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Perturbações depressivas 2 grupo

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Introdução 
Depressão 
Conceito 
A depressão refere-se a uma ampla gama de problemas de saúde mental caracterizada por sintomas emocionais negativos (perda de interesse e prazer - anedonia) e sintomas cognitivos, físicos e comportamentais associados. Distinguir mudanças de humor consideradas normais, com graus de alteração menos graves, mas clinicamente significativos, de depressão pode não ser fácil, dado que nesta patologia os sintomas ocorrem num continuum de gravidade entre o normal, a tristeza que todos sentimos, e o patológico (Sampaio et al, 2014). 
Segundo Cordioli, atualmente o termo depressão é muitas vezes comum e erradamente utilizado para descrever estados emocionais não patológicos. De facto, sentimentos de tristeza são comuns em situações de perda, separações, insucessos ou conflitos, e caracterizam um estado emocional normal, não patológico. Na depressão, contrariamente ao que acontece numa reação normal a uma adversidade, os sintomas referidos não desaparecem espontaneamente e o sofrimento acentuado compromete o funcionamento quotidiano do indivíduo (Cordioli, 2010). A identificação de depressão clinicamente significativa é baseada não apenas na sua severidade, mas também na persistência, na presença de outros sintomas e no grau de prejuízo funcional e social. Quanto maior a gravidade da depressão, maior a morbilidade e consequências adversas (Hofmann et al. 2010).
Epidemiologia
Segundo o relatório do Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental, a prevalência anual total das perturbações psiquiátricas em Portugal atingiu o valor de 22,9% (Figura 1), o valor mais alto dos 8 países da Europa que participaram no estudo, e apenas ultrapassado pelos Estados Unidos (26,4%) quando os restantes países foram considerados (Programa Nacional para a Saúde Mental, 2014; Faculdade de Ciências Médicas, 2013).
A depressão é, portanto, um problema de saúde pública e um dos transtornos mentais mais comuns, apresentando altos níveis de prevalência em muitos países desenvolvidos e produzindo grande sofrimento, prejuízo pessoal e social, podendo mesmo causar incapacidade temporária ou permanente. Com o aumento na prevalência vêm também os custos para o sistema de saúde e para o tecido financeiro. De fato, para além das despesas diretas no tratamento, as perturbações psiquiátricas relacionam-se intimamente com uma diminuição da produtividade (e.g. desemprego, absentismo e baixas por doença) e com as consequências económicas que daí advêm (Programa Nacional para a Saúde Mental, 2013).
Sinais e sintomas da depressão 
A depressão é uma doença que envolve a mente e o corpo, afectando a forma como uma pessoa come, dorme, como se sente a si mesma, e como pensa sobre as coisas. A depressão não é um estado temporário, não é uma situação normal, e não é nem um sinal de fraqueza pessoal nem uma condição da qual, a maioria das vezes, se possa sair sozinho. É muito difícil ficar-se melhor apenas pela força de vontade, até porque esta fica muito diminuída na depressão. 
Os sinais e sintomas de depressão mais comuns são: 
· Humor persistentemente triste, ansioso, irritável, de ‘vazio’ ou tédio; 
· Perda de interesse em actividades que antes eram desejadas e agradáveis; 
· Fadiga e baixo nível de energia; 
· Perda de apetite com perda de peso ou comer demasiado com ganho de peso; 
· Alterações do sono como a insónia ou hipersónia; 
· Perda da expressão emocional; 
· Sentimentos de desesperança, pessimismo, culpa, inutilidade, ou desamparo; 
· Isolamento social; 
· Dificuldade de concentração, de memória, tomada de decisões; 
· Agitação ou lentificação motora; 
· Problemas físicos persistentes como dores de cabeça persistentes, queixas digestivas, etc; 
· Pensamentos sobre a morte, ideias de suicídio, tentativas de suicídio ou auto-mutilação. 
Os sintomas psicológicos são comuns na depressão mas como as funções cerebrais e o funcionamento do corpo estão comprometidos, os sintomas físicos normalmente estão presentes. 
Sintomas físicos associados à depressão são: 
· Redução do apetite e perda de peso; 
· Perda de interesse sexual; 
· Dores de cabeça; 
· Tonturas; 
· Problemas cardiovasculares; 
· Problemas respiratórios; 
· Dor nas costas; 
· Queixas gastrointestinais; 
· Dor abdominal. 
Muitas vezes as pessoas notam estes sintomas físicos, mas não são imediatamente reconhecidos como fazendo parte da depressão. Além disso, problemas já existentes – por exemplo, uma dor nas costas – podem fazer-se sentir mais intensamente durante uma fase depressiva. 
