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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CAMPUS PROFESSOR ALBERTO CARVALHO DEPARTAMENTO DE FÍSICA VINICIUS PEREIRA DA COSTA Disciplina: Laboratório de Física C, turma 01 Professor: X RELATÓRIO SOBRE O EXPERIMENTO DE TUBO DE KUNDT Itabaiana – SE, 20 de janeiro de 2019 Sumário INTRODUÇÃO 3 OBJETIVOS 4 MATERIAIS 5 METODOLOGIA EXPERIMENTAL 5 DISCUSSÃO E RESULTADOS 6 CONCLUSÕES 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11 INTRODUÇÃO Vários instrumentos musicais utilizam de vibrações em cordas para emitirem seus sons. Para a produção de sons diferentes, é necessário que algo mude na forma de vibrar das cordas, desde a densidade, a tensão e o comprimento das cordas. Para isso, num violão que possui 6 cordas de espessuras diferentes por exemplo, a posição dos dedos nas cordas varia o comprimento no qual as vibrações ocorrem. [1, 2] Não é apenas em instrumentos de corda que ocorrem ondas estacionárias, os instrumentos de sopro também possuem ondas estacionárias, como clarinete, trombone e saxofone. Cada um desses instrumentos possuem uma frequência natural de ressonância, para mudar a nota musical em cada um é necessário alterar a frequência seja com os lábios ou até mesmo com uma palheta. [2] As ondas longitudinais (ondas sonoras) criam nós e ventres assim como as ondas transversais (cordas), porém no caso de ondas sonoras há o descolamento de fluido devido a variação de pressão existente. [1] Figura 1 – Representação da formação de ventres (V) e nós (N) por ondas longitudinais. Fonte: Adaptada de Sear & Zemansky: Física 2, Ed. Addison Wesley, 12ª edição, São Paulo, 2008. Para demonstrar a existência das ondas longitudinais é utilizado um aparelho chamado de Tubo de Kundt que consiste em um tubo de vidro na horizontal na ordem de 1 metro de comprimento fechado em uma das extremidades e na outra possui um diafragma flexível para transmitir as vibrações de um alto falante. [3] As ondas sonoras estacionárias se assemelham bastante com as ondas em cordas. A extremidade fechada de um tubo é como a extremidade fixa de uma corda, analogamente a extremidade aberta do tubo é como a extremidade solta da corda. Existem dois casos de ondas sonoras estacionárias que são bastante estudadas, uma com ambas extremidades abertas e outra com apenas uma aberta. No caso geral onde ambas extremidades estão abertas, o comprimento de onda é tal que onde n é o número do harmônico, sendo o harmônico fundamental. E como , teremos para a frequência do tubo com as duas extremidades abertas: (1) No caso em que apenas uma das extremidades está aberta, o comprimento de onda equivalerá ao quadruplo do comprimento . Ainda há a existência de um ventre na extremidade aberta e um nó na extremidade fechada, ou seja, apenas harmônicos ímpares podem existir [1-3]. Assim a frequência nesse caso se dá por: (2) A representação de uma onda estacionária no tubo fechado é vista na Figura 2 e de um tubo aberto é visto na Figura 3. Onde durante o experimento, o pó de cortiça se agita nos ventres da onda e permanece inerte nos nós. Figura 2 – Representação dos harmônicos em um tubo fechado. Fonte: Adaptado de relatório Final para a disciplina F609 – Tópicos de ensino de Física Primeiro semestre de 2010[footnoteRef:1]. Figura 3 – Representação dos harmônicos em um tubo aberto. [1: Disponível em: <https://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem1_2010/VicenteV-Eliermes_RF2.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2019.] Fonte: Adaptado de relatório Final para a disciplina F609 – Tópicos de ensino de Física Primeiro semestre de 20101. OBJETIVOS · Verificar a existência da relação dos harmônicos ímpares com o tubo semiaberto; · Verificar a relação dos harmônicos com o tubo aberto; · Determinar a velocidade do som. MATERIAIS · Tubo cilíndrico de vidro; · Pó de cortiça; · Pá com haste; · Alto falante com frequencímetro; · Suporte para o tubo com régua milimetrada; · Fios de conexão e suportes diversos; · Rolha perfurada. Figura 4 – Aparato experimental utilizado durante experimento. Fonte: Próprio autor. Figura 5 – Representação da montagem do aparato experimental. Fonte: Autor desconhecido. Tubo de Kundt: Comprimentos distintos.