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Adolescentes com sujeitos histórico- culturais

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Adolescentes com sujeitos histórico- culturais: Uma compreensão das lutas, desafios e conquistas que marcam sua construção na contemporaneidade.
Ticiana Santiago de Sá
Psicóloga, doutra em Educação brasileira. 
ticianasantiagodesa@gmail.com
Caracterização
Estatuto da Criança e do Adolescente: Pessoa 12 a 18 anos incompletos. Sujeito em condição peculiar de desenvolvimento
Pioneiro no estudo da adolescência foi desenvolvido por Stanley Hall em 1904. Para ele, a adolescência e presentava um momento crítico no desenvolvimento humano, com tensões e conflitos entre os impulsos dos adolescentes e as demandas da sociedade.
"é necessário superar as visões naturalizantes presentes na Psicologia e entender a adolescência como um processo de construção sob condições histórico-culturais específicas". (OZELLA,2003, p. 20) 
Fonte: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/01/adolescencia1.pdf
Na América Latina e, particularmente, no Brasil, Aberastury (1980) e Aberastury e Knobel (1981) são um marco histórico no estudo da adolescência na PERSPECTIVA PSICANALÍTICA. Sem dúvida, influenciaram muito e são fontes de referência para todos os que se preocupam com esse tema. Aberastury considera a adolescência COMO “UM MOMENTO CRUCIAL NA VIDA DO HOMEM E CONSTITUI A ETAPA DECISIVA DE UM PROCESSO DE DESPRENDIMENTO” (1980, p. 15). 
Além disso, destaca esse período como de “CONTRADIÇÕES, CONFUSO, DOLOROSO” (p. 16). Ainda mais, afirma que a “ADOLESCÊNCIA É O MOMENTO MAIS DIFÍCIL DA VIDA DO HOMEM...” (p. 29). Knobel, ao introduzir a “SÍNDROME NORMAL DA ADOLESCÊNCIA”, traz uma grande contribuição dentro dessa perspectiva, mas que merece algumas considerações. Apesar de enfatizarem que “TODA A ADOLESCÊNCIA LEVA, ALÉM DO SELO INDIVIDUAL, O SELO DE MEIO CULTURAL E HISTÓRICO” (ABERASTURY, 1981, p. 28), ambos acabam incorrendo no artifício de condicionar a realidade biopsicossocial a circunstâncias interiores ao afirmarem uma “crise essencial da adolescência” (p.10). 
Além disso, Knobel parte de pressupostos de que “O ADOLESCENTE PASSA POR DESEQUILÍBRIOS E INSTABILIDADES EXTREMAS” (p. 9) e que o “adolescente apresenta uma VULNERABILIDADE ESPECIAL para assimilar os impactos projetivos de pais, irmãos, amigos e de toda a sociedade” (p. 11). Esses desequilíbrios e instabilidades extremas e essa vulnerabilidade especial é o que colocamos em dúvida. Essas características, colocadas como inerentes ao jovem, é que nos incomodam. Elas pressupõem uma crise preexistente no adolescente. Essa tradição que considera a adolescência como uma fase crítica é que colocamos em questão (CARTILHA CFP, p. 16)
Santos (1996), em um estudo que mapeou historicamente as concepções de infância e adolescência incluindo a Teologia, a Filosofia, a Psicologia e as Ciências Sociais, identifica em Rousseau a invenção da adolescência como um período típico do desenvolvimento, marcado pela turbulência, no qual o jovem não é nem criança nem adulto. Também aqui estariam as raízes de uma visão naturalista, na medida em que a infância e a adolescência são vistas como um estado, e não como uma condição social. O autor destaca, também, o fato de haver uma tendência à formulação de grandes teorias que construiriam conceitos amplos que podem ser questionados em sua relevância social. Dentro dessa perspectiva, Santos cita como exemplos Freud e Piaget que, segundo ele, apresentam deficiências pelo fato de desprezarem o contexto social e cultural, tendendo a identificar bases universais em suas proposições. Apesar de mencionarem uma inter-relação entre o biológico e o cultural, enfatizam as estruturas internas como propulsionadoras do desenvolvimento. As crianças (e adolescentes) parecem nascer e viver em um vacuum sociocultural. (CARTILHA CFP, p. 17)
https://site.cfp.org.br/nota-do-cfp-sobre-a-insercao-da-psicologia-nas-conferencias-dos-direitos-da-crianca-e-adolescente
https://twitter.com/cfp_psicologia/status/1282692250363932673
https://www.crprs.org.br/noticias/cfp-lanca-referencias-tecnicas-para-atuacao-de-psicologas-os-na-rede-de-protecao-as-criancas-e-adolescentes-em-situacao-de-violencia-sexual
Sugestão
Ser adolescente - Conexão Futura - Canal Futura
https://www.youtube.com/watch?v=syXq4jaXVlg
Adolescência: Desenvolvimento, Identidade, Riscos e Dinâmicas
Janela da Alma Psicanalise https://www.youtube.com/watch?v=QyVsybVTSos
camerAção - "Ser Adolescente" – Documentário. 
