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- -1 ESTUDO DO SINTAGMA CAPÍTULO 1 - COMO IDENTIFICAR AS CARACTERÍSTICAS DE UM SINTAGMA EM LÍNGUA PORTUGUESA? Raquel Rossini - -2 Introdução A língua é o mecanismo que permite a interação entre os seres humanos. Mesmo com as naturais transformações que venha a sofrer ao longo do tempo, uma língua é muito mais que um conjunto de palavras encadeadas aleatoriamente. Na verdade, há diversos fatores que influenciam as características do idioma falado por uma comunidade, desde contextos históricos a elementos relacionados à estrutura interna da língua. Assim, a área da fonologia aborda aspectos relativos à pronúncia de uma língua, a morfologia diz respeito à organização interna das palavras, por exemplo, na formação destas, e o estudo do significado compete à área da semântica. Porém, quando se trata da organização interna de uma frase, da combinação de palavras para formar sintagmas, a área de estudo é a de sintaxe. Mas, se, sob esse ponto de vista, os sintagmas seriam elementos constituintes de frases e sentenças, o que eles significam, exatamente? Como eles ocorrem em língua portuguesa brasileira? Além disso, qual seria a diferença entre sintagma, frase e oração? Você já deve ter reparado, em algum momento, que a nossa sociedade é permeada por relações hierárquicas cotidianas. Seja no trabalho, na família, na administração pública, e até nas atividades corriqueiras que realizamos, sentimos a necessidade de classificar, organizar, hierarquizar, devido a diversos critérios, como importância, relações de poder, entre outros. Do mesmo modo, a língua também apresenta classificações e estabelecimento de hierarquias. Assim, sentenças seriam estruturadas por unidades básicas diferentes, de uma escala maior para uma menor: orações seriam constituídas por sintagmas ou outras orações e os sintagmas seriam formados por palavras. Neste capítulo, vamos compreender o conceito de sintagma, estudar sua estrutura e os diferentes tipos que se manifestam no português do Brasil. E também vamos perceber a diferença entre os conceitos de frase, oração e período. Acompanhe com atenção e bons estudos! 1.1 Sintagma: conceitos As línguas faladas pelos seres humanos, apesar das suas especificidades, possuem, pelo menos, algo em comum: elas são constituídas por unidades menores, que se organizam de maneira hierárquica, formando unidades maiores. Essa característica torna viável a “construção de um número ilimitado de sentenças, a partir de um número limitado de palavras, que se combinam e recombinam (...). As línguas são, portanto, universalmente, composicionais, hierárquicas e recursivas” (FRANÇA; FERRARI; MAIA, 2016, p. 30). A sintaxe é o campo que abrange o estudo da organização de palavras para a formação de frases. Neste processo de estruturação hierárquica de palavras e elementos para a formação de sentenças, encontra-se um importante conceito: o . sintagma Uma vez que a Linguística apresenta variadas correntes teóricas, desde o estruturalismo, Gerativismo, até correntes bastante populares em estudos recentes, como a Linguística Cognitiva e a Sociolinguística Variacionista, conceitos sintáticos, como o sintagma, podem ser abordados sob perspectivas diferentes. Por exemplo, teorias com um viés mais formal, tais como correntes estruturalistas e gerativistas, podem ver a análise da utilização de sintagmas, como algo externo a fatores culturais e à interação entre falantes. Por outro lado, para correntes cognitivistas, a experiência do falante é elemento motivador da conceptualização e uso de determinadas estruturas linguísticas e busca-se estabelecer uma relação entre sintaxe e semântica (FERRARI, 2011). Para estudos sociolinguísticos na área de variação, a sintaxe pode ser abordada à luz do contexto sociocultural de uma comunidade, levando-se em conta as diferentes variantes da língua – uma vez que a língua seria inseparável do social (TARALLO, 2010). Porém, mesmo com a existência de variadas possibilidades de linhas de pesquisa e estudo na Linguística, o - -3 Porém, mesmo com a existência de variadas possibilidades de linhas de pesquisa e estudo na Linguística, o conceito de sintagma é definido, na literatura, como constituinte de uma oração, formado pela combinação de palavras. Ao longo deste tópico, você verá o que é um sintagma e as interações entre seus diferentes conceitos. 