é importante – afinal, seus membros inferiores precisam ser exercitados. Em breve ele 
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estará caminhando. Sua interação social também apresenta avanços: o bebê interage mais e melhor 
com as pessoas à sua volta.
11 meses
• Quando de pé, com apoio, consegue levantar um dos pés.
• Eleva‑se à posição de pé (com apoio).
• Consegue colocar um objeto pequeno dentro de um maior (primeira evidência de que já pode 
soltar).
• Pula agarrado a grades.
• Permanece de pé, sem apoio.
• Engatinha (plantígrado) com apenas pés e mãos no chão (urso).
Além do desenvolvimento motor, observe que o desenvolvimento cognitivo acompanha todas 
as etapas. Colocar um objeto pequeno dentro de outro maior é uma ação intelectual importante no 
desenvolvimento da criança.
12 meses
• Quando sentado, é capaz de se virar.
• Anda segurando por uma das mãos.
• Tenta fazer construções colocando os cubos um sobre o outro.
• Em seguida a uma demonstração, consegue fazer algum tipo de marca de lápis sobre um papel.
• Consegue fazer a pinça fina.
Sabemos que muitas crianças iniciam a marcha aos 12 meses, mas a cronologia é apenas uma 
referência, pois sabemos que algumas crianças iniciam a marcha um pouco antes e outras iniciarão um 
pouco depois. Observe que as construções com cubos são ações intelectuais que se aprimoram cada vez 
mais.
14 meses
• É capaz de andar três metros sozinho, de forma normal, com alteração equidistante dos pés.
• Quando anda, é capaz de parar, recuperar o equilíbrio e começar a andar novamente.
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• A única forma que a criança consegue para sair da posição de pé para a sentada é deixando‑se 
“cair”.
• É capaz de segurar, tirar e recolocar encaixes simples no tabuleiro (dando‑se o tabuleiro com as 
formas dentro).
O desenvolvimento motor apresenta grandes avanços, permitindo à criança cada vez mais a 
exploração do ambiente.
16 meses
• Anda bem, com alteração equidistante dos pés, e cai raramente.
• É capaz de subir escadas, de gatinhas.
• Abaixa‑se e volta à posição em pé depois de curvar‑se.
• Depois de um exemplo, é capaz de colocar um cubo sobre outro (torre dois).
• Depois de uma demonstração, o bebê rabiscará um papel com um lápis com a mão fechada.
• Pode alimentar‑se sozinho e beber em um copo.
Nesse momento não há mais como conter a criança. A marcha lhe garante a autonomia para 
explorar o ambiente. É importante que ela receba estímulos para as atividades manuais, mas também é 
necessário garantir sua segurança, afinal, suas explorações não têm limites e podem colocá‑la em risco.
18 meses
• É capaz de arremessar um objeto independentemente do estilo e da direção.
• O andar é harmônico, embora parar quando corre ainda seja difícil.
• Corre desajeitadamente (parece incapaz de dobrar os joelhos).
• Puxa brinquedos de rodas.
• Não é capaz de chutar uma bola, dá um passo em direção a ela; entretanto, na hora de chutar, 
erra o alvo.
• Faz torre de três cubos.
• Rabisca espontaneamente (garatujas). Os rabiscos tendem a ser circulares.
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• Vira páginas de um livro, diversas páginas de cada vez.
• Imita traços.
• Controla a colher.
Grandes avanços foram conquistados, movimentos de puxar, agarrar e arremessar são atividades de 
grande descoberta para a criança. Agora ela explora suas possibilidades de ação sobre o ambiente.
21 meses
• Chuta uma bola sem direção.
• É capaz de descer deliberadamente de uma cadeira.
• Destampa uma caixa em forma de paralelepípedo.
• Desembrulha uma bala ou tira a casca de uma banana.
• Faz torre de 5 ou 6 cubos.
Próxima dos dois anos de idade, a criança se sente livre e em condições para abrir e fechar, assim 
como fazer chutes e movimentos sem fim.
24 meses
• Atira um objeto por cima do outro (lançamento).
• Recolhe objetos do chão sem cair (agachado).
• Corre mais do que anda.
• Anda para trás.
• Sobe e desce escada sozinho, colocando os dois pés em cada degrau.
• Faz torre de 6 ou 7 cubos.
• Vira uma página de livro de cada vez.
• É capaz de fazer dobras identificáveis, seguindo um modelo adulto.
• Desembrulha embalagens.
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Comparativamente, aos observarmos uma criança em suas primeiras semanas de vida e aos 
dois anos de idade, temos que as conquistas motoras, cognitivas e sociais são enormes no período. 
Afinal, a criança deixa uma condição de total dependência para, gradativamente, conquistar sua 
autonomia.
5.1.1 Desenvolvimento cognitivo da criança de 0 a 2 anos
Usaremos como referência para o estudo sobre o desenvolvimento cognitivo da criança o estudo 
realizado por Jean Piaget.
Formado em Biologia, iniciou seu trabalho na área da educação observando a interação dos seus 
filhos com o meio, quando percebeu que as crianças possuem uma forma particular de pensar e aprender.
Para Piaget, o conhecimento construído pelo homem é resultado do seu esforço de compreender e 
dar significado ao mundo. Nessa tentativa de interação e compreensão do meio, o homem desenvolve 
equipamentos neurológicos herdados que facilitam o funcionamento intelectual, havendo coincidência 
entre a atividade psíquica e a atividade biológica.
Em seu trabalho, Piaget dividiu o desenvolvimento no que ele chamou de estágios. De acordo com 
ele, o primeiro estágio sensório‑motor está composto por seis subestágios que vão fluindo de um para o 
outro à medida que o bebê vai adquirindo padrões mais organizados de comportamento. Apresentamos 
a seguir uma síntese desses subestágios:
• 1º estágio (sensório‑motor):
– de 0 a 1 mês: o bebê apresenta‑se centrado nas estruturas básicas (reflexos e sentidos);
– de 1 a 4 meses: experimentação com o próprio corpo, como colocar o dedo na boca. Experiências 
que inicialmente ocorrem por acaso e, posteriormente, já são feitas intencionalmente;
– de 4 a 10 meses: experimentação com objetos externos, como o móbile. Compreende, no final 
deste subestágio, que suas ações produzem efeitos externos. Exemplo: bater a mão no móbile 
e esse se mover;
– de 10 a 12 meses: combinação de ações para alcançar um objetivo;
– de 12 a 18 meses: busca novas maneiras de manipular, de brincar com os objetos. Nesse 
momento as capacidades motorastambém já são mais amplas;
– de 18 a 24 meses: a criança já se utiliza de imagens e palavras para significar os objetos.
É evidente que há outros teóricos que estudaram o desenvolvimento cognitivo, mas conforme já 
colocado, estamos nos atendo aos aspectos básicos dos temas aqui apresentados.
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5.1.2 Desenvolvimento psicossocial da criança de 0 a 2 anos
Embora os bebês apresentem padrões comuns de desenvolvimento, podemos observar que desde o 
nascimento cada um demonstra uma personalidade diferente, o que nos leva a questionar as influências 
inatas como do ambiente onde estão inseridas. Vejamos alguns autores que voltaram seus estudos para 
o desenvolvimento da personalidade da criança.
