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ANSIEDADE E 
SÍNDROME DO PÂNICO 
 
1 CONCEITOS 
De acordo com Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais - DSM-5: 
• Ansiedade = ansiedade é a antecipação de 
ameaça futura. 
• Medo = é a resposta emocional a ameaça 
iminente real ou percebida. 
• Ataques de pânico = se destacam dentro dos 
transtornos de ansiedade como um tipo 
particular de resposta ao medo. 
. 
2 TRANSTORNO DE ANSIEDADE 
Os transtornos de ansiedade se diferenciam do medo 
ou da ansiedade adaptativos por serem excessivos ou 
persistirem além de períodos apropriados ao nível de 
desenvolvimento. Eles diferem do medo ou da 
ansiedade provisórios, com frequência induzidos por 
estresse, por serem persistentes. 
Os transtornos de ansiedade diferem entre si nos tipos 
de objetos ou situações que induzem medo, ansiedade 
ou comportamento de esquiva e na ideação cognitiva 
associada. 
Cada transtorno de ansiedade é diagnosticado 
somente quando os sintomas não são consequência 
dos efeitos fisiológicos do uso de uma 
substância/medicamento ou de outra condição 
médica ou não são mais bem explicados por outro 
transtorno mental. 
2.1 PATOGÊNESE 
A principal função do medo e da ansiedade é atuar 
como uma sinalização de perigo ou ameaça, 
desencadeando uma resposta adequada e adaptativa. 
Evidências apontam para etiologias multifatoriais, 
envolvendo genética, ontogenia e aspectos 
socioculturais, determinando diferentes padrões 
neurobiológicos e comportamentais de respostas a 
ameaças. 
A ativação autonômica e o aumento do estado de 
alerta estão entre as primeiras reações 
comportamentais observadas em situações de medo 
ou ansiedade. O locus ceruleus (LC), estrutura do 
tronco cerebral, tem papel central no estado de alerta 
e é altamente responsivo a estímulos eliciadores de 
estresse. 
A amígdala e o córtex pré-frontal regulam as 
respostas, as emoções e poderiam ser marcadores na 
mediação de risco genético; e o funcionamento do 
sistema Septo-Hipocampal detecta um conflito entre 
os objetivos simultaneamente disponíveis, e para 
resolvê-lo, o sistema aumenta um peso dado à 
informação negativa em áreas de processamento, 
sendo que esse aumento na informação 
afetivamente negativa produziria o aumento de 
ansiedade em algumas tarefas. 
Dois sistemas cerebrais estariam envolvidos na 
ansiedade: o Sistema Cerebral de Defesa (SCD) e o 
Sistema de Inibição Comportamental (SIC): 
• SCD = é constituído por um conjunto de 
estruturas nervosas, longitudinalmente 
organizadas, formado pela Amígdala, 
Hipotálamo Medial (HM) e Matéria Cinzenta 
Periaquedutal (MCP). A amígdala possui 
conexões nervosas com o neocórtex, com 
estruturas límbicas mais profundas e funciona 
como interface sensório-emocional entre elas, 
avaliando e classificando o tipo e grau do 
estímulo. O resultado é transmitido ao HM e 
MCP e esta então, seleciona e organiza as 
reações comportamentais e fisiológicas de 
defesa apropriadas. O HM regula o 
funcionamento da hipófise que, por meio da 
secreção do hormônio adrenocorticotrófico 
(ACTH) estimula as glândulas suprarrenais a 
secretar glicocorticoides, como cortisol, 
norepinefrina e epinefrina. 
• SIC = A função básica do SICS é comparar o 
estímulo real e o esperado. Se houver 
discrepância, ou se o estímulo esperado for 
aversivo, os comportamentos em andamento 
são inibidos e ocorre um aumento do alerta e 
da atenção direcionada ao ambiente. A 
ativação do SICS é desencadeada por 
estímulos novos ou desconhecidos, ou pela 
antecipação de punição e se correlaciona com 
a ansiedade antecipatória. O sistema 
noradrenérgico ascendente e o SICS parecem 
ter funções complementares, com o primeiro 
mantendo um estado de alerta basal e 
reagindo a perigos próximos, enquanto o 
segundo aumenta o estado de alerta frente a 
sinais de punição. 
O papel da serotonina na regulação do 
comportamento de defesa e consequentemente na 
ansiedade parece ser duplo: os sinais de perigo 
estimulariam o sistema de defesa por meio da 
amígdala e ativariam neurônios serotoninérgicos 
situados nos núcleos dorsais da rafe que inervam a 
amígdala e a matéria cinzenta periaquedutal, 
facilitando a defesa na primeira e inibindo nesta 
última, tendo, portanto, um sentido adaptativo. Em 
termos de emoções vivenciadas a serotonina aumenta 
a ansiedade, atuando na amígdala, enquanto contém 
o pânico, com atuação na matéria cinzenta 
periaquedutal. 
2.2 QUADRO CLÍNICO 
As manifestações somáticas mais frequentes de uma 
ansiedade patológica incluem sintomas resultantes da 
ativação do sistema nervoso autônomo, como 
taquicardia, hiperventilação, midríase, piloereção, 
sudorese e urgência em defecar ou urinar. 
Tontura, sensação de desmaio, tremores, parestesias, 
sensação de sufocamento, dores e contraturas 
musculares também são queixas comuns. 
Os sintomas psíquicos mais relatados são tensão, 
nervosismo, apreensão, mal-estar indefinido, 
insegurança, dificuldade de concentração e memória, 
sensação de estranheza, de que as coisas ao redor 
estão irreais etc. 
O comportamento da pessoa ansiosa é caracterizado 
por inquietação, sobressaltos e hipervigilância. Pode 
haver preocupação com ordem, perfeccionismo ou 
comportamento evitativo. 
2.3 DIAGNÓSTICO 
As situações ou estímulos que desencadeiam 
sintomas, as manifestações abruptas ou insidiosas, o 
número e a intensidade dos sintomas, bem como o 
curso agudo ou crônico, são variáveis que diferenciam 
os diversos diagnósticos classificados como 
transtornos de ansiedade. 
Características dos transtornos: 
 
