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Prévia do material em texto

Biossegurança e 
Primeiros Socorros
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Gabriela Cavagnolli
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Primeiros Socorros
• Introdução;
• Suporte Básico de Vida no Adulto;
• Avaliação dos Sinais Vitais;
• Parada Cardiorrespiratória (PCR);
• Queimaduras;
• Corpos Estranhos nos Olhos;
• Acidentes com Perfurocortante;
• Desmaios;
• Convulsão.
• Conhecer os tipos de ferimentos e primeiros socorros necessários para a atuação como socorrista;
• Aprender a entrar em contato com o serviço de urgência;
• Atender a uma situação de urgência, prevenindo complicações até a chegada do atendi-
mento especializado.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Primeiros Socorros
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Primeiros Socorros
Introdução
Os primeiros socorros referem-se ao atendimento temporário e imediato presta-
do a uma pessoa ferida ou que adoece repentinamente; porém, não substituem o 
atendimento médico, de enfermeiros ou paramédicos. 
Os principais objetivos dos primeiros socorros são: 
• Reconhecer situações que coloquem a vida em risco; 
• Providenciar assistência médica; 
• Aplicar respiração e circulação artificiais quando necessário; 
• Controlar o sangramento;
• Tratar de outras condições que coloquem a vida em risco; 
• Minimizar o risco de outras lesões e complicações; 
• Evitar infecções; 
• Deixar a vítima o mais confortável possível.
Quando começamos a trabalhar em um ambiente de risco como um laboratório, 
ambulatório, hospital e outros serviços de saúde, devemos conhecer algumas infor-
mações essenciais: 
• Localização do chuveiro de emergência e lava olhos;
• Equipamentos de segurança e materiais para atendimento à vítima;
• Rota de evacuação do local;
• Quem são as pessoas treinadas para ajudar em caso de acidentes e como fazer 
contato com os seus representantes.
Nos primeiros minutos após o acidente é essencial que o Serviço de Resgate 
Médico (SRM) seja acionado. Se não houver um telefone disponível, prossiga com 
o atendimento de emergência até que haja possibilidade de contatar o SRM.
Importante!
Em seu espaço de trabalho, o local onde estão afixados os telefones de emergência 
deve ser visível a todos. Para a sua segurança, de seus familiares e companheiros de 
trabalho, guarde os principais números de emergência na página favoritos de seu te-
lefone celular – isso evita que o pânico dificulte encontrar o número telefônico em 
uma situação necessária.
Importante!
A quem devo chamar em caso de urgência? Quais são os telefones de con-
tato? Na maior parte do Brasil, isso pode ser feito discando para:
• 192 – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu);
8
9
• 193 – Serviço de Emergência do Corpo de Bombeiros; 
• 190 – Serviço de Polícia Militar;
• 0800 722 6001 – disque-intoxicação.
Figuras 1 – Para acionar o serviço de resgate médico, deve-se telefonar
para o atendimento médico de urgência (192 ou 193)
Fontes: Adaptado de Getty Images
Ao telefonar para o 192/Samu, o profissional que atenderá é quem definirá o 
tipo de socorro, ambulância e equipe adequada a cada caso. Há situações em que 
basta somente uma orientação por telefone. Esse serviço chega ao usuário onde 
este estiver: na residência, no local de trabalho, na via pública etc.
Ao telefonar para o SRM é necessário informar aos técnicos de emergência:
• A localização exata da vítima – tal como o endereço completo e, se for o caso, 
o número do andar ou escritório dentro do edifício;
• O número do telefone em que você pode ser encontrado;
• Qualquer informação sobre a vítima que possa ajudar o atendente a enviar 
equipe e equipamento adequados.
Suporte Básico de Vida no Adulto
A avaliação inicial da vítima é uma etapa essencial para o seu apropriado diag-
nóstico. O suporte básico de vida inclui o reconhecimento precoce de pacientes 
com diversas anormalidades, entre as quais podemos citar os primeiros sinais e 
sintomas de síndrome coronariana aguda, acidente vascular cerebral e obstrução 
de via aérea.
Como socorrista, você deve ser capaz de:
• Ter raciocínio rápido e ação imediata;
• Assumir a liderança em uma situação problemática;
9
UNIDADE Primeiros Socorros
• Manter a calma enquanto estiver trabalhando sob pressão; 
• Usar do bom senso;
• Orientar as outras pessoas a fazerem o mesmo;
• Pedir ajuda através dos telefones de emergência;
• Atender a vítima com mais uma ou duas pessoas;
• Trabalhar com segurança;
• Utilizar proteção – luvas – para evitar contato direto com sangue ou outras 
secreções;
• Fornecer suporte básico à vida das pessoas que estiverem em risco, priorizan-
do o atendimento às vítimas mais graves.
Ao demonstrar competência e escolher bem as palavras de incentivo, os socor-
ristas conseguem ganhar a confiança das outras pessoas presentes para que pos-
sam fazer tudo o que for possível no sentido de acalmar a vítima.
Avaliação dos Sinais Vitais
Avaliação da Respiração
Uma pessoa responsiva alerta e que fala com facilidade está respirando de forma 
adequada. Para definir se a respiração é adequada, você deve garantir que a pro-
fundidade e o ritmo da respiração estejam adequados (Figura 2).
• Ritmo: não deve ser nem muito lento nem muito rápido. Ritmos abaixo de 8 
a 10 respirações por minuto e acima de 40 respirações por minuto não forne-
cem ar suficiente aos pulmões para manter a vida;
• Profundidade: a respiração da vítima deve ser profunda o suficiente para levar 
o ar para todas as partes dos pulmões. A respiração adequada é aquela que 
movimenta a cavidade torácica de forma significativa quando você observa ou 
toca na vítima para sentir o movimento.
Figura 2 – Avaliando a respiração: observe o movimento do tórax, ouça os sons 
da respiração, sinta se sai ar quente oriundo da expiração por 10 a 15 segundos
Fonte: Getty Images
10
11
Avaliação da Temperatura
A temperatura é um importante indicador da atividade metabólica, já que o calor 
obtido nas reações metabólicas se propaga pelos tecidos e pelo sangue circulante. 