Sigmund Freud, médico psiquiatra, desenvolveu seu trabalho sobre o desenvolvimento humano e 
infantil afirmando que a sexualidade está presente na pessoa desde o seu nascimento. A libido, nas 
palavras de Freud (apud BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1999, p. 74), é “a energia dos instintos sexuais”. No 
início da vida, a função sexual está ligada à sobrevivência; portanto, o prazer é encontrado no próprio 
corpo.
Para ele, o período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar à sexualidade 
adulta, em que as funções de reprodução e obtenção do prazer podem estar associadas tanto no homem 
como na mulher.
A primeira fase do desenvolvimento psicossexual foi chamada por Freud de:
• fase oral (de 0 a 2 anos): a manifestação mais precoce é a sucção, que tende a ser exercida 
por si mesma na ausência de um estímulo específico em outros objetos ou regiões do corpo, 
tornando‑se essas zonas erógenas, isto é, geradoras de prazer.
Conforme a criança vai se desenvolvendo, outras fases vão ocorrendo. Veremos isso mais adiante.
Figura 10 – Fase oral
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Outro teórico que se dedicou ao estudo do desenvolvimento foi Erick Erickson, que desenvolveu seu 
trabalho partindo do aprofundamento da teoria psicossexual de Freud, mas rejeitando que se explique 
a personalidade apenas com base na sexualidade. Erickson acredita na importância da infância para o 
desenvolvimento da personalidade; para ele, esta continua a se desenvolver para além dos cinco anos 
de idade.
Em seu trabalho, Erickson propõe oito estágios do desenvolvimento psicossocial por meio dos 
quais um ser humano em desenvolvimento saudável deveria passar da infância para a idade adulta. É 
importante que cada fase do desenvolvimento seja bem resolvida para que a fase seguinte possa ser 
superada sem problemas.
De acordo com Erik Erickson, os bebês, nos primeiros 18 meses de vida, experimentam a primeira de 
oito crises e que irão influenciar o desenvolvimento da personalidade por toda vida:
• Confiança versus desconfiança básica: confiança na mãe ou no principal cuidador e na própria 
capacidade de fazer as coisas acontecerem. O elemento essencial para que a confiança seja 
estabelecida é um apego inicial seguro. A desconfiança vem do oposto, ou seja, quando não há 
uma pessoa que estabeleça um vínculo seguro e há negligência no cuidado com a criança, ela 
crescerá com sentimento de que o mundo não é um lugar seguro. Evidentemente isso irá refletir 
na relação dela com o mundo quando adulta.
5.1.3 Desenvolvimento físico‑motor da criança de 2 a 6 anos
Nessa fase o desenvolvimento motor da criança tem grandes avanços. Ela pode pular, saltar e correr, 
envolvendo os grandes músculos corporais.
Outras habilidades da criança nessa fase são reproduzidas aqui de acordo com Gesell (2000, apud 
RIBEIRO et al., s.d.):
2 anos e meio
• Anda na ponta dos pés; salta com os pés juntos.
• Ao passear na rua, corre à frente do acompanhante ou deixa‑se ficar para trás.
• Empurra um brinquedo, mantendo‑o no caminho desejado.
• Corre, galopa e requebra ao ritmo de uma música.
• É capaz de transportar um objeto frágil.
Aos dois anos e meio, é interessante como a criança gosta de fazer experimentos, como andar na 
ponta dos pés, correr e exercitar os membros superiores. Tais atividades fazem com que ela aprenda a 
reconhecer suas capacidades motoras.
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3 anos
• Caminha e tem segurança e agilidade nos pés.
• Anda mais do que corre; é capaz de se equilibrar momentaneamente sobre um pé.
• Atira uma bola sem perder o equilíbrio.
• Galopa, salta, anda e corre ao som de música.
• Revela um aumento de tensão e pode cair ou tropeçar.
Conforme a criança vai ganhando controle sobre a marcha e também equilíbrio corporal, suas 
atividades corporais também vão se ampliando.
4 anos
• Muito ativa, tem um raio de ação maior.
• Corre pelas escadas para baixo e para cima. Corre velozmente no triciclo.
• Gosta de atividades que exigem equilíbrio. É capaz de transportar uma xícara com líquido sem 
entornar.
• Prefere brincar com blocos grandes e constrói estruturas mais complicadas.
• Atira uma bola, levantando o braço acima do ombro.
• Desenha objetos com pouco pormenor.
• É capaz de imitar a figura de um quadrado (copia aos 4 anos e meio).
• Ao pintar, trabalha com precisão durante algum tempo, mas muda de ideia.
• Faz bonecos toscos e letras.
• Gosta de ver seu nome escrito nos desenhos que faz e começa a copiar.
• Pode ter a noção do número de letras do nome e pode desenhar primeiro duas letras e marcá‑las 
no modelo para não se enganar. Identifica várias letras. Utiliza a tesoura e tenta cortar em linha 
reta.
• Constrói estruturas grandes e complicadas, combinando numerosas formas de maneira simétrica.
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• Amarra os sapatos e abotoa os botões da frente.
• Dedilha no piano com ambas as mãos.
Observe que, aos quatro anos, as atividades se ampliaram e a interação da criança com o ambiente 
começa a esboçar as atividades que irão prepará‑la para a alfabetização.
5 anos
• Há maior facilidade e melhor domínio da atividade física geral, e também mais economia de 
movimento.
• O domínio dos grandes músculos continua a ser maior do que o dos pequenos.
• Brinca no mesmo lugar durante períodos mais longos, mas muda de postura (de pé para sentado 
ou de cócoras).
• Gosta de pular cercas e muda frequentemente de atividade. Salta de cima de uma mesa.
• Gosta de dar movimento a uma história que está contando. Corre, salta por cima da mesa e das 
cadeiras ou mete‑se por baixo delas. Atira coisas, inclusive lama e neve, e começa a utilizar mais 
as mãos do que os braços para agarrar uma bola, mas falha com frequência.
• Desce escadas colocando alternadamente um pé em cada degrau e salta alternadamente sobre 
um e outro pé.
• Constrói com blocos, geralmente no chão, edifica torres de vários andares ou estruturas baixas, de 
plano irregular, com caminhos e pequenos cercados.
• Manipula areia, fazendo estradas e casas. Modela objetos de barro.
• Gosta de colorir figuras com lápis de cor e de colar coisas simples, mas o faz desajeitadamente.
• Faz um desenho representando o contorno de uma figura(faz, em geral, uma em cada página) e 
reconhece que ficou “esquisito”.
É interessante que nessa fase do desenvolvimento a criança seja estimulada em sua criatividade, pois 
é comum haver o interesse pelo desenho, assim como pelas brincadeiras que possibilitam o exercício 
corporal.
• Pinta sobre um cavalete ou no chão, com pincéis grandes e em grandes folhas de papel. Pode 
gostar de fazer letras dessa maneira.
• É capaz de amarrar os sapatos e de abotoar e desabotoar os botões da roupa que consegue ver.
