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Estrutura e Funcionamento da educação básica Livro-Texto - Unidade I

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Prévia do material em texto

Autores: Prof. Wanderlei Sergio da Silva
 Profa. Maria Aparecida Ventura Fernandes
Colaboradores: Profa. Renata Viana de Barros Thomé
 Profa. Silmara Maria Machado
 Prof. Nonato Assis de Miranda
Estrutura e Funcionamento 
da Educação Básica
Professores conteudistas: 
Wanderlei Sergio da Silva / Maria Aparecida Ventura Fernandes
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S586e Silva, Wanderlei Sérgio da
Estrutura e funcionamento da educação básica / Wanderlei Sérgio da 
Silva; Maria Aparecida Ventura Fernandes. - São Paulo: Editora Sol, 2011.
 
108 p., il.
Notas: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas 
da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-040/11, ISSN 1517-9230. 
1. Educação Básica 2. Estrutura 3. Funcionamento I. Título
CDU 373.31
Wanderlei Sergio da Silva
Graduado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP), Mestre em Ciências (Geografia Humana) também pela 
USP e Doutor em Geociências e Meio Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP).
Durante quinze anos trabalhou no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) com pesquisas 
relacionadas às geociências e ao meio ambiente. Atuou como consultor em trabalhos da área durante seis anos, totalizando 
cerca de cem projetos de pesquisa, muitos deles como coordenador de equipe.
Em 2001 ingressou na Universidade Paulista (UNIP), onde lecionou disciplinas do curso presencial de Turismo 
relacionadas à geografia, ao meio ambiente e ao planejamento, bem como as disciplinas didático-pedagógicas no curso 
presencial de Psicologia (Licenciatura).
Atualmente é membro da Coordenadoria de Estágios em Educação e professor nos cursos de Letras e Matemática 
da UNIP Interativa, sendo responsável pelas disciplinas relacionadas a Prática de Ensino, Didática Geral, Estrutura e 
Funcionamento da Educação Básica e Planejamento e Políticas Públicas da Educação.
Maria Aparecida Ventura Fernandes
É licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), com especialização 
em Metodologia e Didática, e em Matemática pela UNIPaulistana, com especialização em Estatística pela Universidade de 
São Paulo (USP). Possui mestrado em Comunicação pela Universidade Paulista (UNIP).
Trabalhou durante 27 anos na área da educação da Prefeitura Municipal de São Paulo como professora do Ensino 
Fundamental e Médio, Coordenadora Pedagógica, Diretora de Escola, Supervisora de Ensino e Assessora Técnica e de 
Planejamento na Secretaria Municipal de Educação. 
Em 1988 ingressou como professora na Universidade Paulista (UNIP), onde ministrou nos cursos de Pedagogia, 
Educação Física e Ciências Biológicas (Licenciatura). Foi também coordenadora auxiliar do curso de Pedagogia nos campi 
Luis Góes e Marquês de São Vicente, nos anos de 2000 e 2001.
Desde 2005 até o presente momento, como professora adjunta, faz parte da equipe da Coordenadoria de Estágios 
em Educação da UNIP e é co-autora do livro Manual do Secretário de Escola e legislação anexa, distribuído para todas as 
escolas da rede municipal de ensino de São Paulo. 
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Aileen Nakamura
 Simone Oliveira
Sumário
Estrutura e Funcionamento da Educação Básica
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
1 LEGISLAÇÃO – NOÇÕES BÁSICAS ................................................................................................................9
1.1 Ciclo evolutivo de uma lei ...................................................................................................................9
1.2 Classificação e hierarquia dos diplomas legais .........................................................................11
1.2.1 Classificação ...............................................................................................................................................11
1.2.2 Hierarquia .................................................................................................................................................. 12
2 A EDUCAÇÃO NA HISTÓRIA – BRASIL COLÔNIA ................................................................................. 13
3 A EDUCAÇÃO NA HISTÓRIA – BRASIL IMPÉRIO.................................................................................. 15
4 A EDUCAÇÃO NA HISTÓRIA – BRASIL REPÚBLICA ............................................................................ 17
5 A PRIMEIRA E A SEGUNDA LDB DO BRASIL ......................................................................................... 23
5.1 A Primeira LDB: Lei Federal nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961 ................................. 23
5.2 A Segunda LDB: Lei Federal nº 5.692, de 11 de Agosto de 1971 ....................................... 25
6 A TERCEIRA LDB – LEI FEDERAL Nº 9.394 DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 .............................. 27
6.1 Breve histórico do encaminhamento e tramitação ................................................................ 28
6.2 Títulos ........................................................................................................................................................ 29
6.2.1 Título I – Da Educação .......................................................................................................................... 29
6.2.2 Título II – Dos Princípios e Fins da Educação Nacional ........................................................... 30
6.2.3 Título III – Do Direito à Educação e do Dever de Educar ........................................................ 33
6.2.4 Título IV – Da Organização da Educação Nacional ................................................................... 34
6.2.5 Título V – Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino ......................................... 36
6.2.6 Título VI – Profissionais da Educação ............................................................................................. 42
6.2.7 Título VII – Dos Recursos Financeiros ............................................................................................. 43
6.2.8 Título VIII – Das Disposições Gerais ................................................................................................. 43
6.2.9 Título IX – Das Disposições Transitórias ......................................................................................... 44
6.3 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Vigente .................................................................... 44
7 O SISTEMA ESCOLAR BRASILEIRO ............................................................................................................80
7.1 Tipos de sistemas existentes em relação à educação ............................................................ 81
7.2 Estrutura do Sistema Escolar Brasileiro....................................................................................... 83
8 TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO E COMPONENTES CURRICULARES ................................................ 85
8.1 Sociedade ................................................................................................................................................ 86
8.2 Educação .................................................................................................................................................. 87
8.3 Escola......................................................................................................................................................... 87
8.4 Objetivos educacionais das escolas .............................................................................................. 87
8.5 Homem ..................................................................................................................................................... 88
8.6 Professor .................................................................................................................................................. 88
8.7 Aluno ......................................................................................................................................................... 88
8.8 Conteúdo programático .................................................................................................................... 89
8.9 Ensino-aprendizagem ......................................................................................................................... 89
8.10 Espaços de Aprendizagem .............................................................................................................. 89
8.11 Classes de alunos ................................................................................................................................ 90
8.12 Metodologia de ensino .................................................................................................................... 90
8.13 Recursos didáticos ............................................................................................................................. 91
8.14 Relação professor x aluno .............................................................................................................. 91
8.15 Avaliação ............................................................................................................................................... 92
7
APRESENTAÇÃO
De modo geral, a disciplina “Estrutura e Funcionamento da Educação Básica” tem como objetivo 
propiciar as condições para que você conheça e compreenda o funcionamento do sistema escolar 
brasileiro, de forma a reconhecê-lo como um elemento de reflexão sobre a realidade educacional 
brasileira e a sentir-se estimulado a acompanhar as medidas que realizam alterações no sistema. Essas 
condições serão de grande influência no pano de fundo de seu futuro profissional.
Visa, também, proporcionar o conhecimento da evolução histórica da educação brasileira, bem como 
esclarecer conceitos e palavras-chave para a sua formação, como “sistema” e “sistema escolar”, além 
de esclarecer alguns dos principais motivos que levaram à atual estrutura administrativa e didática do 
sistema, entre outros aspectos relevantes.
INTRODUÇÃO
Educação é um tema abrangente, pois envolve diversos aspectos que se articulam, se fundem e 
se confundem, dando forma a este elemento fundamental a toda e qualquer sociedade. Diante da 
sua grandiosidade, a educação evidentemente envolve toda uma situação problemática, fonte de 
diversas pesquisas acadêmicas. Aspectos como família, escola, sociedade, ensino, estrutura social, entre 
outros, são abrangidos pelo tema, criando uma complexidade ao mesmo tempo fascinante e de difícil 
compreensão.
Neste livro-texto, apenas um aspecto do tema será abordado: a estrutura e o funcionamento da 
Educação Básica. Trata-se de um dos aspectos mais importantes, como poderá ser notado durante o 
estudo da disciplina. A ideia é esclarecer questões fundamentais para o futuro exercício profissional do 
aluno, oferecendo subsídios para responder a perguntas básicas: como a educação está estruturada no 
Brasil? Como ela funciona? O que isto tem a ver com a sua formação? E com o seu futuro profissional?
Desde já, pode-se afirmar que a estrutura e o funcionamento da Educação Básica apoiam-se numa 
estrutura definida pela legislação. De início, portanto, são necessárias noções básicas de legislação para 
se entender este funcionamento.
 Observação
A estrutura e o funcionamento da Educação Básica são definidos 
legalmente.
