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 Plano de Aula: 9 - DIREITO CIVIL I DIREITO CIVIL I TÃtulo 9 - DIREITO CIVIL I Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 9 Tema DOS NEGÓCIOS JURÃ�DICOS Objetivos Conceituar e classificar os negócios jurÃdicos ·    Fornecer noções substanciais a respeito dos os planos de existência, validade e eficácia do negócio jurÃdico. ·     Estabelecer a conceituação do instituto da representação. ·       Enumerar e distinguir os elementos essenciais e acidentais dos negócios jurÃdicos. Estrutura do Conteúdo DOS NEGÓCIOS JURÃ�DICOS 1.     Negócio jurÃdico (conceito e classificação). 2.     Noções sobre os planos de existência, validade e eficácia do negócio jurÃdico. 3.     Da representação. 4.     Elementos acidentais (condição, termo, encargo ou modo): conceitos, espécies e efeitos jurÃdicos. NEGÓCIO JURÃ�DICO  Conceito  É uma espécie do gênero ato jurÃdico em sentido amplo. Pode ser entendido como toda ação humana, de autonomia privada, com o qual o particular regula por si os próprios interesses. Nele há uma composição de interesses. Os atos praticados pelos agentes foram previstos em lei e desejados por eles. Segundo Caio Mário de Silva Pereira - são declarações de vontade destinadas à produção de efeitos jurÃdicos queridos pelo agente10. Continua: “O fundamento e os efeitos do negócio jurÃdico assentam, então, na vontade, não uma vontade qualquer, mas aquela que atua em conformidade comos preceitos ditados pela ordem legalâ€�. Para que o negócio jurÃdico seja válido é necessário os seguintes elementos essenciais: a) agente capaz; b) objeto lÃcito, possÃvel, determinado ou determinável; c) forma prescrita e não proibida pela lei.  REQUISITOS PARA A VALIDADE DO NEGÓCIO JURÃ�DICO  O negócio jurÃdico é uma emissão volitiva dirigida a um determinado fim. Para que produza todos os efeitos, é necessário que se revista de certos requisitos referentes à pessoa do agente, ao objeto da relação e à forma da emissão da vontade. “A validade do negócio jurÃdico requer: I – agente capaz; II – objeto lÃcito, possÃvel, determinado ou determinável; III – forma prescrita ou não defesa em leiâ€� (CC, art . 104). Agente capaz  Para que o negócio jurÃdico ganhe plena eficácia produzindo todos os seus efeitos, exige a lei que ele seja praticado por agente capaz. Por agente capaz há que se entender a pessoa capaz ou emancipada para os atos da vida civil.  A licitude A licitude está inserida no conceito. É mister que o alcance visado pelo ato não seja ofensivo à ordem jurÃdica. A sua liceidade é condição essencial à eficácia do negócio jurÃdico, que sempre tem por finalidade produzir efeitos jurÃdicos através da manifestação de vontade. Esta tem que ser sempre voltada para fins legÃtimos, possÃveis, determinados ou determináveis. Quando o efeito não for legÃtimo ou possÃvel, apesar de existir a vontade, caracteriza-se um ato ilegÃtimo, ilÃcito. Forma prescrita ou não defesa em lei Todo negócio jurÃdico tem uma forma. A vontade, manifestada pelas pessoas, pode ser verbal, por escrito, ou através de gestos. Em numerosos casos a lei exige das partes uma forma especial. A regra geral é a forma livre. “A validade da declaração de vontade – diz o art. 107 do CC - não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigirâ€�. Isto significa que todas as exceções devem ser respeitadas, ou seja, se a lei impuser forma especial, esta deverá ser atendida. Por exemplo, a compra de uma casa à vista, deve ser através da escritura pública. Se realizada por instrumento particular, não tem validade, porque a lei impõe uma forma (CC, artigo 108). INTERPRETAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÃ�DICOS Dispõe o art. 112 do CC: “Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagemâ€�. Estabelece, pois, uma regra de interpretação destacando o elemento intenção sobre a literalidade da linguagem. Cabe ao intérprete investigar qual foi a real intenção dos contratantes na elaboração da cláusula contratual duvidosa ou obscura. “Os negócios jurÃdicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebraçãoâ€�, finaliza o art. 113 do CC. O objeto tÃpico do negócio jurÃdico é o contrato. O negócio jurÃdico é o principal instrumento para que as pessoas possam realizar seus negócios privados. Sem os elementos essenciais o negócio jurÃdico não existe, por conseqüência, não é válido.  