1.1.1 O que é um sintagma Você já deve ter observado a complexidade das sentenças em língua portuguesa. Algumas são maiores, com mais verbos (como em: ), outras são menores, com apenas um (ex.: João que felizdisse estava Ele professor de inglêsé ). Existem sentenças que possuem o sujeito da ação ou evento expresso (como em: Eu comprei os ingressos do ), enquanto outras não o possuem (ex.: ). A fim de que possamos compreender melhorshow Choveu muito ontem as regras e características da organização de construções de sentenças em uma língua, faz-se necessário um entendimento dos seus elementos constituintes e das funções exercidas por eles. Entre esses constituintes de grande importância, encontra-se o sintagma. Ao longo da nossa experiência escolar, durante os Ensinos Fundamental e Médio, somos apresentados a conceitos como sujeito, objeto, predicado e a classes de palavras, como substantivo, pronome, verbo, preposição, entre outros. Entretanto, você consegue estabelecer uma diferença entre os referidos conceitos e as classes de palavras mencionadas? Por muitas vezes, não somos estimulados a observar, no uso da língua, que noções, como as de sujeito, objeto e predicado, são funções sintáticas exercidas, dentro das orações, por elementos pertencentes às classes de palavras. De acordo com Prestes e Lagroski (2015), há dez classes de palavras abordadas no período escolar: • artigo; • substantivo; • pronome; • preposição; • advérbio; • verbo; • adjetivo; • conjunção; • interjeição; • numeral. A figura abaixo, apresenta alguns exemplos dessa classificação tradicional das palavras em língua portuguesa. • • • • • • • • • • - -4 Figura 1 - Classificação gramatical tradicional de palavras. Fonte: PRESTES; LAGROSKI (2015, p. 22). Por sua vez, esses elementos que conhecemos como substantivos, artigos, preposições, entre outros, não exercem essas funções sintáticas individualmente. Eles se organizam em determinados grupos, os quais realizam as funções sintáticas de uma oração (como sujeito, objeto, entre outros). Esses grupos são denominados sintagmas. Assim, por exemplo, sintagmas que possuem substantivos ou pronomes como elementos centrais, ou núcleos, são denominados sintagmas nominais. Já os sintagmas que possuem verbos como núcleos são denominados sintagmas verbais. - -5 Figura 2 - Estruturação hierárquica, em forma de árvore, dos constituintes da oração. Fonte: PERINI (2005, p. 69). Como você pode perceber, a figura acima, ilustra a organização da oração “Meus vizinhos arranjaram um cachorro horrivelmente barulhento” (PERINI, 2009, p. 69). Os da oração são o (constituintes imediatos sujeito ) e o ( ). Esses constituintes sãomeus vizinhos predicado arranjaram um cachorro horrivelmente barulhento formados por outros constituintes. Enquanto o sujeito é composto por um sintagma nominal (SN), com núcleo ( ) e determinante ( ), o predicado é composto por um sintagma verbal (SV), cujo núcleo é o verbo vizinhos meus , e um sintagma nominal ( ), na função de objeto, com núcleo (arranjaram um cachorro horrivelmente barulhento ), determinante ( ) e modificador ( ). cachorro um horrivelmente barulhento Desta forma, podemos ver como a estruturação de uma oração se dá por meio da organização de seus constituintes de forma hierárquica. Downing (2015) aponta que a estrutura sintática da língua inglesa ocorre em forma de , das unidades maiores para as unidades menores. No caso da língua portuguesa, algoranking semelhante ocorre em relação a essa relação hierárquica entre diferentes unidades, analisadas, na árvore sintática, da maior para a menor: • oração; • sintagma; • palavra; • morfema. VOCÊ SABIA? A expressão gramáticatradicional, muito recorrente no meio acadêmico, pode assumir diferentes sentidos, dependendo do seu contexto de aplicação. Se o contexto for o de estudo da gramática de uma língua, o termo se refere a “um amplo conjunto de conhecimentos sobre a estrutura e o uso das línguas, produzido especialmente na Europa desde a Antiguidade grega e latina até a primeira metade do século XIX” (AZEREDO, 2015, p. 197). Porém, a expressão também pode estar relacionada ao conteúdo gramatical ensinado nas escolas regulares. • • • • - -6 A criação do termo é atribuída ao linguista suíço Ferdinand de Saussure, considerado, na literatura, “osintagma precursor do estruturalismo”. Esse conceito apontaria a relação entre dois termos relacionados. Um deles seria o elemento principal, ou “determinado”, e o outro seria o elemento subordinado, ou “determinante”, havendo, assim, “uma relação necessária de subordinação entre os dois” (KURY, 1999, p. 9). Porém, essa noção de sintagma saussuriana estaria mais relacionada ao nível morfológico. Um exemplo apresentado por Kury (1999), ao explicar o assunto, é o do verbo . seria o elemento determinado,reler Ler enquanto seria o determinante. Ao nível sintático, oracional, o autor apresenta o seguinte exemplo: “Vênusre- cintila” (KURY, 1999, p. 9). O elemento determinado, neste caso, seria o sujeito da oração, . Já oVênus determinante seria o predicado, .cintila Saussure teria concebido a língua como sistema, ou seja, “um conjunto de unidades que obedecem a certos princípios de funcionamento, constituindo um todo coerente” (COSTA, 2008, p. 114). A corrente teórica seguinte, denominada estruturalismo, teria observado o modo de estruturação desse sistema linguístico e entenderia a língua como uma estrutura organizada com base em um conjunto de regras internas (COSTA, 2008). Essa linha de pensamento saussuriana, em que haveria uma relação de subordinação entre elementos de um sintagma, é bastante interessante. De fato, os sintagmas