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INTERPRETAÇÃO - RESUMO

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POLIANA BEATRIZ GOUVEIA CASTRO|6ºSEMESTRE|2021.1
1
PROFESSORA ANA LIVIA – PROCESSO PENAL I 
Interpretacao
 Art. 3º 
Código de Processo Penal (CPP) 
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
Obs.: de maneira genérica, todos os ramos do Direito aceitam o suplemento dos princípios gerais de Direito.
No que tange à interpretação, existem três alcances: 
• Interpretação restritiva: aplica-se quando o legislador previu mais do que queria e deveria, situação em que a norma deve ser restringida. 
• Interpretação declaratória: aplica-se quando o legislador previu exatamente o que queria, situação em que o texto legal deve ser interpretado sem restrições ou ampliações. 
• Interpretação extensiva: aplica-se quando o legislador previu menos do que queria, situação em que o alcance da norma deve ser ampliado. Ou seja, a interpretação extensiva é oposta à restritiva. 
A interpretação restritiva também é admitida no Direito Processual Penal, assim como a declaratória. Apesar disso, somente há menção expressa à interpretação extensiva para diferenciar o Direito Processual Penal do Direito Penal, pois neste as normas incriminadoras não admitem interpretação extensiva, mas apenas a declaratória e a restritiva. 
Um exemplo de interpretação extensiva se encontra no art. 581 do CPP, que dispõe sobre as hipóteses de admissibilidade de recurso em sentido estrito (RESE). Muitos doutrinadores consideravam o rol do art. 581 como um rol taxativo. Hoje, admitindo-se uma interpretação extensiva das hipóteses de cabimento de recurso em sentido estrito, admitem-se outras hipóteses além das previstas. 
A aplicação analógica prevista no art. 3º do CPP é a analogia. Cumpre lembrar que a aplicação analógica é diferente da interpretação analógica.
A interpretação analógica é admitida tanto em Direito Processual Penal quanto em Direito Penal, seja para beneficiar ou para prejudicar. Por outro lado, a aplicação analógica, no Direito Penal, somente é admitida in bonam partem, ou seja, em benefício do réu. O legislador decidiu prever expressamente a aplicação analógica no Direito Processual Penal, sem qualquer ressalva, para diferenciá-lo do Direito Penal. 
A interpretação analógica ocorre quando o legislador prevê uma fórmula casuística seguida de uma fórmula genérica em situações em que não era possível prever todas as hipóteses. Um exemplo da interpretação analógica encontra-se no art. 121 do Código Penal. 
Código Penal (CP) 
Art. 121. [...] Homicídio qualificado § 2º Se o homicídio é cometido: 
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
Obs.: a primeira parte do inciso são hipóteses casuísticas, ou seja, específicas, mas a segunda parte é uma norma genérica, uma vez que o legislador não pode prever todas as hipóteses existentes de motivos torpes. 
Um exemplo de interpretação analógica no processo penal encontra-se no art. 185 do CPP. 
Art. 185. [...] § 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: 
Obs.: o legislador previu uma possibilidade casuística (sistema de videoconferência) e logo em seguida uma possibilidade genérica, dada a impossibilidade de se prever todas as inovações tecnológicas que permitam a situação pretendida.
Por outro lado, a analogia (integração analógica ou aplicação analógica) não é uma forma de interpretação da lei, mas sim uma forma de integração do Direito. A analogia é utilizada diante da existência de uma lacuna legal (vácuo legislativo). 
No Direito Civil, existe o instituto da perpetuatio jurisdictionis, segundo o qual, uma vez que se tenha a petição inicial distribuída a um determinado juízo, a ação permanecerá nesse juízo, ainda que durante o processo sobrevenha lei nova que altere a competência daquele juízo. 
Código de Processo Civil (CPC) 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
 Em 2004, quatro auditores do trabalho foram assassinados em Unaí (MG). Quando as vítimas são servidores públicos federais no exercício de suas funções, a competência é da Justiça Federal. No entanto, à época dos fatos, não havia Justiça Federal em Unaí. Por esse motivo, foi determinado que o processo correria na Vara Federal de Belo Horizonte, capital do estado. Durante a ação penal que estava julgando os autores do homicídio dos quatro auditores do trabalho, surgiu a Vara Federal em Unaí. O juízo federal de Belo Horizonte, então, declinou da competência, alegando que o processo deveria seguir para a Vara recém- -criada de Unaí. Contudo, o STJ e o STF não concordaram, sustentando que, uma vez que a ação havia se iniciado na Vara Federal de Belo Horizonte, lá deveria permanecer. Como fundamento da decisão, o STF afirmou que, embora o princípio da perpetuatio jurisdictionis não esteja previsto no CPP, poderia ser aplicada por analogia a previsão do art. 43 do CPC. 
Julgado do STF 
No âmbito da Justiça Federal – competência fixada, no caso, em função do crime de homicídio praticado contra quatro servidores federais no exercício das suas funções –, a 9ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Belo Horizonte e a Vara Federal criada posteriormente à instauração das ações penais, em Unaí, local dos crimes (...) Aplicável o princípio da perpetuatio jurisdictionis (art. 87 do Código de Processo Civil [antigo] c/c art. 3º do Código de Processo Penal) (HC 117871, julgado em 28/04/2015).
Como já mencionado, a analogia é admitida no Direito Penal brasileiro, desde que seja para beneficiar o réu (in bonam partem), mas não pode ser usada para prejudicá-lo (in malam partem). No Direito Processual Penal, por sua vez, a analogia é permitida, seja para beneficiar, seja para prejudicar o réu. 
Questões
(CESPE/2014/TJ-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Lei processual penal a. Não admite interpretação sistemática. b. Não admite aplicação analógica. c. Não admite o suplemento dos princípios gerais de Direito. d. Não deve ser interpretada sempre restritivamente. e. Não admite interpretação extensiva. 
COMENTÁRIO 
O art. 3º do CPP admite expressamente a interpretação extensiva, a aplicação analógica e o suplemento dos princípios gerais de Direito. 
(TJ-SC/2009/TJ-SC/JUIZ) A lei processual penal não admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de Direito. 
(FCC/2012/MPE-AL/PROMOTOR DE JUSTIÇA) De acordo com o Código de Processo Penal, a lei processual penal 
a. Retroage para invalidar os atos praticados sob a vigência da lei anterior, se mais benéfica.
b. Não admite aplicação analógica. 
c. Admite suplemento dos princípios vitais de Direito.
d. Admite interpretação extensiva, mas não suplemento dos princípios gerais de Direito. 
e. Admite aplicação analógica, mas não interpretação extensiva. 
COMENTÁRIO 
Os atos praticados sob vigência de lei anterior permanecem válidos.
(UEG/2013/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/1ª PROVA) As normas genuinamente processuais 
a. Admitirão interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais do Direito. 
b. Não admitem aplicação analógica, mas admitirão interpretação extensiva. 
c. Não admitem interpretação extensiva, mas admitirão aplicação analógica. 
d. Serão aplicadas desde logo, mas tornam inválidos os atos praticados sob a égide da lei anterior se desfavoráveis ao imputado.
GABARITO 
1. d 
2. E 
3. c 
4. a1
3

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