Buscar

Teorias do Erik Erikson no filme Primavera, Verão, Outono, Inverno e Primavera

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

IFCE CAMPUS FORTALEZA
LICENCIATURA EM TEATRO – Psicologia do Desenvolvimento 2021.1
Prof. Gileno Nunes Campos
Aluna: Ana Maria Castro Sousa
Os estágios de desenvolvimento de Erik Erikson, dentro do filme Primavera,
Verão, Outono, Inverno... e Primavera
No filme, a primavera é nossa infância que fazemos travessuras, fazemos coisas
que não entendemos e não temos ideia o que é e o que não é. O discípulo garoto
apronta as suas travessuras como todo garoto, mas que aprende que a vida é muito
mais valiosa do que a sua ingenuidade pensa não ser. Amarra uma pedra num
peixe, num sapo, numa cobra e o mestre que o seguia para ver se estava tudo bem,
viu ele fazer isso e não disse nada. Quando o garoto estava dormindo o mestre
pega uma pedra muito grande e amarra na cintura do garoto, pois ali havia uma
lição a aprender, a compaixão pelo lugar do outro. No segundo e no terceiro estágio
do Erikson ele fala sobre a independência e confiança, podemos ver isto claramente
nos dois momentos de primavera do filme, no qual o menino se sente extremamente
independente do monge para sair e explorar, e inclusive para pegar os animais e
fazer o que ele queria, mesmo que não fosse o certo. A imagem do monge aqui
também é importante pois se posiciona como o responsável por ensinar ao garoto o
que se deve ou não fazer, mostrando a ele o que ele fez de errado com os animais,
e lhe explicando que as ações dele teriam consequências. Ao monge também
coube o papel de explicar a importância do autocontrole para o menino.
O verão fala da fase do ser humano que desenvolve e cresce e que chamamos de
adolescência, época das paixões e as paixões são quentes, como são os verões
que é a temporada das multiplicações. A mãe leva sua filha muito nova e doente
para o monge tentar curá-la, pois estava muito doente e que não se recuperava. A
mãe se foi e a moça ficou como hóspede, mas algo aconteceu no discípulo que ele
não sabia, um sentimento de atração que começa quando ele pega a moça sem
querer se trocando. A moça começou a se apaixonar pelo rapaz, tiveram relações
sexuais e num dia, o mestre viu que a moça já estava recuperada e a mandou
embora. O jovem monge então fugiu pro mundo dos homens. Essa fase da vida
pode ser vista no quarto e no quinto estágio do Erikson. No quarto estágio é quando
a interação social é fundamental para o desenvolvimento, nesta etapa começam a
desenvolver conhecimentos e habilidades de acordo com seus interesses, e ao
colocar em teste, percebem se são competentes ou não naquilo que almejam. Se
inicia o auto conceito e até mesmo uma sensação de orgulho ao exercer uma
atividade com êxito, e nós podemos observar isso exatamente na forma como o
monge jovem consegue ou não seguir a vivência de um monge de verdade e
também na inocência que o garoto aparenta ter antes e durante a chegada da
garota. No quinto estágio, de acordo com Erikson, nesta etapa o adolescente
desenvolve a sua identidade, que pode sofrer alterações constantes devido a
interação social, os adolescentes são considerados rebeldes, imprevisíveis e
impulsivos, mas tudo isso faz parte de um processo de encontrar sua própria
identidade, e nós podemos ver isso claramente na forma como a interação social do
monge jovem com a menina faz com que a personalidade e as ações do garoto
mudem.
O outono é quando as folhas caem e as plantas e flores morrem como tudo, todos
passam pelo outono da vida e vê que nada é permanente. O tempo passa e os anos
passam, o mestre espera, mas anos lhe envelhecem e ele sente que se vai e
escreve uma mensagem. Põem lenha no barco e em baixo coloca uma vela, onde
acendera a lenha. Tampa os seus sentidos, senta na lenha e espera ela lhe queimar
como um ser que cumpriu sua missão e que a morte nada mais é do que uma
mudança, afinal, tudo é transitório e nada é como pensamos que seja. Podemos
relacionar essa fase do monge velho, com o último estágio de Erikson onde ele fala
sobre como a última etapa de nossa vida é também um momento de reflexão: ‘eu
vivi uma vida significativa?’, Erikson fala muito sobre ensinar o indivíduo a enfrentar
o fim da vida, com sabedoria e paz, buscando a integridade do ego e dando valor às
experiências adquiridas durante os estágios anteriores, e no caso desse monge ela
foi significativa ao ponto de ele achar que cumpriu a missão dele.
Inverno, depois de muito tempo o discípulo volta e encontra a casa vazia, não se
surpreende, afinal, foram longos anos de prisão. Encontra o barco e quebra o gelo,
como um bom budista, recolhe as pérolas que o mestre deixou ao se queimar (que
indicam o próximo renascimento). Talhou um Buda no gelo, treinou as artes
marciais, meditou como se estivesse esperando ou não. Uma mulher chegou com
uma criança e deixando ela lá para que o monge pudesse cuidar da criança, mas
caiu num dos buracos que o mestre tinha aberto, morrendo. O menino bebê sai lá
fora e o homem o vê e pega antes que ele caísse e encontra o corpo da mulher
morta no gelo, onde enterrou e ficou com o menino como seu discípulo (como seu
mestre fez). Esse momento pode se refletir no sétimo estágio de Erikson, onde ele
afirma que é um período de estagnação, onde o adulto já atingiu aquilo que estava
buscando nos estágios anteriores e passa a cultivar os relacionamentos e se
preocupa mais com os outros do que consigo mesmo. A sensação de contribuir para
algo é fundamental, portanto nesta fase é preciso despertar um propósito ao
indivíduo. O que acontece muito também é uma frequente reflexão sobre tudo aquilo
que fizeram em momentos anteriores, arrependidos dos erros e orgulhosos com os
acertos. Isso pode se relacionar diretamente na forma como o novo monge enterrou
o corpo da mulher, e se comprometeu a cuidar do bebê que foi deixado por ela.

Mais conteúdos dessa disciplina