são compostos por um núcleo e possíveis elementos relacionados. Por exemplo, um sintagma nominal é formado por um núcleo (composto por um substantivo ou VOCÊ SABIA? Sintaxe é a área de estudo da Linguística que se ocupa do estudo da organização e constituição das sentenças. Othero (2014) sintetiza a sintaxe como “o estudo da organização das palavras em unidades maiores – os – e a organização dessas unidades em ” (OTHERO,sintagmas frases 2014, p. 155). Os pesquisadores Mioto, Silva e Lopes (2013) consideram que é por meio da sintaxe que analisamos a forma como as palavras constituem sintagmas e estes, por sua vez, formam sentenças. Este conceito de sintaxe seria baseado na Hipótese Lexicalista, que considera que o escopo da sintaxe se inicia onde termina a esfera da morfologia. Além disso, análises sintáticas determinariam a boa ou má formação de construções sintáticas. VOCÊ O CONHECE? O linguista suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913) possui papel fundamental no desenvolvimento dos estudos linguísticos. A ciência da linguagem teria surgido a partir do empenho do estudioso em definir o objeto de estudo da Linguística moderna, colocando-a no mesmo patamar das outras ciências naquele tempo. Consagrou-se com seus cursos de linguística geral, ministrados na Universidade de Genebra, na Suíça. Os pesquisadores Charles Bally (1865-1947) e Albert Sechehaye (1870–1946), publicaram a obra póstuma “Curso de linguística geral” (1916), baseada em anotações dos cursos de Saussure, ao longo de cinco anos (FIORIN, FLORES, BARBISAN, 2013). - -7 relacionados. Por exemplo, um sintagma nominal é formado por um núcleo (composto por um substantivo ou pronome) e, possivelmente, por um determinante (composto por artigo, numeral, pronome possessivo). Observe o exemplo a seguir: “A Maria entregou um bilhete de amor ao João.” (OTHERO, 2014, p. 163) Podemos perceber, na sentença acima, que, , é o sujeito do predicado, a Maria entregou um bilhete de amor ao . Essa construção, , constitui um sintagma nominal, pois é um nome próprio e o núcleo doJoão a Maria Maria sintagma. Por sua vez, o artigo definido, , é o determinante do núcleo do sintagma. Desta forma, parece haver,a de fato, uma relação de determinação ou de subordinação entre elementos constituintes de um sintagma. Assim, podemos entender o sintagma como um importante constituinte das orações, pois são os grupos nos quais as palavras se organizam e exercem funções sintáticas nas sentenças, tais como as de sujeito e predicado verbal. Agora que você já tem uma ideia do que é este conceito, vamos conhecer os diferentes tipos de sintagma e como eles são formados. 1.2 Os diferentes tipos de sintagma Você viu, anteriormente, que o sintagma é um constituinte importante da estrutura oracional. Considerando que os elementos que formam as orações se organizam hierarquicamente, o sintagma seria uma etapa importante desse processo de estruturação de sentenças. Por sinal, uma frase não seria apenas um conjunto de palavras organizadas aleatoriamente. Os estudos do estruturalismo, corrente teórica da primeira metade do século XX, que vimos anteriormente, contribuíram para que a língua e a sua organização fossem vistas como objetos plausíveis de análise e descrição (OTHERO, 2014). Uma compreensão dos diferentes tipos de sintagma da língua e os seus usos, permite um desempenho mais satisfatório, ou seja, um “uso concreto da linguagem em situações comunicativas reais” (OTHERO, 2014, p. 169) mais eficiente. Por exemplo, questões de ambiguidade podem ser explicadas ou resolvidas a partir de um conhecimento mais amplo de estruturas oracionais, como o sintagma, e das regras que regem as interações entre eles. Considere os exemplos abaixo: “O João viu um menino com binóculos”. (OTHERO, 2014, p. 170) “O João bateu no velho de bengala”. (OTHERO, 2014, p. 170) Em ambos os exemplos, as sentenças possuem mais de uma interpretação. No primeiro caso, quem estaria com binóculos: o João ou o menino? O segundo caso é bastante semelhante ao primeiro: quem estaria com a bengala? Seria o João, que a teria utilizado para bater no velho, ou seria o velho que estaria com a bengala? Essa dupla possibilidade de interpretação das sentenças acima, por parte do interlocutor, seria possível devido à atribuição de “duas estruturas sintáticas diferentes para cada frase” (OTHERO, 2014, p. 171). Nesta seção, vamos estudar os tipos de sintagma e as funções sintáticas que eles podem exercer nas orações. VOCÊ QUER LER? Na obra “Sintaxe, sintaxes: uma introdução”, organizada por Gabriel de Ávila Othero e Eduardo Kenedy (2015), a sintaxe é discutida sob a perspectiva de diferentes correntes teóricas. Alguns exemplos de linhas de pesquisa apresentadas são a Sintaxe Gerativa, a Sintaxe Computacional, a Sintaxe Funcional, a Sintaxe Construcionista, a Sintaxe Descritiva e a Sintaxe Normativa Tradicional. - -8 1.2.1 Tipos de sintagma Há diferentes tipos de sintagma na língua portuguesa. Se observarmos com atenção a estrutura de