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• Coloca bem os dedos sobre as teclas do piano e pode experimentar tocar acordes.
• Esta é a idade focal, visualmente. A criança tende a sentar‑se com o tronco direito, com o trabalho 
diretamente em frente de si. Tem consciência da totalidade de espaço, mas não o abrange todo ao 
mesmo tempo. Em vez disso, move‑se de um ponto restrito para o próximo.
• Pode prestar atenção em qualquer coisa sem olhar diretamente para ela – pode olhar através dela 
ou mesmo em uma direção diferente.
Assim como nas etapas anteriores, há sempre a integração de todos os aspectos do desenvolvimento. 
Vemos que a criança desenvolve habilidades de coordenação motora fina, como é o caso de amarrar 
os sapatos, e a parte cognitiva também se faz presente, visto que esta é uma atividade intelectual 
importante no processo de aprendizagem da criança.
5 anos e meio
• Pede que troque seu triciclo por uma bicicleta; muitas crianças experimentam, com agrado, andar 
de bicicleta.
• Muitas crianças mostram interesse em aprender a desenhar o seu nome próprio e gostam de 
sublinhar letras maiúsculas e palavras em um livro de seu conhecimento.
• Pode copiar, de maneira reconhecível, o interior de um triângulo dividido.
• Mais visualidade experimental do que aos cinco anos; porém, pode perder facilmente a orientação 
e, desse modo, inverter números ou letras.
6 anos
• Estende braços e pernas ao andar.
• Muito ativa; quase constantemente em movimento. Atividade por vezes desastrada; a criança 
exagera e dá um trambolhão.
• O corpo está em equilíbrio ativo quando anda de balanço, pratica jogos de atividade entoando 
canções ou salta ao som da música.
• Entretém‑se com frequência lutando, dando cambalhotas, engatinhando e brincando com outra 
criança de luta ou de pegador.
• Muda os blocos grandes e as peças do mobiliário de um lugar para o outro, para fazer casa, e salta 
para cima ou para dentro delas. Atira bolas para cima ou de encontro a uma parede e às vezes 
consegue agarrá‑las antes de cair no chão.
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• Experimenta andar de patins, saltar em comprimento com corrida e fazer exercício de barras.
• Alguns meninos entretêm‑se bastante fazendo escavações.
• Gosta de andar e balançar‑se nos muros.
• Começa bem muitos de seus trabalhos, mas precisa de ajuda e orientação para completá‑los.
• Mostra‑se agora mais decidida, ainda que, vez ou outra, ainda seja hesitante, mas maneja 
ferramentas e materiais.
• Corta e cola papel para fazer livros e caixas.
• É capaz de desenhar letras minúsculas, mas as faz muitas vezes ao contrário.
• Em geral é capaz de desenhar o próprio nome.
• Pode necessitar do dedo para seguir a leitura.
Como podemos observar, há um amplo desenvolvimento nas habilidades físico‑motoras da criança, 
e tudo que ela precisa é um ambiente que propicie o treinamento de suas capacidades e o incentivo dos 
adultos para que seu corpo se desenvolva adequadamente.
5.1.4 Desenvolvimento cognitivo da criança de 2 a 6 anos
De acordo com Piaget, nesta fase a criança viverá o segundo estágio do desenvolvimento cognitivo, 
chamado de pré‑operatório, que segue dos dois aos sete anos, aproximadamente.
O predomínio é o egocentrismo, pois a criança não consegue colocar‑se abstratamente no lugar 
do outro. A leitura da realidade é parcial e incompleta, pois a criança prioriza aspectos que são mais 
relevantes aos seus olhos. Sua percepção abstrata começa a ser aguçada à medida que aumenta sua 
capacidade de simular, imaginar situações, figuras e pessoas semelhantes.
Algumas características desta fase:
• animismo: a compreensão da realidade física é muito mais limitada do que aquela que aparece nos 
anos posteriores. A criança tende a confundir os aspectos objetivos com os subjetivos, acredita em 
histórias mágicas e fantasiosas e costuma atribuir vida e características aos objetos inanimados. 
Por exemplo: pensa que a mesa é responsável por ter batido nela. Confunde, com frequência, os 
sonhos com a realidade;
• conservação: a criança atém‑se a uma coisa por vez. Ela consegue perceber um aspecto do 
objeto por vez; por exemplo, se percebe o comprimento, não percebe a largura;
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• falta de reversibilidade: a criança não percebe que as coisas podem ser somadas ou subtraídas. 
A quantidade de água de um recipiente continua o mesmo, apesar de apresentar forma diferente.
5.1.5 Desenvolvimento psicossocial da criança de 2 a 6 anos
Nesta etapa do desenvolvimento a criança estará vivendo duas das fases do desenvolvimento 
psicossexual, conforme Freud. São elas:
• fase anal: em que a zona de erotização é o ânus (de 2 a 4 anos de idade);
• fase fálica: na qual a zona de erotização é o órgão sexual (de 4 a 6 anos de idade). Sobre essa 
fase, Stratton e Hayes (2003, p. 91) afirmam:
[...] na teoria freudiana, é o terceiro estágio psicossexual, em que o interesse 
da criança volta‑se para o pênis. Por ter fundamentado parte considerável 
do desenvolvimento da personalidade em algo possuído por apenas metade 
dos membros da espécie humana, Freud encontrou, no que diz respeito a 
este estágio, todos os tipos de complicações, além de algumas acusações 
de chauvinismo masculino. O estágio termina com o conflito edipiano e 
ocupa‑se fundamentalmente com questões referentes à potência. O termo 
“fálico” é empregado quando a ênfase está centrada nos aspectos simbólicos 
do pênis.
A teoria freudiana foi encarada com muito espanto pela sociedade de sua época e até hoje 
encontramos opositores ao trabalho por ele desenvolvido. Entretanto, é importante conhecer seu 
trabalho em profundidade para que possamos criticá‑lo.
Nesta etapa do desenvolvimento, Erick Erickson irá afirmar que a criança precisa lidar com os 
seguintes conflitos:
• autonomia versus dúvida (dos 2 aos 3 ou 4 anos): nesse momento a criança precisa treinar 
suas habilidades motora e mental e se orgulha de suas realizações. Se os pais dão oportunidade 
e liberdade para que ela possa executar tarefas simples, mas que a fazem se sentir capaz, irá 
prevalecer o sentido de autonomia. Porém, se os pais se mostram superprotetores e tiram da criança 
a oportunidade de exploração, o sentimento será de dúvida quanto à sua própria capacidade. Vale 
lembrar que nessa fase a criança está sendo treinada para deixar de usar fralda e é importante que 
os pais a incentivem para isso, pois atitudes de repressão exagerada irão despertar sentimentos de 
dúvida com relação a si mesma;
• iniciativa versus culpa (dos 4 aos 5 ou 6 anos, aproximadamente): coincide com a fase fálica de 
Freud. A criança manifesta, em geral, o desejo de executar tarefas tanto motoras como intelectuais. 
Os pais podem incentivar, mastambém gerar na criança sentimentos de incapacidade e culpa por 
não conseguir executar aquilo que esperam dela. É nessa fase que a criança descobre as diferenças 
sexuais e a diferença nos papéis do homem e da mulher na sociedade.