No entanto, apenas a compreensão histórica do tratamento dado à educação nos principais diplomas 
legais que tratam do assunto no país poderá promover o aprendizado e a compreensão adequada da questão. 
Por isto, num segundo momento, este aspecto do tema será devidamente apresentado neste livro-texto.
Toda esta trajetória se torna necessária para o entendimento dos caminhos trilhados pela legislação 
educacional até redundar no atual sistema, definido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
8
Nacional (LDB) vigente no país atualmente. Os detalhes a respeito do tratamento dado ao assunto 
nesta lei comporão, portanto, o restante deste texto, com ênfase no sistema educacional brasileiro e 
as tendências educacionais para um futuro próximo.
O tema é de fundamental importância para você, futuro professor, pois a estrutura e o funcionamento 
da Educação Básica representam o “pano de fundo” de toda a sua atuação profissional no futuro. Há 
assuntos correlatos que permeiam o tema. Por isto, constantemente será necessário recorrermos a eles, 
com o intuito de esclarecer esta questão de tão grande importância para a sua formação.
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ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
1 LEGISLAÇÃO – NOÇÕES BÁSICAS
Uma vez que a estrutura e o funcionamento da Educação Básica são definidos pela legislação, 
torna-se necessário obter certo conhecimento básico sobre o assunto. Afinal, o que é legislação? Por 
que leva tanto tempo para que as leis sejam elaboradas? Como se dá a prevalência de um diploma legal 
sobre o outro? Qual é o mais importante? Quem legisla?
Legislação é definida como a “parte da ciência do Direito que se ocupa especialmente do estudo 
dos atos legislativos” (ORLANDO, P., apud OLIVEIRA, T.N.O.). É, também, “o conjunto das leis que 
regulam particularmente certa matéria” (FREIRE, L., apud OLIVEIRA, T.N.O.). Legislação educacional 
pode ser definida, portanto, como o conjunto de diplomas legais (leis, decretos, decretos-leis, 
portarias, resoluções etc.) e documentos correlatos (pareceres, deliberações etc.) que regulam a 
educação.
Legislar é atribuição do Poder Público, principalmente do Poder Legislativo. Num regime 
democrático, inclusive, é indelegável a outro poder. Assim, ao Poder Legislativo cabe legislar, ao Poder 
Executivo cabe executar e ao Poder Judiciário cabe julgar.
 Observação
Legislação é o conjunto de leis que regulam certa matéria. Assim, legislação 
educacional é o conjunto de diplomas legais que tratam da educação.
 Lembrete
Num regime democrático, as funções dos três poderes são muito bem 
definidas: o Legislativo legisla, o Executivo executa e o Judiciário julga.
1.1 Ciclo evolutivo de uma lei
No caso brasileiro, a estrutura do sistema escolar é estabelecida por um diploma legal específico, 
chamado “Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)”. Sendo assim, é importante 
contextualizar este diploma legal denominado “Lei” na estrutura legal vigente no país, de modo a 
sabermos qual o seu poder de influência sobre outros diplomas legais e o seu grau de importância na 
hierarquialegal.
A partir do surgimento de uma ideia, até passar a vigorar no país, uma lei passa por etapas de um 
processo que será apresentado sucintamente a seguir:
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Figura 1 – Legislação
• Iniciativa: a iniciativa de propor um projeto de lei pode partir de um legislador individualmente 
(vereador, deputado ou senador), de uma bancada (grupo de parlamentares que representa 
determinada camada da sociedade) ou de todo o legislativo. Trata-se do lançamento da ideia para 
discussão, apoio, reformulação ou veto, de acordo com os interesses dos parlamentares;
• Discussão: a partir do lançamento da ideia, o projeto de lei passa a ser discutido no âmbito da 
casa do poder legislativo onde ela surgiu:
— Esfera municipal: Câmara municipal;
— Esfera estadual: Assembleia legislativa;
— Esfera federal: Câmara dos deputados, Senado ou Congresso Nacional.
O processo de discussão é a parte mais prolongada de todo o ciclo evolutivo da lei, pois envolve 
sugestões de emendas por parte de todos os parlamentares interessados no assunto, num jogo de 
interesses no qual o assunto de interesse comum é tratado por parlamentares de interesses diferentes, 
dependendo de quem cada um deles representa.
• Votação: após muita discussão, procurando equilibrar a balança do perde e ganha do processo, 
o projeto de lei é votado no legislativo. Caso seja rejeitado, ele é arquivado. Caso seja aprovado, 
seguirá para o Poder Executivo, visando transformar o projeto em lei;
• Sanção: a sanção de um projeto de lei é prerrogativa do chefe do Poder Executivo:
— Esfera municipal: Prefeito;
— Esfera estadual: Governador;
— Esfera federal: Presidente.
Trata-se da aprovação da deliberação do legislativo, ou seja, a chancela do chefe do executivo para 
o projeto. Este, ao julgar o documento legal, levará em conta:
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ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
• A constitucionalidade: o projeto é constitucional? Encontra apoio na Constituição? Não contradiz 
nenhum dispositivo da Constituição?
• A oportunidade: é oportuno que este assunto seja tratado naquele momento?
• A necessidade do Projeto de Lei: este projeto é mesmo necessário?
— Promulgação: trata-se da autenticação da regularidade da lei e a ordem para a sua execução. 
É um ato do poder executivo, pelo qual a lei adquire força obrigatória;
— Publicação: divulgação da lei em Diário Oficial para que se torne conhecida por todos. 
Recomenda-se o acompanhamento constante daquilo que é publicado no Diário Oficial da 
União, do seu Estado e do seu Município, pois após a publicação não se aceita a justificativa de 
descumprimento do dispositivo legal por desconhecimento.
— Veto: é uma prerrogativa do chefe do Poder Executivo, ou seja, sua manifestação contrária 
à conversão do projeto de lei em lei. Somente o chefe do poder executivo pertinente pode 
vetar determinada lei proposta pelo poder legislativo. O veto pode ser em parte ou na 
sua totalidade, de modo que, caso ocorra, provocará um novo exame da lei no legislativo, 
podendo ser rejeitado ou derrubado por voto da maioria dos legisladores. Neste caso, 
portanto, prevalecerá a proposta da maioria do legislativo sobre a opinião do chefe do poder 
executivo.
Figura 2 – Veto
Evidentemente este é um processo demorado, afinal, a tendência é que quanto mais importante for 
o assunto, mais acalorados serão os debates políticos sobre a lei, pois, neste processo, agentes sociais de 
interesses diferentes discutem um assunto de interesse comum até chegarem a um texto final. No caso 
da atual LDB, por exemplo, o processo durou cerca de oito anos, entre 1988 e 1996.
1.2 Classificação e hierarquia dos diplomas legais
1.2.1 Classificação
Quanto à classificação dos diplomas legais, há uma relação direta entre os diferentes níveis de poder, 
que pode ser assim sintetizada:
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• Diplomas Legais Federais: os mais importantes, que devem prevalecer sobre os demais;
• Diplomas Legais Estaduais: podem complementar os federais de mesma hierarquia, sem 
contrariá-los;
• Diplomas Legais Municipais: podem complementar os estaduais de mesma hierarquia, sem 
contrariá-los.
1.2.2 Hierarquia
Quanto à hierarquia entre os diplomas legais, a relação que se estabelece é a seguinte:
• Constitucionais: as mais importantes;
• Complementares: regulamentam normas constitucionais, ou seja, complementam a Constituição 
e se aderem a ela, como se fossem suas partes integrantes;
• Ordinárias: leis comuns que regulamentam dispositivos constitucionais, porém sem se aderirem a ela.
 Lembrete
Aqui está em evidência apenas a classificação e a hierarquia entre as 
leis. Outros diplomas legais (decretos, decretos-leis, medidas provisórias, 
resoluções, portarias etc.) também apresentam suas classificações e 
hierarquias, porém não são objetos deste livro-texto.
Ficou demonstrado que, quanto à hierarquia, as normas constitucionais são as mais importantes. 
A Constituição é entendida como a “lei suprema” e fundamental do Estado e da vida jurídica de um 
país. Nela são estabelecidas as normas fundamentais, às quais todos os demais diplomas legais devem 
conformar-se, cumprindo o “princípio de constitucionalidade”.
Sendo assim, no caso da legislação federal, prevalece a “Constituição Federal” – lei suprema do 
país. No caso da legislação estadual, prevalece a “Constituição Estadual” – lei suprema do Estado onde 
ela vigora. No caso da legislação municipal, prevalece a chamada “lei orgânica”, que é a constituição 
municipal, ou seja, sua lei suprema, sempre respeitando, também, a classificação supracitada em termos 
de prevalência de uma esfera governamental sobre a outra.