O corpo humano tem uma temperatura média normal que varia de 35,9 a 37,2º C. 
A avaliação da temperatura é uma das maneiras de identificar o estado de uma 
pessoa, poisem algumas emergências tende a mudar significativamente.
Deve-se observar a sensação de tato na face e nas extremidades. A pele úmida, 
fria e pálida pode indicar choque, uma condição grave. A cianose – coloração azu-
lada – é um sinal de hipóxia e igualmente grave.
A via axilar é a mais sujeita a fatores externos, de modo que a temperatura mé-
dia varia de 36 a 36,8º C. O termômetro deve ser mantido sob a axila seca por 
3 a 5 minutos, com o acidentado sentado, semissentado – reclinado – ou deitado.
Importante!
Não se verifica a temperatura em:
• Vítimas inconscientes;
• Crianças depois de ingerirem líquidos – frios ou quentes;
• Após a extração dentária ou inflamação na cavidade oral;
• Vítimas de queimaduras no tórax;
• Processos inflamatórios na axila;
• Fratura dos membros superiores.
Importante!
Primeiros socorros da febre:
Aplicar compressas úmidas na testa, cabeça, no pescoço, nas axilas e virilhas 
– que são as áreas por onde passam os grandes vasos sanguíneos.
Quando o acidentado for um adulto, submetê-lo a um banho frio ou cobrir com 
coberta fria.
Podem ser utilizadas compressas frias aplicadas sobre grandes estruturas vascu-
lares superficiais quando a temperatura corporal estiver consideravelmente elevada.
Avaliação do Pulso
O pulso é a onda de distensão de uma artéria transmitida pela pressão que o 
coração exerce sobre o sangue. Tal onda é perceptível pela palpação de uma artéria 
e se repete com regularidade, segundo as batidas do coração.
11
UNIDADE Primeiros Socorros
Para avaliar a circulação, verifique o pulso radial – no punho, ao lado do 
polegar. Os pulsos muito fracos ou aqueles rápidos ou lentos ao extremo são 
particularmente preocupantes.
O pulso radial pode ser sentido na parte da frente do punho. Deve-se utilizar as 
pontas dos dedos indicador e médio sobre o pulso da pessoa do lado correspon-
dente ao polegar (Figura 3).
Importante!
Recomenda-se não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isto pode impedir que os 
batimentos sejam percebidos.
Jamais utilize o seu polegar para sentir a pulsação da vítima, dado que o polegar possui 
uma artéria que pulsa fortemente, causando interferência na medição.
Importante!
Figuras 3 – Palpação do pulso radial: modo correto mostrado à esquerda e incorreto à direita
Fontes: Adaptado de Getty Images
Se a vítima estiver inconsciente ou você não conseguir encontrar o pulso radial, 
verifique o pulso carotídeo – no sulco do pescoço (Figura 4).
ARTÉRIA CARÓTIDA
Figura 4 – Pulso carotídeo
Fonte: Adaptado de Getty Images
12
13
Avaliação da Pressão Arterial
A pressão arterial é a pressão do sangue, que depende da força de contração do 
coração, do grau de distensibilidade do sistema arterial, da quantidade de sangue e 
de sua viscosidade. 
No adulto normal a pressão arterial varia da seguinte forma:
• Pressão arterial máxima ou sistólica: de 100 a 140 milímetros de mercúrio 
(mm Hg);
• Pressão arterial mínima ou diastólica: de 60 a 90 mm Hg.
A pressão muda também conforme a idade:
• 17 a 40 anos apresenta a pressão de 140 × 90 mm de Hg;
• 41 a 60 anos apresenta pressão de 150 × 90 mm de Hg.
Quadro 1 – Condições que alteram a pressão arterial
Diminui a pressão Aumenta a pressão
Menstruação Digestão
Gestação Excitação emocional
Sono / Repouso Convulções
Hipotireoidismo Hipertireoidismo
Homorregia grave Arterioscierose
Anemia grave
Fonte: fiocruz.br
Parada Cardiorrespiratória (PCR)
A PCR permanece como uma das emergências cardiovasculares de grande pre-
valência e com morbidade e mortalidade elevadas. As ações mais importantes para 
a sobrevivência de uma vítima de parada cardíaca são (Figura 5):
1. O reconhecimento de uma PCR com o acionamento imediato do SRM; 
2. A Re animação Cardiopulmonar (RCP) precoce com ênfase à qualidade 
das compressões torácicas; 
3. A desfi brilação rápida;
4. O fornecimento de suporte avançado à vida de forma efi caz; 
5. Os cuidados integrados pós-parada cardíaca.
13
UNIDADE Primeiros Socorros
Figura 5 – Cinco fatores importantes para a sobrevivência de uma 
vítima de parada cardíaca segundo a American Heart Association (AHA)
Fonte: American Heart Association, 2015, p. 4
Quando uma vítima apresenta parada cardíaca, você a encontrará não responsiva 
e sem atividade respiratória, ou com respiração extremamente anormal. A vítima não 
se moverá, respirará ou tossirá. O pulso carotídeo estará ausente. Em casos assim 
você deverá ministrar RCP, que requer três competências importantes:
1. Fornecer circulação artificial com compressões torácicas;
2. Abrir e manter a abertura das vias aéreas;
3. Ministrar ventilação artificial com respiração de resgate.
A RCP aumenta as chances de sobrevivência pela oxigenação e circulação do 
sangue até que a desfibrilação e o suporte cardíaco avançado possam ser ofereci-
dos. Quando a desfibrilação é realizada precocemente, em até 3 a 5 minutos do 
início da PCR, a taxa de sobrevida é em torno de 50 a 70%.
Compressões Torácicas
Os aspectos principais a serem observados nas compressões são frequência, 
profundidade, retorno do tórax a cada compressão e interrupção mínima.
Para a oxigenação adequada dos tecidos, é essencial minimizar as interrupções 
das compressões torácicas e maximizar a quantidade de tempo em que as compres-
sões torácicas geram fluxo de sangue.
