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1 Experimento de Difração e Interferência D. A. Girão Centro Universitário Uninter Daniel de Almeida Girão – Av. Prof. José Arthur de Carvalho, 360, casa 9. – CEP: 60831 - 370 – Fortaleza – Ceará - Brasil e-mail: giraodaniel@gmail.com Resumo. O Objetivo deste estudo é demonstrar como a luz se comporta quando atravessa uma fenda muito pequena, na ordem do comprimento de onda (λ). Verificaremos o motivo pelo qual aparecem franjas escuras e claras tanto em fendas únicas, como fendas duplas. Repetiremos o mesmo experimento elaborado por Thomas Young, no entanto usaremos um laboratório virtual e uma fonte de luz coerente. Palavras chave: (difração, interferência, experimento de Young, física ótica) Introdução Até a época de Isaac Newton (1642-1727), a maioria dos cientistas imaginava que a luz fosse constituída por um feixe de minúsculas partículas (chamadas de corpúsculos) emitidas por fontes de luz. Galileu e outros pesquisadores tentaram (sem êxito) medir a velocidade da luz. Em torno de 1665, surgiram as primeiras evidências das propriedades ondulatórias da luz. No início do século XIX, as evidências de que a luz é uma onda cresceram de modo bastante convincente. Em 1873, James Clerk Maxwell previu a existência das ondas eletromagnéticas e calculou a velocidade de propagação dessas ondas. Esse desenvolvimento, juntamente com o trabalho experimental de Heinrich Hertz iniciado em 1887, mostrou de maneira irrefutável que a luz é realmente uma onda eletromagnética.(YOUNG; FREEDMAN, 2009, p. 1–2) Se uma frente de onda é parcialmente bloqueada por um obstáculo, a parte não bloqueada da frente de onda desvia-se atrás do obstáculo. Este desvio de frentes de onda é chamado de difração. Quase toda a difração ocorre com aquela parte da frente de onda que passa a poucos comprimentos de onda da borda do obstáculo. Para as partes da frente de onda que passam a uma distância maior do que alguns comprimentos de onda do obstáculo, a difração é desprezível e a onda se propaga em linhas retas na direção dos raios incidentes. Quando frentes de onda encontram uma barreira com uma fenda (furo) de apenas alguns comprimentos de onda, as partes das frentes de onda que atravessam a fenda passam todas a alguns comprimentos de onda da borda. Assim, frentes de onda planas se desviam e se espalham, tornando-se ondas esféricas ou circulares. Isto contrasta com o caso de um feixe de partículas atingindo uma barreira com uma fenda, onde a parte do feixe que atravessa a fenda não sofre variação na direção das partículas. A difração é uma das características-chave que distingue ondas de partículas. Discutiremos como surge a difração ao estudarmos a interferência e a difração da luz. (TIPLER; MOSCA, 2009) Procedimento Experimental Experimento de Difração em Fenda Única: O laser utilizado foi o vermelho com um comprimento de onda λ = 7x10-7. A lâmina de difração (Fendas) foi colocada a aproximadamente a 0,2 m do anteparo. Logo após, o tipo de a fenda “Fio de Cabelo” foi selecionada no menu do programa ALGETEC para que tal feixe de luz atravesse a fenda e produzisse uma figura de difração no anteparo. Em seguida, foi identificada a posição central do máximo mais intenso (posição zero) depois as posições dos mínimos (franjas escuras), tanto à direita quanto à esquerda do máximo mais intenso. Mediu-se do centro do máximo até o centro dos mínimos de interferência adjacentes. Finalmente determinou-se a distância (y) entre o máximo central e o primeiro mínimo; entre o máximo central e o segundo mínimo; e assim por diante. (ver tabela de dados 1). Experimento de difração em Fenda Dupla: Foi utilizado a mesma configuração acima, isto é, o mesmo comprimento de onda e a mesma distância do anteparo, exceto o tipo de fenda que foi configurada para “Dupla Fenda I.” Em seguida, foi identificada a posição central do máximo mais intenso (posição zero) depois as posições dos mínimos (franjas escuras), tanto à direita quanto à esquerda do máximo mais intenso. Mediu-se do centro do máximo até o centro dos mínimos de interferência adjacentes. Finalmente determinou-se a distância (y) entre o máximo central e o primeiro