A LDBEN é uma lei ordinária federal, portanto, subordinada apenas à Constituição Federal e a suas 
leis e decretos-leis complementares. Todo o restante da legislação educacional do país deve, portanto, 
seguir as diretrizes e normas nela estabelecidas.
Em síntese, neste módulo enfoca-se o termo “legislação” pelo fato de a estrutura e o funcionamento 
da Educação Básica no Brasil ser definida com base em uma lei. Dessa forma, tendo em mente que legislar 
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é atribuição do Poder Público, principalmente do Poder Legislativo, podemos dizer que “legislação” é um 
termo definido como o conjunto das leis que regulam particularmente certa matéria, e que “legislação 
educacional”, portanto, pode ser definida como o conjunto de diplomas legais e documentos correlatos 
que regulam a educação.
2 A EDUCAÇÃO NA HISTÓRIA – BRASIL COLÔNIA
No Brasil, em pleno século XXI, a educação escolar ainda é um produto social desigualmente distribuído. 
O acesso a um padrão elevado de qualidade ainda depende de fatores como classe socioeconômica, 
sexo, etnia, local de residência etc., fatores esses diretamente ligados, inclusive, ao tipo de rede escolar 
a ser frequentado, seja pública, seja particular.
Até algumas décadas atrás, a escola pública oferecia uma excelente qualidade de ensino. Na prática, 
alunos que frequentavam escolas particulares o faziam por não conseguirem aprovação nas escolas 
públicas. No entanto, esta realidade mudou drasticamente nos últimos 40 anos. Em decorrência de uma 
série de motivos, alguns dos quais ressaltados neste livro-texto, a escola pública perdeu qualidade, de 
modo que as escolas particulares passaram a ser o padrão de qualidade de ensino do país. Dessa forma, 
hoje, as melhores escolas são acessíveis apenas para quem pode pagar, e quem não pode acaba tendo 
que se contentar com uma escola de menor qualidade.
Toda essa situação tem explicaçãona história. O conhecimento dos fatos históricos nos permite 
entender a realidade atual de forma a se ter uma noção do que está para vir e, assim, evitar possíveis 
problemas. É aí que reside a importância deste tópico para a sua formação.
Pode-se afirmar que, a partir de certo momento da história (o advento da república), o discurso político 
que insistia sobre a função homogeneizadora e igualitária da escola, que fabrica cidadãos iguais, foi-se 
esvaziando progressivamente de sua substância. Passou-se a vivenciar uma heterogeneidade provocada 
pela atual fragmentação da estrutura do sistema escolar brasileiro em várias redes, reproduzindo e 
acentuando as desigualdades sociais e comprometendo o desenvolvimento econômico e social do país.
Como cada rede se dirige a consumidores diferentes, a estrutura do sistema deixa de ser de livre 
mercado concorrencial e passa a acentuar, cada vez mais, disparidades sociais que se refletem em 
estatísticas educacionais muito diferenciadas.
A atual estrutura da Educação Básica é o reflexo de um histórico de acontecimentos cujas raízes 
remontam ao descobrimento do país. Por isso, na sequência, serão apontados os principais fatos 
históricos do processo, os quais geraram a atual estrutura.
 Observação
O período em que o Brasil foi colônia de Portugal corresponde à maior 
parte da nossa história, desde o descobrimento (1500) até a proclamação 
da independência (1822).
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Figura 3 – Educação no Brasil Colônia (representada por Pedro Álvares Cabral)
A partir do descobrimento até a independência, o Brasil foi uma colônia de Portugal, de modo que 
não dispunha de uma constituição própria. Neste período, dentre os principais fatos relacionados à 
educação que ocorreram, destacam-se:
• 1549 – Chegada dos jesuítas ao Brasil: entre o descobrimento e a chegada dos jesuítas, a 
educação formal não existia. Ela se restringia ao seu sentido social e assistemático, ou seja, 
entre os indígenas as gerações mais velhas exerciam ações sobre as mais novas, orientando sua 
conduta e transmitindo conhecimentos, normas, valores, crenças e costumes aceitos pelo grupo. 
As sociedades indígenas, muito simples, eram separadas umas das outras e possuiam um acervo 
cultural rudimentar. Os mais jovens aprendiam com os mais velhos por experiência direta, portanto 
não havia um acervo cultural suficientemente vasto e complexo que exigisse a existência da 
educação formal em escolas. A partir da chegada dos jesuítas, em 1549, teve início um longo 
período marcado pela educação para a catequese e a instrução dos “gentios” por meio de escolas 
de primeiras letras e colégios. Após 15 dias da sua chegada, os jesuítas criaram a primeira escola 
brasileira, em Salvador, BA. Desde então, até serem expulsos da colônia, criaram uma rede de 
escolas por praticamente todas as cidades onde existiam casas de jesuítas. A atuação dos jesuítas 
atendeu aos seus propósitos missionários e aos propósitos colonialistas de Portugal, educando por 
meio de escolas elementares, seminários e colégios.
• 1759 – Expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal: após 210 anos de catequese e primeiras 
letras, a população brasileira passou por um processo de tentativa de laicização do ensino. Os 
jesuítas, única opção de educação, foram expulsos do país por Sebastião José de Carvalho Melo, 
o Marquês de Pombal, e, por incrível que possa parecer, houve um retrocesso, algo inimaginável 
numa sociedade tão carente em termos de educação. Esta, por determinação da coroa portuguesa, 
deveria ser posta a serviço dos interesses civis e políticos do império lusitano, o que realmente 
veio a ocorrer, em prejuízo da população brasileira, à época com a sua quase totalidade sem 
qualquer escolaridade. A princípio, Marquês de Pombal extinguiu os aldeamentos indígenas do 
Pará e do Maranhão. Após três anos, a medida foi estendida a todo o território brasileiro. O 
argumento de Marquês de Pombal era o de assegurar a liberdade dos índios, visando facilitar o seu 
ingresso na sociedade branca e, com isso, defender e povoar o território brasileiro. Sua reforma 
criou as chamadas “aulas régias” e o cargo de “Diretor Geral de Estudos”, que tinha a função de 
nomear professores e fiscalizar o seu ensino. Seu maior intuito era substituir definitivamente 
o sistema jesuítico (medieval) por um sistema mais moderno (científico), no entanto, ao deixar 
de destinar recursos financeiros e professores para efetivar sua proposta, acabou com o ensino 
jesuítico sem criar um substituto à altura. Assim, a maioria das escolas fundadas antes e depois 
da reforma pombalina continuou utilizando a pedagogia jesuítica, até porque muitos de seus 
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Realce
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professores haviam sido formados por ela, e os professores recém-chegados ao Brasil de Portugal 
eram normalmente hostilizados pelos estudantes e pela população em geral;
• 1808 – Chegada da Família Real ao Brasil: a partir desta data, com a chegada da família real 
portuguesa ao Brasil, a administração de D. João VI passou a privilegiar os estudos técnico-militares, 
profissionais e superiores, em detrimento da instrução elementar. No entanto, houve um ligeiro 
acréscimo de opções para a escolarização da população brasileira, de modo que portas começaram 
a se abrir em termos políticos, econômicos e sociais, com reflexo direto e indireto na educação, 
embora fossem direcionadas a poucos privilegiados.
3 A EDUCAÇÃO NA HISTÓRIA – BRASIL IMPÉRIO
 Lembrete
O período em que o Brasil fez parte do império português está 
compreendido entre a proclamação da independência (1822) e a 
proclamação da república (1889).
Figura 4 – Educação no Brasil Império (representado por Dom Pedro I)
• 1822 – Independência do Brasil: finalmente, em 1822 o país se tornou independente, ou melhor, 
deixou de ser colônia e passou a ser parte integrante do império português. Desde então, passou a 
ser regido por normas constitucionais próprias, ou seja, num certo sentido passou a definir o seu 
próprio futuro em todos os aspectos, inclusive o da educação. Com o advento da independência, 
surgia uma nova política para a instrução popular.
