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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA PROGRAMA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SEÇÃO DE ENSINO BÁSICO (SE/1) FÍSICA EXPERIMENTAL III Interferência e Difração Professor: Gerson Bazo Costamilan 2º Ano - Turma A 1◦ Ten Antonio Marcos Ferreira Neto Asp R/2 Mateus Lima Silveira Asp R/2 Ismael Ávila Vasconcelos Al Vinı́cius Magalhães Rio de Janeiro 2021 Sumário 1 Resumo 3 2 Introdução 3 2.1 Interferência de uma onda eletromagnética . . . . . . . . . . . . . . . . 3 2.2 Difração de uma onda eletromagnética . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 2.3 Fenda Única . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2.4 Rede de Difração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2.5 Experimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3 Material utilizado e procedimento experimental 5 3.1 Material utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3.2 Procedimento experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3.2.1 Interferência - Determinação do comprimento de onda . . . . . . 6 3.2.2 Verificação da densidade de linhas . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3.2.3 Verificação da largura da fenda única . . . . . . . . . . . . . . . 7 3.2.4 Determinação da espessura do fio de cabelo . . . . . . . . . . . 7 4 Resultados e discussões 7 4.1 Interferência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 4.1.1 Determinação do comprimento de onda . . . . . . . . . . . . . . 7 4.1.2 Verificação da densidade de linhas . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 4.2 Difração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 4.2.1 Verificação da largura da fenda única . . . . . . . . . . . . . . . 10 4.2.2 Determinação da espessura do fio de cabelo . . . . . . . . . . . 12 5 Conclusão 13 1 Resumo Este trabalho apresenta uma análise da difração e interferência da luz. Seu objetivo é comparar os resultados obtidos na prática com o preconizado no modelo teórico. Para isso, foram analisados o vı́deo do experimento e os dados apresenta- dos, de forma que fossem utilizados nos cálculos necessários, levando em conta os possı́veis erros intrı́nsecos e, a partir disso, comparou-se com a literatura teórica. Ao fim, percebeu-se que os valores encontrados diferem em muito pouco do previsto, de forma que demonstram a coerencia da teoria e de sua aplicação. Palavras chave: Interferência, Difração e Rede. 2 Introdução Para entendermos melhor o experimento em questão devemos assimilar alguns conceitos importantes, são eles: Interferência de uma onda eletromagnética, Difração, Fenda Única e Rede de Difração. 2.1 Interferência de uma onda eletromagnética Consiste no encontro de duas ou mais ondas eletromagnéticas em um mesmo ponto do espaço e é regido pelo princı́pio da Superposição. Podemos dividir o pro- cesso em dois casos: • Interferência Construtiva: quando os máximos das ondas coincidem, ou seja, estão em fase, a amplitude da onda resultante é igual a soma das amplitudes das duas ondas; e • Interferência Destrutiva: quando o máximo de uma onda coincide com o mı́nimo da outra, ou seja, estão fora de fase, amplitude da onda resultante é igual a diferança das amplitudes das duas ondas. 2.2 Difração de uma onda eletromagnética É o fenômeno no qual uma onda contorna um obstáculo (barreiras ou fendas), sendo necessário que a dimensão desses obstáculos se compare à ordem de gran- deza do comprimento da onda. Após a onda atravessar tal obstáculo ocorre uma mundança de coportamento produzindo novas ondas cirulares que seguem o padrão de distrubuição espacial caracterizado por interferências construtivas e destrutivas. A figura a seguir, embora não seja uma onda eletromagnética, ilustra esse fenômeno. 3 Figura 1: Difração de onda mecânica. 2.3 Fenda Única Agora iremos verificar o comportamento de uma onda eletromagnética ao atra- vessar uma fenda única. Submetendo uma onda eletromagnética de comprimento lambda e uma fenda de largura b. Figura 2: Difração de Fenda Única Assim, a distribuição de intensidade no anteparo é dada por I = I0 [ sen(πb sen θ/λ) πb sen θ/λ ]2 conforme a teoria. 