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5.1.6 Desenvolvimento físico‑motor da criança de 6 a 12 anos
Nesta fase do desenvolvimento o foco das atenções está voltado para a vida escolar da criança. A 
socialização e as novas aprendizagens podem ser encaradas como um desafio tanto para ela como para 
a família, que também precisa se adaptar às grandes diferenças que a criança passa a apresentar em 
todos os aspectos do seu desenvolvimento.
Quanto às suas habilidades motoras, apresentamos as aquisições, conforme Gesell (2000, apud 
RIBEIRO et al., s.d.):
7 anos
• Procede com mais cautela em muitas atividades motoras violentas.
• A atividade é variável. Às vezes a criança é bastante ativa; outras, inativa.
• Repete com persistência as suas atividades.
• Tem “revoadas” em relação a algumas atividades, como patins de rodas, pular corda, jogar bola ou 
peteca.
• Deseja imensamente ter uma bicicleta sua e é capaz de guiar até certa distância, embora o seu 
domínio da bicicleta seja ainda limitado.
• Gosta de “galopar” e de dar uns passos de dança simples, ao compasso da música.
• Segura com força no lápis e o pega muitas vezes perto da ponta. A força que faz para escrever é 
variável, mas tende a ser exagerada. À medida que a letra se torna menor a pressão diminui.
• Muitas fazem restrições visuais, escolhendo objetos menores do que antes.
• A maior parte distrai‑se menos com o movimento periférico do que aos seis.
8 anos
• Os movimentos corporais são mais rítmicos e mais graciosos.
• A criança tem agora consciência de sua própria postura e da dos outros.
• Aprende a jogar futebol e gosta das mudanças de atividade no decorrer do jogo.
• Aprende a pular corda e pode desistir quando começa a falhar, mas não é capaz de variar o ritmo 
enquanto está pulando.
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• Possui atitudes e movimentos livres quando está pintando.
• Teatraliza muito nas atividades que envolvem gestos característicos e descritivos.
• Muitas crianças gostam de danças populares, mas só lhes agradam os ritmos de natureza dramática 
e espontânea.
• A coordenação de olhos e mãos é mais rápida e mais natural; larga com facilidade um objeto.
• Segura o lápis, o pincel e as ferramentas de forma um pouco menos tensa.
• Gosta que controlem o tempo para fazer um trabalho, mas não se esforça por concluí‑lo no 
tempo marcado.
• É provável que haja um desnível entre aquilo que quer fazer pelas suas mãos e aquilo de que é 
capaz.
• Escreve ou desenha todas as letras e algarismos com precisão, mantendo o alinhamento e a 
inclinação da escrita, assim como o espaçamento das palavras.
• Começa a desenhar com perspectiva; desenha as figuras de uma cena com boas proporções.
• Não toca o que vê com a frequência anterior.
• Realiza atividade binocular de modo mais regular.
9 anos
• Trabalha e brinca ativamente.
• Interessa‑se por mostrar a sua força e gosta de levantar objetos pesados.
• Os meninos gostam de lutar.
• Há grande interesse nos jogos de grupo e em aprender a jogá‑los bem.
• Verificam‑se variações individuais de aptidões.
• Executa estruturas complexas com jogos de encaixe.
• A escrita é agora um utensílio de trabalho.
• Começa a desenhar esboços. Os seus desenhos têm, frequentemente, bastantes pormenores.
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• Vestem‑se rapidamente. Algumas crianças mostram interesse em se pentear.
• A preocupação ou o cuidado com a nutrição e a prática de esportes adequada é relevante nessa 
faixa etária.
5.1.7 Desenvolvimento cognitivo da criança de 6 a 12 anos
Neste período ocorre uma profunda modificação na capacidade intelectual da criança. O egocentrismo 
e as características da fase anterior são abandonados e ela passa a entender o mundo a partir de uma 
nova perspectiva na qual ela consegue realizar uma ação objetiva, acompanhá‑la e revertê‑la se assim 
o desejar.
Piaget denominou este período como:
3º estágio (operações concretas): é o período em que a lógica começa a se desenvolver e a 
criança já consegue, a seu modo, organizar e sistematizar situações e relacionar aspectos diferentes da 
realidade. Sua compreensão do mundo não é mais tão prática, mas ainda depende do mundo concreto 
para realizar abstrações. Principais características:
• a criança é capaz de realizar as operações matemáticas básicas;
• apresenta noções de peso, volume, quantidade, classificação e seriação de objetos;
• o mundo concreto recebe maior atenção, já que ela pode perceber as coisas, compará‑las, 
colocá‑las em ordem e separá‑las;
• apresenta o raciocínio indutivo, partindo da própria experiência para o geral;
• a linguagem é mais socializada, considerando a perspectiva do outro. Espera que as pessoas 
possam se dirigir a ela de forma adequada.
Em geral, nesta fase, as crianças são menos egocêntricas do que na fase anterior e mais preparadas 
para tarefas que exigem raciocínio lógico, embora se constate que seu pensamento ainda está voltado 
para o aqui e agora, ou seja, para as experiências concretas.
 observação
O egocentrismo é uma atitude psicológica, normal na segunda infância, 
caracterizada por uma ausência de distinção entre as realidades pessoal e 
objetiva. Se persiste no adulto, é a atitude do indivíduo cuja concepção do 
mundo tem como ponto de partida sua própria personalidade.
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5.1.8 Desenvolvimento psicossocial da criança de 6 a 12 anos
Nesta fase a criança não possui ainda uma plena compreensão de emoções dirigidas para si 
mesma, como a vergonha e o orgulho. Por esta razão ela encontra dificuldade para reconciliar emoções 
aparentemente conflitantes, ou seja, reconhecer que pode experimentar diferentes reações emocionais 
ao mesmo tempo.
É nessa crise de desenvolvimento da personalidade que Erick Erickson estabelece a quarta crise 
denominada como:
• indústria versus inferioridade: esta fase coincide com o período da latência descrito por Freud. 
Nesta fase a criança aprende que é capaz de realizar e dominar tarefas. Quando ela recebe 
incentivo, aprende a ter prazer naquilo que faz e sente orgulho de estar produzindo (indústria), 
sentindo motivação para continuar. Ao contrário, quando sente frustração por não conseguir 
realizar uma tarefa, recebe excesso de críticas (por exemplo, com palavras desmotivadoras), e se 
sentirá frustrada, desenvolvendo um senso de incompetência.
É importante que a criança se sinta valorizada na execução de suas tarefas, pois isso irá permitir que 
ela construa uma autoestima de confiança e adquira autonomia para continuar desenvolvendo suas 
habilidades.
Em alguns momentos ela irá se deparar com a frustração de não conseguir realizar determinadas 
tarefas, mas de acordo com Erickson, para o enfrentamento dessa crise e oequilíbrio nas relações da 
criança, é necessário em alguns momentos que ela também viva a frustração.
Quanto ao desenvolvimento psicossexual, Freud denominou essa fase como latência, pois para ele 
os desejos sexuais ficam reprimidos e o interesse da criança está voltado para a socialização.
