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MÓDULO IV //Curso de APERFEIÇOAMENTO FORTALECIMENTO DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO NOS TERRITÓRIOS MUNICIPAIS Aula 22 // CALENDÁRIO VACINAL DA CRIANÇA ATÉ 6 ANOS DE IDADE, COM DESTAQUE PARA AS VACINAS VARICELA E FEBRE AMARELA. Cr éd it os / / Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. O conteúdo desta publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado pela equipe MaisCONASEMS e Faculdade São Leopoldo Mandic. Material de Referência. Mais CONASEMS. Curso de Aperfeiçoamento Fortalecimento das Ações de Imunização nos Territórios Municipais. Módulo IV: A Imunização Segura nos Ciclos de Vida- Aula 22 – Calendário vacinal da criança até 6 anos de idade, com destaque para as vacinas Varicela e Febre Amarela. Ficha Catalográfica Ficha Técnica Curadoria e Produção de Conteúdos Mandic André Ricardo Ribas Freitas Fabiana Medeiros Lopes de Oliveira Giuliano Dimarzio Laura Andrade Lagoa Nóbrega Márcia Fonseca Regina Célia de Menezes Succi Professora Conteudista - Faculdade São Leopoldo Mandic Profa Dra. Tânia do Socorro Souza Chaves Gestor Educacional Rubensmidt Ramos Riani Coordenação Técnica e Pedagógica Cristina Crespo Valdívia Marçal Coordenação Pedagógica – Faculdade São Leopoldo Mandic Fabiana Succi Patricia Zen Tempski Especialista em Educação a Distância Kelly Santana Priscila Rondas Designer instrucional Alexandra Gusmão Juliana de Almeida Fortunato Pollyanna Micheline Lucarelli Este material foi elaborado e desenvolvido pela equipe técnica e pedagógica do Mais CONASEMS em parceria com a Faculdade São Leopoldo Mandic. Web Desenvolvedor Aidan Bruno Alexandre Itabayana Barbara Monteiro Cristina Perrone Paloma Eveir Vitor Almas de Moura Coordenação Geral Conexões Consultoria em Saúde Ltda. Revisão textual Gehilde Reis Paula de Moura Olá! Este é o seu Material de Referência da Aula 22 do Módulo 4. Ele apresenta de forma mais aprofundada o conteúdo referente ao tema Calendário vacinal da criança até 6 anos de idade, com destaque para as vacinas Varicela e Febre Amarela. A proposta é agregar mais conhecimento à sua aprendizagem, por isso leia-o com atenção e consulte-o sempre que necessário! Objetivos de aprendizagem Compreender a clínica, a cadeia de transmissão e a situação epidemiológica das doenças varicela e febre amarela. Compreender a contraindicação das vacinas varicela e febre amarela, bem como as precauções e situações de adiamento, composição, apresentação, conservação, eventos adversos e situações especiais. Conhecer sobre: indicação, esquema, dose, idade para administração, vacinação simultânea, intervalo e via de administração das vacinas varicela e febre amarela. Identificar situações de indicação da imunoglobulina humana varicela zoster. 01 02 03 04 Intro dução Na Aula 22, você irá aprimorar seus conhecimentos, habilidades e atitudes essenciais às competências de identificação, a clínica, a cadeia de transmissão e a situação epidemiológica das doenças varicela e febre amarela. Compreenderá também a indicação, esquema, dose, idade para administração, vacinação simultânea, intervalo, via de administração, contraindicação, precauções e situações de adiamento, composição, apresentação, conservação, eventos adversos e situações especiais das vacinas varicela e febre amarela, assim como a indicação da imunoglobulina humana varicela zoster. Boa leitura! // Varicela // Varicela A Varicela é uma doença de elevada taxa de contágio, é causada por infecção de um herpesvírus, denominado vírus da varicela-zoster. É também conhecida como catapora. Em geral, é uma doença benigna e autolimitada em crianças saudáveis e com menos de 10 anos de idade. Entretanto em adolescentes e adultos, geralmente, o quadro clínico pode ser mais exuberante e grave. // Varicela Clinicamente é caracterizada pelo surgimento de exantema de aspecto maculopapular (manchas na pele, sendo algumas, com relevo) generalizado que consiste em média de 250 a 500 lesões que, após algumas horas, torna-se vesicular (bolhas), evolui rapidamente para pústulas e, posteriormente, forma crostas, em três a quatro dias. Esta evolução clínica da varicela caracteriza o polimorfismo regional das lesões, que consiste na presença simultânea de lesões em diferentes estágios evolutivos, acompanhadas de prurido. Podem ocorrer febre moderada e sintomas sistêmicos. O quadro clínico é tão típico que o diagnóstico é clínico. // Varicela Agente etiológico É um vírus DNA, Herpesvirus, denominado vírus da varicela-zoster (VVZ). Esse vírus é responsável por duas doenças distintas: a catapora e o herpes zoster (conhecido como cobreiro ou zona). Reservatório Os humanos representam a única fonte de infecção conhecida. Epidemiologia O VVZ tem distribuição universal. A infecção ocorre sob forma endêmica com surtos epidêmicos durante determinados períodos sazonais, principalmente no final do inverno e início da primavera, acometendo mais frequentemente escolares e pré-escolares. Estudos epidemiológicos e sorológicos realizados em diferentes países demonstram que mais de 90% dos adultos são imunes ao VVZ. Não há dados consistentes sobre a incidência de varicela no Brasil, uma vez que somente os casos graves internados e óbitos são de notificação compulsória. Entretanto, a estimativa é de cerca de 3 milhões de casos ao ano. No período de 2006 a 2016, o número de internações variou de 4.200 a 12.600 por ano, no SUS. As regiões com maior número de internações