Para a realização das compressões torácicas (Figura 6):
1. Posicione-se ao lado da vítima e mantenha os seus joelhos com certa dis-
tância um do outro, para que tenha melhor estabilidade;
2. Afaste ou corte a roupa da vítima – se uma tesoura estiver disponível – 
para deixar o tórax desnudo;
3. Coloque a base de uma mão no centro do tórax da vítima e a outra mão 
sobre a primeira. Os dedos devem ser entrelaçados e as mãos devem man-
ter-se sempre em contato com o tórax; 
4. Os braços do socorrista devem permanecer estendidos cerca de 90º acima 
da vítima;
5. Certifique-se de que os seus ombros estão acima do centro do tórax da vítima;
6. Comprima na frequência de 100 a 120 compressões/minuto;
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7. Comprima com profundidade de, no mínimo, 5 cm – evitando compres-
sões com profundidade maior que 6 cm;
8. Cada vez que pressionar para baixo, deixe que o tórax retorne à posição 
inicial – isto permitirá que o sangue fl ua de volta ao coração;
9. Minimize interrupções das compressões, pause no máximo 10 segundos 
para a realização de duas ventilações;
10. Reveze com outro socorrista a cada 2 minutos, para evitar o cansaço e 
as compressões de má qualidade;
11. Continue as manobras até a chegada de ajuda.
Figuras 6 – Posicionamento adequado das mãos para a realização das compressões torácicas
Fontes: Adaptado de Getty Images
Importante!
A função da RCP não é despertar a vítima, mas estimular a oxigenação e circulação do 
sangue até que seja iniciado o tratamento definitivo.
Importante!
As manobras de RCP devem ser ininterruptas, exceto quando a vítima se mo-
vimentar; durante a fase de análise do ritmo cardíaco pelo desfibrilador; durante o 
posicionamento de via aérea avançada; e quando ocorrer exaustão do socorrista.
Ventilação e Abertura das Vias Aéreas
Devem ser realizadas em uma proporção de 30 compressões para duas ventila-
ções, com duração de apenas 1 segundo cada, fornecendo quantidade de ar sufi-
ciente para promover a elevação do tórax. A abertura das vias aéreas é necessária 
15
UNIDADE Primeiros Socorros
e pode ser realizada com a manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo 
(Figura 7a) e, se houver suspeita de trauma, a manobra de elevação do ângulo da 
mandíbula (Figura 7b).
a b
Figura 7 – (a) Manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo; 
(b) Manobra de elevação do ângulo da mandíbula
Fontes: Adaptado de Getty Images
Importante!
É indicado que o socorrista utilize mecanismos de barreira, tais como máscara de bolso 
(Figura 8) ou bolsa válvula-máscara (Figuras 9) e evite a ventilação boca a boca. Não 
podemos descartar a possibilidade de a vítima ou socorrista ter alguma infecção que 
possa ser transmitida,tal como herpes ou algum vírus transmissível via secreções.
Importante!
Figura 8 – Posicionamento utilizando máscara de bolso com hiperextensão da cabeça
Fonte: Getty Images
16
17
O uso da Bolsa Válvula-Máscara (BVM) (Figura 9) requer considerável prática e 
deve ser feito na presença de dois socorristas: um responsável pelas compressões e 
outro por aplicar as ventilações com o dispositivo. Se disponível oxigênio comple-
mentar, conecte-o na BVM assim que possível, de modo a oferecer maior porcen-
tagem de oxigênio para a vítima.
Figuras 9 – Demonstração da ventilação utilizando bolsa válvula-máscara
Fontes: Adaptado de Getty Images 
Se o profissional não possuir máscara de bolso ou não se sentir preparado para 
aplicar as ventilações, poderá realizar as compressões contínuas de 100 a 120 por 
minuto. Compressões torácicas efetivas são essenciais para promover o fluxo de 
sangue, devendo ser realizadas em todos os pacientes em parada cardíaca.
Desfibrilação
A grande maioria de PCR em adultos envolve pacientes com ritmo inicial de 
Fibrilação Ventricular (FV) ou Taquicardia Ventricular (TV) sem pulso; portanto, a 
desfibrilação precoce e a compressão torácica são necessárias. 
A desfibrilação é a aplicação de eletricidade no tórax de uma vítima que sofreu 
uma parada cardíaca. Pode ser realizada com um equipamento manual ou com o 
Desfibrilador Externo Automático (DEA).
Importante!
Se você não tiver um DEA, mantenha as compressões torácicas até a chegada de uma 
equipe de emergência.
Importante!
O DEA é um equipamento eletrônico portátil que tem como função identificar 
o ritmo cardíaco. A leitura automática é realizada através de pás adesivas que são 
fixadas no tórax da vítima (Figura 10). Pode ser utilizado por público leigo, com 
recomendação de que o operador realize um curso de suporte básico em parada 
cardíaca. Esse equipamento é autoinstrutivo, ou seja, tem todas as informações de 
como deve ser utilizado.
17
UNIDADE Primeiros Socorros
Depois de ligado, dá instruções verbais para o procedimento a ser executado. 
Identifica automaticamente o ritmo cardíaco normal e as arritmias potencialmente 
letais (FV e TV). Além de diagnosticar, é capaz de tratá-las através da desfibrilação 
– aplicação de corrente elétrica que interrompe a arritmia, fazendo com que o co-
ração retome o ciclo cardíaco normal.
Figura 10 – Dispositivo Desfibrilador Externo Automático (DEA)
Fonte: Getty Images
O DEA deve ser utilizado assim que disponível. Recomenda-se que a RCP seja 
fornecida enquanto as pás do DEA são aplicadas e até que o DEA esteja pronto 
para analisar o ritmo.
Assim que o DEA estiver disponível, o socorrista, se estiver sozinho, deve parar 
a RCP para conectar o aparelho à vítima. Porém, se houver mais de um socorrista, 
o segundo deve manusear o DEA e, neste caso, a RCP só será interrompida quan-
do o DEA emitir um alerta verbal como “analisando o ritmo cardíaco”, “não toque 
o paciente” e/ou “choque recomendado, carregando, afaste-se do paciente”.
