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Córtex Adrenal Córtex da adrenal: ativado pelo eixo hipotalâmico- hipofisário. Hormônios esteroides: ↪Tipos: • Fração ligada: transporte plasmático fixado à globulinas especificas secretadas pelo fígado. ➢ Adrenocorticosteróides por CBG (transcortina) • Fração livre Mecanismo de ação: ação intracelular → controle sobre a síntese de proteínas especificas 1. Hormônio esteroide atravessa a bicamada lipídica, encontra seu receptor dentro da célula. 2. Complexo hormônio-receptor se dirige para o núcleo da célula 3. Associa-se a uma região especifica de um gem onde irá estimular a transcrição de um RNA. Dividido em três zonas que secretam hormônios esteroides: cada zona possui enzimas diferentes e são essas enzimas que determinam qual hormônio irá secretar. ↪Zona glomerulosa (mais externa): mineralocorticoide (aldosterona) → regula a concentração de minerais. ↪Zona fasciculada (meio): glicocorticoide (cortisol) → controle do metabolismo. ↪Zona reticular (mais interna): androgênios, são hormônios masculinizantes (dehidroepiandrosterona – DHEA). Cortisol realiza o feedback negativo na hipófise e hipotálamo quando ele está em alta concentração. Síntese de hormônios córtico-adrenais Síntese a partir do colesterol vindo da dieta, caso não tenha é a partir do acetil-CoA, e logo após ocorre ação enzimática para formar o hormônio final. Processo do colesterol: colesterol vindo principalmente da dieta se associa ao LDL para ser transportado → colesterol chega a membrana com receptor → entra e caso a célula estiver sintetizando hormônio já utiliza, caso contrário estoca ele → colesterol é esterificado para que não atravesse a membrana, e quando for ser usado sofre hidrolise por enzimas que precisam ser ativadas. Enzima esteroidogênica inativa: ↪Ex: célula na zona fasciculada → ACTH (vindo da hipófise) chega a membrana → ACTH se liga ao receptor e gera segundo mensageiro → segundo mensageiro ativa uma reação em cadeia enzimática que ativa a enzima esteroidogênica → enzima esteroidogênica inicia a síntese de cortisol e ativa a enzima que retira o éster do colesterol Esteroidogênese: processo de formação do hormônio a partir do colesterol. 1. Enzima STAR: transporta colesterol para a crista mitocondrial. 2. Colesterol é transformado em pregnenolone por uma enzima. 3. Pregnenolone entra no reticulo endoplasmático Pregnenolone → progesterona → 17 OH- progesterona → 11-deoxycortisol 4. 11-deoxycortisol volta para a mitocôndria e vira cortisol 5. Cortisol sai da célula, pois é lipossolúvel e entra na corrente sanguínea sendo carregado por uma proteína transportadora (albumina ou globulina). 6. A proteína juntamente com o hormônio entra na célula e se liga em algum ligar especifico para transcrever o RNA. Glicocorticóides Principal hormônio desse grupo: cortisol. Atua no metabolismo dos carboidratos: ↪Poupa glicose: estimulação da gliconeogênese (produção no fígado a partir de a.a), utilização diminuída de glicose pelas células, elevação da glicemia (manutenção em níveis normais). Atua no metabolismo das proteínas: ↪Redução das proteínas células (aumento das proteínas hepáticas e proteínas plasmáticas) ↪Aumento dos níveis sanguíneos de aminoácidos para a gliconeogênese. ↪Aumenta as concentrações plasmáticas e hepáticas de proteínas ↪Redução do transporte de aminoácidos para as células extra-hepáticas ↪Maior transporte para as células hepáticas. Atua no metabolismo das gorduras: estimula a lipólise para a utilização de ácidos graxos para energia, uma vez que poupa glicose. Outros efeitos do cortisol: ↪Estresse (não existe explicação do porquê): traumatismo, infecção, calor ou frio intensos, intervenções cirúrgicas, encarceramento e doenças debilitantes. ↪Efeito anti-inflamatório (cortisol é um anti- inflamatório muito poderoso): • Reação inflamatória: ao ocorrer o rompimento das células com a lesão tecidual, ocorre a liberação de íons potássio no meio intercelular. O nociceptor ao ser ativado libera a substância P, a qual ativa os mastócitos (células de defesa) os quais liberam conteúdo granulosos lisossomais de seu citoplasma (mecanismo de degranulação) por exocitose, o que potencializa a reação inflamatória. • Estabilização das membranas dos lisossomos, dificulta a degranulação. • Menor permeabilidade dos capilares, uma vez que a substância P aumenta a permeabilidade extravasa plasma e coagula deixando a região mais inchada. • Menor