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Conceito e Classificação da Febre

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@brunapvilla 
Febre 
Conceito de febre: é a elevação da temperatura corpórea acima 
de 37,8ºC, frequentemente associado a processos infeccioso, 
mas também pode estar relacionado a processos inflamatórios 
(exemplo uma colite), imunológicos (lúpus, Chron) e neoplasias 
(linfoproliferativas, leucemias, linfomas etc.). 
➥ Compreende o resultado da reciclagem do centro 
termorregulador do hipotálamo em resposta a alterações 
metabólicas locais induzidas por pirógenos endógenos. 
 
Há liberação de toxinas microbianas, mediadores inflamatórios, trauma e 
neoplasias à macrófagos/monócitos e outras células endoteliais à citocinas 
pirógenas (IL1, IL6, TNF e IFN) à endotélio do hipotálamo à PGE à AMPc 
à centro termorregulador à conservação/ produção de calor/febre 
 
Variações fisiológicas da febre 
➥ Depende do local de aferição (temperatura real >0,5ºC que a 
T oral e axilar) 
➥ Variações diurnas (entre 0,4 e 0,8ºC) 
➥ Variações quanto a idade 
➥ Pode ocorrer algumas variações de temperaturas normais, ao 
longo do dia, de até 0,9ºC após atividades físicas 
➥ Variações com a alimentação (aumento da temperatura em 
0,25 a 0,5ºC após a ingestão de alimentais 
➥ Variações durante o ciclo gravídico 
➥ Variações durante o ciclo ovulatório (até 0,3ºC) 
➥ Variações quanto ao consumo de cigarro, cachimbo e charuto 
Manifestações clínicas e 
laboratoriais mediadas por 
pirógenos na febre 
➥ Calafrio 
➥ Sonolência 
➥ Taquicardia 
➥ Taquipneia 
➥ Cefaléia 
➥ Mialgia, Artralgia 
➥ Anorexia 
➥ Hipoglicemia 
➥ Anemia 
➥ Leucocitose 
➥ Proteínas de fase asguda 
➥ Hipergamaglobulinemia 
➥ Outras manifestações que dependem da etiologia da febre 
 
Classificação da febre 
– Quanto a intensidade – 
➥ Hipotermia/subnormal: 34-36ºC 
➥ Normal: 36 – 37,7ºC 
➥ Febril, subfebril ou febre baixa: 37,8 – 38ºC 
➥ Febre moderada: 38-39ºC 
➥ Febre alta/pirexia >39ºC até 40,5ºC 
➥ Hiperpirexia/hipertermia >40,5ºC 
 
Hipertermia não está associada a infecção, está associado com 
traumas (exemplo TCE) 
– Quanto a intensidade – 
➥ Sustentada/constante: temperatura sempre acima do 
normal, podendo ter variações de até 1ºC na temperatura 
(exemplo: febre tifoide, endocardite infecciosa, pneumonia etc.). 
➥ Intermitente: picos de febre intercalados com temperaturas 
em níveis usuais e que retorna a níveis aceitáveis pelo menos 
uma vez em 24hrs 
➥ Remitente: tem uma variação de 1ºC, mas não tem períodos 
de apirexia. 
➥ Recidivante: temperatura normal durante um tempo e uma 
febre que melhora, mas há uma recidiva. 
➥ Término: o término da febre pode ser em crise (súbito) ou em 
lise (gradual). 
– Quanto ao aparecimento – 
➥ Aguda/súbita: elevação brusca e drafual da temperatura de 
início recente 
➥ Crônica: maior que 2 semanas 
➥ Febre de origem obscura: > 3 semanas de febre. T axilar 
>37,8ºC em várias ocasiões, pelo tempo mínimo de 3 semanas 
e que se mantém sem causa aparente após uma semana de 
investigação hospitalar. 
@brunapvilla 
– Quanto a etiologia – 
➥ De origem infecciosa: bacteriana, viral, fungos, protozoários 
e príons 
➥ De origem não infecciosa: neoplásicas, inflamatórias e 
colagenosas, miscelânea e medicamentos (farmacodermia, 
exemplo no uso de sulfas). 
➥ Febre de origem indeterminada/obscura 
 
Abordagem inicial do 
paciente febril e avaliação 
de gravidade 
Sinais de gravidade 
➥ PaS <80mmHg ou 20mmHg abaixo do usual 
➥ PaS <90mmHg refratária à volume 
➥ FC <40 ou >150bpm 
➥ Arritmias, tamponamento cardíaco 
➥ Insuficiência respiratória aguda 
➥ Sangramento de mucosas ou hemorragias graves 
➥ RNC, crise convulsiva e coma. 
 