foram Sudeste e Nordeste. // Varicela A análise das internações por faixa etária demonstra que estas se concentram em crianças de 1 a 4 anos de idade, em crianças com menos de 1 ano e de 5 a 9 anos de idade, respectivamente. Embora o maior número absoluto de hospitalizações seja observado entre crianças, grupo em que se espera o maior número de casos da doença, proporcionalmente, os adultos apresentam maior risco de evoluir com complicações, hospitalização e óbito. Com a introdução da vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) no Calendário Nacional de Vacinação em 2013 para crianças de 15 meses de idade, houve uma redução considerável do número de internações no SUS. A taxa de letalidade entre os casos hospitalizados variou de 1,0 a 4,3 no período de 2006 a 2016. // Varicela A disseminação do VVZ aos contactantes suscetíveis ocorre rapidamente, uma vez que o VVZ é transmissível por via respiratória, ao contrário de outros herpesvírus. A transmissão da varicela se dá pelo contato pessoa a pessoa, através do contacto direto por inalação das gotículas ou aerossóis do fluido vesicular das lesões de pele transportadas pelo ar ou pelas secreções do trato respiratório quando o paciente tosse. Indiretamente, é transmitida por meio de objetos contaminados com secreções de vesículas e membranas mucosas de pacientes infectados. • Período de incubação: geralmente é de 14 a 16 dias, podendo, entretanto, variar de 10 a 21 dias. • Período de transmissibilidade: a varicela é uma doença altamente contagiosa e estima-se que o período de contagiosidade varia de 1 a 2 dias antes da erupção persistindo até que todas as lesões estejam em fase de crosta, o que em geral, não excede cinco a seis dias. Enquanto houver vesículas, a infecção é possível por via respiratória, terminando quando todas as lesões estiverem em fase de crosta. A transmissão pode ser prolongada (até meses) em indivíduos com imunodeficiência, perdurando por todo o período de surgimento de novas lesões (vesículas). Indivíduos com varicela não complicada só devem retornar às atividades de trabalho ou escola após todas as lesões terem evoluído para crostas. Transmissão // Varicela Suscetibilidade e imunidade A suscetibilidade é universal. Uma vez adquirido o vírus varicela-zoster, a pessoa ficaimune à catapora, embora, raramente, possa ocorrer um segundo episódio de varicela. A imunidade passiva transferida para o feto pela mãe que já teve varicela assegura, na maioria das vezes, proteção até quatro a seis meses de vida extrauterina. Após a infecção, o vírus permanece em nosso corpo por toda a vida e pode ser reativado, causando o Herpes-Zoster. O Herpes-Zóster surge quando há uma queda nas defesas imunológicas. Até 20% dos pacientes com história de catapora na infância vão apresentar pelo menos um episódio de herpes-zóster, geralmente após os 50 anos. Entre os pacientes com mais de 85 anos essa taxa sobe para mais de 50%. // Varicela Manifestações clínicas A varicela pode apresentar-se com período prodrômico e período exantemático. O período prodrômico inicia-se com febre baixa, cefaleia, anorexia e vômito, podendo durar de horas até três dias. Na infância, esses pródromos não costumam ocorrer, sendo o exantema o primeiro sinal da doença. Em crianças imunocompetentes, a varicela geralmente é benigna, com início repentino, apresentando febre moderada durante 2 a 3 dias e sintomas generalizados inespecíficos. No período exantemático, a erupção cutânea inicia-se na face, couro cabeludo ou tronco. As lesões comumente aparecem em surtos sucessivos de máculas que evoluem para pápulas, vesículas, pústulas e crostas. Tendem a surgir mais nas partes cobertas do corpo, podendo aparecer no couro cabeludo, na parte superior das axilas e nas membranas mucosas da boca e das vias aéreas superiores. O aparecimento das lesões em surtos e a rápida evolução conferem ao exantema o polimorfismo regional característico da varicela: lesões em diversos estágios (máculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas), em uma mesma região do corpo. Nos adultos imunocompetentes, a doença cursa de modo mais grave do que nas crianças, apesar de ser bem menos frequente (cerca de 3% dos casos). A febre é mais elevada e prolongada, o estado geral é mais comprometido, o exantema mais pronunciado e as complicações mais comuns. A evolução para óbito é rara, e geralmente ocorre devido a pneumonia primária. Em virtude da possível e rara ocorrência da Síndrome de Reye (encefalopatia aguda com infiltração gordurosa no fígado, por disfunção mitocondrial) em crianças com varicela em uso de salicilatos, está contraindicado o uso de ácido acetilsalicílico (AAS). // Varicela // Varicela Varicela e gravidez A infecção materna no 1º ou no 2º trimestre da gestação pode resultar em doença no embrião. Nas primeiras 16 semanas de gestação, há risco maior de lesões graves ao feto, que podem resultar em baixo peso ao nascer, malformações das extremidades, cicatrizes cutâneas, microftalmia, catarata e retardo mental. Complicações Infecção bacteriana secundária de pele: impetigo, abscesso, celulite, erisipela, causadas por estafilococos ou estreptococos, que podem levar a quadros sistêmicos de sepse, com artrite, pneumonia, endocardite, encefalite ou meningite e glomerulonefrite. Infecção fetal, durante a gestação, pode levar à síndrome da varicela congênita (varicela neonatal que se expressa por meio de um ou mais dos seguintes sintomas: microoftalmia, catarata, atrofia