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Hum����ação 1. Princípios do SUS a. Integralidade i. Cuidado ii. Acolhimento iii. Vínculo 2. Políticas de humanização na Saúde: estratégias para produção do cuidado humanizado a. Modelo biomédico x acolhimento b. PNH - Política Nacional de Humanização 3. Diretrizes a. Acolhimento e vínculo na saúde bucal i. Reorganização da Atenção em Saúde Bucal ESF ii. Estratégias de acolhimento e vínculo na Saúde Bucal iii. Dispositivos - Organização da assistência odontológica iv. Acolhimento como estratégia para reorganização do processo de trabalho v. Decisão de ofertas b. Gestão participativa e cogestão c. Ambiência d. Clínica ampliada e compartilhada e. Valorização do trabalhador f. Defesa dos direitos dos usuários OBJETIVO GERAL: Conhecer conceitos, práticas e desafios no processo de humanização na área da saúde. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Entender a humanização no contexto prático diário; Conhecer a humanização em diferentes níveis de atenção à saúde (primária, secundária e terciária). Na Constituição de 1988, há o reconhecimento da saúde como um direito do cidadão, que se consolida através da criação do SUS. ➢ Universalidade: acesso de todo cidadão às ações de saúde realizadas e aos serviços oferecidos pelo sistema ➢ Equidade: é um princípio de justiça social porque busca diminuir desigualdades com serviços e ações realizados pelo SUS ➢ Integralidade: garantir ao cidadão o direito de acesso a todas as esferas de atenção em saúde, abordando o ser humano de forma integral, considerando suas inseparáveis dimensões biopsicossociais 1.Pri��ípi�� �� SU� a.In�e�r����ad� ➢ “...modo de atuar democrático, do saber fazer integrado, em um cuidar que é mais alicerçado numa relação de compromisso ético- político, de sinceridade, responsabilidade e confiança.” ➢ “Respeita-se os saberes das pessoas (saber particular e diferenciado), saberes históricos que foram silenciados e desqualificados.” (Foucault, 1999) ➢ “Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de desenvolvimento afetivo.” ➢ “A humanização parte de valores como autonomia, protagonismo dos sujeitos e co-responsabilidade. A PNH valoriza a potencialidade que os seres humanos tem de criar, construir e produzir saúde juntos” - Desafio de garantir a integralidade como direito a serviços no sistema de saúde - Reorganização de serviços através do acolhimento e vínculo como diretrizes operacionais para a materialização dos princípios do SUS - O Ministério da Saúde tem reafirmado o HUMANIZASUS como política pública que atravessa as diferentes ações e instâncias do SUS i. Cu�d��o No campo da saúde o objeto não é a cura, ou a promoção e proteção da saúde, mas a produção do cuidado, por meio do qual se crê que se poderá atingir a cura e a saúde, que são de fato os objetivos a que se quer chegar Cuidado em Saúde ❖Valoriza as diferenças nas realidades em relação ao convívio, interação e subjetividade das mesmas; ❖ Implica no reconhecimento do espaço e das relações da população, suas crenças e cultura ❖ Significa vínculo, responsabilização e solicitude na relação equipe de saúde com os indivíduos, famílias, comunidades; ❖ Significa compreender as pessoas em seu contexto social, econômico e cultural; ❖ Significa acolhê-las em suas necessidades com relação ao sistema de saúde i�. Aco���m���o “Reorganização de serviços através do acolhimento e vínculo como diretrizes operacionais para a materialização dos princípios do SUS” “Acolhimento, oferecer ou obter refúgio, proteção ou conforto físico. Ter ou receber (alguém) junto a si. Receber, admitir, aceitar. Dar crédito, levar em consideração.” “É um modo de escutar no qual se estabelece empatia, demonstrando interesse pela fala do outro.” “...Reconhecimento cada vez maior das necessidades de saúde dos usuários e das formas possíveis de satisfazê-las, resultando em encaminhamentos, deslocamentos e trânsito pela rede assistencial.” “A acolhida prevê a oferta de serviços às necessidades demandadas, bem como a responsabilização integral pelos problemas de saúde de uma coletividade, por meio das tecnologias disponíveis (leve, leve-dura e dura).” ➔ Recepção do usuário, desde sua chegada, responsabilizando-se integralmente por ele, ouvindo sua queixa, permitindo que ele expresse suas preocupações, angústias, e