[footnoteRef:2] [2: Disponível em: <http://www.facip.ufu.br/sites/facip.ufu.br/files/Anexos/Bookpage/fe2-08-tubo-de-kundt-comprimentos-distintos.pdf>. Acesso em 22 de jan. de 2019.] METODOLOGIA EXPERIMENTAL Inicialmente, foi medido o comprimento do tubo de vidro e então distribuído de maneira uniforme o pó de cortiça ao longo do tubo. A temperatura aproximada do ambiente foi coletada (23 ºC). Com o tubo fechado, foram calculados os valores teóricos para as frequências de alguns harmônicos. Em seguida, o alto falante foi ligado e ajustando o frequencímetro foram encontrados os valores experimentais das frequências dos harmônicos visíveis. Com o tubo aberto, também foram calculados os valores teóricos para a frequência natural e dos harmônicos. Novamente, foram coletados os valores experimentais para as frequências. Utilizando todos os dados obtidos foi comparado o valor teórico da velocidade do som com o valor experimental. DISCUSSÃO E RESULTADOS A incerteza da frequência foi obtida através do frequencímetro utilizado no experimento. Como se trata de um instrumento digital, sua incerteza é o menor valor mostrado no visor, assim: A incerteza do comprimento do tubo e da posição dos nós e ventres foram obtidas através da régua milimetrada, sendo dada pela menor divisão dividida por 2 por ser um instrumento analógico. Mas por dificuldades encontradas na medição, adotamos uma incerteza de 2 mm. A seguir temos uma tabela com todos os dados coletados durante o experimento: Tabela 1 – Dados coletados da frequência e das posições dos ventres. Tubo aberto L=0,87m frequência (Hz) (Hz) n 1° medida 2° medida 3° medida 1 191 191 191 1 2 388 381 381 1 3 562 564 564 1 4 763 766 765 1 Tubo fechado L=0,40m frequência (Hz) (Hz) n 1° medida 2° medida 3° medida 3 631 630 630 1 5 1055 1060 1060 1 Fonte: Próprio autor. Com os dados da tabela foram feitos os seguintes cálculos. Para o tubo fechado, temos A média. Para n=3. Para n=5 E de forma análoga encontrou-se os demais resultados. O desvio padrão foi. Para n=3. Para n=5 E de forma análoga encontrou-se os demais resultados. Para a incerteza do tipo A, foi feito. Para n=3 Para n=5 E de forma análoga encontrou-se os demais resultados Para a incerteza do tipo C, foi feito. Para n=3. Para n=5. De forma análoga os cálculos foram feitos para os dados coletados no experimento com o tubo aberto onde se obteve os dados dispostos a seguir. Para n=1; , , , . Para n=2; , , , . Para n=3; , , , . Para n=4;, , , . Com os dados encontrados foram elaborados os gráficos de para ambos os casos utilizando o software OriginPro 8.5 para o estudo da dependência entre frequência e harmônico. Inicialmente iremos apresentar e discutir os resultados do gráfico do tubo aberto. Figura 6 – Frequência em função do número do harmônico no tubo aberto. Fonte: Próprio autor. A partir do ajuste linear obtivemos o coeficiente angular () da reta acima. Tal coeficiente, seguindo a equação (1) é dada por: Logo, a velocidade do som experimental é: A incerteza do coeficiente angular é dada pelo próprio ajuste, sendo de , após o arredondamento. A incerteza da velocidade do som dentro do tubo aberto é dada pelo princípio de propagação de incertezas, dada pela expressão abaixo: A seguir temos o gráfico para o tubo fechado. Figura 6 – Frequência em função do número do harmônico para o tubo fechado. Fonte: Próprio autor. Com o ajuste linear realizado no gráfico, obtemos o coeficiente de . Pudemos notar que a incerteza do coeficiente angular é zero, isso se deve ao fato de termos apenas 2 pontos, não tiveram outros