Passos para a utilização do DEA:
1. Ligue o DEA, apertando o botão on-off: alguns dispositivos ligam au-
tomaticamente ao abrir a tampa. Isso ativa os alertas verbais que orientam 
todas as etapas subsequentes;
2. Conecte as pás – eletrodos – ao tórax desnudo da vítima, observando o 
desenho contido nas próprias pás sobre o posicionamento correto – sele-
cionar pás do tamanho apropriado, adulto ou pediátrico, para o tamanho 
e a idade do paciente. Remover o papel adesivo protetor das pás;
3. Posicionamento anterolateral: remova as roupas e descubra a vítima, 
coloque uma pá imediatamente abaixo da clavícula direita. Coloque a ou-
tra pá ao lado do mamilo esquerdo, com a borda superior da pá a alguns 
centímetros abaixo da axila (Figura 11);
18
19
Figura 11 – Posicionamento das pás anterolaterais
Fonte: Getty Images
4. Posicionamento anteroposterior: deixe o tórax desnudo. Aplique uma 
pá do DEA no lado esquerdo do tórax, entre o lado esquerdo do esterno 
e o mamilo esquerdo, e a outra no lado esquerdo das costas, próxima à 
coluna (Figura 12);
Figura 12 – Posicionamentos das pás anteroposteriores: aplique uma pá entre o lado esquerdo
esterno e o mamilo esquerdo e a outra no lado esquerdo das costas, próxima à coluna
Fonte: BERNOCHE et. al; 2019, p. 466
5. Encaixe o conector das pás – eletrodos – ao aparelho;
6. Quando o DEA indicar “analisando o ritmo cardíaco, não toque no pacien-
te”, solicitar para que todos se afastem efetivamente;
7. Se o choque for indicado, o DEA emitirá a frase: “choque recomendado, 
afaste-se do paciente”. O socorrista que estiver manuseando o DEA deve 
solicitar para que todos se afastem;
8. Pressionar o botão indicado pelo aparelho para aplicar o choque, o qual 
produz uma contração repentina dos músculos do paciente;
9. A RCP deve ser iniciada pelas compressões torácicas, imediatamente após 
o choque. A cada 2 minutos, o DEA analisa o ritmo novamente e pode 
19
UNIDADE Primeiros Socorros
indicar novo choque, se necessário. Se não indicar choque, deve-se reini-
ciar a RCP imediatamente, caso a vítima não retome a consciência;
10. Mesmo se a vítima retomar a consciência, o aparelho não deve ser desli-
gado e as pás não devem ser removidas ou desconectadas até que o servi-
ço médico de emergência assuma o caso;
11. Se não houver suspeita de trauma e a vítima já apresentar respiração 
normal e pulso, o socorrista pode lateralizar a vítima (Figura 13); porém, 
deve permanecer no local até que o serviço médico de emergência chegue.
Figura 13 – Posição de recuperação
Fonte: Getty Images
Dos 3 a 5 minutos iniciais de uma PCR em FV o coração se encontra altamente 
propício ao choque. Após 5 minutos de PCR, a amplitude da FV diminui devido à 
depleção do substrato energético miocárdico. Assim, o tempo ideal para a aplica-
ção do primeiro choque compreende do terceiro ao quinto minuto inicial da PCR. 
Importante!
O DEA não funciona em casos de PCR, mas apenas para FV e TV. Portanto, após a análise 
do ritmo cardíaco, se não comandar um choque, inicie a massagem cardíaca.
Importante!
Uso de desfibriladores externos automáticos em situações especiais:
• Excesso de pelos no tórax: remover o excesso de pelos somente das regiões 
onde serão posicionadas as pás;
• Tórax molhado: se o tórax da vítima estiver molhado, secar por completo;
• Marca-passo ou Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI): se estiver 
na região onde é indicado o local para aplicação das pás, afaste-as ou opte por 
outro posicionamento das pás – anteroposterior, por exemplo;
20
21
• Adesivos de medicamentos: remover o adesivo se estiver no local onde são 
aplicadas as pás do DEA; enxugue, se necessário.
Figura 14 – Suporte básico de vida para leigos
Fonte: BERNOCHE et. al; 2019, p. 470
Quadro 2 – O que fazer e o que não fazer no SBV para obter uma RCP de alta qualidade para adultos
Os socorristas devem Os socorristas NÃO devem
Realizar compressões torácicas a uma frequência de 
100 a 120/min
Comprimir a uma frequência inferior a 100/min ou 
supeior a 120/min
Comprimir a uma profundidade de pelo menos 2 
polegadas (5 cm)
Comprimir a uma profundidade inferior a 2 polegadas 
(5 cm) ou superior a 2,5 polegadas (6 cm)
Permitir o retorno toral do tórax após casa compressão Apoiar-se sobre o tórax entre compressões
Minimizar as interrupções nas compressões Interromper as compressões por mais de 10 segundos
Ventilar adequadamente (2 respirações após 30 
compressões, cada respiração administrada em 1 
segundo, provocando a elevação do tórax)
Aplicar vontilação excessiva (ou seja, uma
quantidade excessiva de respirações ou respirações 
com força excessiva)
Fonte: American Heart Association, 2015
21
UNIDADE Primeiros Socorros
Queimaduras
Queimadura é toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de 
calor ou frio, produto químico, corrente elétrica ou radiação.
A maioria das queimaduras ocorre como resultado de um incêndio; outras cau-
sas comuns de queimadura são acidentes com água quente,contato com objetos 
quentes, eletricidade e agentes químicos.
As queimaduras provocam danos aos tecidos e prejudicam o equilíbrio hidroele-
trolítico, a capacidade de regular a temperatura, função articular, habilidade manual 
e aparência física.
As queimaduras podem causar choque ao lesionar o tecido superficial e romper 
e dilatar os vasos sanguíneos subcutâneos, levando à perda significativa de plasma 
– que é a porção de água do corpo.
