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COMPORTAMENTO OPERANTE

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Existem dois tipos de comportamento: o respondente e o operante. Entretanto, o respondente sozinho 
não consegue abarcar toda a complexidade do comportamento humano e não humano. 
O comportamento operante, proposto por Skinner, diz respeito àquele que produz consequências que 
se constituem em alterações no ambiente e cuja probabilidade de ocorrência futura é afetada por 
tais consequências. Por meio do conhecimento sobre o comportamento operante pode-se entender 
como ocorrem os processos de aprendizagem. 
Uma resposta do organismo produz uma alteração no ambiente, chamada de 
consequência. 
A maior parte dos comportamentos produz consequências no ambiente, as quais consistem em 
mudanças no cenário que cerca cada pessoa. 
Um comportamento simples, como apertar o botão de um interruptor de luz, produz uma mudança no 
ambiente: a luz vai de apagada para a luz acesa – essa modificação é uma consequência do 
comportamento. Em vez de apertar o botão, é possível emitir outro comportamento que produzirá a 
mesma consequência: pedir a alguém que acenda a luz. No primeiro exemplo, o comportamento produziu 
diretamente a mudança na iluminação do ambiente; no segundo, o comportamento modificou 
diretamente o comportamento de outra pessoa, que também é ambiente (tudo aquilo que não é a 
resposta), neste caso, e que, por sua vez, produziu a mudança na iluminação. 
As consequências que um comportamento produziu no passado influenciam sua ocorrência futura, ou 
seja, o comportamento é controlado por suas consequências. Assim, são elas que determinarão se os 
comportamentos que as produziram ocorrerão com maior ou menor frequência no futuro. 
As pessoas só continuam realizando diversas atividades no dia a dia ou deixam de fazer certas 
coisas porque determinadas consequências ocorrem. Desse modo, elas influenciam a frequência de 
comportamentos socialmente aceitos ou não. Por exemplo, se convidamos um amigo para sair, e ele 
geralmente aceita, continuamos a convidá-lo. Se esse amigo para de aceitar os convites, dando 
desculpas e mais desculpas, tenderemos a chamá-lo para sair cada vez menos. 
REFERÊNCIA: 
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. de. Princípios Básicos de Análise 
do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Capítulo 3) 
Se o comportamento é controlado por suas consequências, isso permite que os psicólogos entendam o 
que leva as pessoas a fazerem o que fazem; além de ajudar os seus pacientes a modificarem tais 
comportamentos, quando necessário, por meio da alteração de suas consequências. 
A explicação do comportamento, de acordo com o referencial teórico da Análise do Comportamento, está 
no passado, e não no futuro. São as consequências do comportamento que ocorreram no passado 
que explicam por que ele ocorre no presente e poderá ocorrer no futuro. 
Um exemplo cotidiano é uma criança que não sabe receber um “não”, e, caso receba, faz birra. Se em 
uma determinada situação ela pede um doce, e este é negado, mas fazendo birra consegue que o pai 
compre, provavelmente em todas as situações possíveis ela agirá da mesma forma. Nesse sentido, em 
termos técnicos, diz-se que a consequência “receber um doce” controla o comportamento da criança, 
pois aumenta a sua probabilidade de voltar a ocorrer. Do mesmo modo, o ato da criança chorar e parar 
de chorar após receber o doce, controla o comportamento do pai de dar o doce, pois aumenta sua 
probabilidade de voltar a ocorrer. Nesse tipo de caso, as consequências reforçam o comportamento. 
Consequências reforçadoras são um tipo de consequência que aumenta a probabilidade de que o 
comportamento que a produziu volte a ocorrer. 
O comportamento é uma interação entre o organismo e o ambiente que é descrito por uma contingência 
de reforçamento (R -> C) expressa na forma se... então... – ou seja, se o comportamento X ocorrer, 
então a consequência Y ocorre. Exemplo: se a criança faz birra, então ela ganha um doce. 