óptica e do sistema nervoso central). Imunodeprimidos podem ter a forma de varicela disseminada ou varicela hemorrágica. // Varicela O diagnóstico de varicela pode ser clínico, como descrito anteriormente. Habitualmente, os pais sabem informar se seus filhos tiveram ou não a doença, uma vez que a forma subclínica da doença é rara. Geralmente, a história pregressa e fidedigna de varicela é considerada uma medida válida de imunidade. O diagnóstico laboratorial pode ser feito pelo isolamento do vírus recuperado do fluido vesicular durante os primeiros 3 a 4 dias de erupção. Os testes sorológicos podem ser utilizados, embora a reação em cadeia da polimerase (PCR) seja considerada o padrão ouro para o diagnóstico de infecção pelo VVZ (principalmente em caso de varicela grave). Diagnóstico // Varicela Atendimento e tratamento Tratamento sintomático (antitérmico, analgésico não salicilato e, para atenuar o prurido, anti-histamínico sistêmico) em nível ambulatorial para pessoas sem risco de agravamento da varicela. Hospitalização imediata dos pacientes com varicela grave ou zoster disseminado, em regime de isolamento. Higienização da pele com água e sabonete, com adequado corte de unhas. Havendo infecção secundária, recomenda-se o uso de antibióticos, em especial para combater estreptococos do grupo A e estafilococos. O tratamento específico da varicela é realizado por meio da administração do antiviral aciclovir, que é indicado para pessoas com risco de agravamento e em imunossuprimidos. // Varicela Fatores de risco O risco de complicações da varicela varia com a idade. As complicações ocorrem com muito mais frequência em pessoas com mais de 15 anos de idade e em crianças com menos de 1 ano de idade. Os adultos representam apenas 5% dos casos relatados de varicela, mas aproximadamente 35% da mortalidade. Nos adultos, a doença cursa de modo mais grave, apesar de menos frequente; a febre é mais alta e prolongada e as complicações mais comuns podem levar a óbito, principalmente, devido à pneumonia primária. Objetivos da vigilância e da vacinação • Avaliar o impacto da vacinação varicela-zóster, no país, sobre a morbimortalidade por varicela. • Conhecer a incidência de casos graves de varicela no país. • Conhecer a mortalidade por varicela no país. • Conhecer os padrões de ocorrência da doença (sazonalidade e distribuição por faixa etária). • Estabelecer medidas de controle frente a situações de surtos e grupos populacionais de alto risco para complicações e morte. Notificação Somente os casos graves e óbitos são de notificação compulsória, no entanto o Sinan está habilitado para notificação individual e na forma de surto, por meio da Ficha de Notificação Individual e Planilha de Surto. // Varicela // Vacina Varicela // Vacina Varicela A vacina varicela disponível foi desenvolvida por TAKAHASHI et al. na Universidade de Osaka, Japão, em 1974. São vacinas de vírus vivos atenuados e podem conter sacarose, gelatina (suína hidrolisada), ureia, cloreto de sódio, glutamato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, fosfato de potássio monobásico e cloreto de potássio. A vacina também contém componentes residuais de células MRC-5 e traços de neomicina (antibiótico) e de soro fetal bovino do meio de cultura de MRC-5. O produto não contém conservantes. A vacina varicela está licenciada no Brasil na apresentação monovalente ou na apresentação da vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola, varicela). Cada dose de ambas as vacinas é de 0,5mL, devendo ser aplicada por via subcutânea. Orientações para Vacinação de Rotina As vacinas tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) e varicela (atenuada) estão disponíveis para crianças menores de sete anos de idade, de acordo com as indicações do Calendário Nacional de Vacinação. • Uma dose da vacina tetra viral deve ser administrada aos 15 meses de idade em crianças vacinadas com a primeira dose da vacina tríplice viral (SCR) aos 12 meses. Crianças não vacinadas oportunamente aos 15 meses de idade poderão receber a tetra viral até 4 (quatro) anos, 11 meses e 29 dias. A dose da tetra viral corresponde à segunda dose de SCR e à primeira dose da varicela. • Uma dose da vacina varicela (atenuada) aos 4 anos corresponde à segunda dose da varicela, considerando a tetra viral como primeira dose aos 15 meses. Crianças não vacinadas oportunamente aos 4 (quatro) anos poderão receber a vacina varicela (atenuada) até 6 (seis) anos, 11 meses e 29 dias. • Crianças que já possuem 6 anos e não receberam nenhuma dose da vacina varicela, deverão receber 2 doses considerando o intervalo ideal entre elas de 3meses. Caso não seja possível respeitar esse intervalo devido à proximidade em completar 7 anos, respeitar intervalo mínimo de 30 dias. Se não for possível o intervalo de 30 dias, a criança receberá apenas 1 dose. // Vacina Varicela • Povos indígenas a partir dos 7 anos de idade não vacinados ou sem comprovação vacinal, administrar 1 (uma) ou duas doses de vacina varicela, a depender do laboratório produtor. • Profissionais de saúde não vacinados e que trabalham na área assistencial, especialmente em contato com pessoas imunodeprimidas e os da área de pediatria devem receber uma ou duas doses de vacina varicela (atenuada), a depender do laboratório produtor. • Importante: A segunda dose visa corrigir possíveis falhas vacinais da primeira dose, aumentar a proteção deste grupo alvo contra varicela e prevenir a ocorrência de surtos da doença