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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – CAMPUS CUIABÁ FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO MARIA ALICE TEIXEIRA MUNIZ CASA DAS CRIANÇAS: ESCOLA MONTESSORI EM CUIABÁ-MT CUIABÁ MT 2020 MARIA ALICE TEIXEIRA MUNIZ CASA DAS CRIANÇAS: ESCOLA MONTESSORI EM CUIABÁ-MT CUIABÁ MT 2020 Trabalho Final de Graduação I apresentado junto ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Mato Grosso como requisito para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Dr. José Afonso Botura Portocarrero “Deve-se considerar sagrado o esforço secreto da in fância: essa laboriosa manifestação merece uma expectativa acolhedora, pois nesse período de formação determina-se a personalidade futura do indivíduo. De tal responsabilidade nasce o dever de estudar e pe netrar com profun- didade científica as necessidades psíquicas da criança, preparando-lhe um ambiente vital.” Maria Montessori SUMÁRIO INTRODUÇÃO Apresentação do tema Justificativa Objetivos gerais e específicos Metodologia A EDUCAÇÃO INFANTIL A educação Infantil no Brasil Educação Infantil em Cuiabá As Metodologias pedagógicas Método tradicional Método Waldorf Método Construtivista O MÉTODO MONTESSORI Maria Montessori O Método Montessori Organização Montessori do Brasil ESTUDOS DE CASOS Escola Ratchut Escola Infantil Montessori VISITAS TÉCNICAS Escola Villa Montessori Laboratório de Arquitetura CAN DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA Diretrizes projetuais Escolha do terreno Macrozoneamento do terreno Divisão das turmas Público alvo e número de usuários Divisão e número de turmas Programa de Necessidades REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS Anexo A: Estudo de crianças do entorno Anexo B: Entrevistas com crianças Anexo C: Entrevista Henrique Anexo D: Entrevista Rafaela Anexo E: Entrevista Sophia Anexo F: Entrevista Cleusa Anexo G: Entrevista Andréia INTRODUÇÃO APRESENTAÇÃO DO TEMA A educação é um direito fundamental de todos os indivíduos, a De- claração Universal dos Direitos Humanos estabelece que “toda pessoa tem direito à educação”. Ela tem um impacto direto em diversas áreas, através dela é possível formar cidadãos mais conscientes, criar uma so- ciedade mais justa, fortalecer a cidadania e a democracia. Observando a nossa história recente percebe-se que cada vez mais a preocupação com a educação vem aumentando. Sobre a educação infantil e as relações dos adultos com as crianças em um século tivemos grandes mudanças, o que aconteceu graças a pesquisas e obras de diver- sos autores que estudaram o tema, entre esses autores destaca-se Maria Montessori. A criadora do método Montessori passou grande parte da sua vida desenvolvendo estudo sobre as crianças e seus aprendizados. O método é baseado na independência e no auto aprendizado das crianças, atual- mente é utilizado em diversas escolas no Brasil e no mundo, cada vez mais vem ganhando adeptos e influenciando em outras metodologias. Um dos principais pilares do método Montessori é o ambiente pre- parado, um ambiente pensado para as crianças, que atenda a todas as suas necessidades fisiológicas, ofereça liberdade, proporcione meios para seu desenvolvimento e para a sua independência. O projeto de um ambiente de ensino que consiga atender aos objeti- vos educacionais da sociedade é algo complexo e necessita de uma am- pla discussão. A teoria montessoriana nos oferece diretrizes que podem ser utilizadas na Arquitetura Educacional e que servem para enriquecer as discussões a respeito do tema. Neste trabalho serão apresentados estudos teóricos que foram uti- lizados como base para a elaboração de um projeto arquitetônico para um Centro Educacional Montessori público para Cuiabá. JUSTIFICATIVAS A educação é um dos pilares da nossa sociedade, tem como função a formação do indivíduo, seu intelecto e habilidades. Por meio dela é possível o garantir o desenvolvimento social, econômico e cultural. A Arquitetura Educacional desempenha um papel fundamental nesse contexto através da criação de ambientes educacionais que fa- voreçam o desenvolvimento dos indivíduos. A minha motivação em me aprofundar com a temática da Arquitetura Educacional veio com a minha proximidade com a educação infantil e com crianças. O tema da educação sempre permeou a minha vida, minha mãe é professora do ensino fundamental e sempre estive em contato com vá- rios outros professores, além de passar boa parte da minha vida dentro de escolas. Atualmente tenho um contato muito grande com crianças por causa dos meus sobrinhos, o que me fez ver de perto diferentes maneiras de se educar crianças e perceber o esforço que os pais têm para buscar dar a melhor educação para seus filhos. Dentre as diversas metodologias utilizadas na educação infantil o Método Montessori foi o que mais me agradou. Os princípios de auto- disciplina e de respeito às crianças me chamaram a atenção por mostrar que desde cedo as crianças e bebês são indivíduos com necessidades próprias e desejos que devem ser respeitados. Optei por criar um projeto para uma Escola Montessoriana pública, algo diferente da realidade brasileira. Atualmente a maioria das escolas que existem com a Metodologia Montessori particulares, tornando essa prática de ensino algo elitista, diferente do que era a intenção da sua criadora Maria Montessori. Em outros países do mundo como os Estados Unidos e a Austrália ela é usada em escolas públicas. Por serem escolas simples e que não necessitam de grandes especificidades, elas podem ser adaptadas para a realidade brasileira e se afastar do aspecto elitista que o método tomou no nosso país. Utilizando da sua experiência como médica, Montessori aborda em sua obra as necessidades fisiológicas e psicológicas das crianças e esta- belece diretrizes de conforto térmico, luminoso e acústico, ergonomia e funcionalidade. Seu conceito de ambiente preparado é diretamente ligado a Arquitetura Educacional e pode fornecer orientações para a criação de ambientes escolares em geral, não se internalizando somente em escolas que adotaram o método, mas podendo ser usado em qual- quer escola. Desta maneira, espero contribuir com a temática da criação de am- bientes escolares por meio de uma junção das diretrizes projetuais da Arquitetura Educacional com a teoria criada por Maria Montessori, possibilitando elaboração de projetos mais adaptados às necessidades das crianças e que permitam seu pleno desenvolvimento. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS OBJETIVOS GERAIS Esse trabalho tem como principal objetivo a elaboração de um Pro- jeto de Arquitetura a nível de Estudo Preliminar para um centro educa- cional destinado a Educação Infantil e Ensino Fundamental. A escola será implantada em Cuiabá-MT, próxima ao Distrito Industrial. O projeto é destinado a uma escola que adota a metodologia Mon- tessori, criada por Maria Montessori, que estabelece como princípios a autoeducação e a adequação dos ambientes às necessidades das crian- ças. Como um diferencial das outras escolas brasileiras que utilizam a mesma metodologia, a proposta é para uma escola pública, assim como a primeira escola criada por Maria Montessori a casa dei bambini. OBJETIVOS SECUNDÁRIOS Nessa fase do Trabalho Final de Graduação - TFG I tem-se como propósito formar uma base para o desenvolvimento do projeto que será finalizado no TFG II, para isso foram estabelecidos os seguintes objeti- vos específicos dessa etapa: Pesquisar sobre a Arquitetura Educacional, por meio de livros, pu- blicações acadêmicas, revistas, legislações e normas indicativas e entre- vistas, servindo como fonte para a criação de uma base teórica sobre o tema. Elaborar um levantamento sobre a situação da educação no municí- pio de Cuiabá através de um mapeamento das creches e escolas de nível fundamental municipais e da análise da política de educação da cidade. Fazer visitas técnicas em escolas públicas e privadas, observando os espaços, a funcionalidadee os equipamentos utilizados, realizando uma análise crítica nas questões relacionadas ao programa de necessidades, estudo de fluxos e zoneamento. Realizar um estudo sobre os principais métodos pedagógicos utili- zados atualmente no Brasil, estabelecendo seus princípios, diferenças e potencialidades. Desenvolver um estudo sobre o método Montessori através de pes- quisas bibliográficas, vídeos, entrevistas com pedagogos e publicações acadêmicas. Compreender como o método se desenvolveu, a sua histó- ria e seus princípios fundamentais. Fazer um panorama sobre o método atualmente, como ele está sendo aplicado no mundo, no Brasil e em Cuiabá. Realizar estudos de obras correlatas em escolas montessorianas para observar se seus princípios foram aplicados e geraram distinções na arquitetura. Destacar quais as diferenças espaciais entre uma escola tra- dicional e uma montessoriana, como essas diferenças são apresentadas na arquitetura e quais são as necessidades específicas das escolas Mon- tessori. Por meio de uma análise sobre a cidade, definir a região onde o pro- jeto será implantado e fazer um estudo de entorno para definir qual será o terreno escolhido na região. Realizar estudos sobre o terreno elencan- do as suas características e potencialidades. Utilizar os conhecimentos sobre conforto ambiental para estabelecer quais estratégias serão utilizadas para que a edificação atenda os requisi- tos de conforto térmico, luminoso e acústico. Utilizar técnicas de permacultura, preocupando-se também com a eficiência energética, economia de recursos naturais e os impactos gera- dos com a implantação da construção. Desenvolver o partido arquitetônico do projeto, estabelecendo pre- missas projetuais para as próximas fases do projeto. Finalizar essa etapa em nível de Estudo preliminar, ficando para