pontos referentes aos outros harmônicos por causa da dificuldade de visualizar os outros harmônicos como o primeiro e o quarto no tubo fechado. Esse fato pode ter ocorrido devido ao pó de cortiça estar úmidaou em excesso. Contudo, a velocidade do som experimental para esse caso é: A incerteza nesse caso também é dada pela propagação, como a incerteza do coeficiente angular é zero a equação se torna Uma das grandezas que influenciam na velocidade de propagação do som é a temperatura que mais prevaleceu durante a realização do experimento. Também há outras grandezas que podem influência nessa velocidade de propagação, tais como: densidade e pressão. A figura 5 contém alguns valores da propagação da velocidade do som em alguns meios. Tabela 2 – Propagação do som no ar em temperaturas diferentes. Temperatura (ºC) Velocidade (m/s) -10 330 0 332 10 337 20 343 30 350 100 390 500 550 1000 700 Fonte: GOUVEIA, R. (2018). A equação que relaciona a velocidade de propagação do som com a temperatura é: Sendo que é a velocidade do som na temperatura do ambiente naquele instante, é a velocidade do som em 0 ºC que é , é uma constante e é a temperatura no ambiente. Assim, o valor teórico da velocidade do som no ambiente utilizando a temperatura de 23 ºC é: Observando os valores experimentais para a velocidade de propagação do som para ambas configurações dos tubos que foram de , para o tubo aberto, e , para o tubo fechado, e comparando com o calculado pela acima, notamos que ocorreu uma discrepância entre os valores, isso pode ter ocorrido devido à imprecisões durante a realização das medições de frequência e também o local possuir um ar condicionado que não assegurou uma temperatura de 23 ºC no ambiente durante toda a coleta de dados, também existe a interferência de outras ondas sonoras no interior do tubo que originam de uma fonte diferente do equipamento. CONCLUSÕES Observamos que o experimento do tubo de Kundt por mais que não seja otimizado o bastante principalmente em relação à distância regular para que alguns harmônicos sejam observáveis como o fundamental que não foi possível observar, ainda consegue apresentar resultados plausíveis em relação à velocidade de propagação do som, possibilitando ver claramente a existência de uma relação entre o número do harmônico e a frequência. Assim, os valores encontrados para o tubo aberto e fechado são respectivamente e . Para o valor teórico dependente da temperatura do ambiente foi encontrado . Os valores foram relativamente próximos, sendo que essa pequena diferença ocorreu sob possíveis imprecisões na medição, um ambiente exposto a ruído externo e inconstâncias na temperatura do local. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. Fundamentos de Física. Vol.2; Livros Técnicos e Científicos Editora, 10ª Edição. Rio de Janeiro, 2016. [2] MENESES, C. T., Guia de Experimentos de Laboratório de Física C. Sergipe, Dezembro de 2018. (Apostila). [3] YOUNG, H. D., FREEDMAN, R. A.; Sear & Zemansky: Física 2, Ed. Addison Wesley, 12ª edição, São Paulo, 2008. [4] Autor desconhecido. Tubo de Kundt: Comprimentos distintos. Disponível em: <http://www.facip.ufu.br/sites/facip.ufu.br/files/Anexos/Bookpage/fe2-08-tubo-de-kundt-comprimentos-distintos.pdf>. Acesso em 22 de jan. de 2019. [5] GOUVEIA, R. Velocidade do Som. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/velocidade-do-som/>. Acesso em 25 de jan. de 2019. [6] SECO V. L. V., MENEZES E. A. Relatório Final para a disciplina F609 – Tópicos de ensino de Física Primeiro semestre de 2010. Disponível em: <https://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem1_2010/VicenteV-Eliermes_RF2.pdf>. Acesso em: 19 de jan. 2020. ValorErro Linear 07,880 Angular 190,22,88 1,01,52,02,53,03,54,0 100 200 300 400 500 600 700 800 f n (Hz) n ValorErro Linear -12-- Angular 214-- 3 4 5 600 800 1000 f n (Hz) n
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