Os sintomas de ansiedade são também muito comuns na depressão e muitos são igualmente de natureza física, como seja a sensação de aperto no peito, a falta de ar, as náuseas e as tonturas. Se tem experimentado alguns dos sinais e sintomas a maior parte do dia, quase todos os dias, durante pelo menos duas semanas, pode estar com depressão. Faça o nosso teste de depressão para ter a certeza. 
4 – Diagnóstico de depressão 
O diagnóstico de “depressão” ou “episódio depressivo” é feito quando um certo número de sintomas estão presentes ao longo de um período de pelo menos duas semanas. Têm de estar presentes pelo menos dois dos principais sintomas centrais e dois dos sintomas adicionais periféricos da imagem abaixo: 
Quadro com sintomas de depressão 
Dependendo da quantidade e intensidade dos sintomas podemos distinguir vários tipos de depressão – depressão leve, moderada e grave. 
Se houver pensamentos de morte ou ideias de suicídio, recomenda-se que encontre ajuda profissional de imediato. É importante saber que estes pensamentos são um sintoma da depressão e que esses pensamentos desaparecerão se a pessoa obtiver ajuda adequada. 
Etiologia e factores de risco da depressão 
Um acontecimento negativo na vida, como a perda de um ente querido, o desemprego, uma doença somática grave, bem como stress grave ou prolongado –, pode desencadear um episódio depressivo, mas, algumas vezes, a depressão pode ocorrer na ausência de uma causa evidente. 
Outros factores em interacção contribuem para o aparecimento e persistência da depressão, incluindo factores genéticos, alterações dos níveis hormonais, determinadas condições médicas, stress, luto ou circunstâncias difíceis da vida. Qualquer um destes factores combinados pode levar a alterações na fisiologia do cérebro e a dificuldades de adaptação a acontecimentos externos e internos, conduzindo a sinais e sintomas depressivos. 
A depressão é biopsicossocial e o seu desenvolvimento vária de pessoa para pessoa. Isto significa que, para explicar o desenvolvimento da depressão, é preciso ter em conta a interacção de factores biológicos, psicológicos e sociais. 
Subtipos de depressão 
Existem vários tipos de depressão que podem tomar diferentes rumos. Os sinais e sintomas variam em número, o aparecimento, gravidade e persistência, mas em geral são bastante semelhantes. Dado que os diferentes subtipos de depressão podem requerer tratamentos diferentes, pode ser útil identificar qual o tipo específico que o está a afectar. Existem também diferenças na forma como os indivíduos experienciam a depressão e exprimem os sintomas, dependendo da idade, género e cultura. 
Episódio Depressivo 
A forma mais comum e típica de depressão é o episódio depressivo. Um episódio depressivo simples ocorre ao longo de semanas a anos, manifestando-se através de uma combinação de sintomas, mas sempre com uma duração superior a duas semanas. Os episódios depressivos simples são descritos como unipolares. Aproximadamente um terço das pessoas afectadas experimentam apenas um episódio, ou “fase”, ao longo da sua vida. Dois terços, ou mais das pessoas, experimentam dois ou mais episódios. Efectivamente, se o doente não receber tratamento adequado para a depressão, existe um grande risco de, no futuro, poderem ocorrer episódios depressivos recorrentes. Os episódios de depressão são sempre incapacitantes, em maior ou menor grau. 
Perturbação Depressiva Recorrente ou Depressão Major 
Quando um episódio depressivo se repete, falamos de perturbação depressiva recorrente ouperturbação depressiva major. Esta inicia-se habitualmente durante a adolescência ou no início da idade adulta. Cerca de 50% das depressões major têm início até aos 26 anos de idade. Os indivíduos com este tipo de depressão recorrente experienciarão fases depressivas, que podem durar meses ou anos, intercaladas por fases de humor normal. Este tipo de perturbação depressiva é extremamente incapacitante e tem uma natureza unipolar (o que significa que não há episódios de mania ou hipomania). Pode também designar-se por depressão “clássica” ou “clínica”. 
Distimia 
A distimia é caracterizada por sintomas mais ligeiros e menos evidentes em comparação com um episódio depressivo ou depressão recorrente. Porém, a perturbação é persistente e os sintomas prolongam-se durante muito mais tempo, pelo menos dois anos, por vezes décadas. Razão pela qual esta perturbação também é chamada “depressão crónica”. A perturbação é unipolar e afecta o funcionamento, mas é menos incapacitante. As pessoas que sofrem deste tipo de depressão podem, por vezes, piorar, desenvolvendo um episódio de depressão major. 