o TFG II a correção do que foi feito e a finalização com o Projeto Executivo. METODOLOGIA Para o desenvolvimento da primeira fase do Trabalho Final de Gra- duação - TFG foi feita uma pesquisa exploratória sobre a educação in- fantil, o método Montessori e Arquitetura Educacional, com o objetivo de estabelecer uma base teórica para o desenvolvimento das diretrizes projetuais para uma Escola Montessoriana. Na pesquisa bibliográfica adotou-se os livros escritos por Maria Montessori “A criança” e “Mente Absorvente”, também foi utilizado o livro “Maria Montessori” de Hermann Röhrs. Além disso, foram uti- lizados os artigos acadêmicos “Sistema Montessori e os seus traços ar- quitetônicos” e “Diretrizes projetuais para ambientes escolares infantis baseados no método de ensino de Montessori” que abordam as relações entre o método montessoriano e a Arquitetura. Realizou-se uma pesquisa documental sobre as legislações e normas que envolvem a educação infantil, a nível nacional, estadual e municipal, que estabeleciam diretrizes legais para a implantação e projeto de esco- las. Em relação com município de Cuiabá, a lei de uso e ocupação do solo serviu para identificar o zoneamento e os índices urbanísticos do terreno proposto. Foram feitas entrevistas com professores utilizando um roteiro de perguntas semi rígido sobre a educação infantil e suas percepções a res- peito de espaços educativos. Também foram realizadas algumas entre- vistas com crianças, elas foram questionadas acerca das suas percepções sobre as escolas em que estudavam. Os roteiros e as transcrições das entrevistas realizadas estão no Anexos. Para a pesquisa de campo foram realizadas visitas técnicas em duas escolas de Cuiabá, a Escola Villa Montessori e o Colégio Master, para observar seus programas de necessidades, dimensionamentos, organi- zações e fluxos. Foi realizada também uma visita Laboratório de Ar- quitetura CAN (LACAN) para conhecer técnicas de permacultura que poderiam ser adotadas no projeto. Também foram feitas visitas no ter- reno proposto para a implantação da escola para a realização da análise do entorno e do estudo do terreno. Através de análises de desenhos técnicos e fotografias foram realizados dois estudos de caso em esco- las montessorianas, a tailandesa Ratchut e a brasileira Escola Infantil Montessori. Esse trabalho foi dividido em duas partes, a primeira parte é com- posta pelos cinco primeiros capítulos nos quais são apresentadas as in- formações obtidas através da pesquisa. A segunda parte é formada pelo capítulo 6 e apresenta o desenvolvimento do partido Arquitetônico do projeto da escola e as diretrizes projetuais utilizadas. A EDUCAÇÃO INFANTIL A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL Até a Constituição Federal de 1988 a educação das crianças era con- siderada como assistência, porém com a promulgação da constituição a educação se transformou em um direito das crianças e adolescentes desde o seu nascimento e a responsabilidade do atendimento passa a ser do estado, nesse período houve uma melhoria na formação dos profes- sores e um aumento no número de escolas. A promulgação de Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990) reafirmou esse direito e declarou também como dever do estado o atendimento em creches e pré escolas para os menores de seis anos. Em 1996 foi homologada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN – Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), a partir dela a educação infantil se tornou a primeira etapa da educação básica. Ela é considerada um marco na educação infantil pela sua valorização em relação às crianças ao considerá las ativas na construção de seu co- nhecimento. A lei estabelece em seu terceiro artigo os princípios para o ensino. Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extra-escolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. XII - consideração com a diversidade étnico-racial. XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (BRASIL, 1996) As diretrizes estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Edu- cação Nacional foram utilizadas como norteadoras para o desenvolvi- mento do projeto. A condição de gratuidade do ensino, a caracterização da educação como um direito de todos e a possibilidade da adoção de variados projetos pedagógicos de ensino serviram de base para a defini- ção dessa proposta projetual. MAPA 1 - INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO BÁSICA DE CUIABÁ ESCALA: 1/250.000 De acordo com dados divulgados pela Pre- feitura de Cuiabá em 2019, a rede pública mu- nicipal de Ensino atendem a 54 mil estudantes. Essa rede é composta pelas seguintes unidades: 49 Creches Municipais: Educação Infantil 2 Centros Educacionais Infantis Cuiabanos (CEICs): Crianças de 11 meses a 4 anos; 23 Centros Municipais de Educação Infan- til (CMEIs): Crianças de 11 meses a 5 anos 2 Centros Emergenciais de Educação In- fantil (CEEI): Crianças de 11 meses a 3 anos; 80 Escolas Municipais de Educação Básica (EMEBs): 1º ao 9º ano do Ensino Fundamen- tal O Mapa de Instituições de Educação Básica de Cuiabá (Mapa 1) apresenta a localização de todas as unidades da rede municipal de ensino de Cuiabá. Através dele foi possível fazer uma análise da situação atual da educação infantil da rede municipal de Cuiabá e identificar as regiões da cidade que estavam mais desfavo- recidas. Escolas Municipais LEGENDA: Creches Municipais EDUCAÇÃO INFANTIL EM CUIABÁ MÉTODOS PEDAGÓGICOS Os Métodos pedagógicossão de teorias de aprendizagem que dire- cionam os currículos escolares e os caminhos que os professores se- guem para ensinar os alunos. Através deles são definidos os tipos de avaliações que serão utilizados, quais conteúdos serão abordados e as formas de transmissão desses conteúdos. Durante a história foram criados vários métodos, porém a tendência atual da maioria das escolas é de mesclar as características de vários mé- todos aproveitando aquilo que for mais atrativo de cada um. Para a definição de qual proposta pedagógica a ser utilizada no proje- to foi feita uma pesquisa sobre os principais métodos utilizados no Bra- sil, dentre eles optou-se pelo método Método Montessori. Nesse Tra- balho serão abordadas brevemente os seguintes métodos pedagógicos: 1 - Método tradicional 2 - Método Waldorf 3 - Método Construtivista 4 - Método Montessori forem insatisfatórios e que não conseguirem atingir as notas mínimas necessárias para passar de ano são reprovados e obrigados a fazê-lo no- vamente. Essas escola tem como objetivo o sucesso de seus estudantes em provas como vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e buscam obter um bom posicionamento em rankings escola- res através dos desempenhos dos alunos. MÉTODO TRADICIONAL O método tradicional é o mais conhecido e utilizado no Brasil. O professor é a figura central, ele transmite o conhecimento para os es- tudantes que participam passivamente do processo de aprendizagem. Sobre esse método Almeida e Alves discorrem que: Nessa pedagogia o saber é centrado no professor e transmitido ao aluno, um receptor passivo que, fazen- do uso, principalmente dos recursos de sua memória, devolve os conhecimentos dominados por ele nas ava- liações e provas pelas quais passa necessariamente em seu processo de escolarização. Isso delineia o formalis- mo escolar em que a disciplina imposta, o não questio- namento da matéria estudada, a não exigência de uma relação dinâmica com os conteúdos do currículo escolar resulta no silenciamento do estudante e na atuação me- ramente reprodutiva do professor, que também não diz a sua palavra. (ALMEIDA; ALVES, 2010. p. 34). Uma das maiores críticas feitas ao método tradicional é a uniformi- zação. Os alunos são vistos de forma igual pelos professores, não é leva- do em conta os interesses individuais, suas competências e habilidades devem ser as mesmas. A falta de um ambiente aberto a críticas e de in- centivos à criação de um pensamento independente acabam formando indivíduos com os mesmos pensamentos. Não há preocupação na estrutura curricular com os interesses es- pecíficos das crianças e as técnicas de ensino são as mesmas utilizadas com os adultos. Existe uma valorização da quantidade de conteúdo a ser ensinada e um reforço externo do aprendizado através da repetição, da memorização e do uso de recompensas ou punições. O conhecimento é transmitido por meio de aulas expositivas e os alunos são avaliados periodicamente através de tarefas de casa, exercí- cios em sala, trabalhos e provas. Existe uma pressão por desempenhos positivos e por notas altas, aqueles cujos os desempenhos nas avaliações METODOLOGIA WALDORF A metodologia Waldorf foi desenvolvida pelo filósofo austríaco e fundador da antroposofia Rudolf Steiner. A primeira escola de Steiner se localizava na cidade de Estugarda na Alemanha e foi fundada em 1919. As escolas Waldorf, também chamadas de steinerianas, se expan- diram pelo mundo e hoje estão implantadas em mais de 80 países. A pedagogia waldorf se organiza através de três ciclos de sete anos, sendo eles: 1 ciclo: 0 até os 7 anos 2 ciclo: 7 aos 14 anos 3 ciclo:14 aos 21 anos Cada ciclo conta com um professor que sempre acompanha a turma. As avaliações não são feitas através de provas como no método tradi- cional, os alunos são avaliados por meio de um boletim escrito pelo professor. A pedagogia Waldorf tem uma visão holística dos alunos. Para um bom desenvolvimento intelectual é necessário uma base emocional só- lida. Por isso o método trabalha também o desenvolvimento psíquico, espiritual e fisiológica, através de desafios de desenvolvimento corpóreo e autonomia, do autoconhecimento das criança. Em relação a espaços, tem-se como o objetivo assegurar o desenvol- vimento de cada criança num ambiente livre e cooperativo. A Arquite- tura deve levar em