Veja a seguir os principais fatos ocorridos no período do império:
• 1824 – Promulgação da Constituição do Império: com a declaração da independência, o trono 
português fechou a Assembleia Nacional Constituinte e foi outorgada a primeira Constituição do 
Brasil de modo imposto unilateralmente, sem participação popular, sequer indireta. Nela, pela 
primeira vez na história do país, reconhece-se o direito de todo cidadão brasileiro à instrução 
primária gratuita. Este princípio repetiu-se em quase todas as demais constituições brasileiras, 
exceto a de 1891, que silenciou a esse respeito. Esta Constituição garantia, também, a existência 
de colégios e universidades onde se ensinassem os “elementos das ciências, belas artes e 
artes”. Mesmo de modo incipiente, a educação no Brasil passava, então, a ganhar uma forma 
mais sistemática e estruturada. Apesar de incluir princípios aparentemente liberais, as elites 
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ignoraram-na completamente, o que se refletia, também, no campo educacional. Garantiu-se 
o direito à instrução primária gratuita a toda a população, mas calou-se, a Constituição, sobre 
obrigatoriedade de se oferecer esta instrução. Além disso, onde se lê “toda a população”, leia-se 
“exceto os escravos”, evidentemente. Construíam-se poucas escolas, não havia preparo adequado 
de professores e ainda previa-se a fundação de universidades, o que, no entanto, só veio a ocorrer 
cerca de um século depois;
• 1827 – Promulgação da Leidas Escolas de Primeiras Letras: ocorreu em 15 de outubro 
de 1827, data que posteriormente foi adotada com comemorativa do Dia do Professor, mais 
precisamente a partir de 1963, no governo João Goulart. Em termos de legislação ordinária, esta 
foi a única lei que tratou do ensino elementar até 1946;
• 1834 – Reforma Constitucional: descentralizou a responsabilidade administrativa educacional, 
agravando a situação da instrução no país. O poder central deveria se preocupar com temas “mais 
importantes”, deixando a cargo das províncias a missão de instruir o povo. Na prática houve uma 
divisão de responsabilidades, com o governo central se responsabilizando pelo ensino superior já 
existente e por outras instituições que fossem criadas por lei imperial. Ressalte-se que o governo 
central não criou nenhum estabelecimento novo nas províncias. A elas coube a instrução primária, 
no entanto, receberam pouquíssima verba para o tema;
• 1837 – Criação do Colégio Pedro II: à época, neste colégio, foi instituído o modelo dos estudos 
secundários;
Figura 5 – Dom Pedro II (homenageado com o nome do colégio)
• 1854 – Reforma Couto Ferraz: estruturou a instrução primária elementar gratuita, garantida na 
Constituição, em dois níveis o primário e o secundário), restrito ao Município da Corte, ou seja, ao 
Rio de Janeiro. Mesmo após a promulgação da lei, as escolas de instrução secundárias não foram 
criadas e as de instrução primária não se desenvolveram, principalmente por falta de recursos e 
de professores;
• 1878 – Reforma Leôncio de Carvalho: consagrou o regime de exames parcelados no ensino 
médio.
Na prática, pode-se afirmar que o império pouco ou quase nada fez para alterar a precária situação 
herdada da gestão pombalina. A burguesia emergente e a aristocracia decadente lançaram um 
primeiro projeto de escolarização com certo sucesso, porém este processo não chegou ao povo. Este, 
quando conseguia manter contato com a educação, restringia-se ao básico, mesmo assim arcaico e 
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rudimentar. Enquanto isso, o ensino secundário e o universitário eram destinados a poucos privilegiados 
economicamente.
A seguir, serão apresentados os principais fatos ocorridos a partir da República até a promulgação 
da atual Constituição da República Federativa do Brasil, em 1988.
4 A EDUCAÇÃO NA HISTÓRIA – BRASIL REPÚBLICA
 Observação
O Brasil passou a ser uma república federativa independente a partir da 
proclamação desta república (1889) e assim permanece até os dias atuais.
Figura 6 – Educação no Brasil República (representada pelo Marechal Deodoro da Fonseca)
• 1889 – Proclamação da República: em 1889, após um golpe militar que depôs D. Pedro II, 
foi proclamada a república. A partir de então, gradativamente a educação passou a crescer 
em importância no cenário político e social do país. No entanto, no início deste período, 
o advento do novo regime não trouxe significativas alterações para a instrução pública; 
apenas após certo amadurecimento é que isto viria a ocorrer. A substituição do trabalho 
escravo ajudou bastante neste sentido. Inclusive, a nova educação passaria a seguir princípios 
positivistas em lugar da teologia;
• 1891 – Promulgação da Primeira Constituição da República Brasileira: com a mudança 
do regime, muda a Constituição. De início, no entanto, a nova Constituição pouco modificou a 
partilha de atribuições entre o governo central e os governos locais no que se refere à educação e 
aos demais temas de interesse. Mesmo assim, deve ser ressaltado que ela concedeu competência 
ao Congresso Nacional para legislar sobre o ensino superior e estabeleceu o “ensino leigo”, a ser 
ministrado nos estabelecimentos públicos. A partir do momento em que a nova Constituição 
apregoou a eliminação do ensino religioso, a Igreja Católica desencadeou um plano para cristianizar 
as elites, utilizando-se da educação pública. Criou uma rede de escolas confessionais, já que tinha 
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autorização para abri-las sem licença, contando com o apoio da oligarquia rural e dos governos 
provinciais e municipais. O governo central relegou a instrução primária e secundária às províncias 
e municípios, os quais, em geral, não dispunham nem de recursos nem de vontade política para 
desenvolvê-la. A igreja e a iniciativa privada não chegaram a popularizar a educação;
• 1924 – Criação da Associação Brasileira de Educação (ABE): esta agremiação passou 
a reunir elementos de todo o país na discussão de uma política nacional de educação, pela 
primeira vez na história;
• 1930 – Fim da Chamada “República Velha”: Getúlio Vargas no poder: por meio de um golpe 
militar, Getúlio Vargas assume o poder, põe fim ao sistema oligárquico e esvazia o regionalismo, 
além de redefinir o papel do Estado a partir de uma ação mais intervencionista em todos os 
setores da vida nacional, sobretudo na educação. Getúlio Vargas era gaúcho e, como governador 
de seu estado, havia conseguido pôr fim cerca de três séculos quase ininterruptos de guerras. 
Pessoalmente considerava a educação como prioridade nacional, um instrumento muito útil e 
fundamental para servir aos seus interesses de integrar o território do país, até então muito 
fragmentado em termos culturais e políticos;
• 1931 – Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública e do Conselho Nacional de 
Educação: pela primeira vez, o país tinha um ministério específico e um conselho de governo 
para tratar dos assuntos da educação. Ainda neste ano, ocorreu a Reforma Francisco Campos, que 
promoveu a educação em caráter nacional;
 Lembrete
O ex-presidente Getúlio Vargas ascendeu ao poder em 1932, por meio 
de uma revolução militar. Assim permaneceu até 1945 e retornou ao poder 
em 1950, dessa vez por meio do voto popular. Foi o grande responsável pela 
mudança radical da visão do país em relação à educação, implementando 
grande parte dos dispositivos legais que permanecem até os dias atuais.
• 1934 – Constituição outorgada por Vargas: aqui, pela primeira vez, inúmeros dispositivos 
constitucionais foram dedicados à educação, dentre os quais se destacam: a difusão, por parte da 
União e dos estados, da instrução pública em todos os seus graus; a isenção de qualquer tributo 
aos estabelecimentos particulares de educação gratuita ou profissional, oficialmente considerados 
idôneos; a criação de fundos para auxílio a alunos necessitados, mediante fornecimento gratuito 
de material escolar, bolsas de estudo, assistência alimentar, dentária e médica; estabelecimento da 
educação como direito de todos; a liberdade de ensino a todos os graus; o planejamento nacional da 
educação; a ministração do ensino em idioma pátrio; a tendência à gratuidade do ensino posterior 
ao primário; a laicidade do ensino primário, secundário, profissional e normal nas escolas públicas; 
a exigência de concursos de títulos e provas para provimento dos cargos do magistério oficial; 
a liberdade de cátedra; a aplicação de recursos na manutenção e desenvolvimento dos sistemas 
educativos; a destinação de recursos à educação nas zonas rurais; a garantia de ensino primário 
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gratuito aos operários ou aos filhos destes, por parte das empresas industriais ou agrícolas; o 
desenvolvimento das ciências, das artes, das letras e da cultura em geral pelos poderes públicos;
 Observação
A Constituição de 1934 inovou muito e estabeleceu a maior parte da 
base da educação no país que perdura até os dias de hoje. A partir dela a 
educação passou a ser encarada como um elemento realmente importante 
para o desenvolvimento da nação.