Depressão Bipolar tipo I 
Este tipo de depressão ocorre na perturbação bipolar, a qual anteriormente era conhecida por doença maníaco-depressiva, e é menos comum que a depressão unipolar. Esta doença envolve uma alternância entre fases depressivas, fases de humor normal e as chamadas “fases maníacas”. As fases maníacas são caracterizadas por um humor eufórico excessivo, associado a hiperactividade, inquietação e necessidade reduzida de dormir. 
A mania afecta o raciocínio, o julgamento e os comportamentos sociais, causando graves problemas e dificuldades. Comportamentos de risco como práticas sexuais indiscriminadas ou decisões financeiras ou de negócio pouco ponderadas podem ser a expressão de uma fase maníaca em curso na vida de um indivíduo. 
Após um episódio de mania, as pessoas afectadas frequentemente desenvolvem uma depressão. Os sintomas das fases depressivas na perturbação bipolar são difíceis de distinguir dos sintomas da depressão unipolar
Depressão Bipolar tipo II ou do Espectro Bipolar 
Mais parecida com uma perturbação depressiva recorrente do que com uma perturbação bipolar, as pessoas afectadas por uma depressão bipolar de tipo II ou do espectro bipolar parecem apresentar, à primeira vista, apenas fases de humor triste. Trata-se de uma síndrome que faz com que a pessoa afectada apresente episódios depressivos repetitivos, pontuados pelo que se chama de hipomania, um estado de euforia moderada muito mais ligeiro que a mania, o qual a própria pessoa e a família podem confundir com um humor normal ou alegria. 
Episódio Misto de Ansiedade e Depressão 
Apesar de a ansiedade e os sintomas psicológicos e somáticos que a acompanham serem características comuns da depressão, e de os sintomas depressivos estarem frequentemente presentes nas perturbações de ansiedade, em geral é fácil diagnosticar se a depressão é o principal problema. Em todo o caso, no misto de ansiedade e depressão, existe uma combinação equilibrada entre os sintomas de ansiedade e de depressão. 
Episódio Depressivo Psicótico 
A depressão psicótica ou delirante é uma forma particular de episódio depressivo. A psicose envolve a visão ou a audição de coisas irreais (alucinações) e/ou o desenvolvimento de ideias ou crenças falsas (delírios). As pessoas afectadas podem desenvolver crenças falsas como o excesso de culpa (delírio de culpa), a ruína financeira (delírio de pobreza) ou uma doença grave e incurável (delírio hipocondríaco), apesar de todas as evidências em contrário. As pessoas com depressão delirante precisam, quase sempre, de internamento numa unidade psiquiátrica. Os episódios psicóticos podem ser de natureza unipolar ou bipolar. 
Depressão Atípica A depressão é definida como um estado subjectivo interno de “tristeza” ou “infelicidade” acompanhado por pensamentos negativos acerca de si próprio, do seu passado e futuro. E de sintomas físicos que, em conjunto, limitam o funcionamento habitual, profissional, social, interpessoal, etc.
Tratamento
O tratamento psicológico refere-se à psicoterapia ou “terapia”, que tem vários subtipos teóricos e clínicos. A psicoterapia pode ser aplicada isoladamente, em formas menos graves de depressão, ou em combinação com medicação em casos mais graves de depressão.
As intervenções sociais e ambientais que incluem a adopção de estilos de vida saudáveis são também de extrema importância. Referimo-nos a actividades sociais, estratégias de relaxamento, exercício regular moderado, baixa médica (se necessária) e aprendizagem sobre a doença e sobre como ajudar-se a si próprio(a). Estas actividades podem ajudar a promover a esperança e a desenvolver capacidades, o que contribui para o efeito terapêutico dos medicamentos e da psicoterapia.
O tratamento psicológico é um dos outros pilares específicos do tratamento da depressão. A psicoterapia é a forma mais comum de tratamento psicológico. Existem dois tipos validados de psicoterapia: a terapia cognitivo-comportamental e a psicoterapia psicodinâmica.
Terapia cognitivo-comportamental
A terapia cognitivo-comportamental (CBT – cognitive behaviour therapy) é um tipo de terapia cuja eficácia foi comprovada no tratamento da depressão. Baseia-se na ideia de que os sentimentos negativos provêm de pensamentos não úteis que podem levar a comportamentos negativos numa espécie de “espiral descendente”.
A CBT pode iniciar-se com exercícios para aprender a estruturar os dias e a aumentar a atividade diária. Mais tarde, a CBT ensina a identificar pensamentos não úteis, a desafiá-los e a substituí-los por outros pensamentos que sejam úteis.