uma sentença em português, podemos perceber que uma oração prototípica da língua apresenta a seguinte ordem de constituintes: sujeito – verbo – objeto (SVO), embora possa haver inversão na ordem entre sujeito e verbo (VS) (OTHERO, 2014). Veja os seguintes exemplos: “Os amigos de João adoram a Maria.” (OTHERO, 2014, p. 164) “Acabou a gasolina!” (OTHERO, 2014, p. 164) Como você pode ver acima, a primeira sentença apresenta a ordem convencional SVO, em que o sintagma nominal, é o sujeito, é o verbo e, é o objeto. Por sua vez, a segunda sentençaOs amigos de João, adoram, a Maria, apresenta a ordem inversa VS (verbo-sujeito), em que é o verbo e, é o sujeito da oração.acabou, a gasolina, Observe que há diferentes constituintes imediatos na oração (sujeito e predicado) e, naturalmente, também haverá diferentes elementos, ou sintagmas, que formarão esses constituintes. Assim, para diferentes funções sintáticas em uma oração, há diferentes sintagmas. Mas isso não significa que um mesmo tipo de sintagma não possa exercer diferentes funçõessintáticas. Ao contrário, um sintagma nominal pode realizar o sujeito de uma oração, bem como o complemento verbal em um predicado, tal como o objeto direto. Podemos observar, em português, a ocorrência de cinco tipos de sintagma: sintagma nominal, sintagma adjetival, sintagma verbal, sintagma adverbial e sintagma preposicionado (ou preposicional). O quadro a seguir, sistematiza os tipos de sintagma, seus constituintes e exemplos de suas principais funções sintáticas. VOCÊ SABIA? Quando nos referimos às funções sintáticas realizadas pelos sintagmas é muito comum vermos a utilização dos termos “realizar” ou “realização”, na literatura. Assim, é possível dizer que, por exemplo, a função de sujeito em uma oração é por um sintagma nominal.realizada - -9 Figura 3 - Tipos de sintagma, suas realizações prototípicas e funções exercidas. Fonte: Elaborado pela autora (2018). O sintagma nominal (SN) possui um substantivo ou pronome como núcleo. Outros elementos também constituir o SN, determinando ou modificando o seu núcleo. Observe o seguinte exemplo: “Aqueles livros de psicologia desapareceram.” (PERINI, 2009, p. 93) Nesta sentença, o sujeito é . Ele é composto por: , o substantivo ; aqueles livros de psicologia núcleo livros - -10 Nesta sentença, o sujeito é . Ele é composto por: , o substantivo ; aqueles livros de psicologia núcleo livros , o pronome demonstrativo ; pós- , o sintagma preposicionado .determinante aqueles modificador de psicologia O sintagma verbal (SV) realiza a função sintática de predicado verbal de uma oração. Ele pode ser composto por um verbo (núcleo do predicado), acompanhado ou não de complemento (s). Observe a seguinte sentença: “Os amigos do João adoram a Maria.” (OTHERO, 2014, p. 164) Nesse exemplo, o predicado verbal é constituído por: . O núcleo do predicado é o verbo: ;adoram a Maria adoram e o complemento verbal é o sintagma nominal: .a Maria O sintagma preposicionado (SP) é, basicamente, composto por uma preposição e o seu complemento (comumente, um sintagma nominal). Observe o exemplo: “O vizinho apanhou .” (PERINI, 2016, p. 119)da Elvira O elemento sublinhado não é um SN, mas sim, um sintagma preposicionado. Este, é composto pela preposição ,de seguida do SN, .Elvira O sintagma adjetival (SAdj) é constituído por um núcleo (realizado por um adjetivo) que pode ser acompanhado de um advérbio, em posição anterior, e um sintagma preposicionado, em posição posterior (OTHERO, 2014). Veja o exemplo abaixo: “Todos foram favoráveis ao aumento.” (OTHERO, 2014, p. 186) A construção , na oração anterior, é um sintagma adjetival, cujo núcleo é o adjetivo favoráveis ao aumento , seguido do complemento realizado por um sintagma preposicionado, .favoráveis ao aumento O sintagma preposicionado (SP ou SPrep) possui, como núcleo, uma preposição, seguida de um complemento (normalmente, um sintagma nominal). Além disso, a posição dos SPs, em relação ao verbo, pode variar. Esse sintagma é posicionado no final da oração, quando sujeito e verbo estão presentes (PERINI, 2016). Veja os seguintes exemplos de possibilidades de uso do SP: • “A Carla comprou um óculos novo .” (PERINI, 2016, p. 150);para o meu menino • “A Carla comprou um óculos novo.” (PERINI, 2016, p. 150);para o meu menino • “ a Carla comprou um óculos novo.” (PERINI, 2016, p. 150).Para o meu menino Os sintagmas adverbiais, assim como os sintagmas preposicionados, podem exercer a função de adjunto adverbial em uma sentença. Adjunto adverbial é “o termo de valor adverbial que denota alguma circunstância do fato expresso pelo verbo, ou intensifica o sentido deste” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 165). Veja os exemplos abaixo, que contêm adjuntos adverbiais: “O aluno está lendo a história atentamente.” (LUFT, 2002, p. 32) “O aluno lê a história com muita atenção.” (LUFT, 2002, p. 32) Como você pode observar, a primeira sentença apresenta o adjunto adverbial , constituído peloatentamente sintagma adverbial . Já a segunda sentença possui, como adjunto adverbial, o sintagmaatentamente preposicionado .com muita atenção Assim, apesar de poder exercer função sintática de maneira semelhante ao sintagma preposicionado, o sintagma adverbial se caracteriza por ter, como núcleo, um advérbio. • • • - -11 Ao longo desta seção, você aprendeu sobre os constituintes imediatos de uma oração e identificou ocorrências dos diferentes tipos de sintagma na língua portuguesa. Em seguida, vamos entender o que é, exatamente, oração. Além disso, vamos aprender a distinção entre frase, oração e período. 