conta o livre brincar, a relação forte das crianças com a natureza e os ambientes adequados para abrigar diversas funções: aula de música, de dança, de artes plásticas e salas de aula. O método criado por Steiner propõe que a educação deve ser focada nas necessidades de desenvolvimento das crianças. Ele ressalta muito a importância da imaginação, as crianças trabalham isso por meio de imagens, representações, imitações e conto de fadas. Os ensinamentos mais práticos são feitos através de tarefas manuais, como por exemplo na confecção de bonecas de pano e valoriza muito o contato das crianças com a natureza. MÉTODO CONSTRUTIVISTA A pedagogia construtivista tem como base a teoria filosófica Cons- trutivismo criada no século XX pelo biólogo e psicólogo suíço Jean Piaget. O construtivismo pode ser entendido como uma teoria interme- diária entre o empirismo e o racionalismo, considerando que o conheci- mento seria construído através das interações entre o sujeito e o meio. Na América Latina a linha pedagógica construtivista se difundiu gra- ças a Emília Ferreiro, uma aluna de Piaget. No livro que escreveu em conjunto com Ana Teberosky, a “Psicogênese da Língua Escrita”, argu- menta que cada criança aprende em seu próprio tempo e que o apren- dizado é feito do todo para as partes. O professor tem o papel de mediador do conhecimento, motivando as interações entre seus alunos e o meio e criando situações que esti- mulam a construção do aprendizado particular de cada criança. Têm-se como proposta salas de aulas com menos alunos, que permitam melhor a sua interação com o meio e que facilite para o professor o acompa- nhamento de cada aluno. A organização das salas de aula é mais flexível, normalmente em círculos, para favorecer a participação e a interação dos alunos. O am- biente escolar é de fundamental importância por ser o meio com que as crianças vão interagir, devendo proporcionar estímulos sociais, criativos e intelectuais. Nesse método as avaliações são feitas de maneira diferente do tradi- cional a partir de provas, pois considera que o aprendizado é um proces- so. Para se adaptar ao modelo tradicional algumas escolas aplicam testes, mas seu peso normalmente é menor, ficando com o professor a tarefa de fazer avaliar os alunos através do processo de aprendizado. O MÉTODO MONTESSORI MARIA MONTESSORI Maria Montessori, a criadora do método Montessori, nasceu em Chiaravalle, na Itália, no dia 31 de agosto de 1870. Ela demonstrava desde cedo interesse pelas matérias científicas, quando era adolescente chegou a cursar o ensino técnico de Engenharia, mas devido a seu gran- de apreço pela biologia decidiu fazer Medicina. Cursou a Faculdade de Medicina na Universidade de Roma com cer- tas dificuldades devido a época e a segregação por ser mulher. Formou- -se em 10 de julho de 1896, foi a terceira mulher da Itália a se formar como médica e a segunda a exercer a profissão. Após se formar focou seus estudos na psiquiatria, inicialmente traba- lhou crianças com problemas mentais, o que despertou seu interesse em compreender o desenvolvimento e a educação infantil. Ela teve contato com escritos de Victor Itard e a partir dele conheceu os estudos de Edouard Séguin sobre o desenvolvimento de crianças pequenas e seus exercícios para funções sensoriais, servindo como uma grande influ- ência para sua base teórica. Em suas experiências com o trabalho com crianças ela começou a utilizar os materiais sensoriais de Séguin, com o passar do tempo começou a desenvolver seus próprios materiais e per- cebeu o grande desenvolvimento de seus alunos através deles. Em 1900começou trabalhar na Scuola Magistrale Ortofrênica, onde fazia o treinamento de professores para o tratamento de crianças com necessidades especiais. Entre 1904 e 1908 trabalhou como professora da Escola de Pedagogia da Universidade de Roma. Ela é chamada pelo governo de Roma para desenvolver o projeto educacional de uma nova creche no conjunto habitacional criado em 1907 no bairro San Lorenzo. Assim é criada a Casa dei Bambini (Casa das Crianças), onde ela desenvolveu o seu método. Montessori alterou os móveis que existiam para se tornar do tama- nho adequado para as crianças e também utilizou seus materiais de- senvolvidos, inicialmente os materiais ficavam trancados em armários, porém depois eles passam a ficar expostos a disposição das crianças em prateleiras. O salto de desenvolvimento dos seus alunos e os ótimos resultados do emprego de suas técnicas Montessori passa a ser reconhecida em todo o mundo. Em 1909 ela escreveu “A Pedagogia Científica”, que também rece- beu o título de “A descoberta da criança”, no qual pela primeira vez ela expõe academicamente seu método. Depois disso Montessori passou a viajar pelo mundo ministrando palestras e cursos sobre o método Montessori. Ela também escreveu outros livros e ofereceu treinamento para professores e abriu novas escolas. Foi para os Estados Unidos em 1912, onde lecionou em Los Angeles e Nova Iorque. Seguiu viajando entre Barcelona, Londres e Estados Unidos. O primeiro Congresso Montessori Internacional aconteceu na cida- de de Elsionre, Dinamarca, nele foi fundado por ela e seu filho a Asso- ciação Montessori Internacional em 1929. A associação teve patrocina- dores como Freud e Jean Piaget, e tinha como objetivo fazer vistorias das escolas e a supervisão dos treinamentos de professores. No período em que Mussolini se tornou ditador na Itália, ele passou a diminuir a liberdade das escolas montessorianas. Fugindo do fascismo Maria Montessori teve que sair da Itália em 1934. As escolas montes- sorianas sofreram uma perseguição pelos governos ditatoriais, todas as escolas foram fechadas na Itália, na Alemanha, na União Soviética e na China. Após a fuga Montessori foi para a Espanha, porém teve que fugir novamente por causa da Guerra Civil Espanhola em 1936, quando foi para Holanda. Em 1939 ela foi para Índia ministrar um curso, onde se tornou pri- sioneira do exército britânico. Nesse período seu filho Mário foi man- dado para um campo de internação forçada, ele foi solto um ano depois por uma autoridade indiana a pedido de Montessori. Somente em 1946 ela consegue a permissão para voltar para a Holanda. Maria Montessori recebeu três indicações ao Prêmio Nobel da Paz. Ela morreu vítima de uma hemorragia cerebral em 1959 na cidade de Nordwjik, na Holanda. Seu filho e seu neto continuaram o seu legado e seguiram preocupados com a educação. O MÉTODO MONTESSORI O método Montessori é composto pelo conjunto teórico da obra de Maria Montessori, suas práticas e seus materiais didáticos, o método foi desenvolvido a partir dos seus estudos e experiências. Ele tem como pila- res: a educação cósmica, a educação como ciência, o ambiente preparado, o adulto preparado e a criança equilibrada. O desenvolvimento das crianças é feito através da autodisciplina e da liberdade, elas escolhem as atividades que irão desempenhar. Os materiais sensoriais ficam dispostos em prateleiras e ao alcance das crianças, permi- tindo um livre acesso a eles. Para Montessori o ambiente escolar deve ser adequado para as crian- ças, sendo elas os principais usuários do local, sobre isso ela escreve: O ambiente não deve proporcionar apenas os meios para a existência fisiológica, como também os requisitos necessá rios às tarefas que traz consigo todo ser animal, o qual dele recebe não só a exigência de viver mas também a de exercer uma função destinada a preservar o mundo e sua harmonia. Em conseqüência, o ambiente varia para cada ser, de acordo com a sua espécie. (MONTESSORI, 1901, P.27) As principais características das escolas montessorianas são: 1 - Liberdade de escolha da criança (a criança poder escolher que ativi- dade vai fazer, ser livre pelos espaços da escola, decidir quando vai fazer as coisas) 2 - Alcance da criança em relação a estrutura (móveis adaptados para o tamanho da criança e que deixem sempre a mão os materiais) 3 - Contato com a natureza (Áreas verdes que permitam o contato das crianças com a natureza. MAPA 2 - ESCOLAS MONTESSORIANAS ASSOCIADAS NA OMB ESCALA: 1/50.000.000 A Organização Montessori do Brasil - OMB surgiu em 20 de setembro de 1996, na cidade de Recife-PE. Inicialmente foi formado um grupo com algumas escolas montessoria- nas que durante alguns anos se encontravam. Nesses encontros os diretores e coordenados se juntavam para estudar o método e com- partilhar informações. Com o crescimento do Movimento Montessoriano viram a necessida- de de uma maior formalização e por isso cria- ram a OMB. A organização tem o objetivo de difundir o Sistema Montessori e gerar um senso de grupo nas escolas associadas. Promove realização de encontros de educadores e profissionais asso- ciados, o Congresso Internacional de Educa- ção Montessori, faz o credenciamento de Cur- sos de Formação sob o enfoque Montessori no Brasil e também atua na organização de cursos e workshops junto a entidades internacionais como mediadora. A OMB divulga o nome das escolas associa- das por meio da sua Fanpage e do seu site, atu- almente existem 42 escolas associadas. A partir dos dados do site da organização, foi possível criar um mapa com todas as escolas montesso- rianas que estão cadastradas no OMB. Escolas Associadas LEGENDA: ORGANIZAÇÃO MONTESSORI DO BRASIL ESTUDOS DE CASOS ESCOLA RATCHUT Localizada na cidade tailandesa Chang Wat Khon Kaen, a escola Ra- tchut foi inaugurada em 2016 e ocupa uma área de aproximadamente 1100 m2. O projeto é do escritório Design in Motion e foi pensado desde o princípio para atender as necessidades de uma escola montessoriana, integrando espaços internos e externos, valorizando a natureza e dando suporte para a auto-aprendizagem das crianças. O projeto buscou criar um ambiente escolar que se assemelha com uma casa, criando um local onde as crianças se