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2 FMU Faculdades Metropolitanas Unidas FISIOTERAPIA NEUROLOGICA CASO CLÍNICO Ana Gabriela Sappio Silva RA: 8716820 Tema: Epilepsia e enxaqueca. PMG, 28 anos, solteira, fisioterapeuta. História clínica: Na primeira consulta realizada há 12 meses, contou que tem crises, desde os 8 anos de idade. As crises iniciavam-se com alterações visuais que duravam poucos minutos (de 2 a 3 minutos). Eram caracterizadas por bolas e quadrados coloridos, de várias cores vibrantes. Sempre eram unilaterais, do lado direito do campo visual. Durante esses poucos minutos, ficava parada com os olhos arregalados, sem compreender bem o que estava acontecendo. As pessoas percebiam que PMG estava passando mal, porque ficava calada e não respondia quando questionada. Depois do fenômeno visual, voltava a comunicar-se normalmente, mas surgia cefaleia de moderada intensidade, sem sintomas acompanhantes, que respondia bem aos analgésicos comuns. A frequência era muito baixa, em média uma crise por ano, até há cerca de nove meses, quando se tornaram frequentes, ocorrendo de duas a três vezes por mês. Não soube relacionar qual fator agravou seu problema. Além dessas crises, relatou que tinha dores de cabeça muito intensas, incapacitantes, acompanhadas de náuseas, sensibilidade à luz e ao som, com duração de até 12 horas. Essas crises surgiram na adolescência e ocorrem frequentemente no período menstrual, mas fora desse período elas podem ser desencadeadas por bebidas alcoólicas, fome, odores fortes– de gasolina, desinfetante ou perfumes. Antecedentes pessoais: Havia história de queda do berço aos 8 meses de idade com hematoma craniano à esquerda. Antecedentes familiares: As mulheres da família da mãe têm crises de cefaleia de forte intensidade e incapacitantes (têm que ir para cama quando ocorrem). Exames clínico e neurológico: Normais. Eletrencefalograma (EEG) que revelou espículas na região parietal esquerda. Ressonância magnética nuclear (RMN) encefálica foi normal. Hipóteses diagnósticas: 1. Enxaqueca com e sem aura, ou 2. Associação de enxaqueca com epilepsia com aura occipital. História familiar: Mãe portadora de esclerose múltipla e pai portador de esclerose difusa Tratamento e evolução: Prescreveu-se valproato de sódio de absorção programada (Depakote® ER) com dose inicial de 1 cápsula de 500 mg ao se deitar, na primeira semana, com aumento de dose para 2 cápsulas ao se deitar, após dez dias. A escolha pelo Depakote® ER foi feita de acordo com os seguintes critérios: 1. Tratamento das duas doenças com uma única medicação - epilepsia e profilaxia da enxaqueca. 2. A formulação ER permite uma única tomada diária. 1 - O que é enxaqueca com ou sem auras? Descrever a fisiopatologia. Enxaqueca com Aura - É uma cefaleia caracterizada por ser unilateral e se perdura por alguns minutos, geralmente de 5 a 60 minutos. Além disso, é comum sintomas como alterações na visuais e/ou sensitivas. Enxaqueca sem Aura - É uma cefaleia caracterizada por sintomas “padrões” como dor de cabeça moderada ou forte, sendo unilateral e pulsátil, geralmente perdura de 2 a 72 horas, podendo ter como consequência náuseas e vômitos. A fisiopatologia - Ainda não foi totalmente conclusiva a fisiopatologia. O que se tem como base de estudos é a sua relação, que é feita diretamente aos estreitamentos dos vasos sanguíneos, que após uma dilatação, traz como consequência as dores 2 - Por que a paciente tinha visão de bolas e quadrados coloridos? Justifique. Como dito anteriormente, a Aura traz como consequência alguns sintomas e um deles é a dificuldades de visão, decorrente disso as alterações podem acabar fazendo com que a pessoa tenha visões com linhas, quadrados e outras formas geométricas, coloridas ou não. 3 - O que é enxaqueca basilar? Seria o caso dessa paciente? Justifique. É uma cefaleia que acompanha fraqueza nos músculos, geralmente causa um desconforto, mas não uma dor de fato. Agora, acredito que não possa ser o caso da paciente, pois ela não relata incomodo ou fraqueza. 4 - O que é cefaleia pós-epiléptica? Por que ocorre? Essa cefaleia é caracterizada por vir depois de uma crise epilética, ela geralmente acompanha surtos esporádicos de ondas agudas e geralmente não é conseguem distinguir ela de uma cefaleia convencional. 5 - O que é epilepsia com aura occipital? São crises de epilepsia com manifestações convulsivas que tem como consequência manchas e alterações nas visões de movimento, podendo inclusive, levar a cegueira. 6- Por que no EEG houve o aparecimento de espículas na região parietal esquerda? Explique. Esse aparecimento está relacionado a epilepsia do lobo parietal, sendo assim, podendo envolver os lobos. 7- O que são cefaleias primárias e secundárias. Descreva um exemplo de cada. Primárias: As principais são enxaquecas. Elas ocorrem sem etiologia demonstrável por exames laboratoriais ou clínicos. Secundárias: Elas são provocadas por outras doenças, como por exemplo, alguma infecção sistêmica. 8 - A fisioterapia pode atuar nos casos relatados? Como? Justifique. Podemos atuar de algumas maneiras bem abrangentes e de maneira eficaz nos casos relatados, com a acupuntura por exemplo, é possível trazer conforto e controle da dor desse paciente. 9 - Quais as complicações da enxaqueca? Explique-as. Como a enxaqueca se retrata em 2 tipo (com e seu Aura) existem algumas complicações, entre elas temos fraqueza muscular, alterações visuais e/ou sensitivas, manchas pelo corpo, confusão mental, náuseas, formigamentos entre outras. 10 - Qual seria a diferença das doenças apresentadas pelos pais da paciente? Existe alguma relação com o caso da paciente? Explique. Devido a esclerose ser uma doença autoimune, não acredito que haja relação com a enxaqueca da paciente, mesmo que exista uma incidência de dores de cabeça maior, não tem relação direta com as dores da filha deles. REFERÊNCIAS GROSSMANN, ROSI MARY; CEFALÉIA EPILÉPTICA: ESTUDO DE UM CASO COM REGISTRO ELETRENCEFALOGRÁFICO DURANTE A CRISE - Scielo, 1971. Disponível no link: https://bityli.com/OfAyE LEVIN, MICHAEL; ESCLEROSE MULTIPLA - Manual MSD, 2020. Disponível no link: https://bityli.com/j6BK8 ALBERNAZ, JOSÉ GERALDO; ASPECTOS ELECTRENCEFALOGRÁFICOS DAS ESPÍCULAS POSITIVAS A 14 E 6 POR SEGUNDO - Scielo, 1960. Disponível no link: https://bityli.com/1W7jJ SANTOS, PAULO SERGIO FARO; ENXAQUECA COM AURA - Sociedade Brasileira da Cefaleia, 2017. Disponível no link: https://bityli.com/pzDUR VINCENT, MAURICE; FISIOPATOLOGIA DA ENXAQUECA - Scielo, 1998. Disponível no link: https://bityli.com/pl336 HEYCK, HARTWIG; ENXAQUECA - Scielo, 1962. Disponível no link: https://bityli.com/aps2h STEFANE, THAIS; INFLUÊNCIA DE TRATAMENTOS PARA ENXAQUECA NA QUALIDADE DE VIDA: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA - Scielo, 2012. Disponível no link: https://bityli.com/YL8qh São Paulo, 17 de Abril de 2021
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