1.3 Frase, oração e período Agora que você entendeu os constituintes imediatos da oração, sintagmas, vamos observar outros elementos sintáticos importantes, como os diferentes tipos de oração em língua portuguesa. É muito possível que você já tenha visto falantes nativos do português denominando as sequências de palavras e sintagmas da língua como .frase Porém, o conceito de frase não é tão abrangente como poderíamos imaginar e esse encadeamento entre sintagmas constitui uma oração. Então, qual seria a diferença entre os conceitos de frase, oração e período? 1.3.1 Frase O conceito de , que você deve ver bastante ao abordar a estruturação de ideias em uma língua, não é tãofrase fácil de definir. Segundo Perini (2009), esse termo é empregado, em geral, para se referir a uma unidade discursiva. O autor faz coro ao trabalho do linguista Mattoso Câmara (1977), que define frase como “unidade de comunicação linguística, caracterizada (...) por ter um propósito definido” e por ter o seu início e fim determinados por meio de entoação (em termos fonéticos) (CÂMARA, 1977, p. 22, PERINI, 2009, p. 61),apud sempre apresentando uma melodia (CUNHA; CINTRA, 2017). Essa visão se assemelha à perspectiva de Kury (1999), que aponta que frase seria uma “unidade de comunicação” (KURY, 1999, p. 13) entre o locutor e o seu interlocutor, seja nas formas escrita ou falada da língua. A frase pode ser constituída por uma oração, como “Choveu muito.” (KURY, 1999, p. 14). Porém, ela também pode ser formada por elementos que não sejam orações, tais como interjeições “O quê:”; “Fogo!”; “Hum...” (KURY, 1999, p. 15). O autor explica que, diferentemente das frases constituídas por orações, esses tipos de frases não-oracionais não são analisadas sintaticamente. 1.3.2 Oração A oração “é uma frase que apresenta determinado tipo de estrutura interna, incluindo sempre um predicado e frequentemente um sujeito, assim como vários outros termos” (PERINI, 2009, p. 61). Esses outros termos constituintes de uma oração seriam sintagmas nominais, sintagmas adjetivais (ou sintagmas adjetivos), sintagmas preposicionados ou sintagmas adverbiais (PERINI, 2016). Por exemplo, a sentença “Eu rasguei o caderno do César” (PERINI, 2016, p. 92), é um exemplo de oração, pois possui sujeito ( ) e predicado verbal (eu VOCÊ QUER LER? Na obra “A Linguística no século XXI: convergências e divergências no estudo da linguagem”, os autores Aniela Improta França, Lilian Ferrari e Marcus Maia propõem uma interessante discussão sobre a relação entre forma (linguística) e função em uma língua. Eles argumentam que “a competência em uma língua natural consiste no manejo de todos os itens e estruturas que vão muito além das representações linguísticas consideradas como a gramática nuclear das abordagens formais” (FRANÇA; FERRARI; MAIA, 2016, p. 169). - -12 sintagmas preposicionados ou sintagmas adverbiais (PERINI, 2016). Por exemplo, a sentença “Eu rasguei o caderno do César” (PERINI, 2016, p. 92), é um exemplo de oração, pois possui sujeito ( ) e predicado verbal (eu ).rasguei o caderno do César Assim, você já pode perceber uma das principais diferenças entre os conceitos de frase e de oração. Na seção anterior, você viu que a frase é um conceito mais abrangente de unidade comunicativa, que pode apresentar predicado (sendo, neste caso, constituída por uma oração), ou não (sendo constituída por elementos não oracionais, tais como interjeições). Nesta seção, você poderá perceber que uma oração necessitade um predicado verbal, mesmo que alguns de seus argumentos (sujeito, objeto) não sejam claramente expressos. Então, para compreender melhor o que são orações, é necessário partir dos termos essenciais de uma oração: sujeito e predicado. Cunha; Cintra (2017) definem sujeito como “o ser sobre o qual se faz uma declaração”, e predicado como “tudo aquilo que se diz sobre o sujeito” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 136). Na figura a seguir, você pode visualizar como a oração é dividida em seus termos mais essenciais. Figura 4 - Termos essenciais da oração. Fonte: CUNHA; CINTRA (2017, p. 136). Como vemos na figura acima, a oração “Este aluno obteve ontem uma boa nota” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 136), é constituída por um sujeito, , e por um predicado, .este aluno obteve uma boa nota Se aprofundarmos a nossa análise da oração acima, podemos observar que, tanto o sujeito quanto o predicado, também