Laplanche e Pontalis (2001, p. 263) explicam:
[...] o período de latência, que vai do declínio da sexualidade infantil (dos 
cinco ou seis anos) até o início da puberdade, marca uma pausa na evolução 
da sexualidade. Observa‑se nele, deste ponto de vista, uma diminuição 
das atividades sexuais, a dessexualização das relações de objeto e dos 
sentimentos (e, especialmente, a predominância da ternura sobre os desejos 
sexuais), o aparecimento de sentimentos como o pudor ou a repugnância e 
de aspirações morais e estéticas. Segundo a teoria psicanalítica, o período de 
latência tem origem no declínio do complexo de Édipo; corresponde a uma 
intensificação do recalque – que tem como efeito uma amnésia que cobre 
os primeiros anos –, a uma transformação dos investimentos de objetos em 
identificações com os pais e a um desenvolvimento das sublimações.
Para sua melhor compreensão, é importante esclarecer que o complexo de Édipo ocorre, de acordo 
com a teoria freudiana, na fase fálica e se caracteriza pelo desejo amoroso e hostil da criança em relação 
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aos pais. A criança deseja para si o genitor do sexo oposto ao seu, demonstrando ciúmes do outro, que 
é visto como rival.
Valores morais aparecem, conforme descrevem os autores, e a criança tem preferência em estar 
próximo de outras do mesmo sexo, havendo certa rejeição pelo oposto, já que no período de latência o 
interesse da criança se volta para a socialização, ampliando as relações interpessoais.
 lembrete
No período de alfabetização, é importante que a criança seja estimulada 
e valorizada em cada conquista, para que possa prevalecer em si a 
autoconfiança e o senso de competência.
5.1.9 Desenvolvimento físico‑motor do adolescente
Esta é uma fase em que o desenvolvimento físico apresenta grandes transformações. Você saberia 
explicar quais são as diferenças entre adolescência e puberdade? Com certeza deve ter uma noção, mas 
para que possamos esclarecer sob o ponto de vista científico, recorremos a Papalia, Olds e Feldman 
(2006, pp. 440‑441):
[...] em geral, considera‑se que a adolescência começa com a puberdade, 
processo que conduz à maturidade sexual ou fertilidade, ou seja, à 
capacidade de reprodução. [...] As mudanças biológicas da puberdade, que 
sinalizam o fim da infância, resultam em rápido crescimento em altura e peso, 
mudanças nas proporções e na forma do corpo e obtenção de maturidade 
sexual. Essas mudanças físicas radicais fazem parte de um longo e complexo 
processo de amadurecimento que se inicia mesmo antes do nascimento, e 
suas ramificações psicológicas continuam até a idade adulta.
Assim, puberdade é um marco no que se refere às mudanças biológicas que a criança terá agora que 
enfrentar. Para tanto, ela terá que se adaptar às profundas transformações do seu corpo, marcando o 
final da infância.
São momentos importantes nesta fase a primeira ejaculação dos meninos, que ocorre por volta dos 
14 anos, e o primeiro período menstrual das meninas, chamado de menarca, que acontece por volta dos 
13 anos de idade.
Quanto à adolescência, ela é marcada pelas transformações psicossociais. Podemos considerar que 
esta é a fase mais complexa e dinâmica, do ponto de vista físico e emocional, na vida do ser humano.
Com o corpo em franco desenvolvimento, o jovem agora necessita se reconhecer tanto fisicamente 
quanto emocionalmente. Papalia, Olds e Feldman (2006, p. 443) apresentam as características das 
mudanças fisiológicas na adolescência.
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• Características femininas:
– crescimento dos seios;
– crescimento dos pelos pubianos;
– crescimento corporal;
– menarca;
– pelos axilares.
• Características masculinas:
– crescimento dos testículos e do escroto;
– crescimento dos pelos pubianos;
– crescimento corporal;
– crescimento do pênis, da próstata e das vesículas seminais;
– alteração na voz;
– primeira ejaculação de sêmen;
– pelos faciais e axilares;
– aumento na produção das glândulas sebáceas e sudoríparas.
Se em alguns momentos ele se vê como um adulto, em outros poderá sentir o inverso, ou seja, se ver 
como uma criança. Nesse sentido, os pais também precisam se adaptar, pois o filho deixou de ser uma 
criança e agora questiona e demonstra sua própria vontade com firmeza e até com certa intolerância.
De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), as mudanças biológicas da puberdade, que sinalizam o 
fim da infância, resultam em rápido crescimento em altura e peso, mudanças nas proporções e na forma 
do corpo e obtenção de maturidade sexual. Essas mudanças físicas radicais fazem parte de um longo e 
complexo processo de amadurecimento que se inicia mesmo antes do nascimento, e suas ramificações 
psicológicas continuam até a vida adulta.
Meninos e meninas crescem de maneira diferente. Um menino torna‑se maior em geral; os ombros 
alargam‑se, as pernas tornam‑se mais longas em relação ao peito e os antebraços mais longos em 
relação aos braços e à altura. A pélvis de uma menina alarga‑se para facilitar o parto e camadas de 
gordura formam‑se logo abaixo da pele, dando‑lhe uma aparência mais arredondada.
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5.1.10 Desenvolvimento cognitivo do adolescente
Do ponto de vista cognitivo, Piaget, afirma que os adolescentes entram no nível mais elevado de 
desenvolvimento cognitivo e chamou esse período de:
• período das operações formais: neste momento se desenvolve a capacidade para o pensamento 
abstrato. Surge então um modo novo e mais flexível de pensar e manipular as informações. O 
adolescente não está mais limitado ao aqui e agora, sendo capaz de compreender o tempo 
histórico e o espaço. É capaz de utilizar símbolos, podendo assim aprender álgebra e cálculos.
Sobre o desenvolvimento no período das operações formais de Piaget, Papalia, Olds e Feldman (2006) 
escrevem que, em síntese:
[...] no estágio das operações formais de Piaget, as pessoas são capazes 
de raciocínio hipotético‑dedutivo. Elas podem pensar em termos de 
possibilidades, lidar flexivelmente com problemas e testar hipóteses. Uma 
vez que a experiência desempenha um papel importante para se chegar a 
esse estágio, nem todas as pessoas tornam‑se capazes de operações formais. 
O desenvolvimento cerebral imaturo dos adolescentes pode permitir que 
as emoções interfiram no pensamento racional (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 
2006, p. 472).
A capacidade de pensar, agora de modo abstrato, traz, consequentemente, implicações emocionais. 
Assim, quando criança era possível amar os pais ou detestar um colega. Sendo adolescente, é possível 
amar a liberdade e detestar a exploração, por exemplo.
O raciocínio hipotético‑dedutivo permite que o jovem crie hipóteses e possa pensar nos resultados 
possíveis para sua hipótese sem haver necessidade de comprovação concreta, conforme ocorria na fase 
anterior.
Em todas as etapas do desenvolvimento é importante que haja estímulo para queo sujeito continue 
sua caminhada e obtenha cada vez mais condições e preparo para viver as etapas seguintes. Assim, 
poderá enfrentar o mundo e construir uma vida adulta saudável tanto física como psicologicamente.