em creches e escolas (NI 135-SEI/2017-CGPNI/DEVIT/SVS/MS). • A vacina varicela pode ser administrada simultaneamente com as demais vacinas do calendário. Na impossibilidade de realizar vacinação simultânea com a vacina tríplice viral e a vacina febre amarela, adotar o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. // Vacina Varicela Manifestações locais como dor (26%) e vermelhidão (5%) podem ocorrer nos primeiros 3 dias após a vacinação. Também podem ser observadas vesículas próximas ao local da aplicação em até 3% dos primovacinados já no dia da vacinação. A febre pode ocorrer em 15% dos vacinados em um intervalo de 5 a 12 dias após a vacinação. Até 5% dos indivíduos apresentam exantema semelhante às lesões de varicela, com até cinco lesões fora do local de aplicação, que aparecem entre 5 e 26 dias após a vacinação. Eventos adversos como anafilaxia e outros classificados como graves estiveram raramente associados temporalmente à administração da vacina varicela. // Vacina Varicela Conservação Deve ser armazenada entre +2°C e +8°C, não podendo ser congelada. Eventos adversos //Imunoglobulina Humana Antivaricela-zoster (IGHAVZ) // Imunoglobulina Humana Antivaricela-zoster (IGHAVZ) A imunoglobulina humana antivaricela-zoster (IGHAVZ) é obtida de plasma humano contendo títulos altos de IgG contra o vírus da varicela; contém de 10% a 18% de globulina e timerosal como conservante. Geralmente, as apresentações contêm 125 unidades por frasco, com o volume variando de 1,25 mL a 2,5 mL. Deve-se observar as orientações do fabricante a cada nova partida do produto. Orientações para Imunização em Situações de Surto Os comunicantes (pessoas com contato íntimo e prolongado, por mais de uma hora, em ambiente fechado) suscetíveis (sem referência de ter tido a doença - diagnóstico clínico ou informação verbal, ou não ter sido vacinado contra varicela) deverão ser prontamente identificados para que sejam imunizados. Deve-se identificar o número de pessoas que são contatos dos casos da doença e, de acordo com cada idade e histórico, verificar o quantitativo necessário de doses de vacina e de imunoglobulina humana antivaricela (IGHAVZ) para a realização do bloqueio. A vacinação deve ser realizada de forma seletiva e de acordo com as indicações do Calendário Nacional de Vacinação, no período de 120 horas (5 dias) para a administração da vacina (vacinação de bloqueio) e de 96 horas (4 dias) para administração da IGHAVZ, após o contato com caso suspeito ou confirmado de varicela. A vacinação deve ser feita conforme descrito a seguir: • Crianças a partir de 9 meses até 11 meses e 29 dias administrar uma dose de vacina varicela (atenuada). Não considerar esta dose como válida para a rotina e manter o esquema vacinal aos 15 meses com a tetra viral e aos 4 anos com a varicela. // Imunoglobulina Humana Antivaricela-zoster (IGHAVZ) • Em crianças entre 12 e 14 meses de idade, antecipar a dose de tetra viral naquelas já vacinadas com a primeira dose (D1) da vacina tríplice viral e considerar como dose válida para a rotina de vacinação. • Crianças entre 15 meses e menores de 5 (cinco) anos de idade, vacinar conforme as indicações do Calendário Nacional de Vacinação. • Crianças de 5 a 12 anos de idade, administrar uma dose de vacina varicela (atenuada). • Pessoas a partir de 13 anos, administrar uma ou duas doses a depender do laboratório produtor. • Quando houver indicação de duas doses, considerar o intervalo de 30 dias entre as doses. • Mulheres em idade fértil devem evitar a gravidez até 1 (um) mês após a vacinação. As doses administradas no bloqueio devem ser registradas no comprovante de vacinação e no sistema de informação. A imunização com imunoglobulina deve ser feita nos casos descritos a seguir: • Imunoglobulina humana varicela zoster (IGHAVZ) para as crianças menores de 9 meses de idade, gestantes suscetíveis e imunocomprometidos até 96 horas após o contato com o caso índice. • Dose única de 125 UI para cada 10 kg de peso (a dose mínima é de 125 UI e a dose máxima de 625 UI), administrada nas primeiras 96 horas depois de ter ocorrido o contato. // Imunoglobulina Humana Antivaricela-zoster (IGHAVZ) // Imunoglobulina Humana Antivaricela-zoster (IGHAVZ) Indicações e Contraindicações para a Vacina Indicação de Vacinação Pré-exposição em suscetíveis 1. Pessoas imunocompetentes de grupos especiais de risco (profissionais de saúde, cuidadores e familiares) suscetíveis à doença que estejam em convívio domiciliar ou hospitalar com pacientes imunodeprimidos. 2. Maiores de 1 ano de idade imunocompetentes e suscetíveis à doença no momento da internação onde haja caso de varicela. 3. Candidatos a transplante de órgãos, suscetíveis à doença, até pelo menos três semanas antes do procedimento, desde que não estejam imunodeprimidos. 4. Nefropatias crônicas, Síndrome nefrótica. 6. Doadores de órgãos sólidos e de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea). 7. Receptores de transplante de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea): para pacientes transplantados há 24 meses ou mais, sendo contraindicadas quando houver doença enxerto versus hospedeiro. 8. Crianças e adolescentes infectados pelo HIV suscetíveis à varicela (avaliar categorias clínicas ou contagem de linfócitos CD4). Recomenda-se a vacinação de crianças expostas, mesmo já excluída a infecção pelo HIV, para prevenir a transmissão da varicela em contato domiciliar com imunodeprimidos. 