possuem os seus constituintes particulares. No caso do sujeito, , há a presença de umeste aluno sintagma nominal (SN), pois um substantivo, , é o elemento central ou núcleo do sintagma, acompanhado. Oaluno VOCÊ QUER VER? No vídeo , do canal Plataforma do Letramento, no YouTube, oMarcas da oralidade: sintaxe linguista e professor Carlos Alberto Faraco (2014), da Universidade Federal do Paraná (UFPR) explica variações sintáticas. O pesquisador aborda, principalmente, casos da oralidade, entre diferentes regiões do Brasil e em relação ao português europeu. Um exemplo apresentado é o abandono do pronome , que vem sendo substituído por . Acesse o vídeo em: <nós a gente h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m / w a t c h ? >.v=CEhULEdLLpc&index=19&list=PLJTYyIbC0TwkqEUWQK0n23wNA2zUSuZf5 https://www.youtube.com/watch?v=CEhULEdLLpc&index=19&list=PLJTYyIbC0TwkqEUWQK0n23wNA2zUSuZf5 https://www.youtube.com/watch?v=CEhULEdLLpc&index=19&list=PLJTYyIbC0TwkqEUWQK0n23wNA2zUSuZf5 - -13 sintagma nominal (SN), pois um substantivo, , é o elemento central ou núcleo do sintagma, acompanhado. Oaluno núcleo do sintagma, no exemplo, é acompanhado de um determinante (DET), – artigos, numerais eeste pronomes adjetivos realizam os determinantes dos núcleos de sintagmas nominais. Já em relação ao predicado, , a realização ocorre com um sintagma verbal (SV). Este possui,obteve uma boa nota como núcleo, um verbo principal e também pode ter sintagmas nominais como complementos e expressões adverbiais ou advérbios como modificadores (MOD). Figura 5 - Árvore sintática representando a organização dos constituintes de uma oração. Fonte: CUNHA; CINTRA (2017, p. 138). Desse modo, você pode perceber como uma unidade maior, a oração, pode ser analisada em constituintes hierarquicamente menores ou mais específicos. As orações são constituídas por sujeito e predicado verbal; estes são realizados por sintagmas. Os grupos sintáticos, por sua vez, são constituídos por elementos específicos, tais como determinantes (DET) e substantivos (N), nos sintagmas nominais, e verbos (V), modificadores (MOD) e outros sintagmas, no caso dos sintagmas verbais. Uma vez que constituintes imediatos e mais profundos se organizam hierarquicamente para a formação de orações, é importante observar como essas relações ocorrem para a estruturação de frases e sentenças na língua. - -14 As orações podem ser classificadas em coordenadas ou subordinadas. A coordenação consiste na relação entre orações independentes, que teriam o seu próprio sentido, sem depender de outra oração como o seu complemento. Uma oração independente em relação de coordenação também não é o termo (por exemplo, sujeito ou complemento verbal) da outra oração coordenada, podendo, apenas, completar a totalidade de sentido da outra oração (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 608). Veja o seguinte exemplo: “As horas passam, os homens caem, a poesia fica.” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 607) Como você pode perceber, a sentença acima apresenta três orações “da mesma natureza”, que “são autônomas” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 607). Desta forma, cada uma das orações, , e, poras horas passam os homens caem fim, , tem o seu sentido particular, bem como uma “equivalência funcional”, nas palavras da linguistaa poesia fica Maria Helena de Moura Neves, em seu livro “A construção das orações complexas” (NEVES, 2016, p. 13). Isso significa, segundo a autora, que os elementos envolvidos na relação de coordenação possuem funções sintáticas, semânticas e pragmáticas semelhantes. As orações coordenadas são classificadas em dois tipos: assindéticas e sindéticas. As orações coordenadas assindéticas não são ligadas por conjunção, como no seguinte exemplo: “Será uma vida nova, começará hoje, não deixará nada para trás.” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 610). Já as orações coordenadas sindéticas são interligadas por meio de uma conjunção coordenativa, como nesta sentença: “A Grécia seduzia-o, Roma dominava-o.” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 610).mas Diferentemente da coordenação, na subordinação, que é outro processo básico para unir orações, elas não ficam lado a lado. Na verdade, uma fica da outra (PERINI, 2016). Observe as seguintes sentenças:dentro “A tia Rosa disse uma bobagem.” (PERINI, 2016, p. 246) “A tia Rosa disse que o Rafael é médico.” (PERINI, 2016, p. 246) CASO Em uma escola brasileira, os professores de língua portuguesa observaram que os seus alunos do Ensino Médio apresentavam dificuldades na estruturação de sentenças em suas redações preparatórias para o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM. Os discentes pareciam apresentar dificuldades em vários aspectos de estruturação sintática da língua escrita em norma culta padrão, tais como: A coordenação pedagógica da escola demonstrou preocupação com o aprendizado e o desempenho dos alunos no ENEM. Então, o corpo docente de português decidiu