Uma outra parte importante da terapia é aprender mais sobre a perturbação (psicoeducação). Estas mudanças têm uma repercussão positiva sobre o humor e fazem com que os eventos externos da vida passem a ser mais fáceis de gerir.
Na CBT, o doente e o terapeuta trabalham ativamente em conjunto e aprendem um com o outro. Normalmente, esta terapia consta de uma a duas sessões por semana. No seu conjunto, o tratamento dura entre 25 a 80 sessões.
Psicoterapia psicodinâmica
A psicoterapia psicodinâmica baseia-se nos conhecimentos da psicanálise. Assenta em pressupostos semelhantes sobre as causas das perturbações psiquiátricas, nomeadamente de que estas são o resultado de problemas emocionais do subconsciente.
Ao contrário da psicanálise, este tipo de psicoterapia irá lidar, em primeira linha, com conflitos internos atuais e com os relacionamentos do doente com terceiros. O tratamento é realizado na posição sentada e o terapeuta e o doente mantêm contacto visual. A abordagem do terapeuta pode ir de passiva a participativa, e à oferta de estrutura.
Normalmente, esta terapia consta de uma a duas sessões por semana. No seu conjunto, o tratamento pode ser curto, na forma de psicoterapia interpessoal breve com uma duração de 16-24 sessões, ou tornar-se mais prolongado, podendo atingir 50-100 sessões, ou mais.
 Este tipo de depressão é caracterizado por hipersensibilidade e mudanças de humor, um apetite excessivo e hipersónia (excesso de sono), podendo ainda ocorrer ataques de pânico. Este tipo de depressão é ligeiro e pode ter uma natureza do espectro bipolar. Uma outra parte importante da terapia é aprender mais sobre a perturbação (psicoeducação). Estas mudanças têm uma repercussão positiva sobre o humor e fazem com que os eventos externos da vida passem a ser mais fáceis de gerir. 
Na CBT, o doente e o terapeuta trabalham ativamente em conjunto e aprendem um com o outro. Normalmente, esta terapia consta de uma a duas sessões por semana. No seu conjunto, o tratamento dura entre 25 a 80 sessões. 
Perturbações bipolares
Perturbação Bipolar I
Características 
A PB I caracteriza-se, essencialmente, pela presença de um ou mais Episódios Maníacos ou Episódios Mistos, sendo que, normalmente, estes indivíduos têm um ou mais Episódios Depressivos Major.
No entanto, para o diagnóstico desta perturbação não devem ser considerados os Episódios de Perturbaçãodo Humor Induzida por Substância (causados pelo efeito fisiológico directo de abuso de droga, medicação ou exposição a tóxico) ou Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. Além disso, os episódios não devem encontrar uma melhor explicação na Perturbação Esquizoafectiva, não se sobrepondo à Esquizofrenia, Perturbação Esquizofreniforme, Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação.
A classificação da PB I varia tendo em conta se o sujeito está a experimentar o primeiro episódio (Episódio Maníaco Simples) ou se a perturbação é recorrente. A recorrência é apontada quando ocorre uma mudança de polaridade do episódio (um Episódio Depressivo Major evolui para um Episódio Maníaco ou um Episódio Misto; ou vice-versa) ou quando o intervalo entre os episódios é de pelo menos 2 meses, sem sintomas maníacos. Dentro das PB I recorrentes encontram-se o Episódio Hipomaníaco Mais Recente, Episódio Maníaco Mais Recente, Episódio Misto Mais Recente, Episódio Depressivo Mais Recente e Episódio sem Especificação Mais Recente.
Perturbações e Características Associadas
O suicídio nos sujeitos com PB I varia entre 10 e 15%. Durante os Episódios Maníacos intensos ou durante os episódios com características psicóticas, pode ocorrer abuso dos filhos ou do cônjuge, assim como qualquer outro comportamento violento. Além disto, podem ainda aparecer como problemas associados, faltas à escola, mau aproveitamento escolar, mau desempenho profissional, divórcio ou comportamento antissocial episódico. Como perturbações mentais associadas surgem a Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa, Perturbação por Hiperactividade/Défice da Atenção, Perturbação de Pânico, Fobia Social e Perturbações Relacionadas com Substâncias.
Prevalência e Evolução
Note-se que cerca de 60% a 70% dos Episódios Maníacos acontecem imediatamente antes ou depois de um Episódio Depressivo Major, possuindo um padrão característico em cada sujeito. O número de episódios, tanto Maníacos como Depressivos Major, ao longo da vida tende a ser maior na PB I do que na Perturbação Depressiva Major, havendo estudos que sugerem que existem 4 episódios em 10 anos (antes do tratamento de manutenção com o lítio). Ainda assim, o intervalo entre os episódios tende a diminuir ao longo da idade.