sentissem confortáveis. A escola é composta por três edifícios, um destinado aos pais e dois destinados às salas de aula, que se conectam por meio de corredores cobertos. Buscou se uma arquitetura simples que facilitasse o entendi- mento do layout pelas crianças. Nas fachadas foram utilizadas ripas de madeira intercaladas com pa- redes em tons de cinza, as ripas também funcionam como brises, ser- vindo para dosar a exposição solar. As salas de aulas foram projetadas para que as crianças pudessem se sentir em casa, com um layout formado por vários ambientes menores que possibilitasse a atividade de diversas atividades. Elas possuem gran- des janelas que permitem a integração entre os ambientes externos e internos e a iluminação natural. As áreas externas também foram pensadas como um local para o desenvolvimento das crianças através do contato com a natureza. Na área externa a escola possui uma grande área gramada, uma quadra de esportes e um playground. Utilizam areia ao redor do playground que permite o desenvolvimento sensorial e árvores para o sombreamento. ESCOLA INFANTIL MONTESSORI A Escola Infantil Montessori está localizada em Belo Horizonte-MG e foi inaugurada em 2018. Para atender as necessidades de uma escola montessoriana foi feito a readaptação de um prédio já existente, o pro- jeto de reforma foi desenvolvido pela Meius Arquitetura e Raquel Cheib Arquitetura. O prédio foi construído nos anos 50 e era inicialmente uma residên- cia, nos anos 2000 passou por uma reforma para se transformar em uma escola de cursos preparatórios para o vestibular. A escola ocupa uma área de 700 m² e é dividida em dois blocos em níveis diferentes conectados por uma rampa e por escadas.A fachada foi alterada com a reforma, no muro foram empregados cobogós coloridos e os dois portões de entrada foram pintados de ver- melho, tornando-a mais atrativa para as crianças. A iluminação e a ventilação natural, assuntos muito abordados por Maria Montessori, foram melhoradas através da criação de aberturas ze- nitais. Para criar uma conexão entre os ambientes internos com os exter- nos foram utilizadas grandes janelas de vidro nas salas de aula. O projeto de interiores é um dos grandes destaques da escola. A es- colha da paleta de cores tem uma grande importância no projeto de in- teriores com a mistura tons neutros com alguns detalhes coloridos. As paredes são brancas e os revestimentos e mobiliários utilizados são neu- tros, trazendo um maior realce para os brinquedos e materiais didáticos montessorianos que são coloridos. As salas de aula foram pensadas de maneira funcional e adaptada para o uso das crianças desde a disposição do layout até a escolha do mobi- liário. O uso de estantes vazadas para separar os ambientes aumentou a comunicação visual e dinamizou os fluxos internos. Áreas de serviço como cozinha e lavanderia também foram adaptados para que as crianças pudessem utilizar, servindo como meio de aprendi- zado de vida prática e estabelecendo a responsabilidade pelo cuidado ao ambiente. A escola também possui áreas externas abertas, uma quadra de esportes, um parquinho, uma horta e jardins, estimulando as atividades físicas e o contato com a natureza. VISITAS TÉCNICAS VILLA MONTESSORI A escola Villa Montessori é localizada no Bairro Consil, em Cuiabá, foi inaugurada em 2013 e inicialmente se chamava Villa Joie. A institui- ção tem aproximadamente 70 alunos, 5 professores e no total trabalham na escola 25 pessoas, sendo eles, funcionários, professores e colabora- dores. Quando foi inaugurada ela utilizava os métodos Montessori, waldorf e construtivista, com o passar do tempo as proprietárias foram conhe- cendo melhor cada um dos métodos e escolheram adotar exclusivamen- te o método Montessori. É a única escola de Cuiabá associada a Organização Montessori do Brasil (OMB). Para se adequarem à metodologia os funcionários parti- cipam de cursos de capacitações oferecidos pela organização. A escola possui cinco turmas e utiliza o modelo das salas agrupadas montessorianas com mistura de idades. As turmas são divididas da se- guinte maneira: Nido 1: 4 meses até 18 meses, 1 turma de até 12 alunos Nido 2: 18 meses até 3 anos, 2 turmas de até 15 alunos Agrupadas: 3 anos até 5 anos, 2 turmas de até 20 alunos Nas aulas as crianças interagem a partir de ciclos de trabalho, seguin- do os preceitos estabelecidos por Maria Montessori. São quatro ciclos para as turmas Nido 1 e Nido 2 (linguagens, sensorial, vida prática e mundo cósmico) e cinco ciclos para as turmas Agrupadas (linguagens, sensorial, vida prática, mundo e cósmico). -O prédio da instituição é alugado, tinha inicialmente um uso re- sidencial e passou por uma reforma atender ao novo uso, em relação a sua estrutura não se observa muitas diferenças quando comparada a uma escola tradicional. Percebe-se que por ser uma edificação adaptada não existe uma organização boa em relação a disposição dos ambientes. As salas de aula possuem móveis adaptados ao tamanho das crianças e prateleiras com os materiais montessorianos que sempre à disposição dos alunos, elas possuem um banheiro interno e materiais de limpeza para que as próprias crianças façam a limpeza como exercício de vida prática. Do lado de fora existem estantes para que os alunos deixem os seus materiais. Contrariamente às recomendações de Montessori as salas não pos- suem grandes janelas e uma boa iluminação natural e são dependentes de luz e climatização artificial. A escola possuem dois refeitórios, um para as turmas agrupadas e outro para as turmas Nido 1 e Nido 2. Os layouts de ambos são compostos por mesas de quatro lugares para as refeições e duas mesas grandes onde são colocadas as comidas e as crianças podem se servir à vontade. Existe uma grande área gramada onde ficam alguns brinquedos, uma casinha de bonecas, algumas árvores, flores e animais. Essa área permite o contato das crianças com a natureza, eles interagem com os animais (dois coelhos e uma tartaruga) e ajudam a cuidar do jardim. Na área externa também existem uma pequena quadra de esportes e solários para os menores. Os pontos mais positivos da escola na minha opinião foram o aten- dimento aos preceitos montessorianos: A liberdade de escolha dos alu- nos (as crianças podem escolher as atividades que vão fazer e são livres por todos os espaços da escola), o alcance das crianças em relação a es- trutura (móveis adaptados para o tamanho seus tamanhos e que deixem sempre a mão os materiais) e o contato com a natureza (por possuir uma grande área verde e possibilitar a interação com os animais que ficam livres pelo espaço). O ponto que considerei mais problemático foi o tamanho dos es- paços, uma reclamação que até foi feita pela proprietária, as salas de aulas são pequenas e as atividades festivas, como festa junina e festa da família, tem que ser realizadas fora da escola por não comportar um número grande de pessoas. LABORATÓRIO DE ARQUITETURA CAN O Laboratório de Arquitetura CAN (LACAN) foi criado em 2013 pelo Arquiteto e Urbanista João Lucas de Carvalho Neves, é um espaço que funciona como canteiro experimental de técnicas construtivas que utilizam a Arquitetura Sustentável e a Bioconstrução com os princípios de permacultura. O LACAN foi pensando como uma cidade onde se pudesse aplicar as diversas técnicas de construção. A permacultura foi fundada na Austrália e tem três princípios fun- damentais: cuidar da terra, cuidar das pessoas e partilhar o excedente. Além da diminuição dos impactos já proposto pela sustentabilidade, a permacultura busca a geração de impactos positivos, buscando analisar as formas com que a natureza produz. Na visita foram apresentados vários métodos construtivos, sendo eles: LAGO NATURAL Um lago com plantas e animais, onde é feita a limpeza natural da água através da criação de um novo ecossistema. Ele permite que seja usado como um recurso de paisagismo onde pode ser colocadas diferentes es- pécies de plantas aquáticas, também trás benefícios térmicos através da evapotranspiração e tem fácil manutenção pois não precisa de nenhum tratamento. O SUPERADOBE O superadobe foi utilizado para a criação do portal de entrada e tam- bém em outras construções no Lacan. A técnica consiste em ensacar terra úmida em um saco plástico de polipropileno, formando assim um tijolo, as paredes ficam com uma largura entre 40 e 45 centímetros de largura, já incluindo o reboco, cada fiada com uma altura média de 15 centímetros. Necessita de um cuidado maior nas áreas mais úmidas, por ter menos resistência à água. Para a viga baldrame e a viga de sustentação do telhado são usados uma mistura composta por nove partes de areia e uma parte de cimento. A técnica é indicada para locais com terremoto, possui possui uma boa resistência a abalos sísmicos. Pode ser usada em formas mais suntuosas e por isso também é indicada para projetos mais orgânicos. TAIPA DE PILÃO A técnica é feita através da compressão da terra em formas de ma- deiras, elas são compactuadas horizontalmente em uma largura média de 15 centímetros até a altura necessária. A estrutura criada fica resistente e durável, possui um acabamento diferente por ser possível ver as camadas de terra gerando um efeito agradável. HIPERADOBE A técnica é semelhante ao superadobe, mas os seus sacos são feitos de um material diferente que produz menos resíduos, não necessitando de costuras ou corte e sem a necessidade da tela de galinheiro. A visita ao LACAN serviu para que eu pudesse conhecer algumas técnicas construtivas menos convencionais, foi muito valioso porque eu tenho a intenção de trabalhar com uma proposta sustentável com os prin- cípiosde permacultura. O projeto da escola não pretende ser somente abrigar ao programa de necessidades, mas também utilizar técnicas construtivas e gestão de recursos naturais e apresentá-las às crianças. O objetivo é que o próprio edifício também sirva para o aprendizado, através da vivência do espaço construído e das suas relações com a natureza. A grande importância que Maria Montessori dava para o conforto dos ambientes escolares se adequa a essas técnicas que também apresentam mais vantagens em relação ao conforto térmico e acústico que as con- vencionais. Ela também demonstrava um grande apreço pela relação que as crianças teriam com a natureza, o que também seria promovido por essas técnicas que buscam valorizar o meio ambiente. Das técnicas apresentadas as que mais chamaram a minha atenção e que eu pretendo utilizar no projeto foram: O Lago Natural: É um ótimo componente para o paisagismo, ajuda no conforto térmico por meio da evapotranspiração e tem fácil manu- tenção. As construções em terra, a taipa de pilão e o superadobe: Chamam a atenção por serem mais naturais, gerar menos resíduos e serem mais econômica do que meios tradicionais. Pode resultar um aspecto inte- ressante o uso de dois (ou mais) tipos de técnicas que geram um acaba- mento diferente, utilizando essas diferenças como parte da ornamenta- ção da construção. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA DIRETRIZES PROJETUAIS Através das pesquisas que foram realizados, foram determinados para o projeto as seguintes diretrizes: Salas de aulas preparadas segundo as diretrizes Montessorianas, per- mitindo a livre escolha das crianças e o desempenho de atividades di- ferentes. Área de convivência com espaços cobertos e ao ar livre para permitir a interação entre os alunos e com a natureza. Locais para exposição dos trabalhos dos alunos espalhados pela es- cola nos ambientes de convivência e circulação. Armários para o armazenamento individual dos materiais dos alunos localizados próximos a sala de aula. Espaços destinados para o desenvolvimento de atividades artísticas, como ateliê de artes, sala de dança, sala de música e um auditório para apresentações dos alunos. Áreas para refeições abertas e com cozinhas para as crianças utiliza- rem, servindo para exercício de vida prática. Uso de um mobiliário adequado ao tamanho das crianças e que pos- sibilitem o seu acesso a todos os materiais disponíveis. A utilização dos materiais criados por Montessori, dispostos em pra- teleiras que possibilitem às crianças livre acesso a eles, permitindo que eles escolham as atividades que irão fazer. Ambientes flexíveis que permitam a modificação do layout, com ge- nerosidade no dimensionamento e de fácil circulação. Integração dos ambientes internos e externos através do uso de grandes janelas que permitam a entrada de iluminação natural. O uso de técnicas de o conforto ambiental como, o sombreamento das janelas, resfriamento evaporativo através dos lagos e o uso de ven- tilação cruzada. Estabelecer uma conexão com os familiares e os moradores do en- torno através de espaços que permitam o uso de todos e a realização de eventos. O emprego de técnicas de permacultura, criando um edifício susten- tável e que permita o conhecimento das crianças a essas técnicas. Permitir um contato das crianças com a natureza através de grandes áreas de espaços abertos, jardins e uma horta. MAPA 3 - ESCOLAS E CRECHES DA REGIÃO SUL DE CUIABÁ ESCALA: 1/50.000 Por meio da análise do Mapa de Escolas e Creches municipais (Mapa 1), notou-se a pre- sença de um vazio e de poucas instituições na Região Sul, próximo ao Distrito Industrial, por causa disso essa foi a região escolhida para a im- plantação da escola. Para realizar uma melhor análise dessa área foi feio o Mapa De Escolas e Creches Municipais da Região Sul de Cuiabá (Mapa 2). Percebeu-se através de mapas de diferentes datas que a região vem passando por mudanças nos últimos tempos e vem sendo cada vez mais ocupada. Há uma tendência na região para o au- mento da sua população, o que geraria também no aumento de número de crianças e na necessi- dade de mais vagas. Outro fator na região é a proximidade com o Distrito Industriário, escola poderia também atender os filhos de alguns funcionários que trabalham nas fábricas do Distrito Industriário, buscando uma parceria com algumas dessas em- presas para ajudar nos custos de manutenção e construção da escola. Não se sabe a viabilidade dessa parceria público/privado, se isso seria real- mente possível, mas é um dos meios de buscar investimentos que hoje são cada vez mais raros. Escolas Municipais LEGENDA: Creches Municipais ESCOLHA DO TERRENO TERRENO PROPOSTO ESCALA: 1/5000 Próximo ao Distrito industrial, no bairro Jardim Passaredo, encontrou-se uma grande gleba ainda não ocupada de aproximadamen- te 540 mil metros quadrados, área desocupada chamou a atenção por ser um vazio urbano e possuir um grande potencial. Ela possui um acesso direto pela BR 364 e é próxima aos bairros São Francisco, São Sebas- tião, Distrito Industrial, Pascoal Ramos, Resi- dencial lagoa azul, residencial Recanto do Sol e Residencial Alice Novacki. Para a gleba foi proposto um projeto para a sua ocupação com a definição de lotes para uso residencial, lotes para uso comercial e uma área central destinada para a Implantação da escola. MACROZONEAMENTO DO TERRENO ESCALA: 1/10.000 Para a ocupação da gleba foi feito um projeto para a implan- tação de uma nova área urbana. Foram estabelecidos locais para o uso residencial, ou uso comercial, praças e para a implantação da escola. Próximos à BR 364 foram disponibilizados lotes para a o uso comercial, aproveitando de sua localização de fácil acesso. Os lo- tes de uso residencial foram disposto nas áreas mais reservadas. O terreno para a implantação da escola ficou localizado no centro da gleba, permitindo o acesso dos moradores dos bairros do entorno. Nas laterais do terrenos foram dispostas praças, a intenção é que a escola fique entre elas e faça uma integração de suas áreas de lazer. MACROZONEAMENTO DO TERRENO TERRENO PARA A ESCOLA LEGENDA: PRAÇAS USO RESIDENCIAL USO COMERCIAL DIVISÃO DAS TURMAS Para a segmentação das turmas da educação básica Maria Montessori propõe modelo das salas agrupadas, que se diferencia do modelo mais comum que são as salas seriadas. O modelo de salas seriadas é o mais utilizado nas escolas brasileiras, nele a divisão das turmas é feita por faixa etária ou nível de escolariza- ção. Nas salas seriadas a construção do currículo escolar segue uma or- dem cronológica, tendo o aluno que seguir por um caminho já traçado previamente, agindo como um sujeito passivo de seu próprio aprendiza- do. Não são considerados as individualidades de cada um, nem seus co- nhecimentos já obtidos, sua história e suas relações sociais e familiares. Como observou Lima (2016), o modelo possui algumas desvantagens: A hierarquização da aprendizagem exclui os que não conseguem manter a média do ritmo, seja pela menor ou maior velocidade de sua produção intelectual. A preten- sa homogeneidade advinda de salas com crianças e jo- vens da mesma faixa etária gerou um mito educacional: a da relação igualitária dos alunos com a aprendizagem. (LIMA, 2016. p.25). A proposta de Montessori de salas agrupadas surgiu através das suas pesquisas e experiências. As salas agrupadas são salas de aula com crian- ças de idades diferentes baseadas em ciclos trienais. Atualmente a escola montessoriana internacional utiliza a seguinte divisão de faixas etárias: I – Nido: zero a três anos; II – Casa da Criança: três a seis anos; III –Casa Escola (subdividido em três segmentos): seis a nove anos; nove a doze anos e doze a quinze anos. Essa divisão possibilita um maior tempo de vivência em cada ciclo e permite um maior estabelecimento de vínculos entre os indivíduos. A estrutura proporciona um maior respeito aos ritmos individuais, pois o desenvolvimento acadêmiconão é atropelado pelo fim de cada ano letivo. A diversidade entre as crianças é uma das principais vantagens do modelo, pois viabiliza um convívio entre indivíduos com tamanhos, idades e potencialidades diferentes. Há uma troca de papéis no decorrer do percurso de cada ciclo, por meio da interação de indivíduos de idades diferentes, os alunos passam pela experiência de serem os mais novos da turma até se tornarem “veteranos”. A formação das turmas foi feita com base nas salas agrupadas, utili- zando a divisão recomendada pela escola montessoriana internacional. O número de alunos, professores e auxiliares em cada turma seguiu as diretrizes impostas pelo Plano Municipal de Educação de Cuiabá. Fo- ram estabelecidas as seguintes turmas: EDUCAÇÃO INFANTIL Nido 1: Crianças de 0 a 3 anos Salas compostas por até 20 alunos com 3 professores e 3 auxiliares. Nido 2: Crianças de 3 a 6 anos Salas compostas por até 25 alunos com 3 professores e 3 auxiliares. ENSINO FUNDAMENTAL Agrupadas 1: Crianças de 6 a 9 anos (1 ao 3 ano) Salas compostas por até 30 alunos com 1 professor e 1 auxiliar. Agrupadas 2: Crianças de 9 a 12 anos (4 ao 6 ano) Salas compostas por até 30 alunos com 1 professor e 1 auxiliar. Agrupadas 3: Crianças de 12 a 15 anos (7 ao 9 ano) Salas compostas por até 30 alunos com 1 professor e 1 auxiliar. PÚBLICO ALVO E NÚMERO DE USUÁRIOS O público alvo do projeto são crianças de 0 até 14 anos, moradores da região do entorno e filhos de trabalhadores do Distrito Industrial. A escola iria atender a Educação Infantil e Ensino Fundamental com turmas em período integral. Os usuários foram divididos em duas categorias: Os usuários diretos são os que mais utilizam o prédio e tem acesso livre por praticamente todos os ambientes da construção, são eles: os alunos, os professores e os funcionários. Os usuários indiretos são os familiares dos alunos e a comunidade em geral, seu acesso é mais restritivo as áreas comunitárias e locais de eventos. Para definir a quantidade de alunos que da escola foi feito um estudo analisando os números das crianças