realizar aulas temáticas específicas para estimular a percepção, por parte dos alunos, da organização hierárquica dos constituintes de uma oração. Por meio da utilização de textos reais da imprensa e da literatura, os professores também almejaram estimular a observação das funções que esses constituintes normalmente exercem nas orações em língua portuguesa brasileira. Além disso, seria abordada a distinção entre os conceitos de frase, oração e período. Essa abordagem foi considerada a mais adequada para abordagem do problema, uma vez que uma compreensão da estrutura sintática da língua permite uma melhor percepção de ocorrências de sentenças bem e mal formadas na língua. • pontuação inadequada para separação de diferentes orações e períodos; • separação de sujeito e predicado de orações por meio de vírgulas; • dificuldade de compreensão dos tipos de complementos exigidos pelo núcleo do predicado, tais como objeto direto e objeto indireto e suas respectivas realizações (sintagma nominal e sintagma preposicionado, respectivamente). • • • - -15 “A tia Rosa disse que o Rafael é médico.” (PERINI, 2016, p. 246) Ao compararmos os exemplos acima, veremos que os dois apresentam sujeito ( ) e predicado (naa tia Rosa primeira sentença, é , e na segunda sentença, é ). Porém, odisse uma bobagem disse que o Rafael é médico complemento (objeto direto) do verbo , no primeiro caso, é composto por um sintagma nominal que temdisse como núcleo o substantivo . Já no segundo exemplo, o complemento é formado por uma outra oração: bobagem . Então, enquanto o primeiro período apresenta uma oração independente, o segundoque o Rafael é médico período é composto por subordinação. Desta forma, é possível observar como uma oração pode ser o termo, ou complemento, de outra. Na sentença em questão, , é a oração principal e a oração que funciona como complemento verbal, a tia Rosa disse que o Rafael é , é a oração subordinada. Nessa relação de subordinação, diferentemente da relação de coordenação, semédico as sentenças fossem ditas separadamente, elas seriam consideradas agramaticais, ou seja, inaceitáveis no uso da língua (PERINI, 2016): “*A tia Rosa disse.” (PERINI, 2016, p. 246) *Que o Rafael é médico. Enquanto as orações subordinadas não são autônomas gramaticalmente,funcionando “como termos essenciais, integrantes ou acessórios de outra oração” (CUNHA; CINTRA, 2017), as orações principais não exercem qualquer “função sintática em outra oração no período” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 608). As orações subordinadas são classificadas em três tipos: “substantivas, adjetivas e adverbiais, porque as funções que desempenham são comparáveis às exercidas por substantivos, adjetivos, advérbios” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 614). O quadro a seguir, ilustra a classificação das orações coordenadas e subordinadas. - -16 - -17 - -18 Figura 6 - Classificação das orações coordenadas e subordinadas. Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de CUNHA; CINTRA (2017, p. 610-623) Vimos que as orações se diferem das frases, por apresentarem características mais específicas, tais como a presença de um predicado verbal, bem como a ocorrência frequente de sujeito. Você aprendeu os diferentes tipos de orações, bem como os seus constituintes imediatos. Mas qual seria a diferença entre período e oração? Acompanhe a seguir. 1.3.3 Período Por sua vez, o período seria “o enunciado, de sentido pleno, constituído de uma ou mais orações, e terminado por uma pausa bem definida” (KURY, 1999, p. 15). Essa pausa seria determinada, ortograficamente, por meio de: ponto final, “Devagar se vai ao longe.”; dois pontos, “Escuta a minha triste história: Aracne foi o meu nome (...)”; ponto de exclamação, “E como é branca de graça / A paisagem que não sei, / Vista de trás da vidraça / Do lar que nunca terei!”; reticências, “Choraste em meus braços...”; ponto de interrogação “Encanto hoje resta?” (KURY, 1999, p. 15-16). Cunha; Cintra (2017) apresentam uma definição de período bem mais sintética: seria “a frase organizada em oração ou orações” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 135). O período pode ser classificado em dois tipos: simples ou composto. Enquanto o período simples é constituído por apenas uma oração, denominada , o período composto é formado por mais de uma oraçãooração absoluta (KURY, 1999). Observe o seguinte exemplo apresentado por Cunha; Cintra (2017): “As horas passam, os homens caem, a poesia fica.” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 607). Você deve ter observado que, no exemplo acima, há um período composto por três orações independentes, - -19 Você deve ter observado que, no exemplo acima, há um período composto por três orações independentes, separadas por vírgulas. A primeira oração é , a segunda oração é e a terceiraas horas passam os homens caem oração é . Desta forma, trata-se de um período composto.a poesia fica 1.4 A estrutura do sintagma Ao longo do capítulo, você estudou o conceito de sintagma, os seus diferentes tipos, as unidades maiores em que eles ocorrem (frase, oração e período). Mas como será que os sintagmas se estruturam? Eles possuem constituintes diferentes? Nesta seção final, vamos identificar a organização interna dos sintagmas em português. 