Figura 7 – Constituição de 1934: marco das conquistas sociaisreferentes à educação no Brasil
• 1937 – Segunda Constituição outorgada por Vargas: apesar de restringir liberdades individuais, 
dedicou alguns dispositivos à educação, dentre os quais se destacam: a substituição do conceito 
de educação como “direito de todos” pelo de educação como “dever e direito natural dos pais”, 
atribuindo à família a responsabilidade primeira pela educação integral da prole e, ao Estado, o 
dever de colaborar com a execução desta responsabilidade, suprindo as deficiências e lacunas 
da educação particular; dedicou atenção à infância e à juventude ao dispor sobre a garantia da 
assistência física, moral e intelectual a ser-lhes prestada pelos responsáveis e, na falta destes, 
pelo Estado; a garantia de educação de crianças e adolescentes carentes em estabelecimentos 
federais, estaduais e municipais; a destinação do ensino público pré-vocacional e profissional aos 
menos favorecidos e o ensino particular acadêmico às classes privilegiadas; a obrigatoriedade da 
educação física, do ensino cívico e dos trabalhos manuais em todas as escolas primárias e médias, 
como requisito para a sua autorização e reconhecimento; o estabelecimento de gratuidade e 
obrigatoriedade do ensino primário; a instituição, para os mais ricos, de uma contribuição “módica 
e mensal” para o caixa escolar; o estabelecimento da laicidade do ensino ministrado nas escolas 
primárias e médias. Esta Constituição omitiu-se, no entanto, quanto à aplicação de recursos 
públicos para a manutenção e o desenvolvimento do ensino;
• 1942 – Reforma Gustavo Capanema: por meio dela, surgiram o “Ginásio” e o “Colégio”. Dentro 
do colégio, houve uma subdivisão em dois cursos: o clássico e o científico;
• 1946 – Promulgação da Constituição Pós “Ditadura Vargas”: em 1945, após a queda da Ditadura 
Vargas, retoma-se a orientação descentralizadora e liberal da Constituição de 1934. Merece destaque 
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o seguinte dispositivo: estabelecimento de que “cabe à União legislar sobre as diretrizes e bases da 
educação nacional e organizar o sistema federal de ensino, de caráter supletivo, estendendo-se a todo 
o país, nos estritos limites das deficiências locais (art. 5 e 170)”. Encontra-se aqui, portanto, o embrião 
das leis de diretrizes e bases da educação, hoje vigentes, que orientam a estrutura e o funcionamento 
da educação no país; o estabelecimento do princípio da obrigatoriedade do ensino primário para todos, 
com gratuidade nas escolas públicas; o estabelecimento da laicidade do ensino primário e médio 
oficial; a prioridade da família na educação; a liberdade da iniciativa privada com relação ao ensino; a 
obrigatoriedade da ministração do ensino na língua nacional; a vitaliciedade e a liberdade de cátedra; a 
aplicação de recursos provenientes de impostos no desenvolvimento do ensino; o desenvolvimento dos 
sistemas de ensino federal e dos territórios por meio de Fundo Nacional; a autonomia dos estados e do 
Distrito Federal na organização de seus sistemas de ensino; a assistência educacional aos necessitados; 
a manutenção obrigatória, por parte das empresas, do ensino primário gratuito aos servidores e seus 
filhos; a criação de institutos de pesquisas; o amparo à cultura como dever do Estado;
• 1961 – Promulgação da Primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei 
4.024): finalmente a educação passa a ter um conjunto de diplomas legais que regula o assunto. 
Trata-se de um importante passo no sentido da unificação do sistema de ensino e da eliminação 
do dualismo administrativo herdado do Império. Neste ano, também foram criados o Conselho 
Federal de Educação e os conselhos estaduais de educação;
• 1964 – Implantação da Ditadura Militar: a partir dela, passou a ocorrer uma progressiva 
centralização política e administrativa, na contramarcha do processo de descentralização 
estabelecido pela LDB. Criou-se o Ministério do Planejamento, que passou a liderar o processo de 
planejamento da educação;
 Lembrete
O regime militar instaurado em 1964 perdurou até 1985 no país, um 
longo período caracterizado pela perda de direitos democráticos que afetou 
toda a sociedade. A educação, como parte da sociedade, evidentemente foi 
adequada ao regime de exceção do período, o que levou, por exemplo, à 
necessidade de elaborar uma nova LDB, em 1971.
Figura 8 – Implantação do Regime Militar (1964)
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• 1967 – Promulgação da Constituição: com a mudança imposta pelo regime militar ditatorial, 
antagônico ao regime que imperava naquele período da história nacional, esperava-se grandes 
mudanças na Constituição, mas isto não ocorreu no que diz respeito à educação. Foram mantidos os 
principais dispositivos sobre a educação consagrados pela Constituição de 1946, com exceção feita 
ao dispositivo que trata da aplicação de recursos públicos no ensino. Merecem destaque, também: 
a ampliação das possibilidades da iniciativa privada em relação ao desenvolvimento do ensino, 
garantindo amparo técnico e financeiro do poder público, inclusive por meio de bolsas de estudos; 
o estabelecimento da faixa etária de obrigatoriedade escolar primária, entre os 7 e os 14 anos;
• 1968 – Promulgação da Lei nº 5.540: organizou e normatizou especificamente o ensino superior;
• 1969 – Promulgação da Emenda Constitucional nº 1: este diploma legal adquiriu peso de 
Constituição, mas não trouxe, no que se refere à educação, grandes novidades. Os principais 
destaques são os seguintes: acréscimo da expressão “é dever do Estado” ao dispositivo que trata 
do “direito de todos à educação”, o que passou a garantir este direito; a extinção da liberdade de 
cátedra, restringindo a liberdade de comunicação de conhecimentos; a omissão sobre a aplicação 
de recursos tributários ao ensino; a instituição do salário-educação; manutenção da garantia 
do ensino primário gratuito por parte das empresas (comerciais, industriais e agrícolas) aos 
empregados e filhos destes.
Figura 9 – O regime militar amplia sua rigidez e tolhe cada vez mais os direitos civis (1969)
• 1971 – Promulgação da Segunda LDB brasileira (Lei nº 5692): no cerne da ditadura militar, esta 
lei apresentava uma tendência centralizadora e tratava apenas da Educação Básica, omitindo-se 
quanto ao ensino superior, que foi tratado na Lei 5.540/68;
• 1982 – Promulgação da Lei 7.044: esta lei aboliu a obrigatoriedade da profissionalização no 
ensino de segundo grau, prevista na LDB então vigente no país e que foi um completo fracasso;
• 1983 – Promulgação da Emenda Constitucional nº 24: esta emenda recuperou o dispositivo 
constitucional de 1946, que tratava da aplicação de recursos tributários ao ensino;
• 1988 – Promulgação da Constituição da República atualmente em vigor: com o fim da 
ditadura militar em 1985, a nova Carta Magna foi promulgada e estabeleceu que a responsabilidade 
pela organização dos sistemas de ensino deixava de ser exclusiva dos estados, reconhecendo-se a 
existência dos sistemas municipais. Além disso, estabeleceu a convivência entre as redes pública e 
particular;
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Figura 10 – Liberdade após duas décadas de ditadura militar
• 1996 – Promulgação da atual LDB (Lei 9.394): apoiada na nova Constituição, é considerada 
uma lei completa e será detalhada no item 6 deste livro-texto.
 Lembrete
A atual LDB, de características democratizantes, somente pôde ser 
debatida e implantada após o regime militar, que findou-se em 1985.
Figura 11 – Nova LDB: a educação sistematizada
 Saiba mais
A leitura do livro aqui indicado propiciará um entendimento mais 
detalhado do assunto, especialmente o seu Capítulo 1 – “A Escola Moderna 
Chegaao Brasil”.
PILETTI, N. & ROSSATO, G. Educação Básica: da organização legal ao 
cotidiano escolar. São Paulo: Ática, 2010.
Neste tópico, portanto, enfoca-se o histórico da educação no Brasil com ênfase nos principais fatos 
que contribuíram para o estabelecimento do atual sistema vigente no país.
Os diversos fatos importantes apresentados demonstram que a educação sempre foi relegada a 
um segundo plano no contexto histórico do país. Somente muito recentemente, a partir da década de 
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1930, é que ela passou a ser reconhecida e tratada como um aspecto importante da vida nacional. Por 
este motivo, em grande parte, ainda convivemos com grandes problemas e dificuldades que vêm sendo 
gradativamente confrontados e resolvidos. Há, inclusive, no campo das ideias e com base no Plano 
Nacional de Educação em discussão no Congresso Nacional, uma expectativa de cenário gradativamente 
melhor para os próximos anos.
Com a evolução do processo histórico, apenas em 1961 o Brasil passou a ter uma lei de diretrizes e 
bases da educação – LDB, ou seja, uma lei específica para definir as bases e as diretrizes que a educação 
do país deve seguir. Mudanças políticas importantes que ocorreram desde então, com a implantação 
de um regime militar que durou mais de 20 anos e cuja transição para a democracia foi lenta, gradual 
e restrita, como afirmavam os militares na época, refletiram-se na promulgação de outras duas LDBs. 
Atualmente, vigora a Lei nº 9394 de 1996, que será tratada de modo mais detalhado em módulo 
específico deste livro-texto.
5 A PRIMEIRA E A SEGUNDA LDB DO BRASIL
5.1 A Primeira LDB: Lei Federal nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961
No total, três leis de diretrizes e bases da educação nacional foram promulgadas no Brasil, todas em 
tempos recentes, a partir de 1961. Até então, o Brasil possuía apenas leis e decretos que organizavam ou 
disciplinavam determinados níveis de ensino, separadamente.