migração dos leucócitos para áreas inflamadas, bem como a fagocitose das células lesadas. • Suprime o sistema imune (redução da reprodução de linfócitos) → quantidades reduzidas de linfócitos e anticorpos na área inflamada diminuem as reações teciduais. • Aumenta a velocidade de cicatrização. Regulação da secreção de cortisol: ↪A secreção de cortisol é controlada quase inteiramente pelo ACTH secretado pela hipófise anterior. O ACTH entra na corrente sanguínea e se dirige até o córtex da adrenal, onde estimula a liberação de cortisol, o qual inicia uma série de efeitos metabólicos, cujo objetivo é aliviar a natureza lesiva do estado de estresse. Também existe o processo de feedback negativo direto do cortisol no hipotálamo quando há uma alta concentração de cortisol na corrente sanguínea, reduzindo a formação de corticotropina, e na hipófise anterior, reduzindo a formação de ACTH. No entanto, em situação de estresse esse feedback é inibido pelo próprio organismo. Ritmo de secreção: possui uma secreção pulsátil. ↪Pico de secreção: no momento de transição do sono-vigília (momento em que o animal está acordando). ↪No momento em que acorda o animal está em jejum, e terá uma maior atividade cerebral e muscular, assim para conseguir o cortisol estimula a gliconeogênese para o tecido nervoso e poupa a glicose somente para ele, uma vez que não tem glicose em excesso. Mineralocorticóides Principal hormônio desse grupo: aldosterona Efeitos renais e circulatórios: atua no nefron e nos vasos sanguíneos. ↪Efeito sobre a reabsorção tubular de sódio e secreção tubular de potássio. Isto é, a aldosterona reabsorve o sódio (puxa agua junto, diminuindo agua na urina) do filtrado glomerular e para fazer isso ela precisa secretar potássio no lugar, a aldosterona realiza esse processo estimulando o aparecimento de uma proteína para realizar o transporte de sódio. Dessa forma, na ausência de aldosterona o sódio é excretado na urina. ↪Efeito sobre o volume de líquido extracelular e pressão arterial. Secreção de aldosterona: concentração de sódio e potássio no sangue regulam a secreção. ↪Falta de sal: volume sanguíneo reduz (hipovolemia devido a falta de água) devido a falta de sede → diminuição da pressão arterial → sangue com baixa pressão passa pelo rim estimulando as células justaglomerulares a secretarem a renina (enzima) → renina vai para corrente circulatória e encontra a proteína angiotensinogênio (secretada no fígado) na forma inativa → renina atua na proteína clivando ela → da clivagem origina a angiotensina II (proteína ativa) → angiotensina II ativa a formação da aldosterona ↪Excesso de sal: sede → maior volume sanguíneo → maior pressão arterial → inibe secreção da renina ↪Angiotensina II: aumenta o apetite por sal (para restaurar o sal), aumenta a sede (restaura volume sanguíneo), promove vasoconstrição (no momento de hipovolemia promove isso para que a pressão não caia), estimula a proteína que transporta o sódio. Androgênios supra-renais DHEA: ↪Adulto: • Aparentemente ativa o sistema imunológico contra infecção. • Não exerce efeito masculinizante (exceto na puberdade em machos). ↪Vida fetal: • Placenta: secreta progesterona (manutenção da gestação) e estradiol. • Progesterona+ estradiol: crescimento uterino, relaxamento dos ligamentos para o parto, desenvolvimento das glândulas mamarias da fêmea, aumento das mamas e crescimento das estruturas dos ductos mamários maternos, aumento da genitália externa feminina, estimulo do desenvolvimento do feto. Produção de progesterona: colesterol chega a placenta e vira progesterona. Produção de estradiol: DHEA fornecido pela adrenal da mão e do feto forma estradiol, uma vez que o estradiol é formado a partir de progesterona, logo, a placenta não consegue produzir os dois de uma vez, assim usa o DHEA. Correlação clínica Hiperadrenocorticismo ou Síndrome de Crushing: endocrinopatia de curso longo e insidioso associada à elevação prolongada natural ou iatrogênica do glicocorticoide cortisol, e é mais frequente em cães. ↪Causada por tumores adeno-hipofisários, tumores da glândula da adrenal e doença de Crushing iatrogênica. Não pode aplicar alto nível de cortisol como medicamento, pois acaba inibindo o eixo hipófise-hipotalâmico devido a alta concentração de cortisol, ou seja, inibe o funcionamento da glândula. Dessa forma, quando esse cortisol aplicado for todo utilizado, a adrenal ainda está se recuperando para voltar a funcionar.