da região do entorno do terreno proposto fundamentado nos dados do Censo 2010, esse estudo deta- lhado se encontra no Anexo A. No estudo constatou se que existiam na região 842 crianças de 0 a 6 anos e 1373 crianças de 6 a 14 anos, foi definido que a escola iria atender a aproximadamente 30% das crianças da região. Na Educação Infantil foram definidas 12 turmas, tendo uma capa- cidade para 270 crianças. Para o Ensino Fundamental existiram 18 tur- mas, comportando 450 alunos. No total a escola iria atender a 720 crian- ças. Na tabela abaixo são apresentadas divisões das turmas, números de alunos, professores e auxiliares. Turmas Idades Nº de turmas Alunos por sala Professores por sala Auxiliares por sala Alunos totais Professores totais Auxiliares totais Nido 1 0 - 3 anos 6 20 3 3 120 18 18 Nido 2 3 - 6 anos 6 25 3 3 150 18 18 Agrupadas 1 6 - 9 anos 6 25 1 1 150 6 6 Agrupadas 2 9 - 12 anos 6 25 1 1 150 6 6 Agrupadas 3 12 - 15 anos 6 25 1 1 150 6 6 Tabela 4 : Divisão de turmas, número de alunos, professores e auxiliares Total de turmas 18 Total de alunos 450 Total de professores 24 Total de auxiliares 24 ENSINO FUNDAMENTAL Total de turmas 12 Total de alunos 270 Total de professores 36 Total de auxiliares 36 EDUCAÇÃO INFANTIL Total de turmas 30 Total de alunos 720 Total de professores 60 Total de auxiliares 60 TOTAL Tabela 1: Usuários Educação Infantil Tabela 2: Usuários Ensino Fundamental Tabela 3: Usuários Totais da Escola PROGRAMA DE NECESSIDADES No projeto optou-se por fazer um programa de necessidades bem am- plo que atendesse não só aos alunos da escola mas que também pudesse atender a sua vizinhança. Observou-se com o estudo do entorno que a região possui poucos locais de lazer, por isso a necessidade de acrescentar ao programa espaços que atendessem a essa demanda. Foram definidos seis setores: Administrativo, saúde, pedagógico, ser- viços, evento e lazer. O pré dimensionamento foi feito com base em es- tudos de layout, buscando atender às demandas específicas de cada am- biente. Cada setor será apresentado nas páginas seguintes com uma breve descrição, uma tabela com seus ambientes e pré dimensionamento, segui- do pelos estudos de layout e do fluxograma do setor. SETOR PEDAGÓGICO O setor pedagógico é o mais importante de toda projeto, para ele foram definidos dois blocos, um para a Educação infantil e outro para o ensino fundamental. O acesso de ambos é feito pela entrada principal, porém cada um possui um controle, a conexão dos dois é feita através da área de convivência geral, que também permite o acesso para os outros setores da escola. O bloco de educação infantil possui uma área de convivência onde são interligados as salas das turmas do Nido 1, Nido 2, os ambientes de serviço, uma cozinha e um refeitório. Para o ensino fundamental além das salas para as turmas agru- padas, também foram definidas algumas salas temáticas, que se- riam os laboratórios de: Linguagens, história, geografia, ciências, biologia, matemática e informática. O bloco também possui uma cozinha para a utilização dos alunos, um refeitório, uma sala de música, um ateliê de artes e uma biblioteca. AMBIENTE DIMENSÕES NÚMERO ÁREA TOTAL Biblioteca 500 1 500 Sala Nido 1 50 6 300 Sala Nido 2 80 6 480 Sala do Soninho 100 6 600 Sala dos Berços 100 8 800 Sala Agrupadas 1 80 8 640 Sala Agrupadas 2 80 8 640 Sala Agrupadas 3 80 8 640 Sala de Música 100 1 100 Atêlie de Artes 100 1 100 Laboratório de Linguagens 100 1 100 Laboratório de História 100 1 100 Laboratório de Geografia 100 1 100 Laboratório de Ciências 100 1 100 Laboratório de Informática 100 1 100 Laboratório de Biologia 100 1 100 Laboratório de Matemática 100 1 100 ÁREA TOTAL 5500 SETOR PEDAGÓGICO SALA COZINHA BANHEIRO QUARTO VARANDA SALA DE ATIVIDADES LACTÁRIO FRALDÁRIO SOLÁRIO SALA DOS BERÇOS ÁREA DE CONVIVÊNCIA SALA 2 SALA 5 SALA 1 SALA 3 SALA 4 SALA 6 SALA COZINHA BANHEIRO QUARTO VARANDA SALA DE ATIVIDADES LACTÁRIO FRALDÁRIO SOLÁRIO SALA DOS BERÇOS ÁREA DE CONVIVÊNCIA SALA 2 SALA 5 SALA 1 SALA 3 SALA 4 SALA 6 SALAS NIDO 1 A proposta para as salas de aula da educação infantil Foi pensado com a intenção de criar ambientes que se assemelha com uma casa. Os ambientes que iriam compor a sala de aula foram pensados como os ambientes de uma casa, tanto nas salas destinadas ao Nido 1 quanto para as destinadas ao Nido 2. As salas do Nido 1 seriam todas independentes, elas possuíam um espaço para as atividades, um lactário, um fralda ário e uma sala de ber- ços, assim como o indicado pela legislação de Cuiabá. A disposição des- sas salas seriam como pequenas casas, para a conexão delas foi definido uma área de convivência que funcionam como uma espécie de quintal, permitindo a interação entre as turmas diferentes. SALA BANHEIRO QUARTO SALA DE ATIVIDADES BANHEIRO SALA DO SONINHO ÁREA DE CONVIVÊNCIA SALA 2 REFEITÓRIO SALA 1 SALA 3 COZINHA SALAMULTIUSO SALA 4 SALA 5 SALA 6 SALA BANHEIRO QUARTO SALA DE ATIVIDADES BANHEIRO SALA DO SONINHO ÁREA DE CONVIVÊNCIA SALA 2 REFEITÓRIO SALA 1 SALA 3 COZINHA SALAMULTIUSO SALA 4 SALA 5 SALA 6 SALAS NIDO 2 Assim como para salas do Nido 1, as salas para 2 dois se organizam como uma casa, com a diferença de terem todas uma cozinha comparti- lhada. Elas seriam compostas por uma sala para atividades, um banheiro para o uso das crianças e uma sala do soninho, um local onde seriam colocados os colchonetes para as crianças dormirem. A salas seriam conectadas através de uma área de convivência co- mum interligada a uma cozinha com adaptação para que as crianças a utilizarem, servindo como exercício de vida prática. Essa área comum também possuiria um refeitório, interligado a cozinha, e uma sala mul- tiuso para atividades diversas. SETOR SAÚDE Maria Montessori trata a respeito da importância de se ensinar a higiene para as crianças, como médica a saúde das criançasteve um grande destaque na sua obra por isso um cuidado especial a esse setor. Como disposto pelas normas municipais para escolas de en- sino básico, o programa de necessidades possui uma enfermaria para atendimentos rápidos. Foram acrescentadas mais duas salas ao setor, uma sala do psicólogo e um consultório médico. A sala do psicólogo servi- rá para atender as crianças, podendo também atender aos pais e familiares quando necessário. O consultório médico é para aten- dimento geral e pode ser usado por médicos com especialidades diferentes. AMBIENTE DIMENSÕES NÚMERO ÁREA TOTAL Sala do psicólogo 20 1 20 Consultório médico 30 1 30 Recepção 25 1 25 Enfermaria 30 1 30 ÁREA TOTAL 105 SETOR SAÚDE ENTRADA PRINCIPAL RECEPÇÃO RECEPÇÃO SAÚDE ENFERMARIA CONSULTÓRIO MÉDICO SALA DO PSICÓLOGO SAÍDA DE EMERGÊNCIA ACESSO SERVIÇO ACESSO PRINCIPAL CONSULTÓRIO MÉDICO ÁREA= 30 m² ESCALA = 1/100 SALA DO PSICÓLOGO ÁREA= 20 m² ESCALA = 1/100 ENFERMARIA ÁREA= 30 m² ESCALA = 1/100 RECEPÇÃO ÁREA= 25 m² ESCALA = 1/100 SETOR EVENTOS O setor eventos é composto por duas áreas: o auditório e o salão multiuso, eles são muito importantes por proporcionar a interação entre os alunos, os familiares e a vizinhança. O auditório tem capacidade de 294 pessoas na plateia, um pal- co com coxias, camarins individuais e coletivos, sala de apoio, cabine de som, bilheteria e um foyer. O palco também é adaptado para funcionar como uma sala de projeções. Como não existe nenhum teatro próximo a região, esse seria um grande destaque no projeto. Ele possui uma entrada separada e pode funcionar independentemente da escola. A área de eventos seria aberta, coberta e com planta livre, po- deria ser usado para realização de eventos diversos, como festas, exposições e feiras. Por ser um ambiente livre não existe predefi- nição de layout, para o seu dimensionamento foi considerado que uma capacidade de população de 800 pessoas. AMBIENTE DIMENSÕES NÚMERO ÁREA TOTAL Camarim coletivo 20 2 40 Camarim individual 15 2 30 Foyer 250 1 250 Cabine de controle 15 1 15 Sala de apoio 20 2 40 Auditório 490 1 490 Área para eventos 2000 1 2000 ÁREA TOTAL 2865 SETOR EVENTOS ENTRADA EVENTOS ACESSO EVENTOS CONVIVÊNCIA GERAL ENTRADA AUDITÓRIO FOYER AUDITÓRIO COXIAS CABINE DE CONTROLE SALA DE APOIO BANHEIROS BANHEIROS ÁREA DE EVENTOS CIRCULAÇÃO APOIO EVENTOS SALA DE APOIO CAMARINS VESTIÁRIOS DML SALA DE APOIO ÁREA= 20 m² ESCALA = 1/100 CABINE DE CONTROLE ÁREA= 15 m² ESCALA = 1/100 CAMARIM INDIVIDUAL ÁREA= 15 m² ESCALA = 1/100 CAMARIM COLETIVO ÁREA= 20 m² ESCALA = 1/100 PALCO AUDITÓRIO ÁREA= 490 m² ESCALA = 1/200 SETOR SERVIÇO O setor de serviço ficou espalhado por todo o complexo, para atender melhor os outros setores e evitar longos deslocamentos, banheiros e depósitos de materiais de limpeza (DML) acompa- nharam todos os blocos. No bloco principal da edificação estariam algum ambientes mais gerais como o vestiário dos funcionários, a sala de descanso e a lavanderia. Para estimular e facilitar a reciclagem serão coloca- das lixeiras de lixo orgânico, plástico, vidro, papel e metais. A cozinha principal se localiza no bloco principal e serve para atender os refeitórios diariamente e o setor de eventos em situ- ações especiais. O bloco infantil e bloco do ensino fundamental terão uma cozinha instrumental próxima ao seus refeitórios para que as crianças desenvolvam habilidades culinárias e tenham uma maior independência. AMBIENTE DIMENSÕES NÚMERO ÁREA TOTAL Banheiros adultos 60 4 240 Banheiros E.I. 60 6 360 Banheiros E.F. 60 6 360 Sala de descanso 30 1 30 Vestiários 60 5 300 Copa 12 3 36 DML 6 5 30 Lavanderia 6 2 12 Lactário 15 6 90 Cozinha E.F. 60 1 60 Cozinha creche 48 1 48 Câmara fria 6 1 6 Cozinha 60 1 60 Refeitório Creche 100 1 100 Refeitório E.F. 350 1 350 Despensa 10 1 10 Lixo 20 1 20 Fraldário 15 6 90 ÁREA TOTAL 2202 SETOR SERVIÇO ENTRADA FUNCIONÁRIOS ENTRADA SERVIÇO ENTRADA COZINHA COZINHA DESPENSA BLOCO SAÚDE BLOCO EVENTOS SALA DE DESCANSO COPA LIXO CÂMARA FRIA ACESSO SERVIÇO VESTIÁRIOS