9. Pacientes com deficiência isolada de imunidade humoral (com imunidade celular preservada). 10. Doenças dermatológicas graves, tais como: ictiose, epidermólise bolhosa, psoríase, dermatite atópica grave e outras assemelhadas. 11. Uso crônico de ácido acetil salicílico (suspender uso por seis semanas após a vacinação). 12. Asplenia anatômica e funcional e doenças relacionadas. 13. Trissomias (por exemplo, síndrome de Down). 14. Pessoas em uso de corticoides que estiverem recebendo baixas doses (menor que 2mg/kg de peso/dia até um máximo de 20mg/dia de prednisona ou equivalente). O uso de corticosteroides por via inalatória, tópica ou intra-articular não contraindica a administração da vacina, se o corticoide tiver sido suspenso há pelo menos um mês, quando usado em doses superiores às referidas acima. // Imunoglobulina Humana Antivaricela-zoster (IGHAVZ) Contraindicações para a Vacina a) Crianças menores de 9 meses. b) Pacientes imunodeprimidos, exceto nos casos previstos nas indicações. c) Durante o período de três meses, após a suspensão de terapia imunodepressora ou, um mês, em caso de corticoterapia. d) Gestação (mulheres em idade fértil vacinadas devem evitar a gravidez durante um mês após a vacinação). e) Reação anafilática à dose anterior da vacina ou a algum de seus componentes. f) Administração recente de sangue, plasma ou imunoglobulina, (recomenda-se intervalo mínimo de três meses entre a administração desses produtos e a vacina). Devido à raridade da transmissão do vírus vacinal,a vacina varicela não é contraindicada para pessoas que convivem com pacientes imunodeprimidos, inclusive aqueles que convivem com pessoas vivendo com HIV e com mulheres grávidas. Por cautela, os vacinados que desenvolvem exantema variceliforme pós-vacinação devem evitar o contato com pacientes imunodeprimidos e gestantes. Não se recomenda o uso de IGHAVZ nessa circunstância, pois o risco de transmissão é considerado mínimo. // Imunoglobulina Humana Antivaricela-zoster (IGHAVZ) Imunoglobulina humana antivaricela (IGHAVZ) A imunoglobulina humana antivaricela-zoster (IGHAVZ) é obtida de plasma de indivíduos que se recuperaram de zoster, contendo títulos altos de anticorpos (IgG) contra o vírus da varicela. Contém globulina e timerosol como conservante. Geralmente, as apresentações contêm 125UI por frasco, com o volume variando de 1,25 a 2,5mL. A IGHAVZ está indicada como tratamento profilático a indivíduos com história de contato significativo com varicela ou herpes zoster e que têm alto risco de desenvolver a forma grave e as complicações da doença. A utilização de IGHAVZ depende do atendimento de três condições: suscetibilidade contato significativo condição especial de risco As definições de contato significativo, fatores de risco para complicações e quando se considera um contato suscetível devem ser consultadas no Manual dos CRIEs, disponível online. // Imunoglobulina Humana Antivaricela-zoster (IGHAVZ) //Febre Amarela A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda, de evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas suas formas graves. De etiologia viral, o agente etiológico é transmitido por artrópodes (vetores), da família Culicidae, habitualmente conhecidos como mosquitos e pernilongos, por isso também é reconhecida como uma das arboviroses que pode acometer o homem. A importância epidemiológica deve-se à gravidade clínica, elevada letalidade e ao potencial de disseminação e impacto, sobretudo quando a transmissão for urbana, por Aedes aegypti. // Febre Amarela Agente etiológico A doença é causada por arbovírus (transmitido por artrópodes, mosquitos) do gênero Flavivirus, da família Flaviviridae. Epidemiologia Desde 1942, não há registro no Brasil da forma de transmissão urbana da doença. Os casos confirmados posteriormente são resultado de transmissão silvestre (regiões de matas e florestas). Nas últimas décadas, foram registrados surtos de febre amarela silvestre, além dos limites da área considerada endêmica (região amazônica), na Bahia, em Minas Gerais, em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul, o que caracterizou uma expansão recorrente da área de circulação viral. Emergências da circulação do vírus da febre amarela afetaram o extremo leste brasileiro e suscitaram a elaboração do Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública – Febre Amarela. // Febre Amarela A série histórica de casos humanos no Brasil apresenta um aspecto irregular, marcada por dois períodos distintos, com maior e menor frequência de registros de casos, que se intercalam ao longo do tempo. Durante o período com perfil endêmico, ocorre um número reduzido de casos, geralmente isolados na região amazônica, normalmente registrados em indivíduos não vacinados que se expõem em áreas de mata durante atividade de trabalho, lazer, viagem ou moradia. Esse período, tem ocorrência entre 2 e 5 anos e se intercala com período de perfil epizoótico e/ou epidêmico, principalmente, quando o vírus atinge áreas com baixas coberturas vacinais ou de populações não vacinadas, como já ocorreu em parte das regiões Nordeste, Sul e, mais recentemente, Sudeste, quando foram registrados os maiores surtos da história recente da febre amarela no Brasil. (Figura 1) Figura 1 – Série histórica de casos humanos de febre amarela de acordo com o ano de início dos sintomas, Brasil, 1980 a 2017 Fonte: Sinan; GT-Arbo/CGDT/DEVIT/SVS/MS; COES-FA. Dados sujeitos a alterações. // Febre Amarela Entre julho/2016 e junho/2018, foram confirmados mais de 2000 