A gravidade de uma queimadura é determinada pelos seguintes fatores:
• Profundidade da queimadura (Figura 15); 
• Porcentagem queimada do corpo; 
• Gravidade da lesão; 
• Local da queimadura; 
• Complicações associadas – tais como condições físicas ou mentais preexistentes; 
• Idade da vítima.
Figura 15 – Níveis de queimadura na pele
Fonte: Adaptado de Getty Images
Primeiro grau: atinge somente a camada da epiderme. Segundo grau: atin-
ge a epiderme e derme. Terceiro grau: atinge a epiderme, derme, camada de 
gordura e as terminações nervosas, podendo afetar músculos e ossos.
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As queimaduras são classificadas de acordo com o nível de lesão causado à pele 
e aos tecidos subjacentes nos seguintes graus:
1. Envolve somente a camada mais externa da pele, denominada epiderme. 
É caracterizada por dor e pela presença de vermelhidão. O tempo de re-
cuperação é em torno de 2 a 5 dias. Prognóstico: ausência de cicatrizes; 
alteração temporária da cor;
2. Costuma ter aparência muito avermelhada ou branca, sendo demasiada 
dolorosa e úmida, podendo produzir bolhas. É caracterizada por verme-
lhidão, bolhas, inchaço e dor; o tempo de recuperação é de 5 a 21 Dias. 
Prognóstico: alguma formação cicatricial (Figura 16a);
3. Danifi ca todas as camadas da pele e pode afetar tecido subcutâneo, mús-
culo e osso. É caracterizada por pele com aspecto de couro ressecado, car-
bonizada ou esbranquiçada. Tempo de recuperação: de semanas a anos. 
Prognóstico: comumente requer cirurgia e enxerto de pele (Figura 16b).
Queimaduras de primeiro e segundo graus são extremamente dolorosas, en-
quanto nas de terceiro grau a vítima pode não sentir dor imediata, pois as termina-
ções nervosas foram destruídas.
Figura 16 – (a e b) Queimaduras de segundo grau; (c) Queimadura de terceiro grau
Fontes: (a e c) Wikimedia Commons; (b) Getty Images
Em relação à profundidade de uma queimadura (Figura 17):
• Se se tratar de uma escaldadura em pele nua e a vítima for uma criança ou um 
idoso, a queimadura poderá atingir camadas mais profundas, pois a espessura 
da epiderme é mais fina;
• Uma queimadura térmica causada por chamas geralmente é de espessura par-
cial ou total;
• As queimaduras causadas por eletricidade ou produtos químicos provocam da-
nos extensos. As vítimas dessas queimaduras quase sempre são hospitalizadas 
de modo que os médicos possam monitorar os sinais vitais e as funções dos 
principais órgãos.
23
UNIDADE Primeiros Socorros
Figura 17 – Classificação de queimaduras por profundidade
Fontes: Adaptado de Getty Images
Cuidados Gerais para Todas as Queimaduras
Queimaduras de pequena extensão: 
• Colocar a parte queimada debaixo da água corrente fria, em jato suave, por 
aproximadamente 10 minutos;
• Compressas úmidas e frias também são indicadas.
Queimaduras extensas:
• Colocar a vítima debaixo do chuveiro durante 30 minutos. Após este perí-
odo, retirar as roupas molhadas e proteger o seu corpo com um lençol ou 
pano limpo;
• Não retirar roupas aderidas;
• Retirar também os adornos – pulseiras, anéis etc.;
• Em caso de vestes pegando fogo, não permitir que a pessoa corra, pois poderá 
aumentar as chamas;
• Abafar, com um cobertor, para apagar as chamas ou rolar o acidentado no chão.
Queimaduras Térmicas e Causadas por Irradiação de Calor
Queimaduras térmicas ou por irradiação devem ser imediatamente atendi-
das, no momento da ocorrência. Logo após uma queimadura dessa natureza é 
24
25
importante avaliar e tratar as vias aéreas, a respiração e qualquer outra lesão 
potencialmente fatal.
Importante!
Um socorrista não trata uma queimadura, simplesmente cuida da lesão até que a vítima 
possa ser levada a um hospital ou centro de queimados para o tratamento completo.
Importante!
Em situações assim, veja o que fazer:
1. Afastar a vítima da fonte da queimadura, levando-a para longe do foco do 
incêndio de modo que não inale a fumaça;
2. Eliminar a causa da queimadura, apagando o fogo;
3. Lavar a queimadura por escaldadura ou por óleos imergindo a parte afe-
tada em água fria, a fi m de interromper o processo de queima (Figura 18);
Figura 18 – Resfriando uma queimadura por meio de imersão da área queimada em água corrente fria
Fonte: Getty Images
Avalie as funções vitais e aplique o tratamento para as complicações cardíacas e 
respiratórias. Ajude a vítima imediatamente com respiração, se esta:
• Estiver respirando ruidosamente ou tossindo ao respirar;
• Apresentar cheiro de fuligem ou fumaça na respiração; 
• Apresentar partículas de fuligem na saliva;
25
UNIDADE Primeiros Socorros
• Apresentar as mucosas da boca ou do nariz queimadas. A inalação de ar su-
peraquecido, vapor ou chamas pode queimar o revestimento das vias aéreas 
superiores, causando edema severo. Isto pode criar uma obstrução parcial ou 
completa das vias aéreas. Além disso, a inalação de fumaça tóxica pode tornar 
a respiração ineficaz. 
1. Acione o SRM o mais rápido possível; 
2. Continue a avaliar as funções vitais da vítima até a chegada de ajuda 
médica;
3. Interrompa o processo de queimadura por meio da aplicação de água fria 
sobre tal queimadura, de modo que: 
• Nunca rompa bolhas que tenham se formado na pele, pois aumentará a inci-
dência de infecções pela quebra da barreira de proteção da pele; 
• Aplique curativos estéreis secos sobre a área queimada. É importante manter o 
espaço queimado o mais limpo e descontaminado possível e utilizar curativos 
estéreis para reduzir as chances de infecção; 
• Se menos de 10% do corpo estiver queimado, podem ser utilizados curativos 
umedecidos com água estéril – que gera algum alívio para as dores (Figura 19);
Figura 19 – Umedecendo um curativo para queimadura
Fonte: KARREN, et. al; 2013, p. 412
• Não utilize materiais plásticos ou “não porosos” e não estéreis para cobrir uma 
queimadura, pois pode ocorrer crescimento bacteriano;
26
27
• Um kit estéril para queimaduras contém curativos e outros itens para esse tipo 
de tratamento (Figura 20). 