ao mesmo tempo, colocando os limites necessários, garantindo atenção resolutiva e a articulação com os outros serviços de saúde para a continuidade da assistência quando necessário i��. Vín�u�� Reorganização de serviços através do acolhimento e vínculo como diretrizes operacionais para a materialização dos princípios do SUS “Vínculo, aquilo que ata, liga ou aperta: que estabelece um relacionamento lógico ou de dependência, que impõe uma restrição ou condição.” É a expressão- síntese da humanização da relação com o usuário, Sua construção requer a definição das responsabilidades de cada membro da equipe pelas tarefas necessárias ao atendimento nas situações de rotina ou imprevistas É identificar os moradores da área em seu contexto familiar, de trabalho, de comunidade ➔ Na rede psicossocial (conf. Rede psicossocial), compartilhamos experiências e estabelecemos relações mediadas por instâncias. No caso da instância instituição de saúde, a aproximação entre usuário e trabalhador de saúde promove um encontro, este “ficar em frente um do outro”, um e outro sendo seres humanos, com suas intenções, interpretações, necessidades, razões e sentimentos, mas em situação de desequilíbrio, de habilidades e expectativas diferentes, onde um, o usuário, busca assistência profissional supostamente capacitado para atender e cuidar da causa de sua fragilidade. Deste modo, cria-se um vínculo, isto é, processo que ata ou liga, gerando uma ligação afetiva e moral entre ambos, numa convivência de ajuda e respeito mútuos 2.Políti��� da hu����zação na Saúde: es���tégi�� pa�� p�o��ção d� ��i��d� �u��n��a�� Princípio vinculado ao paradigma de direitos humanos, expressos individual e socialmente. ➔ Dignidade ➔ Respeito à vida humana ➔ Ênfase à dimensão ética na relação entre pacientes e profissionais de saúde Humanizar é... Ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais. É uma política no SUS (HumanizaSUS). Mais do que uma política, a Humanização refere-se à transformação dos modelos de atenção e de gestão nos serviços e sistemas de saúde, indicando a necessária construção de novas relações entre usuários e trabalhadores e destes entre si, podendo ser definida como a valorização dos processos de mudança dos sujeitos na produção de saúde. Não se trata de humanizar o humano, mas enfrentar e lidar com relações de poder, trabalho e afeto. Situações de poder estas, muitas vezes produtoras de práticas desumanizadas. a.Mod��� �i�médi�� � Ac���im���� No Modelo Biomédico: o sujeito não é identificado, mas a sua patologia é que determinará sua trajetória no Centro de Reabilitação, e desqualificado no saber que possui sobre si mesmo, ele terá pouca ou nenhuma participação na construção de seu projeto terapêutico. No Acolhimento: é o momento que o profissional tem para estar escolhendo o melhor caminho para aquele paciente, tanto em termos do tratamento, quanto em termos do serviço de maior prioridade. b.P�� - Políti�� N��i�n�� �e H�m��i��ção A PNH preconiza o acolhimento como uma forma de construção de uma relação de confiança e compromisso (vínculo) dos usuários com as equipes e os serviços, contribuindo para a promoção da cultura de solidariedade e para a legitimação do sistema público de saúde. 3.Dir����ze� �� P�� a.Aco���m���o i. Aco���m���o � vín�u�� n� �aúde ����l “Uma dispensa pode ser acolhedora, se houver a disposição para escutar, procurar dar o encaminhamento adequado ao caso, percebendo as necessidades do usuário na situação.” Pró-Saúde: aproximação!!O acadêmico de odontologia, ao entrar em contato com a localidade, residência e família do seu paciente, passa a vivenciar as dificuldades relacionadas com a alimentação, transportes, falta de recursos mínimos para a manutenção de vida digna. ➔ Reorganização da Atenção em Saúde Bucal ESF Apontam para a reorganização da atenção e saúde bucal, levando em consideração o conceito do cuidado, universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. Condições de trabalho insatisfatórias, de desrespeito às aspirações dos profissionais, de visão meramente tecnicista e burocrática desqualificam o cuidado e, por conseguinte, a humanização das práticas. ➔ Estratégias de acolhimento e vínculo na Saúde bucal - Qualificar os trabalhadores para recepcionar, atender, escutar, dialogar, tomar decisão, amparar, orientar, negociar, investindo