casos humanos e aproximadamente 750 óbitos, além de cerca de 2300 mortes de primatas não humanos. O vírus alcançou a costa leste brasileira, na região do bioma Mata Atlântica, que abriga uma ampla diversidade de Primatas Não Humanos (PNH) e vetores silvestres. Nessa região, há grandes centros urbanos, densamente povoados e infestados por Aedes aegypti e Aedes albopictus, aumentando o potencial de risco para a transmissão urbana. // Febre Amarela Hospedeiros e reservatórios No ciclo silvestre da febre amarela, os PNH são considerados os principais hospedeiros, amplificadores do vírus, vítimas da doença, assim como o homem, que neste ciclo se apresenta como hospedeiro acidental. Os mosquitos são considerados os verdadeiros reservatórios do vírus da febre amarela, pois, uma vez infectados, permanecem assim durante toda a vida. No ciclo urbano, não registrado no Brasil desde 1942, o homem é o principal hospedeiro com importância epidemiológica, e as espécies de culicídeos (mosquitos vetores) implicadas na transmissão são do gênero Aedes, principalmente o Aedes aegypti, mantendo-se num ciclo homem-mosquito. // Febre Amarela Transmissão Não há transmissão de pessoa a pessoa. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. Apenas as fêmeas transmitem o vírus. Nos mosquitos, a transmissão também ocorre de forma vertical, na qual as fêmeas podem transferir o vírus para a sua prole, favorecendo a manutenção do vírus na natureza. No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetor urbano (Aedes aegypti) infectado. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina (Figura 2). // Febre Amarela Período de incubação Varia de 3 a 6 dias, embora possa se estender até 15 dias. Período de transmissibilidade Intrínseco (homem): 7 dias, de 24-48 horas antes até 3 a 5 dias depois do início dos sintomas. Extrínseco (mosquito): 8 a 12 dias depois do repasto sanguíneo. A partir de então, a fêmea do mosquito é capaz de transmitir o vírus pelo resto da vida (6 a 8 semanas). Suscetibilidade e Imunidade A suscetibilidade é universal. A infecção promove imunidade duradoura. // Febre Amarela Aspectos clínicos Manifestações clínicas: apresentações bastante variáveis, podendo haver desde casos assintomáticos e oligossintomáticos até casos graves com letalidade de até 50%. Inicialmente, o quadro súbito, mas com sintomas inespecíficos em até 3 dias: // Febre Amarela Febre Calafrios Cefaleia Lombalgia Mialgias generalizadas Náuseas Prostração Vômitos Pode haver melhora parcial por até dois dias, com declínio da temperatura e diminuição dos sintomas. Nos casos mais graves, a febre reaparece, podendo ocorrer diarreia e vômitos em borra de café. Instala-se quadro de insuficiência hepatorrenal (icterícia, diminuição da diurese, manifestações hemorrágicas e alteração do nível de consciência. Pode evoluir para coma e óbito. A maioria dos casos não chega ao período mais grave, chamado de toxêmico, havendo melhora espontânea no período de remissão sem o agravamento posterior. // Febre Amarela Diagnóstico laboratorial Específico: pode ser feito por meio da demonstração de anticorpos no sangue (IgM em amostra de fase aguda ou aumento de 4 x o título de IgG em amostras consecutivas. A presença do agente pode ser confirmada através de isolamento viral ou método molecular por detecção de DNA (PCR). Exames laboratoriais inespecíficos: podem estar alterados e corroborar a suspeita de febre amarela: aumento de bilirrubinas, aumento das enzimas hepáticas (transaminases, com predomínio da TGO), podendo chegar a níveis muito elevados, encontrados apenas em hepatite fulminante, aumento de ureia e creatinina, denotandoinsuficiência renal. // Febre Amarela Atendimento e tratamento Notificação É uma doença de notificação compulsória e imediata, à simples suspeita. A notificação deve ser feita por meio mais rápido disponível e registrada na ficha de investigação de febre amarela do SINAN. O tratamento da FA é de suporte e sintomático. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva, com vista a reduzir as complicações e o risco de óbito. Salicilatos devem ser evitados (AAS), pelo risco de favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. // Febre Amarela // Vacina Febre Amarela A vacina febre amarela (atenuada) é a medida mais importante e eficaz para prevenção e controle da FA. A vacina utilizada no Brasil é produzida pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e consiste de vírus vivo atenuado da cepa 17DD, cultivado em embrião de galinha. É um imunobiológico altamente eficaz na proteção contra a doença, com imunogenicidade de 90 a 98% de proteção. Os anticorpos protetores aparecem entre o 7º e o 10º dia após a aplicação da vacina, razão pela qual a vacinação deve ocorrer ao menos 10 dias antes de se ingressar em área de risco da doença. //Vacina Febre Amarela Conservação Deve ser armazenada entre +2°C e +8°C, não podendo ser congelada. Volume da Dose e Via de Administração 0,5 mL, via subcutânea. Esquema vacinal e indicação A vacina Febre Amarela está indicada para indivíduos a partir de 9 (nove) meses de vida, devendo seguir as seguintes recomendações: Crianças entre 9 (nove) meses de vida a menores de 5 (cinco) anos de idade: Administrar 1 (uma) dose aos 9 (nove) meses de vida e uma dose de reforço aos 4 (quatro) anos de idade. Pessoas a partir de 5 (cinco) a 59 anos de idade: Administrar 1 (uma) dose única. Caso a pessoa tenha recebido apenas uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade, deverá