REFEITÓRIO E.I.COZINHA E.I. COZINHA E.F. BLOCO E.F. BLOCO E.I. REFEITÓRIO E.F. LACTÁRIO ÁREA= 15 m² ESCALA = 1/100 FRALDÁRIO ÁREA= 15 m² ESCALA = 1/100 SALA DE DESCANSO ÁREA= 30 m² ESCALA = 1/100 COLETA DE LIXO ÁREA= 20 m² ESCALA = 1/100 BANHEIRO E.F. ÁREA= 60 m² ESCALA = 1/100 BANHEIROS ÁREA= 60 m² ESCALA = 1/100 VESTIÁRIO ÁREA= 60 m² ESCALA = 1/100 DML ÁREA= 6 m² ESCALA = 1/100 COPA ÁREA= 12 m² ESCALA = 1/100 LAVANDERIA ÁREA= 6 m² ESCALA = 1/100 BANHEIRO CRECHE ÁREA= 6 m² ESCALA = 1/100 COZINHA CRECHE ÁREA= 48 m² ESCALA = 1/100 COZINHA E.F. ÁREA= 60 m² ESCALA = 1/100 COZINHA GERAL ÁREA= 60 m² ESCALA = 1/100 DESPENSA ÁREA= 12 m² ESCALA = 1/100 CÂMARA FRIA ÁREA= 6 m² ESCALA = 1/100 SETOR LAZER O setor de serviço ficou espalhado por todo o complexo, para atender melhor os outros setores e evitar longos deslocamentos, banheiros e depósitos de materiais de limpeza (DML) acompa- nharam todos os blocos. No bloco principal da edificação estariam algum ambientes mais gerais como o vestiário dos funcionários, a sala de descanso e a lavanderia. Para estimular e facilitar a reciclagem serão coloca- das lixeiras de lixo orgânico, plástico, vidro, papel e metais. A cozinha principal se localiza no bloco principal e serve para atender os refeitórios diariamente e o setor de eventos em situ- ações especiais. O bloco infantil e bloco do ensino fundamental terão uma cozinha instrumental próxima ao seus refeitórios para que as crianças desenvolvam habilidades culinárias e tenham uma maior independência. AMBIENTE DIMENSÕES NÚMERO ÁREA TOTAL Ginásio poliesportivo 820 1 820 Piscina 375 1 375 Parquinho externo 500 1 500 Sala de artes marciais 100 1 100 Sala de dança 100 1 100 Depósito materiais esportivos 15 1 15 Horta 100 1 100 ÁREA TOTAL 2010 SETOR LAZER ENTRADA PRINCIPAL RECEPÇÃO CONVIVÊNCIA GERAL GINÁSIO SALA DE ARTES MARCIAIS BLOCO E.F. ACESSO PRINCIPAL BLOCO E.I. VESTIÁRIOS PISCINA HORTA VESTIÁRIOS SALA DE DANÇA BANHEIROSDML SALA DE ARTES MARCIAIS ÁREA= 80 m² ESCALA = 1/100 SALA DE DANÇA ÁREA= 80 m² ESCALA = 1/100 DEPÓSITO MATERIAIS ESPORTIVOS ÁREA= 15 m² ESCALA = 1/100 SETOR ADMINISTRATIVO O setor administrativo é onde se encontram os ambientes des- tinados ao corpo administrativo da escola. Foi estabelecido que a Educação Infantil e o Ensino Fun- damental teriam cada um teria uma coordenação, uma sala dos professores, uma secretaria e uma orientação pedagógica. Por ser uma escola muito grande e com grande número de alunos essa divisão serviu para manter uma melhor organização e atender cada nível de uma maneira específica. Os outros ambientes como a direção, o arquivo, as salas de reunião, o almoxarifado e financeiro, foram definidos para servir para toda escola. AMBIENTE DIMENSÕES NÚMERO ÁREA TOTAL Entrada Principal 50 1 50 Entrada Eventos 50 1 50 Controle E.I. 50 1 50 Controle E.F. 80 1 80 Recepção 50 1 50 Secretaria 25 3 75 Diretoria 20 1 20 Orientação pedagógica 16 2 32 Arquivo 6 1 6 Almoxarifado 15 1 15 Financeiro 16 1 16 Coordenação EI 20 1 20 Coordenação EF 20 1 20 Sala dos Professores 60 2 120 Sala de Reunião 40 2 80 ÁREA TOTAL 634 SETOR ADMINISTRATIVO ENTRADA PRINCIPAL RECEPÇÃO CONVIVÊNCIA GERAL GINÁSIO SALA DE ARTES MARCIAIS BLOCO E.F. ACESSO PRINCIPAL BLOCO E.I. VESTIÁRIOS PISCINA HORTA VESTIÁRIOS SALA DE DANÇA BANHEIROSDML SALA DE REUNIÃO ÁREA= 40 m² ESCALA = 1/100 COORDENAÇÃO E.I.. ÁREA= 20 m² ESCALA = 1/100 COORDENAÇÃO E.F. ÁREA= 20 m² ESCALA = 1/100 SALA DOS PROFESSORES ÁREA= 60 m² SECRETARIA ÁREA= 25 m² ESCALA = 1/100 ARQUIVO ÁREA= 6 m² ESCALA = 1/100 SALA FINANCEIRO ÁREA= 16 m² ESCALA = 1/100 ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA ÁREA= 16 m² ESCALA = 1/100 ALMOXARIFADO ÁREA= 15 m² ESCALA = 1/100 DIRETORIA ÁREA= 20 m² ESCALA = 1/100 REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, D. D. M.; ALVES, M. L. Consideraçõessobre a influ- ência de Montessori na educação brasileira. Recife: Fundação Joa- quim Nabuco, Editora Massangana, 2010. BARBOSA, H. M. B.; SILVA, M. D. P. D. Sistema Montessori e os seus traços arquitetônicos. Inter-American Journal of Development and Research, Ouro Preto do Oeste, v. 2, n. 1, p. 48-56, 2019. Dispo- nível em: <http://revistas.uneouro.edu.br/index.php/uneouro/issue/ view/3/4>. Acesso em: 10 de jan. de 2020. BRASIL. Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretri- zes e Bases da Educação Nacional, Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 10 de jan. de 2020. ESCOLA Infantil Montessori / Meius Arquitetura + Raquel Cheib Ar- quitetura. Archdaily, 2018. Disponível em: <https://www.archdaily. com.br/br/900876/escola-infantil-montessori-meius-arquitetura-plus- -raquel-cheib-arquitetura>. Acesso em: 20 de dez. de 2019. ESCOLA INFANTIL MONTESSORI. Página institucional. Dispo- nível em: <https://escolainfantilmontessori.com.br>. Acesso em: 20 de dez. de 2019. ESCOLA Ratchut / Design in Motion. Archdaily, 2018. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/897697/escola-ratchut-desig- n-in-motion>. Acesso em: 14 de dez. de 2019. LIMA, Edimara. A sala agrupada montessoriana da educação fun- damental. Organização Montessori do Brasil, 2016. Disponível em: <http://omb.org.br/wp-content/uploads/2016/09/A-sala-agrupada- -Montessori.pdf>. Acesso em: 20 de jan. de 2020. MONTESSORI, Maria. Pedagogia científica: a descoberta da nova criança – (tradução deAury Azélio Brunetti). São Paulo: Flam- boyant, 1965. ORGANIZAÇÃO MONTESSORI DO BRASIL. Página institucio- nal. Disponível em: <http://omb.org.br/>. Acesso em: 10 de nov. de 2019. RÖHRS, Hermann. Maria Montessori. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. RUDOLPHO, C. R.; CARARO, J. F. J. Diretrizes projetuais para am- bientes escolares infantis baseados no método de ensino de Montesso- ri. Arquitetura e cidade: privilégios, conflitos e possibilidades, Curitiba, 2019. ANEXOS ANEXO A: ESTUDO DE CRIANÇAS DO ENTORNO Número do setor Nome do Bairro 0 anos 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 510340310430069. Lagoa Azul 5 9 17 10 11 12 10 16 13 6 14 14 18 12 17 510340310430111. Distrito Industrial 3 6 6 4 4 4 4 3 2 3 1 6 2 4 2 510340310430001. Jardim Passaredo 15 11 15 22 17 19 19 19 15 18 24 18 30 24 22 510340310430150. Jardim Passaredo 9 14 13 13 14 11 17 10 16 13 15 25 18 12 20 510340310430116. Jardim Passaredo 21 18 26 17 24 23 26 25 20 34 28 21 15 18 25 510340310430151. São Francisco 5 5 6 3 7 1 6 4 3 4 3 4 4 4 5 510340310430113. ZEU 2 2 0 1 1 0 1 2 1 2 5 5 1 1 3 510340310430004. Jd. Presidente 17 25 25 16 25 27 26 15 29 24 26 24 20 21 20 510340310430182. Jardim Passaredo 7 13 20 14 13 6 7 19 15 12 10 9 14 10 20 510340310430002. São Francisco 8 23 16 13 15 14 15 18 13 9 18 12 13 12 8 510340310430117. São Francisco 7 8 8 8 2 11 7 5 8 10 6 5 8 8 10 510340310430003. São Francisco 13 16 14 15 8 9 9 14 15 13 15 12 13 17 7 Numéro Total 112 150 166 136 141 137 147 150 150 148 165 155 156 143 159 Tabela 5: Número de crianças no entorno O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibi- liza os dados do Censo 2010 através da plataforma digital Sinopse por setores, nela estão apresentados várias informações demográficas sobre a população. Para fazer obter o número de crianças residentes na região do en- torno do terreno proposto para o projeto foram utilizados os dados dos setores que se encontram em um raio de três do terreno. A partir das informações disponibilizados foi possível a criação da tabela abaixo, onde estão apresentados os números das crianças residentes no entorno e a quantidade delas por faixa etária. ANEXO B - ENTREVISTAS COM CRIANÇAS Como o público alvo e os usuários principais do projeto são crian- ças, percebeu-se a necessidade de saber as suas percepções a respeito dos ambientes escolares. Foram feitas três entrevistas com crianças de doze a sete anos utilizando um questionário rígido de perguntas sobre o tema. Questionário para entrevistas crianças: 1- Como é a escola que você estuda? O espaço da escola e seus ambien- tes. 2- Como é a sua turma, quantos alunos tem em sala e quantos profes- sores? 3- Quais são as atividades que você mais gosta de fazer na escola? 4- Qual seu lugar preferido na escola? 5- Qual o lugar que você menos gosta? 6- Se você pudesse mudar algo na sua escola, o que seria? 7- Como seria uma escola ideal pra você? ANEXO C: ENTREVISTA HENRIQUE Realizada em: 10/11/2019 Tempo de gravação: 4 minutos e 2 segundos Identificação: HMR, 10 anos, estudante da quinta série. E: Como é a escola que você estuda? Em espaço da escola e seus am- bientes. H: É grande. Ela tem … no … tem jogos no recreio para as crianças brincarem e um espaço para teatro. E: Para teatro? Como é esse espaço para teatro? H: É uma arena que tem uma arquibancada e tem um palco que geral- mente é onde fazem as apresentações lá. E: Quais são as atividades que você mais gosta de fazer na sua escola? H: Atividades, como assim? E: Atividades, do tipo jogar bola, pintar... H: Eu prefiro … Fazer capoeira mesmo. E: Você faz capoeira? H: Sim. E: E onde você faz capoeira? H: Na escola. E: Em que lugar da escola? H: Em uma sala que fica perto das quadras. E: Em uma sala que é sala de aula? H: Sim, quando acaba a aula a gente vai lá para fazer capoeira. E: Qual seu lugar preferido na escola? H: O bebedouro. E: Por que você gosta do bebedouro? H: Porque no recreio a gente, eu e meus amigos, a gente toda hora vai pro bebedouro. E: Para beber água ou porque é fresco? H: Para beber água e também porque é fresco. E: É o lugar mais fresco da escola? H: É. E: Qual o lugar que você menos gosta? H: Coordenação. E: Por que? H: Porque é onde eu levo bronca… E: Se você pudesse mudar alguma coisa na sua escola, o que você mu- daria? H: Eu não sei ... E: E agora nessa pergunta você pode falar bastante. Como seria uma escola ideal pra você? O que a escola teria? H: Se eu fosse uns três ou dois anos mais novo