 
 
 
• Mutismo seletivo é caracterizado por fracasso 
consistente para falar em situações sociais nas 
quais existe expectativa para que se fale (p. 
ex., na escola), mesmo que o indivíduo fale em 
outras situações. O fracasso para falar 
acarreta consequências significativas em 
contextos de conquistas acadêmicas ou 
profissionais ou interfere em outros aspectos 
na comunicação social normal. 
• Fobia específica os indivíduos são apreensivos, 
ansiosos ou se esquivam de objetos ou 
situações circunscritos. Medo, ansiedade ou 
esquiva é quase sempre imediatamente 
induzido pela situação fóbica, até um ponto 
em que é persistente e fora de proporção em 
relação ao risco real que se apresenta. Existem 
vários tipos de fobias específicas: a animais, 
ambiente natural, sangue-injeção-ferimentos, 
situacional e outros. 
• No transtorno de ansiedade social (fobia 
social), o indivíduo é temeroso, ansioso ou se 
esquiva de interações e situações sociais que 
envolvem a possibilidade de ser avaliado. A 
ideação cognitiva associada é a de ser avaliado 
negativamente pelos demais, ficar 
embaraçado, ser humilhado ou rejeitado ou 
ofender os outros. 
• Os indivíduos com agorafobia são apreensivos 
e ansiosos acerca de duas ou mais das 
seguintes situações: usar transporte público; 
estar em espaços abertos; estar em lugares 
fechados; ficar em uma fila ou estar no meio 
de uma multidão; ou estar fora de casa 
sozinho em outras situações. O indivíduo teme 
essas situações devido aos pensamentos de 
que pode ser difícil escapar ou de que pode não 
haver auxílio disponível caso desenvolva 
sintomas do tipo pânico ou outros sintomas 
incapacitantes ou constrangedores. 
• As características principais do transtorno de 
ansiedade generalizada são ansiedade e 
preocupação persistentes e excessivas acerca 
de vários domínios, incluindo desempenho no 
trabalho e escolar, que o indivíduo encontra 
dificuldade em controlar. Além disso, são 
experimentados sintomas físicos, incluindo 
inquietação ou sensação de “nervos à flor da 
pele”; fatigabilidade; dificuldade de 
concentração ou “ter brancos”; irritabilidade; 
tensão muscular; e perturbação do sono. 
3 TRANSTORNO DE PÂNICO 
Transtorno de pânico se refere a ataques de pânico 
inesperados recorrentes. 
Um ataque de pânico é um surtoabrupto de medo ou 
desconforto intenso que alcança um pico em minutos 
e durante o qual ocorrem quatro ou mais de uma lista 
de 13 sintomas físicos e cognitivos. 
O termo recorrente significa literalmente mais de um 
ataque de pânico inesperado, o qual não existe um 
indício ou desencadeante óbvio no momento da 
ocorrência – ou seja, o ataque parece vir do nada, 
como quando o indivíduo está relaxando ou 
emergindo do sono (ataque de pânico noturno). Em 
contraste, os ataques de pânico esperados são ataques 
para os quais existe um indício ou desencadeante 
óbvio, como uma situação em que os ataques de 
pânico ocorrem geralmente. 
3.1 PATOGÊNESE 
 