No exemplo da criança que faz birra e é atendida por seus pais, podemos identificar a consequência 
reforçadora e os seus efeitos claramente. Cada vez que a criança faz birra e seus pais a atendem, 
aumenta a probabilidade (as chances) de que, na próxima vez em que estiver em situação similar, ela 
se comporte da mesma forma. Nesse caso, o aumento na probabilidade de ocorrência do comportamento 
é o efeito da consequência reforçadora. Também nesse caso, receber o que se está pedindo é a 
consequência reforçadora para o comportamento de fazer birra. 
Para afirmar que um determinado estímulo é reforçador, deve-se analisar o seu efeito sobre e 
probabilidade de ocorrência do comportamento que teve como consequência a apresentação desse 
estímulo. Os estímulos reforçadores são as alterações no ambiente – ou em partes dele – que 
constituem as consequências reforçadoras. 
REFERÊNCIA: 
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. de. Princípios Básicos de Análise 
do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Capítulo 3) 
As características físicas de um estímulo, ou suas propriedades, não podem, por si só, qualificá-
lo como reforçador. Há um exemplo simples: se você está há dois dias sem comer, comida pode tornar-
se um estímulo reforçador. Entretanto, se acabou de comer muito, o seu prato predileto poderá até 
mesmo ser aversivo. 
Além de aumentar a probabilidade de um comportamento, o reforçamento tem, pelo menos, dois outros 
efeitos sobre o comportamento dos organismos. Um deles é a diminuição da frequência de outros 
comportamentos diferentes do comportamento reforçado. Por exemplo: se uma pessoa está em um 
bar, olhando as pessoas que lá passam, bebendo, comendo e falando sobre determinado assunto, e 
alguém começa a dar atenção ao que essa pessoa está falando, é muito provável que ela coma menos, 
beba menos e fale mais. Nesse caso, a atenção é o estímulo reforçador e falar é a resposta. 
Outro efeito é a diminuição da variabilidade na topografia da resposta reforçada, um conceito 
relativo à forma de uma resposta, podendo envolver padrões sonoros de vocalizações ou de movimentos 
da pessoa. Exemplificando: geralmente, nas primeiras vezes em que o rato, na caixa de Skinner, 
pressionou a barra, ele o fez de maneiras bem diferentes, por exemplo, o fez com a pata esquerda, com 
a direita, com as duas ou com o focinho. À medida que o comportamento de pressão à barra foi 
continuamente reforçado, ele passou a ocorrer de uma forma – com uma topografia – cada vez mais 
parecida, ou seja, passou a ocorrer quase todas as vezes com a mesma pata apoiada basicamente no 
mesmo ponto da barra. 
Esse efeito do reforçamento sobre o comportamento é muito evidente no nosso dia a dia. Por 
exemplo, você pode explicar a resolução de uma questão para um colega de diversas maneiras. Caso 
uma dessas formas seja bem-sucedida, na medida em que o interlocutor a compreenda, é provável que, 
da próxima vez que lhe fizerem essa mesma pergunta, você a responda de forma semelhante. Quanto 
mais vezes você responder à pergunta e for bem compreendido, mais a resposta dada será parecida 
com a anterior. 
É comum que algumas consequências produzidas por certos comportamentos deixem de ocorrer quando 
estes são emitidos. Quando isso acontece, é observado no comportamento que as produzia efeitos 
contrários aos produzidos pelo reforçamento. Quando o reforçamento de um comportamento é 
suspenso ou encerrado, verifica-se que a frequência de sua ocorrência diminui, retornando ao 
seu nível operante, ou seja, retornando à frequência com que ocorria antes do reforçamento. 
REFERÊNCIA: 
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. de. Princípios Básicos de Análise 
do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Capítulo 3) 
O procedimento que consiste na suspensão do reforçamento, e o processo dele decorrente são 
denominados como extinção operante. Se a suspensão do reforçamento produz uma diminuição na 
frequência de um comportamento, é possível concluir que os efeitos do reforçamento em relaçãoà 
manutenção do comportamento são temporários. 
Experimento: Walker e Buckley (1968) conduziram uma intervenção, que também foi uma pesquisa, 
com uma criança que apresentava dificuldades de ficar concentrada durante tarefas na sala de aula. Os 
pesquisadores, inicialmente, registraram quantos intervalos de 10 minutos a criança permanecia 
realizando as tarefas adequadamente (nível operante) ao longo da aula. Em seguida, começaram a dar-
lhe pontos toda vez que fazia a tarefa adequadamente a cada intervalo de 10 minutos (reforçamento). 