Neste sub-tópico, será apresentada a primeira LDB de modo geral, apenas enfocando suas 
características principais, uma vez que esta lei não se encontra mais em vigor e um excesso de informações 
sobre ela poderia confundir seu raciocínio, dado o nível de detalhe que será tratada a atual LDB vigente 
no país no tópico 6 deste livro-texto.
 Saiba mais
A leitura do texto desta lei pode esclarecer eventuais dúvidas que venham 
a surgir sobre o assunto. No site aqui recomendado, o texto da lei já é 
apresentado com destaques aos artigos revogados e aos que foram alterados 
por outros documentos legais, o que é de grande valor para a sua formação:
<http://www.jusbrasil.com.br/legislação/129047/lei-de-diretrizes-e-ba
ses-de-1961-lei-4024-61>
 Lembrete
No Brasil já houve três LDBs, lei específica que estabelece a estrutura e 
o funcionamento da educação no país.
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A primeira LDB foi considerada uma lei completa, pois estabelecia diretrizes e bases para toda a 
educação nacional, ou seja, para todos os níveis de ensino, desde a pré-escola até o ensino superior. Foi 
apresentada ao Congresso Nacional em 1948 e aprovada somente 13 anos depois, após várias discussões 
entre os setores interessados da sociedade.
Seus títulos tratavam de questões educacionais amplas, como:
• Os fins da educação;
• O direito à educação;
• A liberdade do ensino;
• Os deveres do Estado para com a educação.
Figura 12 – LDB de 1961: primeira experiência de sistematização do ensino
Assim, foi estabelecida a seguinte estrutura para o ensino:
• Primário: obrigatório e gratuito nas escolas públicas, com duração de quatro anos;
• Ginásio: não obrigatório e gratuito nas escolas públicas, com duração de quatro anos. Em 
razão do número insuficiente de vagas, havia a necessidade de realização de “exames de 
admissão”;
• Colegial: subdividido em “clássico” e “científico”, não era obrigatório, mas era gratuito nas escolas 
públicas, com duração de três anos;
• Superior: não obrigatório e gratuito nas escolas públicas.
Foi promulgada no âmbito da Constituição de 1946, ou seja, pós-ditadura militar da era Vargas, num 
ambiente político de certa liberdade civil. No entanto, havia muita instabilidade na política mundial em 
decorrência da guerra fria vigente entre a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e os Estados 
Unidos da América, tensão essa que se refletia no ambiente interno. Na época, pouco tempo antes da 
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promulgação da lei, Cuba havia passado por uma revolução comunista praticamente no quintal dos 
americanos, muito próximo de seu território. Temendo novas investidas comunistas no continente, os 
americanos passaram a financiar revoluções militares praticamente em toda a América Latina, inclusive 
no Brasil, o que decorreria no golpe militar de 1964, que mudou completamente o cenário político do 
país, com reflexos importantes na educação, entre eles a promulgação de uma nova LDB para o país.
Em síntese, a primeira LDB foi considerada uma lei completa, pois estabelecia diretrizes e bases 
para toda a educação nacional, ou seja, para todos os níveis de ensino, desde a pré-escola até o 
ensino superior. Como ocorre na maioria dos casos, por se tratar da primeira LDB vigente no país, 
serviu como “vidraça”, ou seja, sofreu críticas, na maior parte, construtivas.
5.2 A Segunda LDB: Lei Federal nº 5.692, de 11 de Agosto de 1971
Este sub-tópico, de igual modo, trata da segunda LDB de modo geral, apenas enfocando suas 
características principais, uma vez que esta lei também não se encontra mais em vigor e um excesso de 
informações sobre ela poderia confundir seu raciocínio, dado o nível de detalhe com o qual será tratada 
a atual LDB vigente no país no próximo tópico do livro-texto.
 Saiba mais
A leitura da íntegra desta lei também pode esclarecer eventuais 
questões que venham a surgir sobre o assunto. Neste caso, optou-se pela 
íntegra da lei por tratar-se de um documento legal diferenciado pelo fato 
de inserir-se num momento histórico de exceção, ditatorial. Sua leitura, 
portanto, é de grande valor para a sua formação. Ela pode ser obtida em:
<http://www.pedagogiaemfoco.com.br/5692_71.htm>
A principal mudança introduzida, com relação à lei anterior, dizia respeito à unificação do ensino 
primário com o ginásio, constituindo o primeiro grau, o que significou o prolongamento da escola 
única, comum e contínua de oito séries. Apesar de representar um ganho significativo para a sociedade 
ao acabar com a necessidade do exame de admissão para a passagem do primário para o ginásio, isto 
também se refletiu em problemas muito sérios que acarretariam, mais tarde, na diminuição da qualidade 
do ensino, notadamente nas escolas públicas. As escolas particulares, por sua vez, encontraram nesta lei 
uma base sólida de sustentação para absorver parte significativa desta demanda que tinha condições 
de pagar pela educação.
Da noite para o dia os poderes públicos federal, estaduais e municipais se viram obrigados 
a providenciar vagas para todos os estudantes aprovados na quarta série do ensino primário e que 
pretendiam continuar seus estudos. Além do espaço físico para cumprir com tal tarefa, era necessário 
providenciar professores e outros profissionais da educação, de modo a atender à nova demanda. Assim, 
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para cumprir este novo dispositivo legal, centenas de milhares de professores foram contratados, nem 
sempre com o necessário cuidado com relação ao seu preparo para a docência.
Figura 13 – LDB de 1971: a estrutura educacionalprecisava ser ampliada
Esta lei não renovou toda a anterior, mas vários de seus artigos, principalmente os que tratavam 
dos antigos ensinos primário, ginasial e colegial, permanecerão em vigor. No total, 86 artigos foram 
revogados e 34 permaneceram.
Esta lei não foi considerada completa, pois se limitou a estruturar apenas dois níveis de ensino, 
não tratando do ensino superior. Inclusive, foi elaborada e aprovada durante o regime militar, sem 
discussões ou sugestões por parte da sociedade e por “decurso de prazo”, em 40 dias. A reforma do 
ensino promovida por ela foi realizada com base em dois eixos:
• Adequação do sistema educacional à política socioeconômica da época, o chamado “milagre 
econômico”;
• Necessidade de atender à demanda da sociedade por mais escolaridade.
Seu grande mérito foi unificar os antigos cursos “primário” e “ginásio”, transformando-os no “Curso 
de 1º Grau”, abolindo, assim, as barreiras do exame de admissão.
Seus títulos tratavam de questões específicas de 1º e 2º Grau, como:
• Objetivos desses níveis de ensino;
• Objetivos das matérias de ensino;
• Mínimo de dias letivos e carga horária anual dos cursos;
• Normas para o financiamento desses níveis de ensino;
• Normas para a formação de docentes.
Esta lei estabeleceu a seguinte estrutura para o ensino:
• Ensino de 1º Grau: obrigatório e gratuito nas escolas públicas, com duração de oito anos;
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• Ensino de 2º Grau: não obrigatório, mas gratuito nas escolas públicas, com duração de 3 a 4 anos 
e obrigatoriamente profissionalizante.
A obrigatoriedade da profissionalização do ensino de 2º Grau foi abolida em 1982, já que fora 
um completo fracasso em função da falta de condições e de recursos necessários por parte da 
maioria das escolas.
Esta lei, conhecida como “colcha de retalhos”, esteve em vigor até 1996, quando foi aprovada uma 
nova LDB, em vigor até os dias de hoje.
6 A TERCEIRA LDB – LEI FEDERAL Nº 9.394 DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996
Trata-se da lei atualmente vigente, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e 
norteia a estrutura e o funcionamento da educação no país em todos os níveis, da educação infantil 
ao ensino superior. Por este motivo, será enfocada com maior nível de detalhes, se comparada às LDBs 
descritas nos tópicos anteriores. Salienta-se que sua leitura é fundamental. Não deixe de ler, pois os 
comentários aqui descritos de modo algum substituem a leitura da própria LDB.
De modo geral, a estrutura do ensino apresenta a seguinte configuração:
• Educação Básica, compreendendo:
− Educação Infantil: gratuita na escola pública e obrigatória;
− Ensino Fundamental: gratuito na escola pública e obrigatório;
− Ensino Médio: gratuito na escola pública e obrigatório. Envolve o ensino profissionalizante, 
desvinculado do propedêutico, sendo que a profissionalização pode se dar paralelamente ou 
após o aluno ter concluído o Ensino Médio.