eu ia falar que eu ia querer um armário, não sei por que, mas eu queria muito que tivesse um armário na escola quando eu era pequenininho. E: Para guardar roupa? H: Não, para guardar material, assim, quando começa a aula você vai lá no armário e pega um livro, tipo de ciencias, e vai pra aula de ciências, aí toca o sino geografia, aí você vai lá guarda o livro de ciências e pega o de geografia. E: E tem mais alguma coisa que você queria de espaços? Algum espaço que não tem na sua escola, mas você sabe que tem em outra escola ... H: Não. ANEXO D: ENTREVISTA RAFAELA Realizada em: 11/11/2019 Tempo de gravação: 2 minutos e 31 segundos Identificação: RSM, 7 anos, estudante da segunda série. E: Como é a escola que você estuda, o espaço da escola e seus am- bientes? R: É assim bom, é bom, é espaçoso ... E: Como é a sua turma, quantos alunos tem em sala e quantos profes- sores? Rafaela: Na minha turma é um professor, a turma conversa um pouco (risos) e eu acho que são 22 ou 23 alunos. Entrevistador: Quais são as atividades que você mais gosta de fazer na escola? R: As de matemática. E: Qual é o seu lugar preferido na escola? R: A quadra de areia. E: Se você pudesse mudar algo na sua escola o que seria? R: Deixa eu ver … Eu ia mudar, acho que, o lugar onde pega o lanche e por ar na minha sala, nas salas. E: Como seria uma escola ideal pra você? R: Pra mim uma escola ideal seria uma turma tranquila, que ficasse quieta, que ficasse em silêncio … e fosse bem espaçosa … na hora do recreio a gente brinca muito de gelinho e pique esconde … a gente corre muito. ANEXO E: ENTREVISTA SOPHIA Realizada em: 26/01/2020 Tempo de gravação: 3 minutos e 50 segundos Identificação: SMR, 12 anos, estudante da sétima série. E: Como é a escola que você estuda? Em relação aos espaços e os am- bientes da escola. S: É bem confortável,por assim dizer. É um espaço grande, tem canti- na, bebedouros espalhados, alguns jardins da diretora … tem quadras, dois andares, várias salas para as aulas. É um espaço grande. E: Como é a sua turma? Quantos alunos tem na sua sala? E quantos professores? S: São 25 alunos e provavelmente 11 professores, eu não lembro muito bem. E: É por matéria? S: É. E: Qual era a turma que você estava? S: Sexto ano. E: Quais são as atividades que você mais gosta de fazer na escola? S: Ler, eu gosto bastante de ler. E: Qual é o seu lugar preferido na sua escola? S: A sala de aula. E: E qual é o lugar que você menos gosta? S: A sala da direção. E: Se você pudesse mudar algo na sua escola, o que você mudaria? S: O tempo do intervalo, risos. E: Você queria mais tempo? S: É. E: Como seria uma escola ideal pra você? S: A minha escola é boa, eu não penso em questões de uma escola ideal. E: Mas tem alguma coisa que você gostaria que tivesse na sua escola? S: Não, só aumentar o tempo de intervalo, risos. E: Em relação aos espaços você não queria nada? Alguma coisa que você talvez tenha visto em outra escola e você achou interessante? S: Talvez … Tem bastante escola que faz uns passeios, eu queria que a minha escola fizesse. Uma vez … Tipo marca, mas sempre que marca, no dia desmarca, porque acontece algum imprevisto. Um dia a gente ia pra SANEAR (Serviço de saneamento ambiental de Rondonópolis), ver lá como funcionava o ciclo da água e tal, ai cancelou no dia lá, não sei, aconteceu alguma coisa, algum problema e não deu certo pra poder ir. ANEXO F: ENTREVISTA CLEUSA ENTREVISTA COM CLEUSA MARIA FERREIRA BATISTA, bió- loga, com atualizações e especializações em psicologia e pedagogia, foi professora alfabetizadora e possui com 48 anos de experiência profis- sional na Educação. E: Quais foram os métodos de pedagogia que você teve contato? C: O primeiro curso de especialização para montesseriano comecei na escola montessore, eu não fiz curso em ____, tenho conhecimento na ___, depois eu fiz construtivista e autocontrustivista e sociointerativis- ta, essa foi sempre a minha pedagogia, a que coloco na vida. E: O que você acha do método montessorianos C: Eu aprendi alfabetizar pelo método montessoriano. Mesmo após 40 anos, eu me lembro das crianças andando na linha, trabalhando com a escada rosa, com a torre marron, eu me lembro até hoje dos objetos, mais ainda tenho lembranças claras e é uma emoção, é um metodologia iluminada. Foi com ela que também me iluminei, pra busca, pra saber que a criança constrói, que é possível, e que as vezes são atos nossos é que atrapalham o processo cognitivo da criança e deixar a criança produzir, construir é um caminho para aprender. Pra mim, isso é coisa fantástica. Eu me lembro dos espaços, mesmo tendo trabalhado numa escola pe- quena, mas os espaços eram maravilhosos. Eu me lembro que os pais passavam um dia na escola e esse dia era tudo de bom, porque a convi- vência era muito agradável. O pai e o aluno fazendo a mesma atividades e sentados todos no chão. Só trabalhávamos no chão, pois no mundo da criança todo mundo fica pequeno, do mesmo tamanho. Isso era muito legal. O espaço montossoriano não precisa ser muito grande, mas é uma escola totalmente humana. É fantástico. E: Como você trabalha muito tempo, você acha que o método motos- sorianos influenciou outros métodos que vieram depois? C: Acho que todos vieram depois dela, sofreram influência. A questão da afetividade, por exemplo, mesmo não estando explicito na obra dela, ela trabalhava com esse olhar para a criança. Todo mundo bebeu com nesta fonte. E: Qual o método que vocês empregam no Master? C: Posso dizer que somos sociointerativista, mas tem uma pegada mais tradicional em função dos materiais e isso acaba tendo uma visão mais tradicional. Temos um sistema de provas mais fechada, com data, mas a postura dos professores em sala de aula, na construção do conhecimen- to, na hora de trabalhar o livro de leitura é sociointeracional. E: Como seria a organização de uma educação infantil e ensino funda- mental. C: Eu penso numa escola infantil, que tenha verde dentro, e que as crianças tenha espaços de brinquedos que ele sai da porta sala e já te- nham os brinquedos pra eles brincar, acompanhados pela professora, e se ele não está a fim de fazer uma coisa tem outra, se ele não quiser brin- car com a massinha ele pode sair e brincar com outra coisa, que tenha uma caixa e um baú onde ele pode explorar, pois a criança aprende ex- plorando qualquer coisa, o mundo da criança é feito com a exploração, em tudo ela aprende. Se ele está fazendo um exercício de motricidade, ou está usando o corpo para fazer alguma atividade, ou lendo, ele está aprendendo. E esse espaço a escola tem que oferecer tudo isso, como espaço dele. Penso que sala de aula deve ser integrada com o mundo externo, mas também deve haver um espaço externo para interação com outras idades, ex.: 4,5,6 pode estar juntos; 7,8,9 podem estar juntos. Você constrói respeito nas relações e também a diversidade para você ter mais pessoas e diferenças. E: Como é o Ambiente direcionados para professores e funcionários? C: Aqui tem sala de professores e também de funcionários. Pra mim, a sala dos professores e funcionários tem que estar sempre próximo dos alunos. Quem coordena a educação infantil, fundamental, deveria ter uma salinha no meio da sala, pois é o olhar dos adultos e daqueles que se responsabilizam pelo trabalho. A cada bloco deveria ter uma coor- denação. E: Como seria uma escola ideal para você? C: Minha escola ideal seria muito verde, blocos por idades, muitos es- paços grandes que pra mim é vida. Evitar muito ruído, pois as crianças hoje são muitos sensíveis. Quando ao fluxo, tem que ser muito pensado, não pode acumular duas turmas num único corredor. Por bloco seria muito melhor, por exemplo um bloco da educação infantil, um de pri- meiro ao quinto, etc. No bloco você consegue colocar “a cara deles” dentro do bloco, as coordenações, as posições deles. Mas também tem que haver espaços coletivos porque a interação também é muito boa. Além disso, deve ter uma boa cantina, com preços compatíveis, mais de uma quadra, ou mais de um espaço, para fazer educação física e ati- vidades externas, área exposição, ou parque de exposição coberto, para valorizar os trabalhos das crianças, auditório para ouvir uma música, tocar uma flauta, com redes, camas, enfermaria, etc. ANEXO G: ENTREVISTA ANDRÉIA ENTREVISTA COM ANDRÉIA SUDÁRIO GALVÃO ARAÚJO, pedagoga, especialista em educação infantil, com 32 anos de profissão e que trabalha na escola particular Marster e no colégio municipal Carlos Maldonado. Na vida acadêmica e profissional quais os tipos de métodos pedagógico você estudou ou teve experiência? Respostas: Montessori, tradicional, pedagogia do oprimido e uma pin- celada de construtivismo. Quando do início no magistério a gente usa o tradicional, mas depois a gente vai percebendo que é preciso trabalhar com outros métodos. Sobre o método Montessori, o que você pode falar sobre ele? Considero muito importante, pois foca no desenvolvimento da autono- mia da criança desde pequena. Ela vai lá, ela escolhe os jogos, os brin- quedos para que ela pega de acordo com as características dela. É foca- do bem na autonomia, na questão da responsabilidade: pegou, guardar, devolve, né? Essa parte é muito interessante. Tem ainda a questão da estética, mesmo que você não trabalha no método montessoriano. Im- portante pegar parte dessa filosofia metodologica e utilizar no seu dia. Quais as metodologias que você trabalha em sua escola? No município a gente tem trabalhado a questão dos “cantinhos”: o can- to da Ciência, o canto da Matemática, o canto da Linguagem, buscando oferecer esses espaços para criança poder desenvolver. Mas isso mas ainda não aconteceu, não está consolidado. Por isso a gente acaba mis- turando, de acordo com a formação dos professores. Você pega um pouco montessore,
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