Por fim, Walker e Buckley pararam de dar os pontos, mesmo se ela passasse os 10 minutos de um dado 
intervalo engajada na tarefa escolar (extinção). Ao final da intervenção, a criança pôde trocar os pontos 
ganhos por brinquedos de sua preferência. 
• Resultado: no nível operante, a criança não ficou mais de 38% do tempo de cada intervalo fazendo 
os exercícios. Com o reforçamento, o percentual de tempo chegou próximo a 100%. Mas, com a 
extinção, esse percentual decaiu, voltando a ficar próximo de 40%. 
Além de diminuir a frequência da resposta até o nível operante, o processo de extinção produz outros 
três efeitos importantes. 
Aumento na frequência da resposta no início do procedimento de extinção: durante um 
procedimento de extinção, antes de a frequência da resposta começar a diminuir, ela pode aumentar 
abruptamente. Exemplo: quando alguém toca a campainha da casa de um amigo e não é atendido, é 
provável que antes de ir embora, essa pessoa pressione várias vezes o botão antes de desistir. 
Aumento na variabilidade da topografia da resposta: logo no início do processo de extinção, a forma 
como o comportamento estava ocorrendo começa a modificar-se. No exemplo da campainha, a 
pessoa pode além de pressionar o botão várias vezes, bater palmas ou bater na porta. 
Evocação de respostas emocionais: geralmente, quando o processo de extinção ocorre, as pessoas 
costumam ter respostas emocionais, como ficar com muita raiva após tirar uma nota baixa em uma prova 
que estudou muito. 
A resistência à extinção corresponde ao tempo ou ao número de vezes que um determinado 
comportamento continua ocorrendo após a suspensão do reforçamento. 
REFERÊNCIA: 
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. de. Princípios Básicos de Análise 
do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Capítulo 3) 
Quando maior (↑) o número de vezes (ou quanto mais tempo) que o comportamento continua a 
ocorrer sem ser reforçado, maior (↑) é a sua resistência à extinção. 
De modo geral, cotidianamente, pessoas cujos 
comportamentos apresentam alta resistência à extinção 
são rotuladas como perseverantes, esforçadas, 
empenhadas, “cabeças-duras” ou teimosas. Por 
exemplo: um sujeito que sonha em passar em medicina e 
presta inúmeros vestibulares até alcançar o seu objetivo. Já indivíduos que desistem fácil têm baixa 
resistência à extinção e muitas vezes são rotuladas como preguiçosas ou desanimadas. Por exemplo: 
uma pessoa que presta vestibular uma única vez e logo desiste de passar em um determinado curso. 
Desse modo, além de rotular, é importante entender por que as pessoas agem de modos tão distintos – 
umas com tanto entusiasmo e outras com tamanho desânimo. são: 
Número de exposições à contingência de reforçamento: corresponde ao número de vezes em que 
um determinado comportamento foi reforçado até a suspensão do reforçamento. Quando mais 
vezes (↑) um comportamento for reforçado, mais resistente (↑) à extinção ele será. Exemplo: as crianças 
que agiram educadamente e tiveram seu comportamento reforçado por muitos anos por seus pais, 
podem agir do mesmo modo por muito tempo, mesmo que os adultos à sua volta parem de reforçar esse 
comportamento. 
Custo da resposta: quando mais esforço (↑) é necessário para emitir um comportamento, menor 
(↓) será a sua resistência à extinção, ou seja, o grau de dificuldade faz com que a pessoa desista mais 
rápido. Por exemplo: se um rato tem duas barras para pressionar, e ambas produzem água como 
consequência, mas uma delas é mais pesada que a outra, o animal tenderá a parar de pressionar mais 
cedo a barra mais pesada quando a pressão delas não mais produzir água. 
