Buscar

A ética e seus fundamentos - Elizete Passos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

A ética e seus fundamentos
Ética e psicologia: teoria e prática, Elizete Passos, cap.1
O ser humano como sujeito moral
- Na visão grega o ser humano constituía-se por uma exterioridade e uma interioridade (para os cristãos isso foi denominado de alma e para Santo Agostinho é a relação do homem consigo mesmo, com os outros e com Deus) 
- A visão metafisica prevaleceu durante a Antiguidade e a Idade Média, mas perdeu força na Idade Moderna
- Platão: o ser humano se definia e se destacava dos demais seres e da natureza pela inteligência vindo do mundo superior (visão metafísica)
- Cristianismo também tem visão metafísica, pois vê o homem como filho de Deus, ou seja, o herdeiro de uma essência divina e absoluta
- Kant: o sujeito seria o seu próprio legislador, criador das normas que deviam reger seu comportamento e o dos outros. A sua transcendência decorria da liberdade que possuía para seguir sua consciência 
- A Idade Moderna rompe com a tradição metafísica, pois acreditava ser capaz de produzir seu próprio conhecimento
- Marx: vê o homem como um animal social capaz de criar a sua vida e controlar seu destino, sendo processo de seus atos (é capaz de praticar atividade livres e conscientes) ® distancia o homem do determinismo instintivo e histórico e afirma sua capacidade de refletir sobre si e o mundo
- O ser humano não precisa apenas garantir suas necessidades físicas, ele precisa de laços com a cultura, ou seja, ele é tanto o criador da cultura quanto de seus valores. Mesmo na individualidade é composta do indivíduo, dos outros e da natureza
- O poder do ser humano de criar (a si e o mundo) advém do centro das relações ® relações baseadas na consciência, no conhecimento e na ação, sendo que a identidade humana vem da consciência desse processo 
“O indivíduo é composto da síntese das relações existente e da história dessas relações, isto é, o resumo de todo o passado”
- O ser humano é um ser de possibilidades geradas nas relações e na vida social e física
- Na atualidade, o ser humano ainda tem uma posição hegemônica, mas agora é graças a sua capacidade de compreender o mundo e estabelecer relações da maneira que desejar (com os outros, com a natureza ou o cosmos)
- A inteligência e a liberdade são os fatores que diferenciam a superioridade da pessoa diante dos seres do mundo e da natureza
Condições das ações humanas
- O conceito de ser humano direciona suas ações e as qualifica
- A ideia de possibilidade pressupõe liberdade 
Liberdade:
- Na metafísica ela é fruto da herança transcendental
- Na filosofia existencialista é poder escolher o que quer ser e os seres humanos são naturalmente livres, sendo que dela são gerados todos os significados 
- A concepção dialética considera que o ser humano se conhece na relação com o outro, sendo que, a subjetividade surge da comunicação e não existem projetos de vida individuais, portanto o ser livre é aquele que faz projetos e vê adiante
- Para Tugendhat não se pode querer que a liberdade seja a ausência de condicionamento e um agir totalmente livre, mas os impedimentos vindos do social, econômico, político e da natureza não podem impedir o exercício da liberdade
- Pegoraro: a liberdade subsiste no emaranhado das circunstâncias diárias, pessoais e coletivas que limitam a ação livre
- Para Kisnerman a liberdade é a faculdade pela qual o homem pode determinar a si frente a um fim, é sempre um ato concreto que reque uma possibilidade de escolha
- Espinosa: a liberdade só poderia ser conquistada por meio da razão e da vontade, do conhecimento de si mesmo e da eliminação das paixões que geravam alienações
- Hegel: a liberdade poderia ser conquistada pela razão
- Consideramos como livre o indivíduo que pode escolher e tem condições de se responsabilizar pelos atos praticados, portanto não podemos nos submeter e submeter o outro a uma posição de dominação, isso seria uma violência a si e contra o outro
- A autonomia é um dos pilares do comportamento moral, pois permite a reflexão e que haja responsabilidade 
Consciência (moral):
- Tradicionalmente é concebida como de ordem racional e o saber de si mesmo, em seguida virou o saber do ser/ontologia
- Consciência moral: pode ser vista por alguns como uma capacidade inerente para compreender valores ou comportamentos moralmente certos, sendo que ela poderia ser auxiliada pela educação e pelo esclarecimento 
- Para o materialismo histórico e dialético, ela não é um atributo divino, mas social e culturalmente determinada (seguimos regras impostas pela sociedade). A consciência individual seria a soma do que o sujeito aprende com a sociedade e cabe a ele romper com essa situação de submissão
- A verdadeira consciência leva o ser humano a identificar sua situação de explorado e lutar por uma sociedade em que todos tenham direitos e oportunidades ® essa posição rompe com a concepção idealista e metafísica, pois agora a consciência tem compromisso social, é condição para a ação transformadora e fonte de liberdade
“O comportamento ético pressupõe um sujeito livre e consciente, capaz de se responsabilizar por suas ações”
Comportamento ético
- Já foi vista como impeditiva para o crescimento humano, para a produção da ciência e de novas formas de compreensão do mundo
- A partir da secunda metade do século XX precisou refazer suas bases teóricas para se encaixar na nova realidade, considerando o comportamento humano como dinâmico, histórico e concreto
- Para Pegoraro, a ética é uma concepção de vida, um estilo, um modo de existir do homem, é o rumo que buscamos traçar para a história humana e cósmica
- Possuir um horizonte ético é uma característica do ser humano
- Para os gregos, a ética se caracterizava como o viver bem, centrada na amizade, justiça e solidariedade
- Na visão aristotélica, era viver sem conflitos e em uma sociedade boa para todos
- Na Idade Média, o ideal ético consistia na santidade, no amor e nas orientações reveladas por Deus
- Na Idade Moderna, sintetizou-se o ideal na liberdade humana, na igualdade e fraternidade
- Na contemporaneidade, há um destaque no valor intrínseco de cada indivíduo, independente de raça, credo, gênero ou condição social
- Foram 2 as orientações filosóficas que mais influenciaram no entendimento de ética, a Lei Natural/Positiva e o enfoque dialético:
· A lei moral está no íntimo de cada ser humano e corresponde à sua essência originada por Deus
· O próprio universo moral se estrutura na cultura, bem como as decisões e normas de comportamento
- A ética tradicional, por ter na religião uma das suas principais fontes, vem sendo confundida com ela
- O ato moral não se trona bom por ser escolhido pelo maior número de pessoas, mas porque é escolhido por ser bom
- A sanção moral, é uma sanção interna que depende da sua consciência moral. A consciência moral dá ao indivíduo a clareza de que faz parte de um todo e deve agir de modo a não ferir os outro 
- A vergonha advinda da quebra de uma norma moral só ocorrerá se ele tiver consciência de sua participação no todo social e sua responsabilidade para com ele
- O comportamento moral precisa ser um ato de vontade, escolha e consciência, não decorrente de uma obrigação ou medo da punição

Continue navegando

Outros materiais