É de referir que alterações no ritmo sono-vigília podem antecipar ou aumentar um Episódio Maníaco, Misto ou Hipomaníaco. Entre 5% a 15% dos indivíduos com PB I possuem episódios múltiplos (4 ou mais) de humor (Depressivo Major, Maníaco, Misto ou Hipomaníaco) que ocorrem num dado ano.
Na maioria dos casos, os sujeitos com PB I regressam a um nível completamente funcional entre os episódios. No entanto, 20% a 30% continuam a manifestar labilidade do humor e dificuldades interpessoais ou ocupacionais. Os sintomas psicóticos podem desenvolver-se após alguns dias ou semanas de um Episódio Maníaco ou Misto não psicótico, sendo que quando surge um Episódio Maníaco com características psicóticas, há uma tendência para os Episódios Maníacos seguintes possuírem características similares. Neste caso, quando o episódio actual tem características psicóticas incongruentes com o humor, a recuperação incompleta entre os episódios torna-se usual.
Diagnostico diferencial 
Na PB I deve distinguir-se os Episódios Depressivo Major, Maníaco, Misto e Hipomaníaco dos Episódios de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. Neste último caso, inserem-se as perturbações de humor que sejam uma consequência fisiológica directa de um estado físico geral específico (e.g. esclerose múltipla, epilepsia, hipotiroidismo), tendo esta determinação em conta a história clínica, os dados de exames laboratoriais ou o exame físico. Por outro lado, também se deve distinguir os Episódios Depressivo Major, Maníaco, Misto e Hipomaníaco, que aparecem na PB I, de uma Perturbação do Humor Induzida por Substância, que, como o nome indica, se deve ao facto de uma substância (e.g. abuso de droga, medicação ou tóxico) estar na origem da perturbação do humor. É de referir que sintomas semelhantes aos que acontecem nos Episódios Maníacos, Mistos ou Hipomaníacos podem resultar da intoxicação e/ou abstinência de abuso de droga, assim como podem ser antecipados pelo tratamento antidepressivo (e.g. medicação, terapia electroconvulsiva, terapia pela luz), devendo ambos ser diagnosticados como Perturbação do Humor Induzida por Substância e excluídos para o diagnóstico de PB I. No entanto, quando a substância ou medicação não explicam na totalidade o episódio, este deve ser considerado para o diagnóstico de PB I.
A PB I diferencia-se quer da Perturbação Depressiva Major, quer da Perturbação Distímica, quer da Perturbação Ciclotímica pela história ao longo da vida de pelo menos um Episódio Maníaco ou Misto. A presença de um ou mais destes episódios, permite distinguir a PB I da PB II, devendo o diagnóstico ser alterado de PB II para PB I quando estes ocorrem. Por outro lado, caso os episódios aconteçam passado 2 anos de Perturbação Ciclotímica, devem ser ambas diagnosticadas, Perturbação Ciclotímica e PB I.
Esta seção compreende Transtorno Bipolar I, Transtorno Bipolar II, Ciclotimia e Transtorno Bipolar Sem Outra Especificação. Existem seis conjuntos distintos de critérios para o Transtorno Bipolar I: Episódio Maníaco Único, Episódio Mais Recente Hipomaníaco, Episódio Mais Recente Maníaco, Episódio Mais Recente Misto, Episódio Mais Recente Depressivo e Episódio Mais Recente Inespecificado. Transtorno Bipolar I, Episódio Maníaco Único, é usado para descrever os indivíduos que estão tendo um primeiro episódio de mania. Os conjuntos restantes de critérios são usados para especificar a natureza do episódio atual (ou mais recente) em indivíduos com episódios de humor recorrentes. 