em tecnologias leves (percepção da conversa). Dessa forma, a expressão “próximo”, ao chamar o paciente para ser atendido, em vez de usar o nome, demonstra como o profissional retira do usuário o direito que lhe é outorgado desde o dia em que nasce, e esse direito deixa de existir - Valorizar e integrar a “voz do outro”, construindo uma relação de compromisso, confiança e co-responsabilização para cada demanda, em todo percurso da busca - Avaliar os riscos e a vulnerabilidade, considerando as percepções dos usuários (e de sua rede social), acerca do seu processo de adoecimento - Considerar o acolhimento com avaliação de risco, como aparato técnico assistencial que permite mudanças no modelo de operar a assistência 1. Escuta qualificada A escuta não é só um ato generoso e de boa vontade, mas um imprescindível recurso técnico para o diagnóstico e a adesão terapêutica. Permite compreender a doença; Na relação entre profissionais, esses espaços são a base para o exercício da gestão participativa e da transdisciplinaridade. 2. Visita domiciliar Fortalece o cuidado familiar; Criação de vínculo dos profissionais com a comunidade; Espaço de construção coletiva da equipe de saúde; Permite cuidado mais humanizado. 3. Gestão participativa e co-gestão Criação de instâncias de participação onde é possível estabelecer consensos, como: - o conselho gestor de saúde para decidir os rumos institucionais; - a ouvidoria, que faz a mediação entre usuários e instituição; as equipes de referência; - os grupos de trabalho de humanização, que fazem a escuta institucional e criam dispositivos comunicacionais; - as visitas abertas, que propiciam as parcerias com familiares para o cuidado de seus parentes. Gestão unilateral -> conflitos -> repetição -> alienação. ➔ Dispositivos - Organização da assistência odontológica “Tradicionalmente o acesso aos serviços de saúde bucal se dá através do atendimento de urgências ou por meio de filas de espera enormes, que fazer com que as pessoas desistam do tratamento ou sofram as consequências de suas necessidades.” ➔ Acolhimento como estratégia para reorganização do processo de trabalho Fluxograma analisador de Merhy ➔ Decisão de ofertas ➢ “A entrada é caracterizada pelo movimento que, em um dia, se faz na porta de uma unidade de saúde, e no qual, alguns usuários acabam por chegar na etapa da recepção e outros não.” ➢ A equipe de saúde deverá acolher os usuários e perceber as priorizações que devem extrapolar o critério de ordem de chegada. ➢ Recepções deverão possuir área adequada para atividade educativa e pré-consulta, na qual se pode desenvolver salas temáticas, exibição de vídeos educativos, escovações supervisionadas, explicações acerca do funcionamento da unidade. ➢ “Antes mesmo do encontro formal entre usuário e trabalhador, os espaços preparam-se para essa relação. ➢ O preparo diz respeito à organização, higiene, estética, conforto, informação do espaço físico, bem como à maneira como os trabalhadores preparam-se para aguardar os usuários. Para tanto, são levados em conta a aparência, a paramentação e o comportamento”. ➢ Procura-se registrar os distintos critérios que os serviços utilizam para compreender se o que o usuário traz como problema de saúde será ou não objeto de intervenção tecno assistencial ➢ Ofertar diferentes turnos de atendimento clínico (manhã, tarde e noite) ➢ Agendamento deverá ser preferencialmente por hora marcada ou por bloco de hora ➢ Buscar o acesso universal para a assistência e dar atenção a toda demanda expressa ou reprimida, desenvolvendo ações coletivas a partir de situações individuais e vice-versa e assumindo a responsabilidade por todos os problemas de saúde da população de um determinado espaço geográfico. Prioridade absoluta deve ser dada aos casos de dor, infecção e sofrimento.” Livre demanda: busca pelo serviço baseado na necessidade percebida pelo usuário através de “fichas” de atendimento em dias programados na unidade; Retornos programados: após a primeira consulta, o CD faz um aprazamento para o retorno, baseado na necessidade ou risco do usuário; Levantamento de necessidades em reuniões coletivas Triagem familiar por avaliação de risco ➢ Oferta de determinados serviços pela unidade (leque de opções), de acordo com o problema de saúde apresentado pelo usuário (cuidado integral) ➢ Tratamento curativo (tecnologias) - Urgência - TCA- Tratamento Concluído Adequador (1a fase) - TCR- Tratamento Concluído Restaurador (2a fase) - Ações preventivas: (escovação supervisionada, fluorterapia, grupos de orientação, VD ) Alta por cura, por abandono ➢Agendamentos para exames diagnóstico ➢ Encaminhamentos para atenção secundária e/ou terciária ➢ Encaminhamentos para outros serviços assistenciais ➢ Retornos do próprio serviço b.Ges�ão p����ci����va � ���es�ão c. Am�iên�i�; d. Clíni�� ��p�i��� e c����r�i�h���; e. Val����ação d� ���ba���d��; f. Def��� �os ����it�� ��s u��ári��. Res��� - Humanização da Atenção à Saúde, tanto em trabalhadores, profissionais e administradores, quanto na comunidade, usuários e familiares. A condição e processo de trabalhos geram humanização das condições de atendimento. promovendo a Humanização da Assistência. - “Se repetirmos o modelo vigente apenas maquiado, acreditando que, atendendo a família, fazendo visita domiciliar, prestando assistência, promovendo as ações de prevenção e promoção à saúde sem respeitar o desejo/projeto de vida do paciente, sem colocá-lo para discutir as práticas de serviço, estaremos apenas mantendo as relações de poder e dominação”. - “ nem sempre é possível curar ou resolver uma necessidade apresentada, mas é sempre possível cuidar, escutar e contribuir para amenizar o sofrimento do outro. Com alguém que sofre, sofrem os que o amam, então, o sofrimento é compartilhado, ainda que não dividido, por isso, é patente a necessidade de trabalhadores sensíveis, com uma nova ética na saúde” Folheto da Política Nacional de Humanização - Surgida em 2003 - Interações entre TRABALHADORES, GESTORES e USUÁRIOS - Busca o enfrentamento das relações de poder, trabalho e afeto) - Vínculo com a Secretaria de Atenção à Saúde - inclui equipes regionais (secretarias estaduais e municipais) PNH - Política Nacional de Humanização 1. Métodos - Rodas de conversa, movimentos sociais e gestão de conflitos para mediar a relação entre o usuário, gestor e trabalhador e incluir as mudanças necessárias pelo ponto de vista de cada um - Incluir os usuár ios no processo de cuidado promove uma corresponsabilização 2. Princípios ➔ TRANSVERSALIDADE - Tornar a relação entre as especialidades transversal, de modo que não haja isolamento ou relações de poder (corresponsabilidade) ➔ INDISSOCIABILIDADE ENTRE A ATENÇÃO E A GESTÃO - Tomada de decisões conjuntas entre gestor, trabalhador e usuário ➔ PROTAGONISMO - O trabalho e gestão pautado na autonomia dos usuários e seu protagonismo faz com que as decisões tomadas e ações fluam de uma maneira mais orgânica, mas isso não tira a corresponsabilidade que o usuário deve ter no seu processo deauto-cuidado 3. Diretrizes - Orientações clínicas, éticas e políticas ➔ ACOLHIMENTO - Acolhimento é uma construção de confiança, compromisso e vínculo, tanto entre equipes/serviços quanto entre trabalhadores/equipes + usuário. O acolhimento se articula através da escuta, para caracterizar prioridades e atender os usuários de acordo com vulnerabilidade, gravidade e risco (equidade). ➔ GESTÃO PARTICIPATIVA E COGESTÃO - CO-GESTÃO: Inclusão de sujeitos e ampliação das tarefas da gestão, por meio de rodas, seja pela organização de um espaço coletivo de gestão, que inclua os três grupos, quanto de mecanismos que incluam o usuário e a comunidade a qual ele se insere. - Exemplos de modelos de cogestão: Colegiados gestores, mesas de negociação, contratos internos de gestão, Câmara Técnica de Humanização (CTH), Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), Gerência de Porta Aberta. ➔ AMBIÊNCIA - Ambiente agradável ➔ CLÍNICA AMPLIADA E COMPARTILHADA - Evitar a fragmentação do conhecimento, trazendo a discussão entre os profissionais, tanto das questões orgânicas, quanto relacionais, de modo que se forme uma tomada de decisão compartilhada ➔ VALORIZAÇÃO DO TRABALHADOR - Voltado à formação e pesquisa científica por parte dos trabalhadores (e inclusão no processo de gestão) ➔ DEFESA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS - Defesa do direito em ter uma equipe responsável 4. Rede HUMANIZASUS - Portal colaborativo de rodas de conversa virtual e compartilhamento de dados e experiências 5. Dispositivos Folheto da Política Nacional de Humanização
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