1.4.1 Como um sintagma se estrutura Nas seções anteriores, vimos que as palavras se organizam em grupos. As classes de palavras que formam o núcleo de cada sintagma dão nome a ele. Assim, existem sintagmas nominais (SN), verbais (SV), adjetivais (SAdj), adverbiais (SAdv), preposicionados (SP). Por sua vez, cada sintagma apresenta seus elementos constituintes próprios. O sintagma nominal pode apresentar, além do seu núcleo, determinantes (DET) e modificadores (MOD). Observe o seguinte exemplo: “O bêbado bateu na velha (...).” (MIOTO; SILVA; LOPES, 2013, p. 50) A oração acima apresenta um sujeito, , e um predicado verbal, . O sujeito é constituídoo bêbado bateu na velha por um sintagma nominal, com dois constituintes: núcleo, o substantivo , e determinante, o artigobêbado definido .o Embora a função núcleo de sujeito seja prototipicamente realizada por sintagmas nominais, eles não se restringem a apenas esta função sintática. Eles também podem realizar complementos verbais (por exemplo, o objeto direto) em um predicado, como você pode ver no exemplo a seguir: “Seu filho machucou o cachorro.” (PERINI, 2016, p. 101) Nessa oração, o sujeito, é realizado por um sintagma nominal, que possui o substantivo comoseu filho, filho, núcleo e o pronome possessivo como determinante. No predicado , que possui o verbo seu machucou o cachorro como núcleo, há o complemento verbal (objeto direto) , realizado por um sintagmamachucou o cachorro nominal. Este possui o substantivo como núcleo e o artigo definido como determinante.cachorro o Por sua vez, o sintagma verbal (SV) possui um verbo como núcleo e este pode ser precedido ou acompanhado por um modificador adverbial, além de poder ser seguido por um complemento, como pode ser observado na seguinte sentença: “Os amigos do João adoram a Maria” (OTHERO, 2014, p. 164). Nesse exemplo, é oadoram núcleo do (SV) e o SN é o complemento verbal.a Maria O sintagma adjetival (SAdj) possui um adjetivo como núcleo, podendo ser modificado por um advérbio em posição anterior e por um sintagma preposicionado em posição posterior, como nesta sentença: “Todos foram favoráveis ao aumento” (OTHERO, 2014, p. 186). Neste caso, o núcleo do sintagma adjetival é , seguidofavoráveis do sintagma preposicionado .ao aumento Já o sintagma preposicionado (SP ou SPrep), possui uma preposição como núcleo e um complemento, que pode ser um SN, como na seguinte sentença: “A Carla comprou um óculos novo .” (PERINI, 2016, p.para o meu menino 150). Por fim, o sintagma adverbial (SAdv) possui, como núcleo, um advérbio, como no exemplo a seguir: “O aluno está lendo a história atentamente” (LUFT, 2002, p. 32). O quadro a seguir, ilustra os constituintes possíveis para os diferentes sintagmas. - -20 Figura 7 - Constituintes possíveis para os sintagmas em língua portuguesa. Fonte: Elaborado pela autora (2018). Assim, os diferentes sintagmas possuem, naturalmente, diferentes constituintes. Além disso, certos sintagmas podem fazer partes de outros, como, por exemplo, o caso do sintagma nominal, que, frequentemente, constitui complementos verbais, como no exemplo , em que o sintagma nominal é o complementoJoão doou o livro o livro do verbo .doou Síntese Chegamos ao final do capítulo. Aprofundamos nosso conhecimento sobre os conceitos de sintagma e como eles se estruturam. Além disso, observamos a importância dos diferentes sintagmas na constituição e, consequentemente, na boa formação de sentenças na língua portuguesa brasileira. Estabelecemos, também, distinção entre os conceitos de frase, oração e período. Embora eles sejam comumente utilizados como termos semelhantes, pelo senso comum, há diferença na utilização de cada um deles. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: • compreender o que é um sintagma e como os seus diferentes tipos se estruturam em língua portuguesa brasileira; • compreender as relações de hierarquia entre os elementos constituintes de uma sentença, identificando as diferentes unidades (oração, sintagma, palavra) que os compõem e o modo como elas se organizam; • estabelecer distinção entre os conceitos de frase, oração e período, observando as características específicas de cada um deles. • • • - -21 Bibliografia AZEREDO, J. C. Sintaxe normativa tradicional. In: OTHERO, G. A.; KENEDY, E. (orgs). Sintaxe, sintaxes: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2015. CÂMARA Jr., J. . Petrópolis: Vozes, 1977.Dicionário de linguística e gramática COSTA, M. A. Estruturalismo. In: MARTELOTTA, M. E. (Org.). Manual de linguística. São Paulo: Contexto, 2008. CUNHA, C.; CINTRA, L. F. L. . Nova gramática do português contemporâneo Rio de Janeiro: Lexikon, 2017. DOWNING, A. . 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