5.1.11 Desenvolvimento psicossocial do adolescente
De acordo com a teoria de Erick Erickson, a principal tarefa do adolescente é confrontar a seguinte 
crise:
• identidade versus confusão de identidade: o desenvolvimento coincide com a puberdade 
e adolescência. Pode ocorrer a crise de identidade, tratada por Erickson como crise normativa 
(normal). Caso o adolescente fracasse, ficará sem uma identidade sólida e em confusão acerca de 
seu próprio lugar no mundo.
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Sabemos que a adolescência é marcada como uma fase difícil tanto para o jovem quanto para a 
família; afinal, os pais de certa maneira perdem a criança e precisam reconhecer o filho, que agora se 
apresenta com vontade própria e, na maioria das vezes, questionando e contestando tudo (o mundo, de 
maneira geral). Por sua vez, o adolescente também precisa se reconhecer e descobrir quem de fato ele 
é, conforme Erickson descreve.
É um momento difícil e faz com que o jovem busque no grupo de amigos a referência para sua 
identidade. Assim, é possível que ele frequente diferentes grupos, sejam eles da escola, grupos religiosos 
ou tantos outros. Todos os valores sociais e familiares são questionados. O que até então era aceito sem 
dificuldades é agora contestado.
Aberastury e Knobel (1981) sintetizam as características da adolescência, descrevendo os sintomas 
que caracterizam o que eles chamam de síndrome normal da adolescência. São elas:
• busca de si mesmo e da identidade;
• tendência grupal;
• necessidade de intelectualizar e fantasiar;
• crise religiosa, que pode ir desde o ateísmo mais intransigente até o 
misticismo mais fervoroso;
• deslocalização temporal, em que o pensamento adquire as 
características de pensamento primário;
• evolução sexual manifesta, que vai do autoerotismo até a 
heterossexualidade genital adulta;
• atitude social reivindicatória com tendências anti ou associais de 
diversa intensidade;
• contradições sucessivas em todas as manifestações da conduta, 
denominada pela ação, que constitui a forma de expressão conceitual 
mais típica desse período da vida;
• separação progressiva dos pais;
• constantes flutuações do humor e do estado de ânimo (ABERASTURY; 
KNOBEL, 1981, p. 29)
Como vemos, são características que demandam uma grande flutuação emocional por parte do 
jovem. Por isso há a justificativa dos autores em considerarem isso como uma síndrome: não há uma 
patologia, mas a série de contradições justifica o uso da palavra síndrome.
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Passando para o trabalho de Freud, a adolescência é a fase que ele denominou:
fase genital: última fase descrita por Freud. Precede o estado final do desenvolvimento sexual e a 
organização genital definitiva. A libido não está mais voltada para o próprio corpo, mas se projeta para 
o outro.
 saiba mais
O livro Adolescência e família integra a coleção “Durma com esse 
barulho 2”, da editora Arte & Ciência, escrita por Marcus Vinícius Mathias 
(2005) e traz histórias de adolescentes que vivem os conflitos e desafios do 
cotidiano.
Figura 11 – Adolescentes
Os adolescentes tendem a passar mais tempo com os amigos do que com os pais, embora o 
relacionamento com eles continue sendo próximo. O grupo pode exercer uma influência tanto positiva 
como negativa no adolescente.
5.1.12 Desenvolvimento do jovem adulto: físico, cognitivo e social
É considerada adulta a pessoa capaz de estruturar o ambiente e de se perceber objetivamente nos 
outros, assim como o indivíduo, de qualquer sexo, que adquiriu uma identidade pessoal e uma integração 
da personalidade total.
Seguindo as afirmações de Papalia, Olds e Feldman (2006), dividiremos o estudo sobre o 
desenvolvimento do adulto em:
• jovem adulto: de 20 a 40 anos, aproximadamente;
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• idade adulta: dos 40 aos 65 anos.
De acordo com as autoras, do ponto de vista físico, os jovens geralmente se encontram em uma fase 
em que suas capacidades físicas e de saúde estão normais, sendo que é na fase adulta que se assenta a 
base para o funcionamento físico de todo o restante da vida. É também no período que estão no auge 
do funcionamento sensório e motor.
Por volta dos 20 anos, a maioria das funções corporais está plenamente desenvolvida. A acuidade 
visual é máxima aproximadamente dos 20 aos 40 anos; e o paladar, o olfato e a sensibilidade à dor e à 
temperatura geralmente permanecem inalterados até pelo menos os 45 anos.
É importante que a pessoa desenvolva nessa fase hábitos saudáveis, mantenha uma alimentação 
equilibrada e não faça uso de substâncias que irão por em risco sua vida.
Atualmente, observamos que a obesidade está cada vez mais presente na população em geral. 
O uso de tabaco e principalmente álcool e outras drogas se faz presente e compromete a saúde das 
pessoas, o que faz com que as autoridades considerem os comportamentos de risco um problema de 
ordem pública.
Quanto aos aspectos cognitivos do jovem adulto, as estruturas intelectuais se encontram em seu 
apogeu. É possível que a escolha profissional se dê pela conclusão do Ensino Médio ou pela continuidade 
do Ensino Superior. Embora Piaget considerasse o estágio das operações pós‑formais como o auge do 
desenvolvimento cognitivo, outros autores afirmam que a mudança na capacidade cognitiva do jovem 
adulto ultrapassam o último estágio de Piaget e apresentam o:
• estágio do pensamento pós‑formal: nele, o pensamento é mais 
complexo e se caracteriza pela capacidade de lidar com as incertezas, 
a inconsistência e as contradições. O pensamento pós‑formal lida com 
a informação do contexto social (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006, p. 
532).
Do ponto de vista psicossocial, Erick Erickson apresenta nesta fase a sexta crise de desenvolvimento 
psicossocial:
• intimidade versus isolamento: ocorre da fase final da adolescência até os primeiros anos 
da maturidade (meia‑idade). A intimidade está na capacidade do indivíduo em estabelecer 
relacionamentos não somente sexuais, mas também amizades intensas e duradouras.
A base dos relacionamentos íntimos tem início no começo da vida adulta jovem. Esse é um período 
de profundas mudanças nos relacionamentos pessoais, em que as pessoas estabelecem, renegociam ou 
consolidam laços baseados na amizade, na sexualidade e no amor.
Na vida adulta, as amizades tendem a se centrar nas atividades de trabalho e de criação dos filhos e 
no compartilhamento de segredos e conselhos. Geralmente se baseiam em interesses e valores mútuos 
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e desenvolvem‑se entre pessoas da mesma geração ou da mesma etapa de vida familiar, que validam as 
crenças e o comportamento uma das outras.
Idade adulta
Também conhecida como meia‑idade, é, em termos gerais, umperíodo movimentado, às vezes difícil, 
que costuma ser repleta de muitas responsabilidades e de múltiplos papéis.
Nessa fase é tempo de olhar tanto para frente como para trás, ou seja, para aquilo que já se viveu 
e para o que ainda virá. Pode ser uma época para fazer um balanço, reavaliar objetivos e aspirações e 
decidir como melhor utilizar a parte restante do ciclo de vida.