São elementos acidentais: a) condição; b) termo; c) encargo.  Reserva mental – O que o agente deseja é diferente do que ele declarou. Sua declaração é para enganar a pessoa com quem celebrou o negócio jurÃdico ou a terceiros.  Os negócios jurÃdicos podem ser classificados da seguinte forma: 1. Quanto à manifestação da vontade: a) unilaterais – a declaração de vontade, feita por uma ou mais pessoas, na mesma direção; b) bilaterais – duas manifestações de vontade, em sentido oposto, porém há coincidência em relação ao objeto.  2. Quanto à s vantagens: a) gratuitos – só uma das partes aufere vantagem; b) onerosos – ambos os celebrantes possuem ônus e vantagens recÃprocas.  3. Quanto ao tempo em que devam produzir efeitos: a) inter vivos – destinados a produzir efeitos durante a vida dos interessados; b) causa mortis – emitidos para gerar efeitos após a morte do declarante.  4. Quanto à subordinação: a) principais – são os negócios jurÃdicos que têm existência própria e não dependem de nenhum outro; b) acessórios – aquele cuja existência subordina a um outro.  5. Quanto à s formalidades: a) solenes – são celebrados de acordo com a forma prevista na lei; b) não solenes – não dependem de forma rÃgida para sua celebração.  6. Quanto à pessoa: a) impessoais – não importa quem sejam as partes; b) intuitu personae – aquele realizado de acordo com as qualidades especiais de quem o celebra.  DA REPRESENTAÇÃO O instituto da representação é objeto de poucos estudos monográficos no Brasil, tanto é que o Código Civil anterior, de 1916, sequer lhe deu um tratamento especÃfico, O direito representativo foi tipificado e sistematizado somente no vigente Código Civil, em seus artigos 115 a 120.0 estudo deste instituto compete à teoria geral do direito civil e tem conexão e aplicação em vários ramos do direito, como o direito notarial. Segundo Silvio Venosa, geralmente, é o próprio interessado, com sua vontade, que atua em negócio jurÃdico. Dentro da autonomia privada, o interessado contrai pessoalmente obrigações e, assim, pratica seus atos da vida civil em geral. Contudo, em uma economia evoluÃda, há a possibilidade, e muitas vezes se obriga, de outro praticar atos da vida civil no lugar do interessado, de forma que o primeiro, o representante, possa conseguir efeitos jurÃdicos para o segundo, o representado, do mesmo modo que este poderia fazê-lo pessoalmente. O representado, ao permitir que o representante aja em seu lugar, amplia sua esfera de atuação e a possibilidade de defender seus interesses no mundo jurÃdico. O representante posiciona-se de maneira que conclua negócios em lugar diverso de onde se encontra o representado, ou quando este se encontra temporariamente impedido de atuar na vida negocial, ou ainda quando o representado não queira envolver-se diretamente na vida dos negócios. Para que essa situação ocorra, é necessário, primeiramente, que o ordenamento jurÃdico a permita e, em segundo lugar, que os requisitos desse mesmo ordenamento jurÃdico tenham sido cumpridos.Para que tal situação se configure, é necessária a emissão de vontade em nome do representado e dentro do poder de representação por ele outorgado ou pela lei. A noção fundamental, pois, é a de que o representante atua em nome do representado, no lugar do representado. O representante conclui o negócio não em seu próprio nome, mas como pertencente ao representado. Quem é a parte no negócio é o representado e não o representante. Reside aà o conceito básico da representação. Estritamente falando, o representante é um substituto do representado, porque o substitui