Transtorno Bipolar I 
Características 
A característica essencial do Transtorno Bipolar I é um curso clínico caracterizado pela ocorrência de um ou mais Episódios Maníacos ou Episódios Mistos. Com freqüência, os indivíduos também tiveram um ou mais Episódios Depressivos Maiore. Os Episódios de Transtorno do Humor Induzido por Substância (devido aos efeitos diretos de um medicamento, outros tratamentos somáticos para a depressão, uma droga de abuso ou exposição a uma toxina) ou de Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral não devem ser contabilizados para um diagnóstico de Transtorno Bipolar I. Além disso, os episódios não são melhor explicados por Transtorno Esquizoafetivo nem estão sobrepostos a Esquizofrenia, Transtorno Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou Transtorno Psicótico Sem Outra Especificação. O Transtorno Bipolar I é subclassificado no quarto dígito de acordo com o fato de o indivíduo estar experimentando um primeiro episódio (isto é, Episódio Maníaco Único) ou de o transtorno ser recorrente. A recorrência é indicada por uma mudança na polaridade do episódio ou por um intervalo entre os episódios de pelo menos 2 meses sem sintomas maníacos. Uma mudança na polaridade é definida como um curso clínico no qual um Episódio Depressivo Maior evolui para um Episódio Maníaco ou um Episódio Misto ou no qual um Episódio Maníaco ou um Episódio Misto evoluem para um Episódio Depressivo Maior. Em contrapartida, um Episódio Hipomaníaco que evolui para um Episódio Maníaco ou Episódio Misto, ou um Episódio Maníaco que evolui para um Episódio Misto (e vice-versa), é considerado apenas como um episódio único. Para os Transtornos Bipolares recorrentes, pode-se especificar a natureza do episódio atual ou mais recente (Episódio Mais Recente Hipomaníaco, Episódio Mais Recente Maníaco, Episódio Mais Recente Misto, Episódio Mais Recente Depressivo, Episódio Mais Recente Inespecificado).
Características e Transtornos Associados 
Características descritivas e transtornos mentais associados. O suicídio completado ocorre em 10 a 15% dos indivíduos com Transtorno Bipolar I. Abuso da criança, abuso do cônjuge ou outro comportamento violento pode ocorrer durante Episódios Maníacos severos ou com aspectos psicóticos. Outros problemas associadosincluem gazeta à escola, repetência, fracasso profissional, divórcio ou comportamento antissocial episódico. Outros transtornos mentais associados incluem Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa, Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Transtorno de Pânico, Fobia Social e Transtornos Relacionados a Substâncias. Achados laboratoriais associados. Aparentemente não existem características laboratoriais que possam diferenciar os Episódios Depressivos Maiores encontrados no Transtorno Depressivo Maior daqueles existentes no Transtorno Bipolar I. 
Características Específicas à Cultura, à Idade e ao Gênero 
Não existem relatos de uma incidência diferencial de Transtorno Bipolar I com base em raça ou etnia. Existem algumas evidências de que os clínicos podem tender a super diagnosticar Esquizofrenia (ao invés de Transtorno Bipolar) em alguns grupos étnicos e em indivíduos mais jovens. Aproximadamente 10 a 15% dos adolescentes com Episódios Depressivos Maiores recorrentes evoluem para um Transtorno Bipolar I. Episódios Mistos parecem ser mais prováveis em adolescentes e adultos jovens do que em adultos mais velhos. Estudos epidemiológicos recentes nos Estados Unidos indicam que o Transtorno Bipolar I é quase tão comum em homens quanto em mulheres (diferentemente do Transtorno Depressivo Maior, que é mais comum em mulheres). O gênero parece estar relacionado à ordem de aparecimento dos Episódios Maníaco e Depressivo Maior. O primeiro episódio em homens tende mais a ser um Episódio Maníaco. O primeiro episódio em mulheres tende mais a ser um Episódio Depressivo Maior. As mulheres com Transtorno Bipolar I têm um risco aumentado para o desenvolvimento de episódios subsequentes (em geral psicóticos) no período pós-parto imediato. Algumas mulheres têm seu primeiro episódio durante este período. O especificador Com Início no Pós-Parto pode ser usado para indicar que o início do episódio ocorre dentro de 4 semanas após o parto. O período pré-menstrual pode estar associado com a piora de um Episódio Depressivo Maior, Maníaco, Misto ou Hipomaníaco em andamento.
Histórico 
O Transtorno Bipolar I é um transtorno recorrente mais de 90% dos indivíduos que têm um Episódio Maníaco Único terão futuros episódios. Aproximadamente 60 a 70% dos Episódios Maníacos frequentemente precedem ou se seguem a Episódios Depressivos Maiores em um padrão característico para a pessoa em questão. O número de episódios durante a vida (tanto Depressivos quanto Maníacos) tende a ser superior para Transtorno Bipolar I, em comparação com Transtorno Depressivo Maior, Recorrente. Estudos do curso do Transtorno Bipolar I antes do tratamento de manutenção com lítio sugerem que, em média, quatro episódios ocorrem em 10 anos. O intervalo entre os episódios tende a diminuir com a idade. Existem algumas evidências de que alterações no ciclo de sono/vigília tais como as que ocorrem durante as mudanças de fuso horário ou privação do sono, podem precipitar ou exacerbar um Episódio Maníaco, Misto ou Hipomaníaco. Aproximadamente 5 a 15% dos indivíduos com Transtorno Bipolar I têm múltiplos (quatro ou mais) episódios de humor (Episódio Depressivo Maior, Maníaco, Misto ou Hipomaníaco), que ocorrem dentro de um determinado ano. Se este padrão está presente.