Figura 20 – Kit de primeiros socorros para queimaduras
Fonte: Getty Images
Importante!
• Nunca aplique manteiga, óleo ou gordura sobre uma queimadura;
• Não utilize gel ou pomada sobre queimadura de segundo ou terceiro grau;
• Não aplique gelo ou compressa de gelo sobre uma queimadura.
Importante!
Queimaduras Químicas 
As substâncias químicas continuam a queimar enquanto estão em contato com 
a pele, resultando em queimaduras consideradas graves; por isso toda vítima de 
queimaduras químicas necessita ser transportada para um hospital. O SRM deve 
ser acionado imediatamente, afinal, quanto mais rapidamente você for capaz de 
remover a fonte da queimadura e iniciar o atendimento, menos grave será a lesão.
Antes de iniciar o atendimento de emergência, certifique-se de que poderá se 
aproximar da vítima com segurança – se não for seguro, espere pelo resgate. 
Durante cada passo do resgate, proteja-se também de contaminação. Se possí-
vel, coloque luvas de proteção antes de começar a atender a vítima – para prote-
ger-se de lesões.
Vejamos os passos:
1. Escovar a pele para remover qualquer substância seca em pó e lavar bem 
a área queimada no chuveiro de emergência com fl uxo de água regular 
27
UNIDADE Primeiros Socorros
por, pelo menos, 20 minutos (Figura 21). O jato não deve ser muito forte, 
pois a alta pressão provocará a penetração do agente químico nos poros 
da pele. Ademais:
 » O pó de cal torna-se corrosivo quando misturado à água; assim, antes de 
lavar a área queimada, certifique-se de que todos os traços foram removidos 
não somenteda pele, mas também da roupa;
 » O fenol – ácido carbólico – deve ser removido com álcool; a seguir, a área 
queimada deve ser irrigada com água;
 » O ácido sulfúrico concentrado produz calor quando misturado com água e 
pode causar queimaduras maiores, a menos que seja lavado vigorosamente 
com uma mangueira ou em um chuveiro – siga o protocolo local.
Figura 21 – Uma vítima de queimadura química 
deve se lavar sob um chuveiro no local de trabalho
Fonte: Getty Images
2. Enquanto estiver lavando a área queimada, remova as roupas, os sapatos, 
as meias e os acessórios da vítima;
3. Se a vítima estiver apta, faça com que se lave com água e sabão, enxa-
guando-se bem depois que você terminar a irrigação da queimadura;
4. Se alguma substância química espirrar no olho da vítima, use a água de 
torneira ou mangueira com pouca pressão para irrigá-lo durante, pelo me-
nos, 20 minutos; certifique-se de que as lentes de contato foram retiradas. 
28
29
Você pode utilizar também uma panela, um balde, uma xícara ou garrafa; 
irrigue bem a parte interior das pálpebras;
5. Depois de ter irrigado muito bem a área queimada, cubra-a com um cura-
tivo de gaze esterilizada e seca; 
6. Se puder, obtenha o nome da substância química, ou envie o recipiente ao 
hospital juntamente com a vítima.
Importante!
Nunca tente usar um antídoto ou neutralizar uma área queimada com soluções alcalinas 
ou ácidas, pois você poderá aumentar a lesão.
Importante!
Queimaduras Químicas nos Olhos
Os olhos podem sofrer danos permanentes segundos depois da lesão, de modo 
que os 10 primeiros minutos geralmente determinam o resultado – por isso repre-
sentam uma emergência prioritária (Figura 22).
Figura 22 – Queimadura química nos olhos
Fonte: KARREN, et. al; 2013, p. 136
Os álcalis, tais como amônia, limpadores de ralos, cimento e gesso causam 
mais danos aos olhos do que os ácidos porque continuam a queimar e penetrar 
mais profundamente. Ácidos de bateria, clorídrico e nítrico provocam queimaduras. 
29
UNIDADE Primeiros Socorros
Independentemente da substância, no entanto, a queimadura e os danos ao tecido con-
tinuarão enquanto qualquer substância permanecer no olho – ainda que seja diluída.
Atendimento de emergência:
1. Acione o SRM;
2. Segurando as pálpebras abertas, irrigue os olhos com água corrente entre 
30 a 60 minutos – de forma suave e continuamente –, ou até o SRM che-
gar (Figura 23);
Importante!
Irrigue os olhos somente com água ou soro fisiológico.
Importante!
Figura 23 – Em casos de queimaduras químicas, 
irrigue os olhos em um sistema de lavagem de olhos
Fonte: Getty Images
Importante!
• Não tente neutralizar a substância química; utilize apenas água;
• Nunca utilize antídotos químicos, incluindo vinagre diluído, bicarbonato de sódio 
ou álcool;
• Nunca utilize colírios.
Importante!
30
31
1. A água deve ser despejada no canto interno, passando pelo globo ocular 
até chegar à borda externa; tome cuidado para não contaminar o outro 
olho. Peça à vítima para que mova o globo ocular – isso ajuda a lavar todo 
o olho;
2. Remova lentes de contato;
3. Remova quaisquer partículas sólidas da superfície do olho com um coto-
nete úmido;
4. Continue a irrigação até a chegada da equipe de resgate; 
5. Se a equipe de emergência estiver atrasada e você já tiver lavado os olhos 
com água corrente por, pelo menos, 60 minutos, enfaixe frouxamente 
ambos os olhos utilizando compressas úmidas e frias, até que a equipe de 
emergência chegue ao local;
6. Após a irrigação, evite contaminar os próprios olhos, lavando bem as 
mãos e utilizando uma escova para limpar embaixo da unha.