ProjetoVida https://www.youtube.com/watch?v=t6AkqXQOZMU
Documentário meninos de palavra- Atos infacionais 
https://www.youtube.com/watch?v=jYTjzYpgoik
9 documentários adolescência e educação:
https://porvir.org/9-documentarios-mostram-como-os-jovens-querem-e-vao-transformar-educacao
Lei do Ventre Livre (1871)
Constituição do Império (1824)
Código Criminal do Império (1830)Código Penal da República (1890)
Código Mello de Matos (1927)
Constituição da República (1934)Constituição Federal (1937)
Doutrina do Direito Penal do Menor
Política Nacional do Bem-Estar do Menor
FUNABEM FEBEM
Código de Menores- Doutrina da SituaçãoIrregular
Doutrina da Proteção Integral
Constituição Federal (1988)
Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (1989)
Estatuto da Criança e do Adolescente (1990)
SUJEITOS EM CONDIÇÃO PECULIAR DE DESENVOLVIMENTO, PRIORIDADE ABSOLUTA.
Prioridade Absoluta: Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; Precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; Preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
O Ceará registra, bem mais tardiamente, a criação de sua Santa Casa de Misericórdia, em 1861, em Fortaleza, cujas tarefas, circunscritas ao cuidado do corpo e da alma, eram extensivas à administração da Empresa Funerária, do Asilo de Alienados de Parangaba e do Cemitério de São João Batista. E as motivações para a instalação da Santa Casa de Misericórdia teriam sido provenientes dos efeitos que a seca produzia: pelas ruas da capital, circulavam os retirantes doentes que, chegavam à morte, tomados não só pela fome e sede acumulados no trajeto, como adoecidos pelas intempéries. (VASCONCELOS, 1994, p. 48-49).
 
Anteriormente, a esse orfanato, em 1880, o Ceará inaugurara, em Redenção, a 45 quilômetros de Fortaleza, um modelo de assistência asilar: a Colônia Agrícola Orphanológica Christina, situada na Fazenda Canafístula. (MADEIRA, 1999, p. 106). Essa colônia recebia “menores desvalidos” de ambos os sexos, os quais passavam a receber instruções nas oficinas diversas, com o fim de capacitá-los para as funções de carpinteiro, pedreiro, sapateiro e outras.
No Ceará, tem-se o registro da existência de duas colônias agrícolas: a Colônia Agrícola Orphanológica Christina, em Redenção, criada em 1880, segundo Madeira (1999, p. 106) e a Escola para Menores Abandonados e Delinqüentes do Santo Antônio do Pitaguari, fundada em 1936, em Maracanaú, então, distrito de Maranguape.
As Companhias de Aprendizes de Marinheiros foram criadas em 1840. Elas recebiam meninos com idade entre 10 e 17 anos. Esta instituição constituiu-se em recurso para os meninos que haviam sido abandonados na Roda de Expostos. 
O Instituto Disciplinar foi fundado, em São Paulo, em 1902, e se destinava, em última instância, a receber “menores” pobres que “necessitavam” ser educados e preparados para o trabalho, sobretudo, o agrícola. (CORRÊA, 1928, p. 17).
As respostas, provindas do Estado, à face da questão social brasileira relativa à infância e à adolescência pobres surgem na década de 1940. Sob o regime do Estado Novo, com Vargas, é que as ações estatais direcionadas às crianças e aos adolescentes pobres, no Brasil, passam a ter a configuração de um esboço de política social, a partir da criação do Serviço de Assistência ao Menor – SAM, em 5 de novembro de 1941.
 O Decreto-Lei nº 3.799, daquela data, que instituía aquele órgão, atribuía-lhe a função de “prestar, em todo oterritório nacional, amparo social, sob todos os aspectos, aos menores desvalidos e infratores da lei penal”, como fica expresso no documento Exposição de Motivos do Anteprojeto de Lei de Criação da FUNABEM. (MPAS/FUNABEM, 1978, p. 127). 
A Lei 4513, de 1º de dezembro de 1964, que punha fim ao SAM e criava a Política Nacional do Bem-Estar do Menor, a FUNABEM e as respectivas fundações estaduais (FEBEMs); 
No tangente às leis, merece inferência, ainda, neste momento, o Código de Menores de 1979, no qual se instituía a Doutrina da “Situação Irregular”, que permitia, ao Juiz de Menores, decretar, de forma sumária, a retirada de uma criança ou um adolescente de seu lar, tão somente, pelo fato de seus pais ou responsável não poderem dar suprimento as suas necessidades de educação, alimentação, saúde, moradia. Ser pobre, àquele tempo, implicava ser duplamente condenado.
Até a Convenção Internacional dos Direitos Humanos em (1989), todas as legislações de menores inspiravam-se nos princípios da doutrina da situação irregular, que continha como traço específico e essencial a classificação da infância em categorias, subdividindo-as em crianças, adolescentes e menores, sendo esse último grupo considerado como excluído de escolas, da família e saúde. Devido ao adendo da Convenção, as legislações latino-americanas, basearam-se na proteção integral da infância, não havendo distinção entre menores, crianças e adolescentes, pois todos passaram a ser passíveis de direitos e deveres.