Transtorno Bipolar II 
Características
A característica essencial do Transtorno Bipolar II é um curso clínico marcado pela ocorrência de um ou mais Episódios Depressivos Maiores (Critério A), acompanhados por pelo menos um Episódio Hipomaníaco (Critério B). Os Episódios Hipomaníacos não devem ser confundidos com os vários dias de eutimia que podem seguir-se à remissão de um Episódio Depressivo Maior. A presença de um Episódio Maníaco ou Episódio Misto exclui o diagnóstico de Transtorno Bipolar II (Critério C). Episódios de Transtorno do Humor Induzido por Substância (devido aos efeitos fisiológicos diretos de um medicamento, outros tratamentos somáticos para a depressão, drogas de abuso ou exposição a uma toxina) ou episódios de Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral não devem contar a favor de um Transtorno Bipolar II. Além disso, os episódios não devem ser melhor explicados por Transtorno Esquizoafetivo nem estar sobrepostos a Esquizofrenia, Transtorno Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou Transtorno Psicótico Sem Outra Especificação (Critério D).
Características e Transtornos Associados 
Características descritivas e transtornos mentais associados. O suicídio completado (geralmente durante Episódios Depressivos Maiores) é um risco significativo, ocorrendo em 10 a 15% das pessoas com Transtorno Bipolar II. Gazeta à escola, fracasso escolar, fracasso profissional ou divórcio podem estar associados com o Transtorno Bipolar II. Os transtornos mentais associados incluem Abuso ou Dependência de Substância, Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa, Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Transtorno de Pânico, Fobia Social e Transtorno da Personalidade Borderline.
Critérios Diagnósticos para Transtorno Bipolar II 
A. Presença (ou história) de um ou mais Episódios Depressivos Maiores 
B. Presença (ou história) de pelo menos um Episódio Hipomaníaco. 
C. Jamais houve um Episódio Maníaco ou um Episódio Misto. 
D. Os sintomas de humor nos Critérios A e B não são melhor explicados por Transtorno Esquizoafetivo nem estão sobrepostos a Esquizofrenia, Transtorno Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou Transtorno Psicótico Sem Outra Especificação. 
E. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Diagnóstico Diferencial 
Os episódios Hipomaníacos e Depressivos Maiores no Transtorno Bipolar II devem ser diferenciados de episódios de um Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral. O diagnóstico é de Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral para episódios considerados a consequência fisiológica direta de uma condição médica geral específica (por ex., esclerose múltipla, acidente vascular encefálico, hipotiroidismo). Esta distinção fundamenta-se na história, achados laboratoriais ou exame físico. Um Transtorno do Humor Induzido por Substância é diferenciado de Episódios Hipomaníacos ou Episódios Depressivos Maiores que ocorrem no Transtorno Bipolar II pelo fato de que uma substância (por ex., droga de abuso, medicamento ou exposição a uma toxina) está etiologicamente relacionada com a perturbação do humor.
Transtorno Ciclotímico 
Características 
A característica essencial do Transtorno Ciclotímico é uma perturbação crônica e flutuante do humor, envolvendo numerosos períodos de sintomas hipomaníacos e numerosos períodos de sintomas depressivos (Critério A). Os sintomas hipomaníacos têm número, gravidade, abrangência ou duração insuficientes para a satisfação de todos os critérios para um Episódio Maníaco, e os sintomas depressivos têm número, gravidade, abrangência ou duração insuficientes para a satisfação de todos os critérios para um Episódio Depressivo Maior. Durante o período de 2 anos (1 ano para crianças e adolescentes), quaisquer intervalos livres de sintomas não duram mais de 2 meses (Critério B).
Histórico 
O Transtorno Ciclotímico em geral inicia na adolescência ou começo da vida adulta. O início do Transtorno Ciclotímico mais tarde na vida adulta sugere um Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral, como esclerose múltipla. O Transtorno Ciclotímico em geral tem um início insidioso e um curso crônico. Existe um risco de 15 a 50% de que a pessoa desenvolva, subsequentemente, um Transtorno Bipolar I ou Transtorno Bipolar II.
Critérios Diagnósticos para Transtorno Ciclotímico 
A. Por 2 anos, pelo menos, presença de numerosos períodos com sintomas hipomaníacos numerosos períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para um Episódio Depressivo Maior. Nota: Em crianças e adolescentes, a duração deve ser de pelo menos 1 ano. 