mínimo; entre o máximo central e o segundo mínimo; e assim por diante (ver tabela de dados 2). O mesmo procedimento foi adotado para as fendas duplas II e III. Análise e Resultados 2 Experimento de Difração em Fenda Única: Pela observação das figuras de difração e dos resultados da tabela de dados 1, o espaçamento entre as franjas escuras varia numa proporção uniforme. Por exemplo ΔY=3,5 x 10-3 – 1,2 x 10-3 = 2,3 x 10-3. O resultado de ΔY sempre será igual a 2,3 x 10-3 desde que as franjas escuras sejam adjacentes. tabela de dados 1 Com base na geometria, a expressão para calcular o ângulo θ formado entre a direção do feixe central e a direção de cada mínimo é: tan 𝜃 = 𝑦 𝐿 . Para calcular o ângulo formado entre a direção do feixe central e a direção de cada mínimo devido a difração é: 𝑎 sin 𝜃 = 𝑚𝜆 Combinando as expressões anteriores, cheguei a um resultado para a distância entre os mínimos, levando em consideração que para θ pequenos medidos em radianos vale a aproximação de sin 𝜃 ≅ tan 𝜃 . Logo podemos chegar a seguinte relação: ∆𝑦 = 𝜆𝐿 𝑎 𝐷 Levando em consideração os resultados para o fio de cabelo na tabela de dados 1. Fiz um gráfico representando a ordem dos mínimos (m) no eixo horizontal e a separação entre os mínimos y (em metros) no eixo vertical. Gráfico da tabela de dados 1 Com base nos resultados obtidos podemos calcular a largura do fio de cabelo: 𝑎 = 𝜆𝐿 Δ𝑦 Substituindo os valores na fórmula acima teremos: 𝑎 = 7𝑥10−7 𝑥 0,2 2,3𝑥10−3 Logo chegamos ao resultado de 60,86µm para a espessura do fio de cabelo medido em laboratório. Comparando valor obtido experimentalmente com o nominal citado na tabela de dados 1, existe uma divergência em 0,86µm. Experimento de Difração em Fenda Dupla: Se a diferença de percurso de (Δr) for um múltiplo par de meio comprimento de onda (𝜆/2) será uma interferência construtiva. Entretanto se a diferença de percurso de (Δr) for um múltiplo ímpar de meio comprimento de onda (𝜆/2) será uma interferência destrutiva. Os mínimos de interferência podem ser obtidos pela seguinte expressão: d sin 𝜃 = (𝑚 + 1 2 ) 𝜆 Diferentemente da fenda única onde o valor de m era um número inteiro para os mínimos de interferência. Para se obter o ângulo de cada mínimo para interferência de fenda dupla basta se calcular a tan 𝜃 = 𝑦m 𝐿 Combinando as expressões dos itens anteriores de forma a resultar em uma equação para distância entre os mínimos em função da ordem destes mínimos. Lembrando-se que para ângulos θ pequenos vale a aproximação sin 𝜃 ≅ tan 𝜃. Logo: ym = m 𝐿𝜆 d Abaixo segue os resultados obtidos nos experimentos de fenda dupla: tabela de dados 2 Largura de abertura Mínimo Distância (y) m m=1 -1,20E-03 m=2 -3,50E-03 m=3 -5,80E-03 m=4 1,20E-03 m=5 3,50E-03 m=6 5,80E-03 Fio de Cabelo (60µm) 3 O gráfico obtido após a análise da Fenda Dupla I demonstra uma equação de reta que podemos deduzir: 𝑦 = (4,5x10-3). (x) − (2x10-3) Gráfico da tabela de dados 2 A diferença dos mínimos de interferência é dado por Δy=m2-m1= 4,5x10-3 . Como base nesse valor podemos encontrar a separação da fenda dupla I. tan 𝜃 = 4,5x10-3 0,2 Logo θ = 1,28º Substituindo os valores na fórmula: d sin(1,28) = (1 + 1 2 ) 7x10-7 Logo a separação da fenda dupla I= 46,67µm. Aplicando a mesma formula para os resultados das Fendas II e III chegaremos ao resultado para d=77,78µm. Conclusão O experimento se comportou como o previsto nos experimentos feitos por Young. Asfórmulas apresentadas tanto para o experimento de fenda única quanto para o de fenda dupla levaram ao diâmetro exato da fenda por onde a luz passa. Nota-se que essas fendas são muito pequenas em relação a distância até o anteparo, onde a luz é projetada em franjas claras e escuras. Isso pode nos ajudar a entender melhor o quão é necessário é para o experimento que o comprimento de luz (λ) seja da ordem da largura da fenda. Referências TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiros - Volume 01. 6. ed. Rio de Janeiro: LIVROS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS, 2009. YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. FÍSICA IV. 12. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. E-book.
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