receber uma dose de reforço adicional, independentemente da idade em que o indivíduo procure o serviço de vacinação, respeitando o intervalo mínimo de 4 semanas entre as doses. //Vacina Febre Amarela • A vacina febre amarela não poderá ser administrada simultaneamente com as vacinas tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ou tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) em crianças menores de 2 (dois) anos de idade, devendo respeitar o intervalo de 30 dias entre as duas vacinas (mínimo de 15 dias), salvo em circunstâncias específicas a serem discutidas entre as três esferas do Sistema Único de Saúde. • Em situações nas quais exista o risco epidemiológico concomitante para febre amarela e os vírus contidos na vacina tríplice viral, o risco da não vacinação é maior que a possibilidade da diminuição da resposta imune. Dessa forma, a vacinação simultânea deverá ser realizada sem levar em conta o intervalo entre as doses. • Para a criança que recebeu anteriormente as vacinas tríplice viral e febre amarela, não há evidências de interferência na imunogenicidade entre elas, as duas poderão ser administradas simultaneamente ou sem intervalo mínimo entre as doses Vacinação Simultânea em crianças menores de 2 (dois) anos de idade: //Vacina Febre Amarela Observação: O Ministério da Saúde usou em 2018 doses fracionadas como forma de conter o surto vigente na ocasião. A estratégia é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como segura e eficaz, podendo ser adotada na contenção de surtos, permitindo proteção rápida de maior número de pessoas. Porém, pessoas que receberam doses fracionadas deverão receber, futuramente, dose plena, principalmente para fins de viagem internacional, quando se exige o Certificado Internacional de Vacinação. Se a criança recebeu apenas uma das vacinas (tríplice viral ou febre amarela), estabelecer preferivelmente o intervalo de 30 dias entre as doses (mínimo 15 dias). • Ressalta-se que a dose administrada deverá ser considerada válida e a dose de reforço deverá ser agendada conforme o Calendário Nacional de Vacinação vigente, de modo a respeitar o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. //Vacina Febre Amarela Para crianças a partir de 2 (dois) anos de idade e adultos em qualquer idade, a vacina febre amarela pode ser administrada de forma simultânea com as vacinas tríplice viral, tetra viral e varicela, visando aproveitar a oportunidade da visita aos serviços para atualização da situação vacinal. No entanto, se não forem administradas simultaneamente, essas vacinas devem ser administradas com intervalo mínimo de 30 dias. Volume da Dose e Via de Administração 0,5 mL, via subcutânea //Vacina Febre Amarela Eventos adversos pós-vacinação Os eventos adversos graves incluem reações de hipersensibilidade (incluindo anafilaxia), doença viscerotrópica aguda associada à vacina febre amarela (ocorrência de doença semelhante à infecção pelo vírus, mas nesse caso, causada pelo vírus vacinal) e doença neurológica aguda associada à vacina febre amarela (quadro clínico variado, podendo apresentar-se como meningite asséptica, encefalite, meningoencefalite, síndrome de Guillain-Barré ou encefalomielite disseminada aguda). São eventos muito raros, com frequências variando entre 0,4 a 1,3 casos, para cada 100.000 doses aplicadas. Devem ser notificados de imediato e acompanhados em ambiente hospitalar, geralmente, em Unidades de Terapia Intensiva. Após evento adverso grave, será contraindicada nova aplicação dessa vacina. Os eventos adversos locais, como dor, eritema e enduração, ocorrem em até 4% dos vacinados. Os eventos adversos sistêmicos, como febre, mialgia e cefaleia, podem ocorrer em frequência menor de 4%, são autolimitados e podem ser medicados com analgésicos e antitérmicos. //Vacina Febre Amarela Contraindicações da vacina da FA • Crianças abaixo de 6 meses de idade. • Pessoas vivendo com HIV (a depender de avaliação dos exames de controle) . • Pessoas com imunodepressão grave por doença ou uso de medicação (pacientes com doenças autoimunes devem ser avaliados criteriosamente) . • Pacientes que tenham apresentado doença neurológica desmielinizante no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina . • Gestantes, salvo em situações de alto risco de infecção, o que deve ser avaliado pelo médico . • Mulheres amamentando bebês com até 6 meses (se a vacinação não puder ser evitada, suspender o aleitamento materno por 10 dias e procurar profissional de saúde para mais orientações) . • Pacientes submetidos a transplante de órgãos . • Pacientes com câncer . • Pessoas com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina ou outras) . • Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica). //Vacina Febre Amarela Grupos com precaução para vacinação de FA Em situações de aumento das chances de infecção pelo vírus selvagem da febre amarela, a vacinação pode ser recomendada para pessoas com algumas condições clínicas que inicialmente seriam consideradas contraindicação. Cabe a(o) médico(a) avaliar a relação risco-benefício. //Vacina Febre Amarela Exigência de vacinação para viajantes Como o Brasil é considerado endêmico para a febre amarela, alguns países* só permitem a entrada de viajantes brasileiros que apresentem o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP) com registro de dose aplicada no mínimo 10 dias da viagem. A dose fracionada não é válida para esse fim. Para obter o documento é