Sinais de alerta 
➥ Tosse, dispneia e taquipneia 
➥ Oligúria e anúria 
➥ Vômitos frequentes 
➥ Dor abdominal 
➥ Icterícia (sinal de hiperperfusão hepática, afeta PA - 
hipotensão) 
 
Fatores de risco e 
comorbidades 
➥ Gestantes 
➥ Extremos de idade (idosos >65 anos e crianças <13 anos) 
➥ Dificuldade para ingestão de líquidos 
➥ Risco social elevado, população vulnerável, viajantes 
➥ Comorbidades como HAS, DM, asma, IRC, 
imunossupressão, doença dloridopéptica. 
 
Alterações significativas: 
➥ Leucócitos <4.000 ou >10.000 
➥ Plaquetas <100.000 
➥ Hemoconcentração (>45%) 
➥ DHE 
➥ Relação PaO2/FiO2 <300 
➥ Lactato >2 
➥ Disfunção orgânica 
 
Na presença de alguma alteração significativa, é necessário 
encaminhar para sala de emergência/UTI, caso não tenha 
alteração significativa, faz-se acompanhamento ambulatorial 
com retorno após 24-72hrs. 
 
1º passo (avaliar as comorbidades) é diferente de 1ª conduta 
(solicitação de exames, fazer acesso, etc). Internação demora e 
é burocrático, o ideal é solicitar os exames primeiro. 
 
Investigação clínica, 
epidemiológica e 
laboratorial do paciente 
febril 
➥ Foco infeccioso evidente/aparente 
➥ Síndrome diarreica aguda 
➥ Doença exantemática febril 
➥ Síndrome febril hemorrágica 
➥ Foco febril ictérico 
➥ Doenças de comportamento incomum (ressurgimento de 
doenças/surtos) 
 
@brunapvilla 
Imunologia da 
febre 
➥ A febre é um processo de regulação e de defesa contra 
microrganismos, na intenção de desnaturação de proteínas 
desses patógenos. 
➥ É resultado de reações bioquímicas que ocorrem nas células 
em todos os níveis, mas a principal fonte provém do trabalho do 
músculo esquelético 
 
Regulação térmica normal 
➥ As trocas de calor com o meio externo se fazem por 4 
processos: 
– Condução 
– Convecção 
– Radiação 
– Evaporação 
➥ Regulação de temperaturas frias ocorrem por tremor e no 
calor ocorre pela sudorese (na intenção de manter a temperatura 
interna estável) 
➥ Os mecanismos envolvem vias: 
– Aferentes (sensor): recebe a informação das variações de 
temperatura 
– Integrador: (central): vai analisar a informação da temepratura 
– Efetoras (eferente): gera uma reação compensatória 
Esses 03 mecanismos geram a FEBRE. 
➥ A febre tem relação com o SNC 
– Lembrar que hipertermina ≠ febre, pois não há participação do SNC. 
➥ É causada por organismos vivos ou não vivos (como no caso 
de queimaduras) 
 
Patogenia da febre 
➥ Microrganismos intracelulares possuem PAMPs que são 
reconhecidos pelos DAMPS onde irão estimular receptores PRL 
a ativarem macrófagos. 
➥ Enquanto isso, há citocinas inflamatórias IL1, IL6 TNF-alfa e 
interferon que são citocinas pirógenas que vão estimular 
inflamação e o hipotálamo a aumentar a temperatura. 
➥ TRL reconhece LPS que ativa à MyD88 à NFKB à citocinas 
(IL6) 
➥ Uma febre alta ou baixa depende dos estímulos das citocinas 
pirógenas que estão sendo produzidas no órgão alvo/sangue 
➥ Citocina regulatória, com atividade criogênica é a IL10 
Então o que acontece? 
Estímulo (pelo tecido alvo) à citocinas pirogênicas, que por células 
fagocíticas (produção e reconhecimento) há recrutamento de neutrófilos, 
monócitos, macrófagos, histiócitos e células gigantes à atração de mais 
células fagociticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➥ Lembrar das anafilotoxinas do sistema complemento: c3a, c5a e c4a, que 
fazem a quimotaxia de células de defesa para o local da inflamação 
 
Ciclo do ácido araquidônico 
➥ As citocinas IL6, IL1, IFN e TNF-alfa induzem o hipotálamo a produzir COX 
que induz produção de protaglandinas e tromboxanos, além da LOC que 
induz leucotrienos. 
Esse ciclo é bloqueado por antitérmicos (inibição da COX2) 
➥ IL6 e IL1 inibem a cox no centro óptico 
 
Então: o aumento da responsividade do sistema imunológico (pelas citocinas 
pirógenas), resultante da febre, tem a intenção de deixar o organismo 
inóspito. 
Resumo: ativadores de microrganismos ou outro estímulo 
à células produtoras à citocinas pirógenas à receptores 
hipotalâmicos à PG2 à elevação do set point hipotalâmico 
à febre

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