não apenas na manifestação externa, fática do negócio, como também na própria vontade do representado. Evolução histórica da representação No Direito Romano, os atos possuÃam caráter solene e personalÃssimo e não admitiam representação. Não se tinha idéia de que alguém pudesse praticar atos por outrem. A obrigação havia de ser contraÃda pelo próprio titular. Representação Legal e Voluntária A representação pode ser legal ou voluntária, conforme resulte de disposições de lei ou da vontade das partes. Pode-se acrescentar a essas formas a representação judicial, nos casos de administradores nomeados pelo juiz, no curso de processos, como os depositários, mas isso é exceção no sistema. Também pode ser considerada forma de representação, ainda que anômala, aquela que tenha um fim eminentemente processual, como é o caso do inventariante, do sÃndico da massa falida, do sÃndico de edifÃcios de apartamentos etc. A representação legal ocorre quando a lei estabelece, para certas situações, uma representação, o que ocorre no caso dos incapazes, na tutela, curatela etc. Nesses casos, o poder de representação decorre diretamente da lei, que estabelece a extensão do âmbito da representação, os casos em que é necessária, o poder de administrar e quais as situações em que se permite dispor dos direitos do representado. A representação voluntária é baseada, em regra, no mandato, cujo instrumento é a procuração. A figura da representação não se confunde com a do mandato. O vigente Código Civil traz, em sua parte geral, disposições gerais sobre a representação (arts. 115 a 120), distinguindo o art. 115 essas duas formas de representação, conferidas "por lei ou pelo interessado". O art. 116 aponta o efeito lógico da representação: "A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado." Esclarece o art. 120 que os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respectivas, enquanto os da representação voluntária são os da parte especial do Código, principalmente no contrato de mandato. Deve-se entender que o representante conclui negócio cujo efeito reflete no representado. É importante que os terceiros tenham ciência da representação, sob pena de inviabilizar o negócio jurÃdico. Essa é uma das questões fulcrais da matéria. O art. 118 do atual diploma estatui que "o representante é obrigado a provar à s pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederam" (art. 118). Também o representante legal do incapaz deve informar sua qualidade a terceiros. Sem que o terceiro tenha plena ciência da representação, sua extensão e qualidade, seja ela voluntária ou legal, o dito representante responderá pela prática de atos que excederem os poderes. A esse propósito, o art. 119 pontifica ao afirmar que é anulável o negócio concluÃdo pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser conhecido pelo terceiro com quem contratou. A questão, como se vê, é complexa e depende da apuração probatória no caso concreto. Procurando o atual Código restringir a instabilidade dos negócios jurÃdicos de maneira geral, neste passo o atual ordenamento estabelece o prazo decadencial de 180 dias para o pleito de anulação, a contar da conclusão do negócio ou cessação da incapacidade. A idéia essencial da representação (levando-se em conta que o representante atua e emite vontade em nome do representado, que é verdadeiramente quem adquire, modifica ou extingue direitos) é de que o representante possui poder de representação. Tal poder é, portanto, o ponto central do instituto. Na verdade, em qualquer modalidade de representação, tal poder deflui da lei, pois somente há poder de representação quando o ordenamento jurÃdico o permite. Tal poder de representação é legal quando emana diretamente da lei, como já vimos no caso dos incapazes. No caso das pessoas jurÃdicas, o art. 17 do Código antigo dizia impropriamente que eram representadas ativa e passivamente por quem seus estatutos designassem. Não se tratava de representação tÃpica, pois os diretores