Com relação aos aspectos físicos, ocorrem mudanças fisiológicas resultantes do envelhecimento 
biológico e da constituição genética, mas o acúmulo de fatores comportamentais e de estilo de vida, 
desde a infância, afetam a probabilidade e a extensão das mudanças físicas. A saúde e os hábitos de estilo 
de vida nos anos intermediários também influenciam o que acontece nos anos posteriores. Algumas 
alterações que ocorrem nessa fase:
• perda da visão de perto. É comum também a perda na acuidade visual ou nitidez da visão, entre 
outros problemas;
• perda auditiva gradual, acelerando‑se após os 50 anos;
• a sensibilidade gustativa e olfativa costuma começar a diminuir na meia‑idade, principalmente 
para as pessoas que fazem uso de medicações;
• a pele pode tornar‑se menos tesa e lisa, pois os tecidos imediatamente abaixo da superfície 
perdem gordura e colágeno;
• a perda óssea acelera‑se após os 50 anos, ocorrendo duas vezes mais rápido nas mulheres do que 
nos homens, levando à osteoporose;
• doenças cardíacas tornam‑se mais comuns ao final dos 40 e início dos 50 anos, principalmente 
nos homens.
Próximo aos 50 anos, a mulher terá a perda da menstruação, marcando assim o fim do ciclo 
reprodutivo, e entrará na fase da menopausa. Além dos sintomas físicos, como secura vaginal, dores 
articulares ou musculares, dores de cabeça, fadiga, insônia e ganho de peso, ocorrem também os 
problemas psicológicos.
Tal período pode ser estressante para a mulher por se tratar de um marco no seu desenvolvimento. É 
necessário estar atento e oferecer apoio para que ela atravesse esta fase sem muitos transtornos.
Pesquisas apontadas por Cattel, 1965; Horn, 1967, 1968, 1970, 1982a, 1982b; Horn e Hofer, 1992 
(apud PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006, p. 609) distinguem dois tipos de inteligência nesta fase:
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• inteligência fluída: capacidade de aplicar as faculdades mentais a novos problemas que exigem 
pouco ou nenhum conhecimento prévio, envolvendo a percepção de relações, a formação de 
conceitos e a extração de inferências. Tais capacidades são determinadas pela condição neurológica 
e tendem a declinar com a idade;
• inteligência cristalizada: capacidade de recordar e utilizar informações adquiridas durante toda 
a vida. É medida por testes de vocabulário, pela cultura geral e pelas respostas a situações e a 
dilemas sociais.
As autoras afirmam ainda que tipicamente a inteligência fluída atinge o máximo nos anos iniciais 
da vida adulta, e que a inteligência cristalizada tende a melhorar com a meia‑idade ou mesmo próximo 
do final da vida do indivíduo.
Em relação as aspectos psicossociais, Erick Erickson (apud PAPALIA, 2006) considerava o período 
em torno dos 40 anos como a época em que as pessoas passam pela sétima crise normativa, que ele 
descreveu como:
• Geratividade versus estagnação: a preocupação que adultos maduros apresentam com o 
estabelecimento e a orientação da próxima geração. Prevendo o declínio de sua vida, as pessoas 
sentem a necessidade de deixar um legado. As pessoas que não encontram um escape para a 
geratividade tornam‑se absortas em si mesmas, excessivamente entregues aos próprios prazeres 
ou estagnadas (inativas ou inertes).
Nesta fase já não há mais a preocupação com a criação ativa dos filhos e com o fato deles terem 
saído definitivamente para ter sua própria vida. Quando os filhos tornam‑se adultos, os laços entre pais 
e filhos geralmente diminuem de importância, mas esses laços normalmente duram enquanto os pais 
viverem.
A saída dos filhos de casa (síndrome do ninho vazio) não indica o fim da paternidade e da maternidade, 
e sim uma transição para uma nova etapa: o relacionamento entre pais e filhos adultos.
5.1.13 Desenvolvimento da terceira idade: físico, cognitivo e social
Com o prolongamento do ciclo da vida, os cientistas estão cada vez mais concentrando a atenção 
sobre o que acontece com o corpo humano na passagem do tempo.
As mudanças fisiológicas na terceira idade são altamente variáveis. Muitos dos declínios comumente 
associados ao envelhecimento podem, na verdade, ser efeitos de doenças em vez de causas.
Alguns sistemas corporais declinam mais rápido do que outros. Entre as mudanças mais graves 
estão aquelas que acometem o coração. Seu ritmo tende a tornar‑se mais lento e irregular, depósitos 
de gordura acumulam‑se ao seu redor, podendo interferir em seu funcionamento, e a pressão arterial 
costumar aumentar.
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Com relação à altura, ela diminui da idade adulta inicial à velhice porque os discos entre as vértebras 
da coluna atrofiam‑se. Os indivíduos podem parecer ainda mais baixos devido à postura encurvada.
Os homens tendem a sofrer de osteoporose 10 anos mais tarde do que as mulheres devido à maior 
massa óssea e a perdas hormonais mais graduais. Outro aspecto importante que pode afetar a saúde 
é um declínio na capacidade de reserva orgânica, que ajuda os sistemas corporais a funcionar em 
momentos de estresse.
Embora o declínio físico geralmente seja imperceptível na vida cotidiana, as pessoas mais velhas 
geralmente não conseguem responder às demandas físicas de situações estressantes com a mesma 
rapidez e eficiência que antes.
Adultos mais velhos são particularmente suscetíveis a quedas devido à reduzida sensibilidade das 
células receptoras que levam ao cérebro informações sobre a posição do corpo no espaço – informações 
necessárias para manter o equilíbrio. Reflexos mais lentos, menor força muscular e perda de visão e de 
percepção de profundidade também contribuem para a perda de equilíbrio.
Falhas na memória costumam ser consideradas um sinal de velhice, mas no que se refere à memória, 
assim como em outras capacidades cognitivas, o funcionamento das pessoas mais velhas varia bastante. 
Mudanças neurológicas, assim como a piora na velocidade perceptual, podem explicar grande parte do 
declínio no funcionamento da memória em adultos mais velhos.
Figura 12 – Terceira idade
Quanto ao funcionamento sexual na terceira idade, o fator mais importante na sua manutenção é a 
atividade sexual regular ao longo dos anos. Muitas pessoas mais velhas são sexualmente ativas, embora 
a frequência e a intensidade da experiência geralmente sejam menores do que para adultos jovens.
A aprendizagem vitalícia pode manter pessoas mais velhas mentalmente alertas. Adultos mais velhos 
aprendem melhor quando os materiais e métodos são adaptados às necessidades dessa faixa etária.
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Do ponto de vista psicossocial, a idade adulta já foi considerada um período relativamente estável. 
Freud acreditava que a partir dos 50 anos de idade a personalidade estivesse permanentemente formada 
e que os processos mentais fossem inflexíveis a partir de então.
Carl Gustav Jung (apud PAPALIA, 2006), afirmava que o desenvolvimento saudávelna meia‑idade 
exige individuação. Até os 40 anos, os adultos concentram‑se nas obrigações com a família e com 
a sociedade, desenvolvendo os aspectos da personalidade que os ajudarão a alcançar os objetivos 
externos.