Queimaduras oculares pela luz
Olhar para uma fonte de luz ultravioleta pode queimar os olhos, resultando em 
dor forte por 1 a 6 horas após a exposição. Uma das causas mais comuns desse 
tipo de queimadura é a luz do Sol refletida na neve e nas soldas. Para pessoas 
que trabalham em laboratórios e hospitais, é importante proteger-se ao ligar a luz 
ultravioleta em cabines de biossegurança e aparelhos para visualizar ácidos nuclei-
cos. Tanto o paciente quanto o funcionário devem tomar as precauções necessá-
rias ao utilizar equipamentos de luz pulsada ou Light Amplification by Stimulated 
Emission of Radiation (Laser) em clínicas de estética. 
Câmaras de bronzeamento artificial são proibidas no Brasil desde 2009. As lâmpadas de 
bronzeamento podem causar queimaduras severas nos olhos e na pele, além de câncer com 
alta probabilidade de metástase. Assim, oriente as pessoas a jamais frequentarem clínicas 
clandestinas, tomando cuidado com propagandas enganosas.
Sobre este assunto, acesse o seguinte material:
• http://bit.ly/3aP2vid
• http://bit.ly/2vyiPUv
• http://bit.ly/3aRFs6z
• https://glo.bo/2t9y1qn
Ex
pl
or
As vítimas devem ser vistas por um oftalmologista, especialista que pode deter-
minar a extensão das queimaduras e receitar o tratamento e/ou os medicamentos 
necessários. Enquanto isso: 
1. Leve a vítima para longe da luz do Sol. Se possível, a vítima deve ser colo-
cada em um local escuro, onde não haja fontes de luz;
31
UNIDADE Primeiros Socorros
2. Cubra os dois olhos com gazes umedecidas em água fria;
3. Não deixe a vítima esfregar os olhos, pois isso inflamará ainda mais os 
tecidos lesionados.
Corpos Estranhos nos Olhos
É importante remover corpos estranhos dos olhos, pois podem causar infecção 
ou inflamação, ou ainda arranhões na córnea. Corpos estranhos que podem ficar 
alojados nos olhos podem ser partículas de poeira, areia, cinzas, pó de carvão ou 
pequenos pedaços de metal.
Nunca deixe uma vítima com objetos estranhos nos olhos esfregar ou coçar a re-
gião, pois essa atitude poderá levar os objetos a se alojarem ainda mais para dentro 
do olho. Se as lágrimas não expulsarem os objetos estranhos, peça para a vítima 
piscar várias vezes, o que removerá objetos soltos.
Tente remover apenas os corpos alojados na conjuntiva – mucosa transparente 
que reveste as pálpebras e recobre a superfície externa do globo ocular –, nunca os 
que estiverem na córnea.
Se piscar não ajudar a remover o objeto, realize os seguintes passos:
1. Enxágue o olho delicadamente com água limpa, afastando as pálpebras;
2. Remova objetos alojados sob a pálpebra superior, forçando-a sobre a infe-
rior; quando voltar para a posição normal, a superfície subjacente passará 
sobre os cílios da pálpebra inferior, removendo o corpo estranho;
3. Se o corpo estranho continuar no olho, segure os cílios da pálpebra supe-
rior e dobre-a sobre um cotonete ou objeto semelhante. Remova cuidado-
samente o corpo estranho da pálpebra com o canto de um pedaço de gaze 
estéril (Figura 24).
Figura 24 – Para remover partículas da esclera, puxe a pálpebra inferior para baixo enquanto 
a vítima olha para cima, ou puxe a pálpebra superior para cima enquanto olha para baixo
Fonte: KARREN, et. al; 2013, p. 134
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33
4. Se o objeto estiver alojado sob a pálpebra inferior, puxe-a para baixo, 
expondo a superfície interna da pálpebra; remova-o com o canto de um 
pedaço de gaze estéril ou cotonete (Figura 24);
5. Se o objeto se alojar no globo ocular, não mexa; cubra os dois olhos com 
uma compressa e acione o SRM (Figura 25).
Figura 25 – Se um corpo estranho se alojar no olho, 
enfaixe os dois olhos para reduzir o movimento
Fonte: KARREN, et. al; 2013, p. 135
Acidentes com Perfurocortante
Todos os fluidos corporais devem ser considerados infecciosos, incluindo saliva, 
sangue, secreções vaginais, sêmen, líquido amniótico – que envolve o feto no útero 
– e fluidos que lubrificam o cérebro, a coluna vertebral, os pulmões, o coração, os 
órgãos abdominais, as articulações e os tendões.
O contato com material perfurocortante contaminado é um acidente frequente 
na área da Saúde.
Figura 26 – As infecções podem ser adquiridas e disseminadas
pelo contato físico com sangue e outros fl uidos corporais
Fonte: KARREN, et. al; 2013, p. 7
33
UNIDADE Primeiros Socorros
Os patógenos hematogênicos, ou doenças causadas por microrganismostrans-
portados pelo sangue são motivos de preocupação por parte dos socorristas e das 
outras pessoas envolvidas em uma emergência. A exposição aos quais ocorre quan-
do se entra em contato com o sangue da vítima ou qualquer outro fluido corporal 
que contenha sangue; pode-se minimizar esse risco utilizando-se equipamento de 
proteção, tais como luvas de proteção para evitar contato com o sangue da vítima.
As hepatites B e C e o vírus da imunodeficiência humana (HIV) são patógenos 
hematogênicos particularmente preocupantes.
Procure atendimento imediato se entrar em contato com sangue ou fluidos cor-
porais. Caso a vítima seja portadora de alguma doença infecciosa, agir com rapidez 
é essencial. A exposição ocorre quando essas substâncias entram em contato com 
uma ferida aberta que você tenha na pele, ou com uma membrana mucosa – tais 
como olhos e boca.