2.4 Rede de Difração É o conjunto de várias fendas (de mesmo comprimento) igualmente espaçadas de forma que o comportamento da onda eletromagnética ao passar por essa rede se difere da Fenda Única. Analisando um conjunto com N fendas, cuja distância entre elas é igual a a e suas larguras iguais a b: A teoria fornece expressão que relaciona a intensidade da onda, o comprimento de onda, o comprimento da fenda, a distância entre as fendas e o ângulo. Além disso, 4 Figura 3: Rede de difração. nota-se que a intensidade de uma Fenda Única funciona como I0 para interferência de N fontes puntiformes, isto é, há composição dos fenômenos. I = I0 [ sen(Nπa sen θ/λ) sen(πa sen θ/λ ]2 [ sen(πb sen θ/λ) πb sen θ/λ ]2 Conforme a teoria. 2.5 Experimentos O experimento pode ser dividido em dois casos. No primeiro, uma fonte de luz é submetida a uma Rede de Difração e através das equações acima citadas conse- guimos achar uma relação para obtermos o comprimento de onda, já que todas as outras variáveis nos são fornecidas. O segundo, notamos uma dependência do pri- meiro resultado, para que se ao aplicar a fórmula da Fenda Única, já tenhamos os comprimentos de onda e posteriormente os usemos para obter a espessura de um fio de cabelo. 3 Material utilizado e procedimento experimental 3.1 Material utilizado 1. Laser vermelho 2. Laser verde 3. Laser violeta 4. Rede de difração com 300 linhas por milı́metro 5. Rede de difração com 100 linhas por milı́metro 6. Fio de cabelo 7. Aparato com fenda única com 0,1mm de largura 5 8. Régua para medir as distâncias 3.2 Procedimento experimental Foram realizados 4 experimentos diferentes. Sua estrutura segue a da figura abaixo, onde o aparato varia desde as redes de difração, àplaca de fenda única e por fim ao fio decabelo esticado na vertical: Figura 4: Configuração do equipamento 3.2.1 Interferência - Determinação do comprimento de onda Em um primeiro momento, a rede de difração com 300 linhas por milı́metro foi colocada a uma distância de 103,3 cm do anteparo e , um após o outro, os lasers foram sendo difratados pela rede, de forma que a distância entre os pontos de máxima intensidade de difração pudesse ser medida. Tendo sido obtida a distância entre o máximo central e os máximos secundários com o auxı́lio de uma régua, foi utilizada a equação: tg θ = d 103,3 Para descobrir o θ equivalente a distância entre o máximo principal e o se- cundário. Utilizou-se a equação de interferência: 1 300 · sen θ = m · λ Para calcular o comprimento de onda de cada cor. 6 3.2.2 Verificação da densidade de linhas Posteriormente, a rede difração foi substituı́da por outra de 100 linhas por milı́metro e, então, foram medidas as distâncias entre os máximos principal e secundário. Com base nos comprimentos de onda encontrados no primeiro experimento e nas equações tg θ = d 103,3 1 a · sen θ = m · λ Essa segunda etapa foi utilizada para verificar se o número de linhas por milı́metro era realmente o esperado (100). 3.2.3 Verificação da largura da fenda única Na terceira etapa a rede de difração foi substituı́da por uma fenda única de largura 0,1mm e a distância entre a fenda e a parede foi alterada para 187,8 cm. Foram medidas as distâncias entre os mı́nimos e o máximo central para as 3 cores e, então, com base nos comprimentos de onda encontrados na primeira etapa, foi verificado se o resultado encontrado para o diâmetro da fenda era realmente o valor esperado utilizando – se das equações: tg θ = d 187, 8 d · sen θ = m · λ 3.2.4 Determinaçãoda espessura do fio de cabelo Na última etapa foi utilizado um fio de cabelo para a difração e, então, aferindo- se as distâncias entre os pontos de mı́nimo da figura de interferência, foi possı́vel calcular-se a espessura do cabelo com equações análogas a da terceira etapa. 