• Educação Superior
A elaboração desta nova LDB surgiu da necessidade de a educação atender e adequar-se à 
realidade brasileira e às exigências de um mundo cada vez mais globalizado. Do mesmo modo, era 
necessário elaborar uma lei que fosse mais adequada aos dispositivos constitucionais que tratam 
da educação.
 Lembrete
Os termos “ginásio” e “colégio” ainda são usuais no meio leigo. No 
entanto, você, futuro professor, deve habituar-se a utilizar os termos 
“Ensino Fundamental”, “Ensino Médio”, entre outros, que correspondem à 
nomenclatura atualizada.
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A partir da sua entrada em vigor, novas medidas e regulamentações vêm surgindo, tanto por parte 
do Ministério da Educação quanto do Conselho Nacional de Educação e dos conselhos estaduais e 
municipais, visando adequar seus dispositivos às condições locais e regionais.
6.1 Breve histórico do encaminhamento e tramitação
 Observação
A LDB é o diploma legal que define as regras gerais a serem seguidas 
nas políticas educacionais do país.
A atual LDB foi proposta no final de 1988, durante o Governo Sarney, após a promulgação da atual 
Constituição da República.
O então denominado “Projeto de Lei Otávio Elísio” tramitou no Congresso Nacional e recebeu 1.263 
emendas até sua primeira votação na Comissão de Educação do Congresso, cujo relator era o então 
deputado federal Jorge Hage, em junho de 1990.
O projeto de lei continuou a ser discutido durante todo o governo Collor/Itamar, agora com 
novo congresso que havia sido reformulado em 1990. Neste período, o senador Darcy Ribeiro 
colocou em discussão o seu primeiro projeto sobre o assunto em maio de 1992, o qual foi aprovado 
na câmara dos deputados em maio de 1993, tendo como relatora da comissão a deputada federal 
Ângela Amin. No senado, foi alvo de um parecer do senador Cid Sabóia em novembro de 1994, 
postergando sua aprovação.
No governo de Fernando Henrique Cardoso, em fevereiro de 1996, o projeto de lei do senador 
Darcy Ribeiro foi aprovado no senado, tendo ele mesmo como relator, e na câmara dos deputados em 
dezembro de 1996, tendo como relator o deputado federal Jorge Hage. O projeto recebeu a sanção 
presidencial sem vetos e foi publicado no Diário Oficial da União em 20 de dezembro de 1996, passando 
a vigorar na forma de lei.
 Lembrete
O ciclo evolutivo de uma lei, entre a iniciativa de sua discussão e a 
entrada em vigor, é demorado, o que não é necessariamente ruim, pois 
possibilita a discussão democrática do assunto na sociedade.
O Quadro 1, a seguir, apresenta uma síntese dos assuntos tratados na LDB:
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Título Assunto Artigos
I Da Educação 1º
II Dos Princípios e Fins da Educação Nacional 2º e 3º
III Do Direito à Educação e do Dever de Educar 4º ao 7º
IV Da Organização da Educação Nacional 8º ao 20
V Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino 21º ao 60º
VI Dos Profissionais da Educação 61º ao 67º
VII Dos Recursos Financeiros 68º ao 77º
VIII Das Disposições Gerais 78º ao 86º
IX Das Disposições Transitórias 87º ao 92º
Quadro 1 – Assuntos Tratados na LDB
6.2 Títulos
Na sequência serão abordados os principais aspectos de cada título, no que concerne a sua formação 
e sua futura atuação profissional. Ressalta-se que é do seu maior interesse a leitura atenta do conteúdo 
completo da lei, de modo a propiciar a reflexão adequada. Aqui, serão citados apenas os principais 
aspectos e, eventualmente, alguns deles serão comentados.
6.2.1 Título I – Da Educação
Basicamente, este título apresenta o conceito do termo “educação” com um sentido bastante 
amplo e, segundo alguns críticos, com certa ambiguidade terminológica. Além disto, define os 
limites da lei e registra que a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática 
social.
Ao afirmar que a educação é “um somatório de processos formativos que ocorrem na 
sociedade e que se desenvolvem mediante a interação do educando com a vida familiar, a 
convivência humana no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos 
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”, o artigo procura 
abranger todas as fontes de estímulo educativo a que estão sujeitos os indivíduos no seu 
processo formativo.
No § 1º, o artigo destaca a abrangência da LDB, que se refere exclusivamente à educação escolar, 
uma vez que esta é uma lei destinada a regulamentar a estrutura e o funcionamento dos sistemas de 
ensino. As instituições próprias a que se refere este parágrafo são as escolas regulares que integram tais 
sistemas.
O § 2º, ao declarar que a educação escolar se deve vincular “ao mundo do trabalho e à prática social”, 
preconizou a formação concomitante do cidadão e do trabalhador.Educar é, portanto, um termo muito 
mais amplo do que meramente ensinar ou escolarizar.
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6.2.2 Título II – Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Define os seguintes princípios:
• igualdade de condições para acesso e permanência na escola;
• liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
• pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
• respeito à liberdade e apreço à tolerância;
• coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
• gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
• valorização do profissional da educação escolar;
• gestão democrática do ensino público;
• garantia de padrão de qualidade;
• valorização da experiência extra-escolar;
• vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;
• consideração com a diversidade étnico-racial.
E as seguintes finalidades:
• Pleno desenvolvimento do educando: os alunos precisam ser educados, o que abrange muito 
mais do que apenas ensinar. Além dos aspectos cognitivos (o que saber), deve abranger aspectos 
afetivos (o que sentir) e ativos (o que fazer), ou seja, buscar atingi-los plenamente com a educação, 
para o bem de toda a sociedade;
• Preparação para o exercício da cidadania: na escola, entram alunos e devem sair cidadãos, ou 
seja, pessoas devidamente preparadas para o convívio em sociedade, ciente de seus direitos e 
obrigações;
• Qualificação para o trabalho: na escola, entram alunos e devem sair pessoas preparadas para 
ocupar seus lugares no mercado de trabalho, ou seja, profissionais.
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 Observação
Na LDB são estabelecidos desde os princípios até os fins da educação.
 Lembrete
É interessante notar que, apesar de a LDB tratar objetivamente dos 
princípios e fins da educação, os “meios” são objeto, principalmente, 
dos planos nacionais de educação e da legislação correlativa. É muito 
importante conhecê-los.
O artigo 2º caracteriza a educação como dever da família e do Estado. Na verdade, mais que 
dever, ela é uma função da família e do Estado, os quais dela não podem se alienar. Este artigo 
trata de três assuntos ao mesmo tempo: dever de educar, princípios inspiradores da educação e 
fins da educação.
O artigo 3º arrola os princípios da educação, os quais devem presidir a organização e o 
funcionamento escolar. Assim, torna-se necesário um breve comentário para que haja um melhor 
entendimento da questão.
I – Se a Educação Básica é obrigatória e universal, há que insistir na igualdade de condições de acesso e 
permanência, a fim de que eventuais diferenças de natureza socioeconômica não venham a privilegiar uns, 
em detrimento dos outros. Não basta oferecer vagas para todos na faixa etária de 4 a 17 anos. É preciso 
também assegurar a permanência do educando na escola, como forma de alerta contra a evasão e a 
retenção escolar. Este princípio abre um precedente, uma possibilidade para que todo e qualquer privilégio 
no acesso e na permanência na escola seja eliminado e que, caso ocorra, seja combatido pelas autoridades, 
com base neste dispositivo legal.
II – A liberdade de aprender, ensinar, pesquisar, bem como divulgar a cultura, o pensamento e o 
saber é inerente ao sistema democrático e não pode ser cerceada de forma alguma. É desse princípio 
que nasce, por exemplo, a possibilidade de haver cursos livres diversos e o direito da iniciativa privada 
para a implantação de rede de escolas particulares. Trata-se de direitos democráticos a serem garantidos 
a todos os brasileiros.
III – O pluralismo de ideias e concepções é outro princípio básico da democracia que deve ser 
livremente buscado e pesquisado pelo confronto de diferentes ideias e concepções. Nota-se aqui a 
valorização de mais um direito eminentemente democrático.
IV – O respeito à liberdade e o apreço à tolerância é consequência do inciso anterior, pois sem o 
respeito a esse apreço o pluralismo se tornaria inviável. A liberdade não pode e não deve ser tolhida, 
embora deva inserir-se em limites de respeito mútuo muito bem definidos.
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V – A coexistência de instituições públicas e privadas de ensino traduz, na prática, a objetivação do 
princípio da liberdade de ensinar. Abrir escolas é direito de qualquer cidadão, atendidos os requisitos 
legais. Dado o gigantismo do sistema escolar brasileiro, torna-se necessária a abertura deste mercado 
para atender à demanda.