Segundo a hipótese neuroanatômica de Gorman e 
colaboradores (2000), os ataques de pânico se 
originariam de uma disfunção na rede cerebral do 
medo, que integra várias estruturas do tronco 
encefálico, a amígdala e os hipotálamos medial e 
cortical. 
3.2 QUADRO CLÍNICO 
São episódios de medo intenso acompanhado de 
vários sintomas físicos e cognitivos. Após o início, os 
sintomas atingem um pico em 10 min e tem duração 
autolimitada. 
Os sintomas físicos incluem palpitações, sudorese, 
tremores, sensação de falta de ar ou sufocamento, 
parestesias, tontura, náuseas, dor ou aperto no peito. 
Os sintomas cognitivos comuns são sensação de 
morte iminente, medo de sofrer um ataque cardíaco, 
de perder o controle ou de enlouquecer 
A frequência e a gravidade dos ataques de pânico 
variam de forma considerável. Em termos de 
frequência, pode haver ataques moderadamente 
frequentes (p. ex., um por semana) durante meses, 
pequenos surtos de ataques mais frequentes (p. ex., 
todos os dias) separadas por semanas, meses sem 
ataques ou ataques menos frequentes (p. ex., dois por 
mês) durante muitos anos. 
3.3 DIAGNÓSTICO 
O DSM-5 exige a presença de quatro ou mais dos 
sintomas
 
O ataque de pânico não é um transtorno, mas um 
quadro clínico que pode estar presente em diversos 
transtornos mentais. 
É necessário mais de um ataque de pânico completo 
inesperado para o diagnóstico de transtorno de 
pânico. 
4 FÁRMACOS PARA OS 
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE 
Os fármacos mais utilizados incluem os ansiolíticos, 
antidepressivos e antipsicóticos. 
O tratamento medicamentoso de eleição para os 
transtornos de ansiedade são os inibidores seletivos de 
recaptura da serotonina (ISRS). O que faz dos ISRS a 
primeira opção no tratamento medicamentoso dos 
transtornos de ansiedade é sua tolerabilidade, por ter 
menos efeitos colaterais que outras classes de 
antidepressivos, e sua segurança, uma vez que menos 
efeitos adversos graves e mortalidade é relatada com 
essa classe de drogas. 
Os principais grupos de fármacos ansiolíticos são os 
benzodiazepínicos, buspirona e barbituratos. 
 
 Benzodiazepínicos: É a classe de fármacos 
mais usada para tratar ansiedade e insônia. Alguns 
apresentam seletividade como o clonazepam, que 
apresenta efeito anticonvulsivo com sedação menos 
efetiva, porém pouco eficaz para insônia. Eles atuam 
sobre os receptores A do GABA, que mediam a 
transmissão inibitória rápida no SNC, esses fármacos 
potencializam a resposta ao GABA, facilitando a 
abertura dos canais de cloreto ativados por esse 
neurotransmissor. O receptor GABAA tem muitas 
combinações diferentes nas distintas partes do 
cérebro, o que lhe confere diversas funcionalidades. 
Essas diferentes combinações dos receptores GABAA 
podem ser alvo de fármacos com maiores 
especificidades, permitindo que alguns 
benzodiazepínicos, por exemplo, causem mais ou 
menos efeito sedativo. Os principais efeitos dos 
benzodiazepínicos são a redução da ansiedade e da 
agressão, sedação e indução do sono (efeito 
hipnótico), redução do tônus muscular e da 
coordenação e efeito anticonvulsivante. Assim, esses 
fármacos também são usados no tratamento da 
epilepsia (diazepam nas crises agudas e clobazam 
como tratamento profilático), na abstinência 
alcoólica, agitação psicomotora e tensão muscular, o 
que é importante no tratamento e controle da 
ansiedade, pois o tônus muscular aumentado é 
característico dos estados de ansiedade e podem gerar 
dores, especialmente cefaleias. 
 Buspirona: É um agonista parcial dos 
receptores de serotonina, reduzindo assim a liberação 
desse neurotransmissor. Além disso, esse fármaco 
inibe a atividade de neurônios noradrenérgico do locus 
coereleus, e assim age nas reações de despertar. 
 Barbitúricos: Possuem ação depressora sobre 
o SNC, causando efeitos similares aos anestésicos 
inalatórios utilizados em procedimentos cirúrgicos. 
Entre seus efeitos indesejáveis está morte por 
depressão respiratória e cardiovascular quando 
utilizados em altas doses, e por isso, atualmente são 
menos utilizados no tratamento de ansiedade e 
insônia. Os barbitúricos que permanecem em uso 
possuem ação específica, como o fenobarbital, 
utilizado como anticonvulsivo, e o tiopental, utilizado 
como anestésico intravenoso. Assim como os 
benzodiazepínicos, essa classe de fármacos aumenta a 
ação do GABA, porém se ligam a um sítio diferente no 
receptor GABAA/ canal de cloreto, e desempenha 
ação mais especializada. Uma grande desvantagem 
dos barbitúricos é que geram um alto grau de 
tolerância e dependência e influenciam na síntese do 
citocromo P-450 hepático, aumentando a velocidade 
de degradação de vários fármacos e apresentando alta 
interação medicamentosa.

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