necessário procurar os serviços públicos ou privados habilitados ou acessar o site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para emissão online. Mais informações em: https://www.gov.br/pt-br/servicos/obter-o-certificado-int ernacional-de-vacinacao-e-profilaxia ou por meio do telefone 0800-642-9782.Quando há contraindicação para a vacinação, o médico(a) poderá emitir o certificado de isenção da vacinação contra febre amarela com a justificativa da isenção. Para informações sobre como obter este certificado, acesse https://civnet.anvisa.gov.br/app/viajante/login?wicket-cr ypt=CMd8D9wZbAY * (lista disponível online pelo link https://www.who.int/publications/m/item/countries-wit h-risk-of-yellow-fever-transmission-and-countries-requiri ng-yellow-fever-vaccination-(july-2020) //Vacina Febre Amarela https://civnet.anvisa.gov.br/app/viajante/login?wicket-crypt=CMd8D9wZbAY https://civnet.anvisa.gov.br/app/viajante/login?wicket-crypt=CMd8D9wZbAY // Considerações Finais Chegamos ao final desta aula. É importante destacar os seguintes pontos abordados: // Considerações Finais • Varicela/Herpes-zóster • Varicela, ou catapora, é uma doença geralmente benigna em crianças, mas pode evoluir com complicações e óbitos. • Adolescentes e adultos que se infectam pelo Vírus Varicella-zoster (VVZ) tendem a ter evolução mais grave. • Varicela consiste em doença potencialmente grave em imunossuprimidos. • A infecção por varicela nas gestantes pode causar doença grave no feto. • A principal forma de evitar a varicela é através da vacinação. • Em pessoas com maior probabilidade de evoluir com varicela grave, pode ser indicada a aplicação da imunoglobulina humana antivaricela-zoster. // Considerações Finais • As vacinas febre amarela e varicela contêm vírus vivos atenuados. • A febre amarela é uma doença de grande importância epidemiológica, devido à gravidade clínica, elevada letalidade e ao potencial de disseminação e impacto, sobretudo quando a transmissão for urbana. • Nos últimos 4 ou 5 anos, foi observada uma expansão das áreas onde há circulação do vírus da febre amarela, ocorrendo surtos da doença em áreas onde não se observava a ocorrência de casos há décadas. • Para o controle da disseminação da febre amarela, foi necessária a ampliação da vacinação para todo o território nacional. • As vacinas febre amarela e varicela não podem ser aplicadas em gestantes ou indivíduos imunossuprimidos, salvo em situações particulares, devendo a relação risco-benefício ser avaliada criteriosamente . Até a próxima! Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume único [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. – 4. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis. Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais– 5. ed. – Brasília, 174 p. 2019. [acesso em: 12/jun/2021]. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/201 9/dezembro/11/manual-centros-referencia-imunobio logicos-especiais-5ed.pdf // referências re fe rê nc ia s // https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezembro/11/manual-centros-referencia-imunobiologicos-especiais-5ed.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezembro/11/manual-centros-referencia-imunobiologicos-especiais-5ed.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezembro/11/manual-centros-referencia-imunobiologicos-especiais-5ed.pdf Certificado Internacional de vacinação https://www.gov.br/pt-br/servicos/obter-o-certifi cado-internacional-de-vacinacao-e-profilaxia https://civnet.anvisa.gov.br/app/viajante/login?w icket-crypt=CMd8D9wZbAY Ministério da Saúde http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/ACR V-FA.pdf Protocolo Estadual de Vigilância Epidemiológica da Varicela. 5ª versão. Bahia: Diretoria de Vigilância Epidemiológica. 2019. São Paulo. NOTA TÉCNICA SOBRE FEBRE AMARELA NO ESTADO DE SÃO PAULO 2017. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS – CCD. CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Sociedade Brasileira de Imunizações https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-dispo niveis/vacina-febre-amarela-fa // referências re fe rê nc ia s // https://www.gov.br/pt-br/servicos/obter-o-certificado-internacional-de-vacinacao-e-profilaxia https://www.gov.br/pt-br/servicos/obter-o-certificado-internacional-de-vacinacao-e-profilaxia https://civnet.anvisa.gov.br/app/viajante/login?wicket-crypt=CMd8D9wZbAY https://civnet.anvisa.gov.br/app/viajante/login?wicket-crypt=CMd8D9wZbAY http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/ACRV-FA.pdf http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/ACRV-FA.pdf https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacina-febre-amarela-fa https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacina-febre-amarela-fa Créditos das Imagens Banco de imagens Freepik https://www.freepik.com Banco de ícones https://www.flaticon.com/br https://saude.es.gov.br/Not%C3%ADcia/caxumba-pa ssa-a-ter-notificacao-obrigatoria Ministério da Saúde http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/ACRV-F A.pdf // Créditos https://www.freepik.com/ https://www.flaticon.com/br https://saude.es.gov.br/Not%C3%ADcia/caxumba-passa-a-ter-notificacao-obrigatoria https://saude.es.gov.br/Not%C3%ADcia/caxumba-passa-a-ter-notificacao-obrigatoria http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/ACRV-FA.pdf http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/ACRV-FA.pdf
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