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ANATOMIA MEDIASTINO, PERICÁRDIO E CORAÇÃO Resumo / transcrição SOI II – UNIDADE II – 03.05.2020 MEDIASTINO Homem, 68 anos, sobreviveu a trauma de cabeça e pescoço. Dias depois apresentou febre, alteração da voz e disfagia. Encaminhado a um serviço de emergência realizou tomografia computadorizada de tórax, que revelou pneumomediastino. Disfagia: dificuldade de deglutir alimentos ou líquidos; Pneumomediastino: presença anormal de ar entre os pulmões (no mediastino). SINAIS E SINTOMAS Disfagia: dificuldade de mastigação, escape oral de alimentos, ausência de deglutição, comida parada na boca ou na faringe, regurgitação nasal, tosses ou engasgos, antes ou depois da deglutição. Pneumomediastino: dor torácica centralizada e intensa, respiração difícil, superficial e acelerada, distorção da voz e enfisema subcutâneo na face, pescoço, ombros ou tórax. O mediastino é um espaço virtual, dentro dele passam algumas estruturas, quando há acúmulo de ar ocorre o pneumomediastino. Pneumomediastino e pneumotórax são coisas distintas. Cada mediastino contém estruturas diferentes. Os pulmões estão dentro das cavidades pleurais, as cavidades pleurais também funcionam como limite do mediastino. A cavidade toráxica possui as cavidades pleurais, o mediastino e a cavidade pericárdica. O mediastino é uma cavidade cilíndrica do tórax que é envolvida pelas paredes torácicas. Contém vasos, gordura, ligamentos, estruturas do sistema respiratório, cardíaco e digestivo. O paciente do caso clínico, pode ter tido acometimento (acúmulo de ar) no mediastino superior ou inferior posterior (que se relacionam com o esôfago). É preciso relacionar os sintomas à localização (e as estruturas contidas). CASO CLÍNICO 02 Mulher, 45 anos, chegou à emergência cardiológica apresentando há alguns dias dor torácica de pouca intensidade, com componente pleurítico, que irradiava para o ombro esquerdo e melhorava com a inclinação anterior do tórax. Durante a anamnese, ao ser questionada sobre a história patológica pregressa, relatou ser portadora de lúpus eritematoso sistêmico (LES), em uso irregular de glicocorticoides. Ao exame físico observou-se murmúrio vesicular universalmente audível, sem ruídos adventícios e ritmo cardíaco regular, em 2 tempos, bulhas hipofonéticas sem sopros. O exame radiológico de tórax estava normal e o ecocardiograma evidenciou presença de pouca quantidade de líquido livre intracavitário. Com diagnóstico de pericardite a paciente foi orientada para tratamento clínico. ANATOMIA DO CORAÇÃO O coração está dividido em quatro cavidades e controla a circulação por meio da sístole e da diástole. As quatro cavidades são: ventrículo direito, ventrículo esquerdo, átrio direito e átrio esquerdo. Ele fica localizado 2/3 a esquerda, com seu ápice para baixo, anterior e à esquerda. O pericárdio é um saco fibrosseroso que envolve o coração, fluidos pericárdicos e raízes de grandes vasos. O pericárdio se localiza dentro do mediastino (no meio), sua função é lubrificar as superfícies moveis do coração. PERICÁRDIO Pericárdio fibroso: camada externa Pericárdio seroso: camada interna, que em algumas literaturas é dividida em outras duas lâminas: lâmina parietal do pericárdio seroso e lâmina visceral do pericárdio seroso, essa lâmina visceral do pericárdio seroso é o epicárdio. O pericárdio é fixo por alguns ligamentos: externopericárdico, vertebropericárdico e pericardiofrênico. Eles ajudam a manter a forma do saco, que se alteraria caso ele ficasse “solto”, preservando um espaço para que o coração possa se movimentar. No pericárdio tem-se o seio oblíquo e o seio transverso. Seios são espaços. Seio oblíquo: formado entre as veias cavas e pulmonares, em porção mais inferior. Seio transverso: formado entre o tronco da artéria pulmonar, a aorta e o átrio direito, sendo uma importante via cirúrgica. Quando o dedo passa por ele, encontra o tronco pulmonar e a artéria aorta. VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO O suprimento sanguíneo do pericárdio vem das artérias pericárdiofrênicas e das artérias torácicas internas. As veias responsáveis pela drenagem da área são as torácicas internas e as veias pericardiofrênicas. Quanto à inervação do pericárdio, ela é regulada por vários diferentes ramos, incluindo os nervos frênicos, que são fibras sensitivas que controlam a sensação da dor e os troncos simpáticos, que levam fibras vasomotoras. PERICARDITE AGUDA 1. Inflamação no pericárdio, que causa edema no órgão; 2. Nesse caso é aguda, mas pode ser recorrente ou crônica; 3. Na maior parte dos casos a etiologia é desconhecida, apesar de infecções bacterianas ou virais serem geralmente suspeitas; 4. Pode gerar respiração superficial e acelerada; 5. Outras causas conhecidas incluem trauma no tórax, câncer e suas variadas formas de tratamento; 6. Imunossuprimidos podem ser susceptíveis a pericardite recorrente, devido ao risco aumentado de infecção. A paciente do caso tinha lúpus eritematoso sistêmico, doença que gerará uma resposta de imunossupressão. Com a imunidade baixa a ação de bactérias e microrganismos fica mais propensa. Epidemiologia: pode ser uma entidade isolada ou estar associada a uma doença sistêmica, em 90% dos casos é secundária a uma infecção viral ou tem etiologia idiopática. É a causa da dor toráxica em 5% dos pacientes admitidos em emergências hospitalares. Sinais e sintomas: fadiga, ansiedade, tosse seca, febre, disfagia. Dor torácica e dificuldade de respirar ao se deitar, taquipneia, sinais de insuficiência cardíaca direita. Exame físico: o sinal médico clássico da pericardite é um átrio de fricção pericárdica, ouvido abaixo do esterno (melhor audível na posição sentado para frente).
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