Intermitência do reforçamento: quando um comportamento às vezes é reforçado e às vezes não, 
ele se tornará mais resistente à extinção do que um comportamento reforçado todas as vezes que 
ocorre. Por exemplo: é mais fácil extinguir o comportamento de fazer birra que é reforçado todas as 
vezes em que ocorre do que extinguir aqueles que são reforçados ocasionalmente. 
*Procedimento de recondicionamento: corresponde à reintrodução do reforçamento a um 
comportamento que estava em processo de extinção. Por exemplo: a mãe sempre ficou no quarto até o 
filho pegar no sono, pois do contrário, ele chorava muito. Tendo realizado o procedimento de extinção, a 
 
Dizer que um comportamento tem alta 
resistência à extinção não é a explicação 
de porque ele demora a ser extinto. 
Resistência à extinção é a própria demora, 
é o fenômeno propriamente dito, e não sua 
explicação. 
REFERÊNCIA: 
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. de. Princípios Básicos de Análise 
do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Capítulo 3) 
criança parou de chorar. Entretanto, em um outro dia que ele chorou (já após a extinção), ela ficou 
novamente no quarto, fazendo ocorrer o procedimento de recondicionamento. 
Embora a extinção seja um procedimento eficaz para se reduzir a frequência de um 
comportamento, ela não costuma ser utilizada isoladamente em contextos aplicados (prática 
profissional). Se, além da extinção de um comportamento-alvo, outros comportamentos 
considerados mais adequados socialmente, que tenham a mesma função, forem reforçados, os 
resultados serão mais rápidos, e o processo será menos aversivo. Por exemplo: os pais de uma 
criança que faz birra não devem apenas realizar a extinção, como também explicar ao filho como pedir 
o que ele quer de forma educada, dialogando. 
O repertório comportamental é o conjunto de comportamentos de um indivíduo que se tornam 
prováveis dadas certas condições ambientais, o qual pode ter a sua frequência modificada por suas 
consequências, assim como pode ser acrescentado com novos comportamentos. 
Os seres já nascem com uma preparação biológica para interagir com o ambiente. Entretanto, 
alguns comportamentos são aprendidos, os quais surgem a partir daqueles que já existem no 
repertório comportamental. 
Modelagem comportamental: é um procedimento de reforçamento diferencial de aproximações 
sucessivas de um comportamento-alvo, cujo resultado é um novo comportamento construído a 
partir de combinações de topografias de respostas já presentes no repertório comportamental do 
organismo. O modo como essas combinações se dão é determinado pelas contingências de 
reforçamento e pelas extinções que sucessivamente resultam no comportamento-alvo. Por exemplo: um 
bebê nasce sabendo falar alguns fonemas como “gu” e “dá”. Mas, a mãe pode ficar tentando ensinar 
para ele como fala “mamãe”, até que ele aprende “mã” e ela comemora dando vários beijinhos nele 
(reforçamento). Porém, depois a mãe para de “fazer festa” quando o bebê fala “mã” (extinção), o que faz 
com que – por variabilidade topográfica – ele comece a falar variações como “mãb”, até que em algum 
momento ele repetirá duas vezes o “mã”, formando “mamã”, que é mais parecido com “mamãe”, levando 
a mãe a comemorar novamente (reforçamento), até que deixe de comemorar novamente. Esse processo 
que a mãe fez intuitivamente até a criança aprender a falar “mamãe” é conhecido como modelagem. 
Reforçamento diferencial: consiste em reforçar algumas respostas que obedecem a algum critério e 
em não reforçar aquelas que não atendem a tal critério. 