agem como se fossem a própria pessoa jurÃdica, tanto que preferimos dizer que as pessoas jurÃdicas são presentadas e não representadas. Não existe, no caso, duplicidade de vontades, pois falta declaração volitiva do representante em lugar do representado. A pessoa jurÃdica projeta sua vontade no mundo jurÃdico por meio de seus órgãos. O poder de representação é convencional nos casos de representação voluntária, quando uma pessoa encarrega outra de representá-la; esse efeito é normalmente conseguido com o mandato. A doutrina entende que a procuração, forma pela qual se estampa o mandato, é figura autônoma e independente dele, porque na maioria das vezes, a procuração tem em mira regular unicamente a relação interna de gestão entre mandante e mandatário. Deve ser intuÃda a procuração como mero instrumento do mandato. Todavia, deve ficar assentado que, sempre que houver mandato, haverá representação. Alguns autores entendem que pode haver representação sem a existência de mandato, ainda que o representado ignore inicialmente os atos praticados por sua conta. Colin e Capitant (1934:76) colocam nesse caso a situação da gestão de negócios. Suponha-se, no exemplo clássico, que um vizinho passe a cuidar dos encanamentos da casa ao lado, que ameaça ruir, ou passe a tratar do animal de estimação quando a pessoa responsável ausentou-se. O gestor de negócios estaria agindo como representante, sem que houvesse sido outorgado o mandato. Trata-se, portanto, de atuação oficiosa do gestor em nome de outrem, sem ter o primeiro recebido incumbência para tal. A existência de representação na negotiorum gestio é convertida, uma vez que de inÃcio o gestor procede sem qualquer autorização do dono do negócio. Posteriormente, pode haver ratificação por parte do interessado. Tal ratificação tem o condão de converter a oficiosidade da atividade do gestor em mandato. Há parcela de representação legal na gestão, porque, de inÃcio, não há voluntariedade do dono do negócio. Por essas circunstâncias, ficando a gestão de negócios em ponto intermediário entre a representação legal e a voluntária, Caio Mário da Silva Pereira (1978, v. 1:541) prefere chamá-la "representação especial". Uma vez realizado o negócio pelo representante, é como se o representado houvesse atuado, pois seus efeitos repercutem diretamente sobre o último. Tudo se resume, porém, no poder de representação. No conteúdo desse poder, deve-se examinar se a representação foi corretamente exercida. Como a idéia central da representação se funda no poder de representação, aquele que trava negócios com representante tem o direito de averiguar se existe tal poder e se, para o determinado ato em tela, o representante possui poderes. É esse o sentido estabelecido pelo referido art. 118 do atual Código. Quando se trata da representação legal, é na lei que se procura o teor do poder de representação. O pai, na administração de bens do filho, possui poderes gerais de gerência,não podendo, contudo, aliená-los ou gravá-los, sem autorização judicial. Para contrair obrigações, o princÃpio é o mesmo. Tal não ocorre, porém, quando se tratar de aquisição de direitos que, em tese, beneficiam o menor ou incapaz. A lei tem em mira, aÃ, a proteção ao incapaz de consentir. Na representação voluntária, é na vontade emitida pelo representado que se deve aquilatar a extensão dos poderes outorgados ao representante. O representante legal pode, por sua vez, constituir representante voluntário que representará o incapaz em determinados atos. Questão interessante neste tópico é a chamada autocontratação. Parte-se do seguinte pressuposto: se o representante pode tratar com terceiros em nome do representado, poderia, em tese, contratar consigo mesmo, surgindo a figura do autocontrato. Há no caso a figura de dois contratantes numa só pessoa. Há várias circunstâncias que desaconselham tal procedimento. O atual Código Civil, ao contrário da lei vigente, traz dispositivo sobre a matéria: "Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurÃdico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. Parágrafo único. Para esse efeito, considera-se celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido substabelecidos." Nesse caso, há ausência de duas vontades distintas para a realização do negócio. Moralmente, o negócio também é desaconselhável, pois inelutavelmente haverá a tendência de o representante dar proeminência a seus interesses em detrimento dos interesses do representado. Nosso Código de 1916, apesar de não possuir dispositivo proibindo, como o art. 181 do Código alemão ou semelhante ao vigente Código, possuÃa várias disposições casuÃsticas que proÃbem, por exemplo, o tutor de adquirir bens do pupilo, o mandatário de adquirir bens do mandante, e assim por diante. A proibição cai por terra, no entanto, como diz inclusive o atual estatuto, quando o próprio interessado, ou seja, o representado, autoriza a autocontratação; supera-se aà o inconveniente da inexistência de duas vontades, pois passam elas a existir ex radice, isto é, desde o nascedouro do negócio. Dessa matéria tratamos especificamente em nosso Direito civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos. Representar, portanto, é agir em nome de outrem. Quem age em nome de outrem sem poderes pratica ato nulo ou anulável. Quando do estudo do mandato, aprofundaremos a noção de representação voluntária em nosso Direito civil: contratos em espécie e responsabilidade civil. Aà tratamos também, com maior dimensão, do mandato em causa própria. ELEMENTOS ACIDENTAIS DO NEGÓCIO JURÃ�DICO São elementos dispensáveis para a celebração do negócio jurÃdico. Têm como objetivo modificar uma ou algumas conseqüências naturais dos negócios jurÃdicos. São declarações acessórias de vontade. 1. Condição – é uma cláusula que subordina o efeito jurÃdico ao efeito do negócio jurÃdico a evento futuro e incerto. A incerteza deve ser objetiva e não subjetiva. 1.1. Classificação: a) quanto à possibilidade: possÃvel e impossÃvel (fÃsica ou jurÃdica); b) quanto à licitude: lÃcita e ilÃcita; c) quanto à participação dos celebrantes: causal ( depende de acontecimento fortuito ou da vontade exclusiva de terceiros), potestativa (depende da vontade exclusiva de uma das partes), simplesmente potestativa ( fica totalmente sobre a vontade de uma das pares, nesse caso, é nulo), mista ( junta a vontade de uma ou ambas as partes com a vontade de terceiro); d) quanto ao modo de atuação: - Suspensiva – a eficácia do negócio jurÃdico fica suspensa até a implementação de evento futuro e incerto. As partes protelam o negócio temporariamente a eficácia, quando o evento futuro e incerto acontecer o negócio se realiza. - Resolutiva – subordina a ineficácia do negócio a evento futuro e incerto. Quando ocorre o evento futuro e incerto extingue-se os efeitos do negócio jurÃdico.  1.2. são condições não aceitas pelo direito: a) não se casar; b) exÃlio ou morada perpétua em determinado lugar; c) exercÃcio de determinada profissão; d) seguimento de determinada religião; e) aceitação ou renúncia de herança; f) reconhecimento de filho; g) emancipação. 2. Termo – é o dia que começa ou extingue o negócio jurÃdico, subordina-se a evento futuro e certo. Classifica-se da seguinte forma: a) termo certo – estabelece de uma data de calendário; b) termo incerto – evento futuro, que se verificará em data indeterminada; c) termo suspensivo – a partir dele se pode exercer determinado direito; d) termo resolutivo – a partir dele cessa os efeitos do negócio jurÃdico. 3. Encargo ou modo – cláusula acessória, em regra, descreve atos de liberalidade inter vivos ou causa mortis , que impõe ônus ou obrigação a uma pessoa contemplada pelos referidos atos. O encargo não suspende a aquisição ou exercÃcio de direito.   