4 Resultados e discussões 4.1 Interferência 4.1.1 Determinação do comprimento de onda A partir do comprimento medido da distância entre os dois primeiros máximos secundários para o sistema da rede de difração com 300 linhas/mm, foi possı́vel obter, 7 para cada laser, um valor para distância (d) entre máximo central e o primeiro ponto brilhante ao lado desse máximo . Sabendo que d = Comprimento medido 2 , temos: Cor Comprimento medido (mm) d (mm) Vermelho 394 197 Verde 329 164,5 Violeta 250 125 Tabela 1: Dados obtidos para medição da distância entre dois máximos consecutivos para a primeira rede de difração (300 linhas/mm). Dessa forma, foi possı́vel obter o comprimento de onda de cada cor, por meio da distância da rede ao anteparo (D = 1033mm), do espaçamento entre as fendas da rede de difração (a = 1/300 = 0,003mm) e do ângulo entre o máximo central e o primeiro máximo secundário (θ), dado por: a sen θ = λ sen θ = d√ D2 + d2 ⇒ λ = a · d√ D2 + d2 Assim, chegamos nos seguintes valores de comprimento de onda: Cor λ (nm) Vermelho 624 Verde 524 Violeta 400 Tabela 2: Comprimento de onda obtido para cada cor do laser no experimento de interferência para rede de difração com 300 linhas/mm. 4.1.2 Verificação da densidade de linhas Nessa parte do experimento, foi possı́vel obter, para cada laser, um valor para distância (d) entre máximo central e o primeiro máximo secundário da mesma maneira que o experimento anterior. No entanto, esse novo sistema é composto por uma rede de difração com 100 linhas/mm, valor esse que será averiguado nessa etapa. 8 Cor Comprimento medido (mm) d (mm) Vermelho 131 65,5 Verde 111 55,5 Violeta 84 42 Tabela 3: Dados obtidos para medição da distância entre dois máximos consecutivos para a segunda rede de difração (100 linhas/mm). Dessa forma, foi possı́vel obter o espaçamento entre as fendas da rede de difração (a), por meio da distância da rede ao anteparo (D = 1033 mm), do compri- mento de onda de cada cor obtido no experimento anterior (Tabela 2) e do ângulo entre o máximo central e o primeiro ponto brilhante ao lado desse máximo (θ), da seguinte maneira: a sen θ = λ sen θ = d√ D2+d2 ⇒ a = λ · √ D2 + d2 d Além disso, sabemos que N(Nº de linhas/mm) = 1 a , possibilitando chegar nos seguintes resultados: Cor a (mm) N Vermelho 0,00985 101,54 Verde 0,00976 102,49 Violeta 0,00985 101,54 Tabela 4: Espaçamento entre as fendas e número de linhas por milı́metro para cada cor do laser obtidos na segunda rede de difração. Por meio desses resultados, foi possı́vel chegar no seguinte gráfico: 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 ·10−4 4 5 6 7 ·10−2 Dados Experimentais sen θ = 101,7λ R2 = 1 9 Dessa maneira, a partir desse gráfico, é possı́vel analisar que o dado experi- mento com a segunda rede de difração geraram três resultados que variaram muito pouco, visto que o fator R é igual a 1. No entanto, ao analisar o coeficiente angular da reta dada no gráfico, que nos dá o valor de N (sen θ = Nλ), houve uma considerável divergência com o valor do número de fendas por milı́metro dado pelo fabricante do material (N = 101,7). Esse valor difere da referência em 1,7, e pode ter-se dado por alguns fatores. O fator experimental mais relevante que pode ter influenciado nessa discrepância seria as medições de distâncias, tanto da distância ao anteparo como da distância en- tre os máximos. Além disso, o valor de referência dado pelo fabricante pode conter uma certa margem de erro que pode ser razoavelmente considerado dentro do valor encontrado no experimento. Por fim, utilizando o mesmo procedimento do experimento anterior para encon- trar os valores do comprimento de onda, porém nesse momento utilizando o valor de 100 linhas/mm, chegamos nos seguintes resultados. Cor λ (nm) 300 l/mm λ (nm) 100 l/mm ∆% Vermelho 624 633 1,3 Verde 524 536 2,3 Violeta 400 406 1,5 Tabela 5: Valores encontrados para os comprimentos de onda para as duas redes de difração. Com esses dados, chegamos à valores muito próximos de comprimentos de onda (diferença menor que 3%), o que reforça a validade do experimento. 4.2 Difração 4.2.1 Verificação da largura da fenda única Na difração da luz de cores vermelho, verde e violeta, a posição dos mı́nimos de ordem n permitiu determinar o seno do ângulo correspondente através das fórmulas: sen θ = tg θ√ 1 + tg2 θ tg θn = xn D ⇒ sen θn = xn√ D2 + x2n Onde xn é a distância do mı́nimo ao ponto médio do máximo central e D = 1878 mm a distância da fenda ao anteparo. 