B. Durante o período de 2 anos estipulado acima (1 ano para crianças e adolescentes), a pessoa nãoficou sem os sintomas do Critério A por mais de 2 meses consecutivos.
C. Nenhum Episódio Depressivo Maior, Episódio Maníaco ou Episódio Misto esteve presente durante os 2 primeiros anos da perturbação. 
Nota: Após os 2 anos iniciais (1 ano para crianças e adolescentes) do Transtorno Ciclotímico, pode haver sobreposição de Episódios Maníacos ou Mistos (sendo que neste caso Transtorno Bipolar I e Transtorno Ciclotímico podem ser diagnosticados concomitantemente) ou de Episódios Depressivos Maiores (podendo-se, neste caso, diagnosticar tanto Transtorno Bipolar II quanto Transtorno Ciclotímico) 
D. Os sintomas no Critério A não são melhor explicados por Transtorno Esquizoafetivo nem estão sobrepostos a Esquizofrenia, Transtorno Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou Transtorno Psicótico Sem Outra Especificação. 
E. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex., hipertiroidismo). 
F. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Diagnóstico Diferencial 
O Transtorno Ciclotímico deve ser diferenciado de um Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral. O diagnóstico de Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral, Com Características Mistas, é feito quando a perturbação do humor é considerada como a consequência fisiológica direta de uma condição médica geral específica, geralmente crônica (por ex., hipertiroidismo) (ver p. 349). Esta distinção fundamenta-se na história, achados laboratoriais ou exame físico. Se o clínico julgar que os sintomas depressivos não são a consequência fisiológica direta da condição médica geral, então o Transtorno de Humor primário é registrado no Eixo I (por ex., Transtorno Ciclotímico) e a condição médica geral é registrada no Eixo III. Isto ocorre, por exemplo, se os sintomas de humor são considerados como a consequência psicológica do fato de ter uma condição médica geral crônica ou se não existe um relacionamento etiológico entre os sintomas de humor e a condição médica geral. Um Transtorno do Humor Induzido por Substância é diferenciado do Transtorno Ciclotímico pelo fato de que uma substância (em especial estimulantes) está etiologicamente relacionada à perturbação do humor.
Transtorno Bipolar Sem Outra Especificação 
A. A categoria Transtorno Bipolar Sem Outra Especificação compreende transtornos com características bipolares que não satisfazem os critérios para qualquer Transtorno Bipolar específico. Exemplos: 
1. Alternância muito rápida (em questão de dias) entre sintomas maníacos e sintomas depressivos que não satisfazem os critérios de duração mínima para um Episódio Maníaco ou um Episódio Depressivo Maior. 
2. Episódios Maníacos recorrentes sem sintomas depressivos intercorrentes. 
3. Episódio Maníaco ou Episódio Misto sobreposto a Transtorno Delirante, Esquizofrenia residual ou Transtorno Psicótico Sem Outra Especificação. 
4. Situações nas quais o clínico concluiu pela presença de Transtorno Bipolar, mas é incapaz de determinar se este é primário, devido a uma condição médica geral ou induzido por uma substância. Outros Transtornos do Humor.
Conclusão 
As síndromes depressivas têm uma elevada prevalência a nível mundial, sendo esta particularmente alta em alta no mundo. Por se associar a défices no funcionamento social e pessoal do indivíduo e a outras comorbilidades (e.g. problemas cardiovasculares) a depressão está ligada à diminuição da qualidade de vida. Para além do nível pessoal, o impacto da depressão a nível social também é marcado pelo impacto financeiro considerável, particularmente em tempos de crise. Houve algumas mudanças na classificação das perturbações depressivas, com particular destaque para a sua apresentação actual num capítulo distinto das perturbações bipolares no DSM-V. Contudo, os critérios diagnósticos foram em geral mantidos. 
Quanto ao tratamento da depressão, a sua base assenta numa combinação de psicoterapia e terapia farmacológica. Relativamente a esta última tem-se assistido, apesar de alguma estagnação em anos anteriores, ao despontar de novas opções terapêuticas. Estas têm demonstrado especial interesse em perturbações depressivas com características atípicas, tendo aumentado a sua utilização nestes casos.
As perturbações de humor são altamente lesivas e incapacitantes para o indivíduo e afectam-no quer a nível social, quer a nível físico e psicológico. São também uma fonte de custos sociais. Deste modo, é urgente mais investigação, sobretudo nacional, na área, especialmente no que concerne a diagnósticos mais precisos e rápidos e a tratamentos mais ajustados e eficazes.
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Sampaio, D., Figueira, M.L., Afonso, P. (2014). Manual de Psiquiatria Clínica. Lisboa, Lidel. P59-77; 402-405.
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