Nome do livro: Uma Introdução ao Direito Civil - ISBN-13:9788530925659 Nome do autor: NEVES, José Roberto de Castro. Editora: Forense Ano: 2007. Edição: 2a Nome do capÃtulo: O Negócio JurÃdico N. de páginas do capÃtulo: 14 Aplicação Prática Teórica Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos casos concretos, a saber:  Caso Concreto 1 Carlos Alberto e Miguel são colegas de turma e estudam no 3o perÃodo da faculdade de Direito. Durante a aula de Direito Civil, Miguel, que anotava a matéria, vê que sua caneta começa a falhar. Carlos Alberto, percebendo que o amigo está em dificuldades, abre seu estojo, tira dele uma lapiseira e, em silêncio, a entrega a Miguel que, também em silêncio, a aceita e retoma suas anotações. Ao final da aula, Carlos Alberto pede a lapiseira de volta. Miguel se recusa a devolvê-la, alegando ter havido uma doação na presença de diversas testemunhas. Pergunta-se: 1) Houve negócio jurÃdico entre Carlos Alberto e Miguel? Justifique a resposta.  2)Tomando por base a classificação dos negócios jurÃdicos como podemos classificar o ato praticado ? 3) É possÃvel a prática de negócio jurÃdico sem a troca de palavras? 4) Como se deve resolver o conflito entre Carlos Alberto e Miguel, diante das regras de interpretação contidas em nosso Código Civil? Caso Concreto 2 José Carlos decide doar bens imóveis de sua propriedade para Júlio e determina que tais bens sejam utilizados em atividades de ensino para crianças com necessidades especiais. Júlio assume o compromisso de cumprir tal destinação. Pouco tempo depois, os bens recebidos por ele são utilizados para a implantação de uma rede de padarias. 1)      A doação feita para Júlio possuà algum elemento acidental? Em caso positivo, justifique e conceitue. Em caso negativo, justifique.  2)Pode haver revogação do contrato celebrado? Fundamente a resposta. 3) Aplica-se na hipótese, a regra do artigo 125 do CC? Esclareça. Caso Concreto 3 Antero empresta a Luiz Guilherme a quantia de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais ), concedendo a este último um ano de prazo para pagar. O empréstimo ocorre no dia 26 de junho. O dia 26 de junho do ano seguinte é um sábado. Pergunta-se: 1) Qual é a data do vencimento da dÃvida de Luiz Guilherme? 2) No caso, identifique o termo e o prazo para o pagamento da dÃvida. Caso Concreto 4 Tomás, um grande amigo de famÃlia, solteiro, sem descendentes e ascendentes, deseja realizaruma doação a um de seus sobrinhos. Todavia, não quer que o negócio surta efeitos imediatamente, mas sim no futuro. Sabedor que você é estudante de Direito, ele o consulta, solicitando explicação de cunho jurÃdico acerca da diferença prática – além da incerteza da condição e da certeza do termo – entre inserir uma condição suspensiva ou um termo inicial em seu contrato de doação. Pesquise e responda a indagação de Tomás.  QUESTÃO OBJETIVA 1 Requisitos de validade do negócio jurÃdico. O Código Civil exige, para a validade do ato jurÃdico, que o agente seja capaz. Tal disposição legal configura a exigência de que o agente: A) tenha capacidade de gozo, a capacidade de direito, a capacidade de aquisição. B) tenha capacidade de fato, a capacidade de ação, a capacidade de exercÃcio. C) pessoa fÃsica, seja dotado de personalidade jurÃdica. D) tenha sempre mais de 18 anos de idade. E) nenhuma das respostas anteriores está correta.  QUESTÃO OBJETIVA 2 Sobre os elementos acidentais do negócio jurÃdico, que podem afetar sua validade ou comprometer sua eficácia em determinadas situações, marque a alternativa correta: a) sobrevindo condição resolutiva em negócio jurÃdico de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, ainda que incompatÃveis com a natureza da condição pendente; b) considera-se não escrito o encargo ilÃcito ou impossÃvel, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurÃdico; c) ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, não é permitida a prática de atos destinados à sua conservação ou execução; d) não tendo sido estipulado prazo para sua execução, os negócios jurÃdicos celebrados entre vivos são exeqüÃveis trinta dias após a data da celebração.
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