Desmaios
O desmaio é provocado por falta de oxigênio no cérebro, que reage com falta 
de força muscular, queda do corpo e perda da consciência. Sintomas como palidez, 
suor, vista escura, perda do controle dos músculos e sentidos são característicos de 
desmaio. Assim:
1. Se a vítima ainda estiver acordada – consciente – evite que caia. Sente-a, 
abaixe a cabeça e faça leve pressão na nuca para baixo (Figura 27a);
2. Se a vítima estiver desmaiada, mantenha-a deitada de costas, com as per-
nas elevadas em 20 ou 30 cm (Figura 27b);
Figura 27 – (a) Sente a vítima que está prestes a desmaiar, posicionando a 
sua cabeça entre as pernas; (b) Eleve as pernas da vítima desmaiada
Fonte: Fiocruz, 2003 
34
35
Monitore possíveis vômitos; afrouxe as roupas que possam restringir a respiração;
3. Faça uma rápida avaliação para detectar qualquer condição potencialmen-
te fatal que possa ter causado o desmaio; inicie o tratamento adequado;
4. Verifi que se ocorreu alguma lesão durante a queda – se for o caso – e trate 
de maneira adequada;
5. Não deixe a pessoa que acabou de desmaiar sentar-se imediatamente, 
pois isso pode provocar um AVE. Em vez disso, ajude a vítima a se sentar 
de forma lenta e gradual;
6. Ajude a vítima a se sentir melhor, levando-a para um local onde tenha ar 
fresco ou colocando um pano frio e úmido sobre o seu rosto.
Convulsão
A crise convulsiva é uma alteração involuntária e repentina nos sentidos, no 
comportamento, na atividade muscular e/ou no nível de consciência, resultando 
da irritação ou superatividade das células cerebrais. Uma das principais causas das 
crises convulsivas é a epilepsia. Algumas crises convulsivas podem ocorrer espon-
taneamente, sem causa conhecida.
A maioria das crises convulsivas cessa após 5 minutos – embora a vítima possa 
permanecer inconsciente por mais alguns minutos. Em contraste, o estado epilépti-
co é uma única crise convulsiva que dura mais de 5 minutos ou uma série de crises 
convulsivas que ocorrem sem que a vítima recobre a consciência entre as quais.
O estado epiléptico é uma emergência médica prioritária.
Se necessário, acione o SRM e, em seguida:
1. Só mova a vítima se esta estiver perto de um objeto perigoso que não pos-
sa ser afastado. Caso contrário, afaste os objetos da vítima. Coloque um 
apoio macio sob a cabeça da vítima a fi m de evitar lesões;
2. Mantenha as vias aéreas desobstruídas;
3. Mantenha a calma; se a vítima estiver consciente, tranquilize-a; acalme 
também as outras pessoas que estiverem com a qual. Confusão é uma das 
principais manifestações do período pós-ictal para a vítima;
4. Permaneça com a vítima até que a crise convulsiva tenha terminado; se 
precisar buscar ajuda, mande outra pessoa;
5. Nunca tente colocar nada à força entre os dentes da vítima, e nunca admi-
nistre nada por via oral;
6. Remova ou afrouxe roupas apertadas, principalmente em volta do pescoço; 
remova os óculos;
35
UNIDADE Primeiros Socorros
7. Posicione a vítima do lado esquerdo com o rosto virado para baixo (Figura 28) 
para que as secreções e o vômito possam drenar rapidamente e para que a 
língua não caia para trás, bloqueando a garganta;
Figura 28 – Posicione a vítima de modo a permitir a drenagem de saliva e vômito
Fonte: Getty Images
8. Se a vítima parar de respirar, desobstrua as vias aéreas, removendo qual-
quer coisa que possa dificultar a respiração e aplique respiração artificial;
9. Não tente restringir os movimentos da vítima, a menos que esteja próxima 
a objetos perigosos que não possam ser movidos;
10. Evite que a vítima se transforme em um espetáculo; peça aos observado-
res para que se retirem; 
11. Após a crise convulsiva, acalme e reoriente a vítima; fale devagar, com 
calma e em um tom de voz normal. Permita que a vítima repouse; ajude a 
mantê-la o mais confortável possível.
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Para complementar o estudo sobre primeiros socorros e conhecer os procedimentos que 
devem ser adotados em outras situações, leia o manual escrito pela equipe da Fundação 
Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Nesta apostila você aprenderá a como socorrer vítimas de acidentes com animais peçonhen-
tos e venenosos, picadas de abelhas, insolação, alcoolismo agudo, choque elétrico, crise hi-
pertensiva, coma diabético e hipoglicêmico, infarto agudo do miocárdio, amputações, con-
tusões, engasgos, entre outros estados.
Você, futuro(a) profissional da Saúde, deve estar preparado(a) para atender a população com 
maestria em todos os níveis de necessidades, promovendo a saúde e prevenindo as doenças 
tanto no quesito individual como coletivo; afinal, prestar um bom atendimento de emergên-
cia pode aumentar as chances de recuperação e reabilitação da vítima.
Disponível em: http://bit.ly/2uHfBxC
Ex
pl
or
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UNIDADE Primeiros Socorros
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
RCP somente com as mãos da American Heart Association
https://youtu.be/3MDp487I7h4
Como fazer uma RCP de QUALIDADE? – RCP de maneira eficaz
https://youtu.be/N3hQMxwtbtA
Parada Cardiorrespiratória com DEA (Desfibrilador Externo Automático)
https://youtu.be/3ck-3YkWPDU
 Leitura
Estudo epidemiológico das queimaduras químicas dos últimos 10 anos do CTQ-Sorocaba/SP
http://bit.ly/2U7clGc
38
39
Referências
AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques das diretrizes da American 
Heart Association 2015. Atualização das diretrizes de RCP e ACE. [S.l.], 2015.
BERNOCHE C. et. al. Atualização da diretriz de ressuscitação cardiopulmonar e 
cuidados de emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia 2019. Arq. Bras. 
Cardiol., v. 113, n. 3, p. 449-663, 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de 
intervenção para o Samu 192 – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. 
2. ed. Brasília, DF, 2016.
KARREN, K. J. et. al. Primeiros socorros para estudantes. 10. ed. Barueri, SP: 
Manole, 2013.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Noções de primeiros socorros 
em ambientes de saúde. Belo Horizonte, MG, 2018.
39

Outros materiais