REFERÊNCIA: 
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. de. Princípios Básicos de Análise 
do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Capítulo 3) 
Na modelagem é usada, basicamente,o reforçamento diferencial reforçar algumas respostas e 
extinguir outras similares) e as aproximações sucessivas (exigir gradualmente respostas mais 
próximas do comportamento-alvo) para ensinar um novo comportamento. Três aspectos principais 
devem ser levados em consideração quando se usa esse procedimento. O primeiro é a imediaticidade 
do reforço em relação à resposta: quanto mais temporalmente próximo da resposta o estímulo 
reforçador for apresentado, maior será o seu efeito sobre o comportamento. No exemplo do bebê 
aprendendo a falar, imagine se a mãe reforçasse o comportamento de dizer “mã” de seu bebê apenas 
alguns minutos após ele ter emitido esse som. Provavelmente a palavra “mamãe” demoraria bem mais 
para ser aprendida. O segundo aspecto principal é que não se deve reforçar demasiadamente 
respostas em cada passo intermediário. Como vimos, o reforçamento vai reduzindo a variabilidade da 
resposta. Assim, se reforçamos muito uma resposta intermediária, ela pode ficar muito fortalecida, 
dificultando o aparecimento de respostas mais próximas ao comportamento final quando colocarmos a 
resposta intermediária em extinção. O terceiro aspecto é que se deve ter passos intermediários 
graduais, reforçando pequenos avanços a cada passo. Caso a distância topográfica entre um passo 
e outro seja muito longa, muitas respostas ocorrerão sem serem reforçadas, o que pode resultar na 
deterioração do que já fora aprendido previamente. Isso atrasaria a modelagem, uma vez que as 
respostas outrora estabelecidas precisarão ser novamente ensinadas. 
Além da modelagem, outro procedimento é muito utilizado para propiciar a aprendizagem de um novo 
comportamento, chamado de modelação. 
Na modelagem, os comportamentos são gradualmente selecionados por suas consequências. Já 
na modelação, ou aprendizagem por observação de modelos, o comportamento de um organismo 
tem a sua probabilidade alterada em decorrência da observação do comportamento de outro 
organismo e da consequência que este produz. Desse modo, na modelação, inicialmente, o 
organismo não precisa emitir determinado comportamento para alterar a probabilidade de que este 
ocorra. Bastaria que observasse outro organismo se comportando e produzindo consequências 
reforçadoras. Um exemplo de aprendizagem por modelação é o de uma criança que passa a fazer birra 
com mais frequência ao ver um colega conseguir mais sorvete de seus pais com esse comportamento. 
É importante ressaltar, entretanto, que a observação do reforçamento do comportamento de outro 
organismo somente aumenta a probabilidade de emissão de uma topografia de resposta similar pelo 
observador. A sua aprendizagem requer a apresentação de consequências reforçadoras contingentes à 
emissão da resposta. 
REFERÊNCIA: 
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. de. Princípios Básicos de Análise 
do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Capítulo 3) 
Estímulo reforçador social: a mudança produzida pelo comportamento no ambiente é justamente 
seu efeito sobre o comportamento de outra pessoa. Quando o bebê do exemplo anterior dizia “mã”, 
sua mãe sorria e lhe acariciava a barriga. O sorriso e a carícia da mãe, nesse caso, seriam exemplos de 
reforçadores sociais, uma vez que se constituíram no comportamento de outra pessoa (a mãe) e 
fortaleceram o comportamento do bebê de dizer “mã”. 
Estímulo reforçador não social: são aqueles cuja função fortalecedora independe dos efeitos de 
um comportamento sobre o comportamento de outra pessoa. Ou seja, são as alterações no 
ambiente não social, isto é, no ambiente que não se refere ao comportamento alheio. Por exemplo: a luz 
acender após apertar o interruptor; abrir uma torneira e a água sair; empurrar um móvel e ele se mover; 
ligar o ar-condicionado e a temperatura baixar etc. 
Um fator que complica a distinção apresentada anteriormente é que certas alterações no ambiente não 
social são mediadas por outras pessoas, isto é, também envolvem alterações no comportamento alheio. 
Por exemplo, se uma criança pede para um adulto pegar a lata de biscoitos em uma prateleira fora de 
seu alcance e o adulto atende ao seu pedido, podemos dizer que o comportamento da criança alterou o 
ambiente não social, já que resultou no acesso aos biscoitos. Porém, esse acesso ocorreu pelo 
intermédio do comportamento de outra pessoa. Nesse exemplo, o comportamento de pedir teve efeito 
tanto sobre o comportamento de outra pessoa (reforçamento social) como sobre a lata de biscoitos 
(reforçamento não social). Não há consenso na classificação desse tipo de exemplo. 
REFERÊNCIA: 
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. de. Princípios Básicos de Análise 
do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Capítulo 3)

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