10 Cor Vermelho Verde Violeta n xn (mm) sen θn xn (mm) sen θn xn (mm) sen θn 1 12 0,006390 10 0,005325 7,5 0,003994 2 23,5 0,012512 21 0,011181 17 0,009052 3 37,5 0,019964 29,5 0,015706 24 0,012779 4 - - 41 0,021827 31,5 0,016771 Tabela 6: Posição dos mı́nimos de intensidade luminosa observados. Para a difração, os mı́nimos ocorrem quando b sen θn = nλ⇒ sen θn = λ b n com n 6= 0 e b largura da fenda. Ou seja, quando o argumento do seno na distribuição: I = I0 [ sen(πb sen θ/λ) πb sen θ/λ ]2 é tal que a intensidade é nula. Nesse caso, para cada cor, λ/b é constante. A qual pode ser divisada por regressões lineares de modelo y = cx. 1 2 3 4 5 1 2 3 ·10−2 sen θn = 0,006522 n R 2 = 0,995 sen θn = 0,005404 n R 2 = 0,997 sen θn = 0,004251 n R 2 = 0,995 Utilizando os comprimentos de onda obtidos na Tabela 2 para os feixes luminosos, obtemos Observe que os valores são todos próximos ao valor teórico da largura da Cor λ/b (nm/nm) λ (nm) b (mm) Vermelho 0,006522 624 0,096 Verde 0,005404 524 0,097 Violeta 0,004251 400 0,094 Tabela 7: Análise da largura da fenda baseada no intervalo de comprimento de onda das cores. fenda, b = 0,1 mm, com diferença relativa de no máximo 6%. No caso da luz vermelha, 11 o erro pode ter sido potencializado pelo fato de termos conseguido 3 amostras de dados apenas em comparação com as 4 amostras utilizadas para as outras duas cores. Observe que D = 1878 mm >> 50 mm > xn, portanto λ b n = sen θn = xn√ D2 + x2n ≈ xn D De modo que, quanto maior o comprimento de onda, maior é x4, o qual nesse caso manteve-se fora do intervalo métrico observável. Para a luz verde, o valor teórico aproxima-se do experimental, tornando a acen- tuar as distinções quando se utiliza luz violeta. Isto pode ser explicado tendo em vista que nas fotografias apresentadas, a distribuição violeta apresenta os máximos mais difusos e esmaecidos, dificultando a determinação da posição de mı́nima intensidade. O quê é caracterizado pelas diversas distribuições de intensidade para cada compri- mento de onda. Ao variar λ a intensidade percentual no n-ésimo máximo, varia: I(n) = {∫ n I0 [ sen(Cx/λ) Cx/λ ]2 dx } ÷ {∫ R I0 [ sen(Cx/λ) Cx/λ ]2 dx } Por estes motivos, o feixe de luz verde adequa-se melhor à medição de largura da fenda. 4.2.2 Determinação da espessura do fio de cabelo Aplica-se o mesmo algoritmo da seção anterior, tomando a espessura do cabelo por largura da fenda e a cor do feixe luminoso como verde, o qual gera resultado mais preciso, como mostrado na seção anterior. De modo que, Como é de se esperar n xn (mm) sen θn λ/b (nm/nm) 1 13 0,006922 0,006922 2 29 0,01544 0,007720 3 43 0,02289 0,007630 4 57,5 0,03060 0,007651 5 73 0,03884 0,007768 6 88 0,04681 0,007801 7 102,5 0,054498 0,007785 Tabela 8: Posição dos mı́nimos de intensidade luminosa da difração. o primeiro mı́nimo cuja medição é prejudicada pela luminosidade do máximo central segundo o critério de Chauvenet pode ser descartado, uma vez que para n=1 a razão entre o desvio e o desvio padrão ∣∣∣∣d1σ ∣∣∣∣ = 2,32 12 tem valor maiorque o critério permite para 7 amostras, 1,80. O que não se repete se considerarmos apenas n = 2, . . . , 7. Por fim, a reta regressora é dada por: 2 4 6 8 2 4 6 ·10−2 sen θn = 0,007759 n R2 = 0,9996 Utilizando o comprimento de onda determinado na Tabela 2 e o valor de λ/b corres- pondente ao coeficiente angular da reta regressora, temos que: λ b = 0,007759⇒ b = 524 nm 0,007759 ⇒ b = 67,5 pm Isto é, a espessura do fio de cabelo é 67,5 pm. 5 Conclusão Contemplada a análise, percebe-se que os resultados dos experimentos cor- responderam bem aos valores esperados. Os comprimentos de onda encontrados estavam dentro de seus respectivos espectros de cores já conhecidos e as espes- suras calculadas foram muito próximas daquelas fornecidas. Contudo, as eventuais imprecisões nas medidas do tamanho dos máximos (aferidas por foto), a propagação de erro, os erros de observação e até imperfeições nos instrumentos sem dúvida foram bastante diminuı́dos neste caso. 13
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