Em 20 de novembro de 1989, a ONU institui a Convenção sobre os Direitos da Criança, que trouxe o maior número de ratificações, servindo de alicerce aos atuais parâmetros direitos de crianças e adolescentes.
O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) consolidou-se a partir da Resolução 113 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) de 2006. 
O início do processo de formação do SGD, porém, é fruto de uma mobilização anterior, marcada pela Constituição de 1988 e pela promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como parâmetro para políticas públicas voltadas para crianças e jovens, em 1990. 
O SGDCA é formado pela integração e a articulação entre o Estado, as famílias e a sociedade civil como um todo, para garantir que a lei seja cumprida, que as conquistas do ECA e da Constituição de 1988 (no seu Artigo 227) não sejam letra morta.
De forma articulada o SGDCA estrutura-se em três grandes eixos estratégicos de atuação: Defesa, Promoção e Controle. Essa divisão nos ajuda a entender em quais campos age cada ator envolvido e assim podemos cobrar de nossos representantes suas responsabilidades, assim como entender as nossas como cidadãos dentro do Sistema.
Esta proteção integral também se dá através da implementação de políticas públicas com enfoque prioritário na criança e no adolescente (cf. arts. 4º, par. único, alínea “c” c/c 87, incisos I e II), conforme artigos abaixo indicados:
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
O Fórum Permanente de ONGs de Defesa de Direitos de Crianças e Adolescentes do Ceará (Fórum DCA Ceará) atua historicamente na luta pela efetivação da prioridade absoluta de crianças e adolescentes na formulação de políticas públicas realizando, por exemplo, o monitoramento dos orçamentos públicos. Este Fórum defende que para se avançar no fortalecimento do Sistema de Garantias de Direitos é imprescindível à sociedade civil apropriar-se de todos os instrumentos capazes de revelar quais são os reais obstáculos e os desafios para a concretização dos direitos humanos do público infanto-juvenil.
O CEDECA CEARÁ ATUA COM AS SEGUINTES ESTRATÉGIAS:
A proteção jurídico-social, que compreende o enfoque de casos exemplares de violação aos direitos humanos de crianças e adolescentes para demonstrar a gravidade e extensão das violações de direito no Brasil, assim como a busca de sua restituição. A proteção jurídico-social concretiza-se em intervenções jurídico-judiciais, intervenções administrativas e intervenções legislativas. As ações voltam-se sobretudo às violações de direito cometidas pela ação ou omissão do Poder Público. Essas são exemplificativamente mais graves, pois cometidas pela instância que tem o dever de assegurar o exercício dos direitos humanos a todas as pessoas.
A mobilização social compreende a articulação de ações com sujeitos sociais que podem buscar a efetivação de direitos infantojuvenis. Esta estratégia engloba as iniciativas de fortalecimento de redes, fóruns e parcerias; atividades de lobby e pressão política; qualificação da comunicação e o estímulo ao protagonismo social de comunidades vítimas de violações de direitos.
O CEDECA defende o direito à participação de crianças e adolescentes como direito humano, por isso, estimula o exercício da participação política da população infanto-juvenil.
Produção e difusão de um conhecimento crítico, especialmente sobre a situação dos direitos infantojuventis, voltado ao avanço da democracia, ao exercício dos direitos humanos e a construção de um modelo de desenvolvimento social e ambientalmente sustentável.
O CEDECA Ceará atua com as seguintes estratégias:
A proteção jurídico-social, que compreende o enfoque de casos exemplares de violação aos direitos humanos de crianças e adolescentes para demonstrar a gravidade e extensão das violações de direito no Brasil, assim como a busca de sua restituição. A proteção jurídico-social concretiza-se em intervenções jurídico-judiciais, intervenções administrativas e intervenções legislativas. As ações voltam-se sobretudo às violações de direito cometidas pela ação ou omissão do Poder Público. Essas são exemplificativamente mais graves, pois cometidas pela instância que tem o dever de assegurar o exercício dos direitos humanos a todas as pessoas.
A mobilização social compreende a articulação de ações com sujeitos sociais que podem buscar a efetivação de direitos infantojuvenis. Esta estratégia engloba as iniciativas de fortalecimento de redes, fóruns e parcerias; atividades de lobby e pressão política; qualificação da comunicação e o estímulo ao protagonismo social de comunidades vítimas de violações de direitos.
O CEDECA defende o direito à participação de crianças e adolescentes como direito humano, por isso, estimula o exercício da participação política da população infanto-juvenil. Produção e difusão de um conhecimento crítico, especialmente sobre a situação dos direitos infantojuventis, voltado ao avanço da democracia, ao exercício dos direitos humanos e a construção de um modelo de desenvolvimento social e ambientalmente sustentável.

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