As mulheres enfatizam expressividade e zelo; os homens orientam‑se, sobretudo, às realizações.
Na meia‑idade, as pessoas direcionam sua preocupação aos “eus” interiores, espirituais. Jung ainda 
afirma que duas tarefas necessárias, embora difíceis nessa fase do desenvolvimento, são abrir mão da 
juventude e reconhecer a imortalidade.
 saiba mais
Assista ao filme As confissões de Schmidt (About Schmidt), filme com 
Jack Nicholson dirigido por Warren Schmidt. Ele conta a história de um 
homem de 60 anos que, após, se aposentar, perde a esposa inesperadamente 
e se sente incerto quanto ao seu futuro.
Em seu oitavo e último ciclo, Erick Erickson denomina esta crise como:
• integridade versus desespero: é necessário que o adulto mais velho avalie, resuma e aceite a 
própria vida para poder então aceitar o fim dela. O desespero advém daqueles que não alcançam 
à aceitação e percebem que o tempo é curto demais para buscar outros caminhos para si.
Como nas fases anteriores, Erickson coloca a inevitável e necessária condição de se viver o lado 
aparentemente “negativo” da crise. No caso, as pessoas precisam lamentar sua vulnerabilidade e a 
condição transitória da existência.
Com relação à saúde mental e também no nível comportamental, suas manifestações na velhice são 
devastadoras. Aproximadamente dois terços dos casos de demência podem ser causados pelo mal de 
Alzheimer, distúrbio degenerativo e progressivo do cérebro.
Já o mal de Parkinson é o segundo distúrbio mais conhecido envolvendo degeneração neurológica 
progressiva. Caracteriza‑se por tremor, rigidez, retardamento dos movimentos e postura instável.
Sintomas de depressão são comuns também em pessoas mais velhas, mas, muitas vezes, são ignorados 
por serem erroneamente considerados um acontecimento natural do envelhecimento.
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Algumas pessoas mais velhas deprimem‑se como resultado de perdas físicas e emocionais. Alguns 
aparentes “distúrbios cerebrais”, na verdade, devem‑se à depressão, mas esta pode ser abrandada se as 
pessoas mais velhas procurarem ajuda.
Concluindo, algumas características sobre o dinamismo psíquico do envelhecimento:
• perda de entes queridos e de papéis;
• modificação do próprio corpo. Nas mulheres, a cristalização pela menopausa; no homem, a 
calvície. Para ambos: diminuição da performance tanto no nível muscular quanto no perceptivo;
• as capacidades intelectuais podem permanecer, mas frequentemente é necessário mais tempo 
para fixar o que lhe é perguntado;
• a memória imediata e a de curto prazo são as primeiras atingidas pelas perturbações 
mnemônicas, o que pode se explicar pela perda do sono profundo, assim como pelo não 
investimento no presente.
 lembrete
O mal de Parkinson, assim como o mal de Alzheimer, são doenças 
degenerativas do sistema nervoso central e, embora não sejam curáveis até 
o momento, podem ser controladas a partir de tratamento médico.
Concluímos aqui esta breve apresentação sobre o ciclo do desenvolvimento humano. Teríamos muito 
mais a discorrer, mas diante de outros temas também importantes para a sua formação, deixaremos que 
você busque maior aprofundamento e use os conhecimentos que foram aqui trazidos para aumentar 
seu conhecimento sobre as dimensões do ser humano.
5.2 noções de psicomotricidade
Caro aluno, passamos agora para o estudo da psicomotricidade. Iniciaremos conhecendo um pouco 
da sua história, na Grécia Antiga, período em que Platão discutia o dualismo corpo‑alma, que seria 
abordado posteriormente também por Descartes. Sobre esse assunto, encontramos no Dicionário de 
Filosofia a seguinte explicação:
[...] o dualismo corpo‑alma pode ser entendido de vários modos. O mais 
conhecido são os mantidos por Platão (em alguns diálogos) e por Descartes. 
Comum a eles é a ideia de que o corpo e a alma são dois tipos distintos de 
realidade, ou, em termos cartesianos, duas substâncias. Todo dualismo deve 
manter que o corpo e a alma são ontologicamente independentes. Contudo, 
todo dualismo se esforça para explicar por que há correspondências entre 
processos mentais e processos corporais (MORA, 2000, p. 589).
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Para a Filosofia da época, o centro das discussões era a alma, que Platão definia como princípio ou 
essência e cuja natureza era imortal – ao contrário do corpo, que é visto como mortal e considerado 
apenas “abrigo” da alma.
Sobre esta discussão, Le Boulch (1987), educador físico, doutor em Medicina e especialista nas áreas 
de reabilitação funcional e psicomotricidade, comenta:
[...] a concepção ocidental das relações da alma com o corpo é herdeira 
da formulação platônica de um dualismo axiológico. Opostamente ao 
que comumente se pensa, Platão não visa a um equilíbrio entre o corpo 
e a mente; ao contrário, o conjunto de sua obra contribui para firmar um 
dualismo radical distinguindo, no ser, duas realidades substanciais distintas. 
“O homem é alma e corpo”, mas “é a alma que domina, é a parte soberana, 
o princípio e o fim”. Não apenas são distintas as duas substâncias, mas a 
valorização da alma acarreta como consequência um aviltamento do corpo 
expresso no Phédon (LE BOULCH, 1987, p. 11).
Para Platão, a alma humana é perfeita e faz parte de um mundo perfeito das ideias; o corpo vive em 
contínuo processo de mudança de aparência, mas a alma nunca muda.
Passando para o século XIX, encontramos Charcot (1825‑1893), que é considerado o primeiro 
psiquiatra do mundo. Ele fez experimentos sobre o fenômeno do “membro fantasma”, ou seja, quando 
um indivíduo amputado conserva a impressão da existência do membro que perdeu. Um exemplo dessa 
situação ocorre quando a pessoa tem uma das pernas amputada e, mesmo sabendo que aquele membro 
não mais existe, sente dores e até coceiras, como se ele existisse. A pessoa com deficiência, ao viver tais 
momentos, demonstra grande sofrimento, tendo em vista que as sensações são percebidas como reais.
Após essa breve discussão inicial, vemos que atualmente o debate nos parece invertido, ou seja, se 
na antiguidade ele era centrado na alma, hoje em dia, opostamente, encontramos o culto ao corpo, a 
valorização da beleza física, o que nem sempre é possível alcançar.
5.2.1 Definição de psicomotricidade
Para entender exatamente o que vem a ser psicomotricidade, apresentamos inicialmente a 
definição proposta pela Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (2003), que nos traz que o termo 
psicomotricidade aparece no discurso médico‑neurológico no início do século XIX a partir da 
necessidade de nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras.
A palavra psicomotricidade é formada pelo termo grego psyché, que significa alma, e mais a palavra 
moto, originada do latim e que significa movimento frequente.
No senso comum, encontramos no dicionário Michaelis (1998) o seguinte significado: “sf 
(psico+motricidade) Psicol Autocontrole muscular”.
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A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, entidade

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