VI – A gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais expressa a preocupação social 
da universalização da oferta de oportunidades educacionais, apesar da limitação da capacidade de 
atendimento das escolas públicas em virtude da escassez dos recursos orçamentários destinados 
à educação. Qualquer tentativa de cobrança pela educação em estabelecimentos e instituições 
públicas é ilegal.
VII – A valorização dos profissionais da educação se faz urgente na atualidade brasileira. Não 
se pode ter qualidade de ensino sem dispor de professores qualificados. A qualificação docente diz 
respeito tanto a sua maior titulação, quanto a sua melhor remuneração. Trata-se de um direito 
adquirido a partir do qual você, no exercício futuro da sua profissão como docente, possa cobrar 
das autoridades.
VIII – A gestão democrática visa à participação da comunidade escolar (professores, funcionários, 
alunos, pais ou membros da comunidade) no governo da escola. Somente se aplica obrigatoriamente 
às escolas públicas, por definição constitucional (artigo 206, inciso VI da Constituição Federal). A gestão 
democrática é garantida na lei. Na disciplina “Planejamento e Políticas Públicas da Educação”, no 
próximo semestre deste curso, o tema será devidamente tratado e a gestão participativa e democrática 
será detalhada e apoiada.
IX – A garantia do padrão de qualidade do ensino supõe a formulação desse padrão pelos sistemas 
de ensino. O padrão de qualidade deve conquistar patamares cada vez mais altos de qualificação pelas 
escolas. Atualmente a qualidade da educação pública tem sido muito contestada. É necessário, portanto, 
envidar esforços para atingir um padrão minimamente aceitável perante a sociedade globalizada em 
que vivemos.
X – A valorização da experiência extraescolar, por um lado, não apenas para permitir matrícula inicial 
dos alunos em séries mais avançadas do processo de escolaridade ou para eliminar matérias equivalentes 
do currículo, ou ainda para a certificação de equivalência com séries e cursos, sobretudo no campo das 
habilitações profissionais, é um princípio que flexibiliza a ação educativa. Por outro lado, a educação não 
acontece somente na escola, portanto, deve-se explorar os diferentes ambientes educativos no intuito 
de aprimorar a aprendizagem dos alunos.
XI – Se você não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve. A educação deve saber para 
onde quer ir, seguir em direção a uma finalidade. O preparo para o trabalho e a cidadania faz parte da 
finalidade da educação nacional.
XII - A convivência pacífica e respeitosa entre as diversas raças e etnias é condição básica para a 
convivência em sociedade, inclusive com igualdade de direitos e de consideração entre elas, e isto deve 
ser garantido em tudo o que diz respeito à educação.
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6.2.3 Título III – Do Direito à Educação e do Dever de Educar
Neste título, define-se “Educação” como “Dever do Estado”. É importante notar que o Ensino Superior 
não aparece neste título, o que pode significar que não seja dever do Estado. O conteúdose atém 
especificamente à Educação Básica e define cada elemento da seguinte forma:
• Educação Infantil: atendimento obrogatório e gratuito às crianças de zero a cinco anos (de acordo 
com a legislação correlativa mais atualizada);
• Ensino Fundamental: obrigatório e gratuito nas escolas públicas;
• Ensino Médio: obrigatório e gratuito nas escolas públicas, ou seja, caso não haja vagas o sistema 
é obrigado a criá-las para prover o atendimento na Educação Básica, inclusive para os que a ele 
não tiveram acesso na idade própria.
• Educação especial: atendimento especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, 
preferencialmente na rede regular de ensino.
 Observação
Todos os cidadãos podem exigir do Poder Público vagas à Educação Básica.
Deve-se ressaltar que, com base neste título da lei, qualquer pessoa pode exigir do Poder 
Público o direito ao acesso à Educação Básica. Acrescenta-se, ainda, que a matrícula pode ser feita 
a partir dos quatro anos (legislação correlativa atualizada), ou seja, os pais podem e devem ser 
responsabilizados, caso a prole não seja matriculada em escolas de Educação Básica a partir dos 
quatro anos de idade.
O Estado, entendido no caso como o Poder Público (União, Estado, Município e Distrito Federal), para 
dar efetividade à obrigatoriedade inscrita na Constituição, assume o ônus de manter gratuitamente as 
escolas de Educação Básica de qualidade desejável, de modo a assegurar matrícula a todas as crianças em 
idade escolar e àquelas que não puderam estudar na idade própria. Para que melhor se cumpra este dever, 
Estados e Municípios, com a assistência da União, deverão recensear periodicamente a população em idade 
escolar, bem como jovens e adultos que não estudaram na idade própria, e fazer-lhes a chamada pública 
por ocasião da matrícula e atuar junto a pais e responsáveis para que os encaminhem à escola.
O atendimento especializado aos educandos com necessidades especiais se fará não só gratuitamente 
como também na escola comum. Somente nos casos extremos é que se justificaria a oferta de vagas 
em escolas especiais. O texto legal privilegia o atendimento em classes comuns de alunos e não trata 
de casos clínicos.
As creches e pré-escolas mantidas pelo Poder Público atenderão crianças de zero a cinco anos de 
idade, de modo inteiramente gratuito.
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O ensino noturno deverá ser ofertado pelo Poder Público e sua estrutura e funcionamento devem 
sempre levar em conta as condições do aluno. Trata-se de uma alternativa de escolaridade destinada de 
preferência aos alunos trabalhadores e que se reveste de um alto sentido social, garantindo as condições 
de acesso e permanência na escola.
Além do oferecimento de vagas, na Educação Básica pública deverá ser garantido o atendimento por 
meio de programas suplementares de material didático, transporte, alimentação e assistência à saúde.
Deverão ainda ser garantidos os padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a 
variedade e a quantidade mínimas por aluno de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo 
ensino-aprendizagem.
6.2.4 Título IV – Da Organização da Educação Nacional
A organização é apresentada para as diferentes esferas de governo, definindo os limites de cada 
sistema e suas respectivas incumbências, da seguinte forma:
União: sistema federal que compreende:
• Escolas federais;
• Escolas particulares de educação superior;
• Órgãos federais de educação.
Incumbências:
− Elaboração do Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, Distrito 
Federal e Municípios;
− Prestar assistência técnica e financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios para o 
desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória;
− Estabelecer competências e diretrizes curriculares para assegurar a formação básica comum;
− Autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das 
instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.
Estados: sistema estadual que compreende:
• Escolas estaduais;
• Escolas municipais de educação superior;
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• Escolas particulares de ensino fundamental e médio;
• Órgãos estaduais de educação.
Incumbências:
− Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino médio;
− Assegurar a formação dos profissionais da educação;
− Autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar os cursos das instituições de educação 
superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.
Municípios: sistema municipal que compreende:
• Escolas municipais de Educação Básica;
• Escolas particulares de educação infantil;
• Órgãos municipais de educação.
Incumbências:
— Oferecer educação infantil em creches e pré-escolas e, com prioridade, o ensino fundamental;
— Autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino.
Neste contexto, portanto, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em 
regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis 
e sistemas e exercendo a função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias 
educacionais.
Ainda dentro deste título, a lei estabelece as incumbências dos estabelecimentos de ensino, 
respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, entre elas a de elaborar e executar 
sua proposta pedagógica, administrar seu pessoal e seus recursos financeiros e materiais, assegurar 
o cumprimento dos dias letivos, oferecer meios para a recuperação dos alunos, criar processo de 
integração escola x comunidade etc. Também estabelece as incumbências dos docentes, tais como: 
participar da elaboração da proposta pedagógica da escola, elaborar e cumprir o plano de trabalho, 
segundo a proposta pedagógica, zelar pela aprendizagem dos alunos, estabelecer estratégias de 
recuperação dos alunos de menor rendimento, colaborar com as atividades de articulação escola X 
comunidade etc.
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De acordo com suas peculiaridades, os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática 
do ensino público, em conformidade com os princípios de participação:
• dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
• das comunidades (escolar e local) em conselhos escolares ou equivalentes.
6.2.5 Título V – Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
A educação escolar se divide em:
• Educação Superior: envolve cursos sequenciais por campo do saber, de graduação, extensão e 
pós-graduação.
• Educação Básica: subdividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Educação Infantil
Como primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança 
até cinco anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a 
ação da família e da comunidade. É oferecida em creches para crianças de até 3 anos e em pré-escolas 
para crianças de 4 a 5 anos.
Nesta etapa não há avaliação com objetivo de promoção. A avaliação na educação infantil destina-se 
ao acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança.
Ensino Fundamental
Como segunda etapa da Educação Básica, com duração de nove anos, é obrigatório e gratuito 
na escola pública. Inicia-se aos 6 anos de idade e tem como objetivo a formação básica do 
cidadão, mediante:
• o desenvolvimento da capacidade de aprender, pelo domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
• a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político,

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